Quinta feira é meu dia favorito em toda a semana, provavelmente pela minha preferência em relação ao numero cinco. E toda primeira quinta feira do mês eu e Matheus reuníamos nossos amigos para assistirmos a um filme ou fazer um jantar, qualquer coisa que nos aproximasse pelo menos um dia ao mês, já que todos eram ocupados com seus devidos afazeres e empregos. Eu odeio cozinhar, até por que não tenho tempo para isso e muito menos tenho vontade de me especializar na cozinha, sei fazer o básico para matar a fome, porém eu e o Matheus não passamos o horário de almoço e muito menos janta em casa, e quando passamos saímos para jantar fora, então toda vez que temos nossos encontros com amigos ou eles fazem algo ou come as besteiras que o Matheus compra e Dessa vez eu resolvi poupá-los do esforço de trazerem algo e resolvi pedi algo diferente (porém não).
-Pizza? Sério Caio? Você me impediu de fazer waffles pra pedir pizza? -reclamou Tati quando o entregador chegou
-É algo que nunca tivemos em nossas reuniões e achei que todos iriam gostar -sorri
-Com certeza eu ficaria com os waffles -opinou Arthur, amigo do Mat
-Calem a boca e aceitem o que eu resolvi que iriam comer -ordenei -Caso contrário fiquem com fome
-Falou a abelha rainha, então apenas obedeçam -debochou Filipe
-Acredito que todos estão aqui, só faltou o Ruan -falou Matheus triste
-Você sabe que eu não me sentiria feliz com a presença dele aqui, além disso ele não veio por que não quis ele sabe que todas as quinta feiras todos estão aqui -respondi
-É, verdade -disse ele voltando para sala.
Eramos sete pessoas, Tati e Filipe, meus amigos, Camila, Arthur e Paulo, amigos do Matheus, estávamos todos reunidos na sala conversando e rindo, eu gostava quando todos eles estavam lá, era melhor assim, sem o Ruan discordando ou criticando tudo que eu dizia e eu apenas sendo obrigado a ficar calado para não ser contrariado pelo Matheus também.
-Onde está o Ruan? -perguntou Paulo, Tati e Felipe me olharam em seguida Camila olhou para o Matheus e logo depois para mim, Arthur também olhou para o Matheus, sinalizando que todos ali sabiam do ocorrido menos o Paulo
-Ele não pode... -começou o Matheus a falar porém o interrompi
-Ele não veio pois não sentia-me confortável com sua presença, ele está confuso com a sua sexualidade e resolve escolher o Matheus para tirar a prova, o beijando, porém ele não imaginava que eu chegaria no momento e veria ele beijando o meu namorado -expliquei
-Nossa cara, o Ruan? Tem certeza? -perguntou com descrença
-Sim, a não ser que ele tenha um irmão gemio -fui irônico
Depois desse diálogo tenso o Paulo ficou estranho ele não parecia acreditar que o Ruan havia beijado o Mat, e constantemente ele parecia querer dizer algo porém desistia, mas felizmente ou infelizmente essa dúvida de fala ou não fala acabou.
-O Ruan já havia dito uma vez que era apaixonado por você -disse o Paulo olhando para o Matheus
-O Ruan o que? -quis saber o Matheus
-No aniversário dele, no mesmo dia em que ele saiu da festa com vocês, ele havia dito que era apaixonado por você para mim, porém eu nunca acreditei nisso achava que era coisa da bebida, ele havia dito que iria te conquistar e agora eu acredito nisso -Disse
-E eu achando que o único em nosso meio gay era o Matheus -Arthur tentou brincar com a situação, porém ninguém achou graça e o silêncio voltou a reinar
-Eu não sei se devo opinar mais uma conversa entre o Ruan e o Matheus seria ideal no momento -disse Tati
-Você deveria ficar ao meu lado -dei um olhar repreesivo para ela
-Acho que isso seria certo -Camila concordou com Tati
-Também acho, provavelmente essa conversa poderia definir o rumo da amizade de vocês -Disse Arthur
-Que poderia ser continuar com a amizade...
-Ou outro tipo de relacionamento? -perguntei -Vocês estão todos contra mim é isso
-Ninguém está contra você Caio, apenas estamos dando um solução para o caso -disse Filipe
-Uma solução que vai me causar desconfiança? Que pode trazer algo negativo para mim? É isso que todos vocês querem? -questionei
-Amor... -começou Matheus
-Eu posso participar da reunião? -ouvi a voz de Ruan, olhei para ele e ele aparentava nervosismo, era tão folgado que mesmo depois do acontecido entrou sem bater na porta ou ser convidado...
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