Levantei da cama como se tivesse um bonde correndo pelas costas. O fato de ter uma novata intrometida de papinho com a Júlia me deixou um pouco irritada, olha que eu ainda nem tinha visto a cara da fulana. Peguei meu celular, precisava falar uma amiga de longa data, liguei, liguei e num último toque ela atendeu.
Gisele: oi amor da minha vida! Quanto tempo! – falou surpresa.
Eu: oi amiga, muito tempo mesmo! Mas hein, posso ir aí na sua casa agora?
Gi: pode amiga, claro que pode.
Eu: estou indo então, preciso conversar com você sobre umas coisas que tem acontecido na minha vida.
Gi: Rum, ta apaixonada amiga?
Eu: NÃO AMIGA! – gritei.
Gi: já vi que tá sim. – riu
Eu: ai amiga, quando eu chegar aí conversamos, me espera, beijo.
Gi: beijo amiga, tô esperando.
Desliguei o celular, tomei banho e troquei de roupa. Sai rumo a casa da Gi, que ficava a uns 4 quarteirões da minha casa. Fui ouvindo Rihana e pensando na vida. Cheguei e a Gi já me esperava na porta, quando me viu, correu em minha direção.
Gi: amiga, que saudade! – me abraçou forte.
Eu: saudade enorme também. – sorri.
Gi: me conta, quem é ele? – disse me puxando pra sua casa.
Eu: a situação é bem mais complicada amiga, se sinta honrada, você vai ser a primeira a saber!
Gi: meu Deus! Me conta tudo amiga, com todos os detalhes.
Subimos para o seu quarto e eu comecei a falar de Júlia, desde o ponto em que nos conhecemos até a primeira vez que ficamos, falei tudo o que tava sentindo e ela ouvia atenta cada coisa. Sempre soube que com a Gi eu podia contar, não que com a Dani, Yara e Beatriz eu não pudesse, mas a Gi era diferente.
Gi: amiga, que situação! – falou abismada.
Eu: é amiga. – abaixei a cabeça. – o que eu tenho será?
Gi: você tá apaixonada amiga, você quer a Júlia pra você.
As palavras da Gi entraram na minha cabeça como um tsunami, invadiram todos os meus pensamentos. A hora passou rápido, resolvi ir pra casa e chamei a Gi pra almoçar comigo, ela aceitou. Fomos andando pra casa e quando chegamos na minha rua, vi a Júlia e uma ruiva com ela na porta da sua casa. Cochichei para a Gi que aquela era a Júlia, apontei disfarçadamente.
Gi: ela é linda mesmo amiga, arrasou!
Eu: mas quem é essa ruiva com ela? Nunca vi mais gorda. Rum.
Gi: não sei, mas vamos descobrir.
Chegamos na porta de casa, eu nem fiz questão de cumprimentar a Julinha, muito menos aquela ruiva. No entanto, quando ia abrindo a porta, Gi me cutucou, olhei pra trás e vi as duas abraçadas, fiquei encarando, até que elas se soltaram do abraço, mas as mãos da ruiva estavam na cintura da minha Julinha e as dela na alça da mochila. Não gostei nada da cena, entramos, almoçamos e conversamos. Minha mãe gostava muito da Gi e estava com saudade. Subimos para o meu quarto para conversarmos mais um pouco, só eu e ela. Assistíamos a um filme romântico e comíamos brigadeiro quando ouço batidas na porta.
Eu: pode entrar mãe!
Me assustei ao ver a Julinha abrindo a porta. Maldita mania da mamãe de mandar as pessoas subirem direto para o meu quarto.
Júlia: desculpa, não sabia que você tava com visitas, sua mãe não me falou, apenas pediu para que eu subisse. Volto outra hora!
Gi: quê isso moça, pode ficar... – olhou para mim – amiga, já vou indo, até qualquer dia.
Eu: tá bem amiga, volta aqui mais vezes, tá? – falei abraçando-a.
Gi: volto sim, tchau bebê, te cuida. – saiu do meu quarto.
Júlia ficou parada me olhando, um olhar diferente, de dúvida...
Eu: sai da porta Julinha, senta aqui. – bati na cama com a mão.
Júlia: quem é ela? – sentou-se na cama.
Eu: Gisele, uma grande amiga minha. Por quê?
Júlia: por nada, saber só... vocês são só amigas mesmo? – abaixou a cabeça.
Eu: claro que sim Julinha. Mas me diz, que vento forte te trouxe aqui?
Júlia: vim te perguntar o porque de você não ter ido a aula hoje. Tá dodói?
Eu: dor de cabeça, apenas. Novidades por lá? – falei para que ela contasse da novata.
Júlia: entrou uma novata na nossa turma, muito legal até... ela me acompanhou até em casa, mora a um quarteirão daqui.
Eu: que bom né Júlia!? – fiz cara de poucos amigos.
Júlia: você tá com ciuminho, flor? Eu vi você chegando com essa sua amiga, vi que você me viu com a Rafaela também. – sorriu.
Eu: daí você veio aqui conferir se era só uma amiga mesmo, certo?
Júlia: claro que não, não seja tola! – falou levantando-se da cama.
Eu: o que você veio fazer aqui então? Conversar com uma tola? – não gostei do que ela falou.
Júlia: vim só saber se você tava bem, mas pelo visto está... e muito!
Eu: tá Júlia, então pode ir... já viu o que queria ver!
Júlia: desculpa, eu vim ver quem era essa menina mesmo. – abaixou a cabeça.
Eu: tá bem, já viu... o que mais você quer?
Júlia: agora eu só quero te dar um beijo, posso?
Eu: só se for no rosto. – pisquei.
Júlia: boba, quero na boca! – soltou um sorriso malicioso.
Como já era de se esperar, nos beijamos. Um beijo calmo, lento, envolvente, carinhoso...
Eu: você e essa tal de Rafaela já são amiguinhas? Devo me preocupar com ela? – disse parando o beijo.
Júlia: ela não chega aos seus pés, eu gosto mesmo de você, amor!
Ela me chamou de amor? É isso mesmo produção?
Eu: tá bem bebê, mas amanhã vou averiguar direitinho essa guria.
Júlia: boba demais você! – riu e apertou meu rosto entre as mãos.
Passamos uma hora mais ou menos nesse chamego, depois ela teve que ir pra casa. Trocamos números de celular para podermos conversar melhor. Naquele dia tudo aconteceu na mais perfeita paz, eu estava feliz, as coisas em casa estavam indo de “vento em polpa”, não tinha do que me queixar. A noite Dani me ligou e ficamos conversando até pegarmos no sono. Pela manhã acordei assustada com o meu irmão sentado ao lado da minha cama...
Diego: precisamos conversar, Sofia! – disse sério.
Meu Deus, o que será agora??
Continua!
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