Como prometido, aqui está o próximo fragmento. Espero que agrade.
Parte 30
Rafael continua a narrar...
Estava decidido, eu iria continuar em frente. Eu tentei me levantar, mas me desequilibrei e cai, tudo estava acabado, em alguns segundos eu estaria morto. Neste momento algo aconteceu, eu senti um comichão nas costas e de repente eu não estava mais caindo, eu estava subindo? Olhei para os lados e vi que eu tinha asas. Elas eram lindas, uma era branca e outra era negra. Eu senti o vento passando por elas e via que era muito gostoso. Eu estava nas nuvens e como era noite ninguém notava, pois eu estava muito alto.
Era mágico como elas se mexiam não sei ao certo quanto tempo passei voando, sei que quando dei por mim estava perto de uma floresta com uma montanha. Pousei meio desajeitado. Minha mente Refletia “ninguém poderia me ver assim se não iria surtar, ou eu ainda viraria uma experiência e seria dissecado”. Bem primeiro eu tinha que descobrir como eu esconderia essas asas, sim porque elas eram muito grandes e impossíveis de não serem notadas. Comecei a fechá-las o máximo que eu podia, elas simplesmente desapareceram em minhas costas. Fiquei preocupado então fiz elas abrirem, tudo ok.
Segundo, o que estava acontecendo comigo, com a morte de toda a família que eu conhecia não tem ninguém para perguntar. Será que eu era um anjo?
Senhor – você é humano, embora sua natureza não seja essa, você escolheu viver como um. Nasceu, tem todos os sentimentos, emoções, desejos, defeitos e qualidades de um mortal, inclusive morrerá, mas tem um pouco mais, evite abrir suas asas ou usar seus dons. Com o tempo você aprendera a controlá-los – eu peguei um susto que quase morri do coração.
Eu – quem é você?... Quem sou eu?... O que você quer dizer com dons? – eu não sabia o que perguntar mais claramente ele sabia as respostas. Quando fiz essas perguntas ele riu um pouco, admirava as estrelas como uma criança.
Senhor – Digamos que eu sou um amigo. Você é um ser humano “acima do comum”, como falei antes você tem apenas alguns enfeites a mais. Seus dons são muitos, mas como você esta humano, não deve ficar usando eles a toa, pois eles consomem energia como levantar um peso em uma academia ou passar horas lendo, como tudo que um ser humano faz suas habilidades também gastam energia e você pode inclusive desmaiar se as usar demais.
Eu – então o que eu devo fazer deixar minhas asas escondidas e fingir que nada aconteceu? – eu estava atordoado por tudo, mas ao mesmo tempo indignado.
Senhor – Imagine, você pode abrir suas asas quase sempre e como eu disse você vai aprender os truques com o tempo, você só deve ficar prevenido para não abusar, pois como eis humano eles sugaram suas forças. Quanto a sua vida, deve seguir normalmente.
Eu – como normalmente?
Senhor – como uma pessoa normal, não deve revelar a ninguém sobre nada disso, algumas exceções, você saberá em quem confiar. Ah, lembra que você gostava de desenhar quando era mais jovem?
Eu – lembro, mas o que isso tem haver com o problema atual? – ele pegou no seu casaco um monte de desenhos que fiz quando era mais novo, nem lembrava mais deles. Eu desenhei um prédio os andares os quartos, costumava imaginar que era ali que eu moraria, mas meus pais morreram e eu abandonei o desenho, principalmente porque muitas coisas eram absurdas.
Senhor – bem, feliz aniversário! Aqui esta a chave e o endereço, evite levar pessoas lá, na biblioteca encontrará tudo o que precisar – ele me estendeu um envelope com um molho de chaves – Mais uma coisa, evite se mostrar, você já deve ter notado que as pessoas olham diferente para você principalmente Quando olham nos olhos, é uma de suas habilidades agindo, uma de proteção. Quando seus olhos encontram os de alguém, este alguém se apaixona por você momentaneamente, exceto se ela já encontrou seu amor, neste caso ela vera um amigo em você. Sugiro que use óculos.
Já estava escuro, então eu não enxergava direito, mas senti que ele havia partido. Abri minhas asas e voei de volta para minha casa.
... Voltando ao presente... Lucas assume a narrativa.
Rafael – depois desse encontro, acabei o ano letivo. Eu estava com certo medo, então conversei muito com o contador, e cuidando dos diversos detalhes, havia muitas coisas para serem avaliadas, acredita que minha vovó era acionista em varias empresas multinacionais. Enfim, voltei aos estudos esse ano aqui já que é a cidade mais próxima de minha casa. Nunca contei isso a ninguém, felizmente estou conseguindo manter segredo, mas ainda não tenho total controle, foi o que aconteceu naquela noite em que te assustei, minhas asas saíram sozinhas enquanto eu dormia, provavelmente porque eu estava sonhando... Enfim.
Eu – eu não sei o que dizer – ele me interrompeu aproximando-se de mim, mas parando antes de me tocar, mostrando seu medo.
Rafael – diga que isso não importa, por favor, eu te amo não me deixa – lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos, as asas fecharam ao redor dele. Era esquisita a situação, ele estava chorando, mas claramente era eu que deveria estar assim, afinal eu estava mais abalado. Pensei o que eu deveria fazer?
Continua...
Comentem, critiquem, deixem suas opiniões. Os capítulos que seguirão vocês irão enxergar a historia sob outros ângulos. Não tenho muito o que falar.
