Pessoal, estou tentando um novo tipo de narração, me digam se ficou bom ou preferem a outra“Só se vê bem mesmo é com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
O pequeno príncipeAto 3: Vida
Acordei assustado, olhei para todos os lados daquele quarto procurando a silhueta do meu companheiro de quarto, mas não encontrei nenhum indicio de que ele esteve naquele quarto nas ultimas horas.
- Cérebro, por que tendes a me pregar essas peças, hein? – Perguntei irritado, olhei para a cômoda ao lado da minha cama e percebi que meu celular vibrar, tomei-o para minha mãos e atendi a ligação.
- Alô, quem fala?
- Como assim “quem fala?”, não faz nem três dias que nos vemos e você não consegue nem reconhecer o numero da sua melhor amiga.
- Desculpa Jana, foi mal mesmo acabei de acordar, por falar nisso que horas são?
- São onze e meia da manhã, a madrugada foi boa hein? – Respondeu com um tom de malicia na voz.
Levantei-me da cama, coloquei o celular no viva-voz e comecei a conversar com Janaina sobre diversas assuntos, sabe são em momentos assim a gente percebe que mesmo a distancia nos separando de pessoas importantes nas nossas vidas, uma simples conversa nos faz esquecer que estamos a horas de distancia um do outro. Janaina apareceu para mim no momento mais escuro da minha vida, uma época onde eu era uma espécie de rebelde, quebrava regras, não respeitava ninguém, fazia o que bem entendia.
E foi num dia frio de outono que o destino resolveu colocar essa pessoa na minha vida, era para ser um dia simples como outro qualquer, se não fosse o professor de geografia surgir com a ideia de um trabalho que valeria a nota do bimestre(vontade de matar o condenado),e a surpresa não parava por ai, os membros do grupo iriam ser sorteados. E por um equivoco do destino eu conheci a menina dos cabelos semi-ruivos e olhos cor de mel.
Daquele momento em diante nos tornamos melhores amigos, compartilhávamos com o outro nossos anseios, frustrações, visões sobre o mundo, e outras bobagens de adolescente. Pouco a pouco eu senti que a menina dos cabelos semi-ruivos estava conseguindo derreter o gelo que envolvia meu coração, e num simples dia de verão me descobri apaixonado por ela. Sabe a vida de um louco apaixonado é difícil, em praticamente tudo você vê a pessoa amada. Queria eu que a vida amorosa de um admirador secreto fosse tão fácil assim.
Em uma de nossas conversas matinais notei certo desconforto de Janaina, mal sabia eu que esse desconforto iria mudar nossa amizade. Ela estava namorando. De inicio eu levei na boa, colocava a merda do sorriso na cara e mentia sobre os meus sentimentos, no entanto por dentro me sentia como um vulcão prestes a explodir de tanto ciúmes que estava , minha vontade era raptar o até então “namorado” e joga-lo de um penhasco, mas não podia culpa-la por se apaixonar, afinal eu nunca havia demonstrado realmente ama-la, e se tivesse nosso relacionamento não iria muito longe, por que o futuro me aguardava certas surpresas.
O namorado dela era um carinha legal, havia estuda conosco na antiga escola, seu nome era Rafael, ele é tipo um daqueles caras “paz e amor” sabe, cabelos encaracolados e grandes, pele ligeiramente morena, olhos castanhos, e o pior de tudo 1. 85 de altura, estar perto dele me incomodava, me fazia lembrar que não tinha mais a atenção dela.
Com o tempo percebi que Janaina tinha que desdobrar ao máximo para dar atenção para mim e ao namorado, e pela primeira vez na vida desisti, não dela, mas dos tempos que passávamos juntos todas as manhãs, ela precisava de um tempo com o namorado e não seria eu que ia ser a parede entre os dois. Quem me dera pensar que esse meu afastamento abriria uma determinada porta que deixaria minha vida de pernas para o ar.
- Terra para Gabriel !!!! – gritou pelo celular
- O-Oi!? – respondi acordando de me transe e tomando conta da onde estava. Deveria ser quase uma hora da tarde e lá estava eu num daqueles restaurantes universitário esperando o meu primeiro almoço em Ribeirão Preto ficar pronto. Olhei para baixo e dei uma olhada no meu traje um short xadrez, tênis all stars preto e vermelho e a camisa estampada do Panic at the dysco.
- Mas e ai Gabriel, já tá pegando alguém? – perguntou Janaina
- Que isso menina sou uma pessoa descente viu, e além do mais só faz um dia que cheguei em Ribeirão preto.
- Sei senhor Gabriel, mas deixa eu te perguntar onde você esta morando? – Perguntou curiosa.
- Num alojamento da faculdade, por que?
- Ele é bonito?
- C-Como assim ele é ... bonito? – Perguntei envergonhado.
- Você gaguejou então deve ser bonito.
Para Janaina era fácil descobrir o que estava sentindo, afinal antes de nossa amizade entrar em conflito ela conseguia decifrar o que sentia pelo meu simples tom de voz.
- Anda logo me conta tudo, quem é o bofe, quantos anos ele tem, qual a cor do cabelo e dos olhos?
- Que mais você quer saber, o cpf, rg?
- Não seu bobo, só quero saber com quem você anda dividindo o seu quarto, afinal vai dividi-lo por longos 5 anos. E se rolar algo mais quero saber viu.
- Não vai acontecer nada entendeu, aquilo não vai se repetir de novo! – respondi irritado.
- A larga mão de frescura, estamos em pleno século 21, é praticamente normal ser assim.
- Para os outros seria, se não fossem filho de um evangélico maluco e de uma católica fervorosa, e aquilo aconteceu em um momento de distração minha.
- Entendo, mas olha só mas não se esconde por muito tempo dentro do armário viu, por que a vida não bate a porta, ela chega armada até aos dentes.
- A vai te cata Janaina vai, tanta coisa para fazer na vida e você vem logo me irritar! – respondi olhando a senha eletrônica do restaurante e percebendo que meu pedido já estava pronto – Vou desligar meu pedido tá pronto, até depois sua chata!
- Até, seu chato, me liga vu, beijos e bom almoço.
- Beijos, depois te ligo.
Levantei da mesa e fui pegar meu almoço. Devo admitir esperava mais do meu primeiro almoço num restaurante universitário ,mas minhas expectativas foram por água abaixo, a gororoba daquele lugar era intragável. Comi pouco daquela comida e me levantei para devolver a bandeja. Me levantei e comecei a caminhar em direção ao local para devolver as bandejas, quando avisto o brutamontes do meu companheiro de quarto devorando os lábios de uma morena de cabelos castanhos.
Quando olhei aquilo um misto de ciúmes e raiva pairaram sobre minha mente, impedindo o ser vivo aqui de olhar por onde andava. Resultado, tropecei no cadarço desamarrado do meu tênis e sem querer a bandeja voou de minhas mãos atingindo em cheio a camisa de um moreno alto que estava vindo em minha direção.
- Eta má sorte – Pensei observando a fúria do moreno por ter sujado sua camisaBom pessoal esse é o capitulo 3, antes de me despedir gostaria de dar alguns esclarecimentos.
Para aqueles que esperam cenas de sexo terão q ser pacientes, elas iram demorar um pouco.
E quanto aos personagens, bom estou tentando molda-los de acordo com da visão que possuo de cada, portanto peço paciência com esse autor, já que antes de tudo eles são seres humanos portanto possuem tanto trevas quanto luz dentro de si e longo do conto demonstrarei os segredos obscuros que cada um deles possui. É isso pessoal, obrigado por lerem e comentarem, vou ficando por aqui, um agradecimento a todos é isso, ciao.