- Relaxa. Vai dar tudo certo.
- Tomara.
- Me liga assim que sair de lá.
- Tá.
Dei um beijo no Léo e fui para a minha entrevista.
Desde que eu consegui a oportunidade de me formar ainda esse ano, comecei a enviar meu currículo para algumas empresas daqui, sei que leva tempo para eles analisarem ainda mais quando se trata de boas empresas. Na verdade eu reenviei para algumas, e eu sabia que o fato de agora meu ano de conclusão ter se antecipado em um ano ia despertar um interesse maior. Cheguei meia hora antes da entrevista começar e era por ordem de chegada, eu era o terceiro. Chegou a minha vez e eu fui até a sala que a recepcionista me indicou. Um rapaz de uns 30 anos me recebeu, disse que era ele quem iria me entrevistar. Foi a mesma coisa de sempre: porque eu procurei aquela empresa, o que eu poderia fazer para melhorá-la, porque me contratar e blá blá blá. Até aí tudo bem, até ele olhar para o meu currículo como se eu já tivesse aceitado trabalhar e lá e solta:
- Então, acho que você possui todos os pré-requisitos para se tornar nosso mais novo estagiário. Os benefícios, carga horária e termos iremos lhe enviar por e-mail e ...
- Pera aí. Desculpa mas eu não viso preencher a vaga de estagiário. – interrompi ele.
- Como não? Aqui diz que você está no penúltimo semestre.
- Isso mesmo, mas se você continuar a ler, aí diz que eu já estagiei e não pretendo fazê-lo de novo.
- E perder a chance de trabalhar conosco?
- Realmente, eu queria TRABALHAR com vocês e não ser um escravinho.
Ele tentou ainda me convencer a ficar lá mas eu sambei com meu currículo na cara dele e saí de lá. Voltei pra casa cabisbaixo, eu tava realmente esperando ser empregado lá, por mais que aquele cara fosse um idiota a empresa é boa e o fato de ser uma vaga para estágio foi um banho de água fria. Por isso não gosto de criar expectativas, deixo isso pro Léo. Não fiz nem comida, fui direto me deitar e esqueci totalmente de ligar pro Léo e ele fica com raiva quando não ligo quando ele manda. Meu celular tava cheio de mensagens e ligações não atendidas, mas eu dormi e nem tirei o celular do silencioso.
Eu acordei com ele já em casa fazendo barulho com as panelas.
- Que cê tá fazendo?
- Bife.
- E precisa de todo esse barulho?
- Se tá incomodado vem fazer.
- Melhor mesmo.
- Hahahahaha
- Deixa que eu faço. Sai.
- Obrigado.
Ele me beijou e foi tomar banho hahaha Ele sempre faz isso, quando não faço comida seja por preguiça ou por outro motivo, ele começa tirando tudo dos armários e diz que vai cozinhar algo. Da última vez eu perguntei o que ele ia fazer e disse que era espaguete. Só sei que ele tacou macarrão e molho de tomate pronto, só que nem era do temperado, algo totalmente sem gosto, tive que salvar o “espaguete” porque era muita comida para se jogar fora hahahaha Depois dele tomado banho a gente jantou e coloquei ele a par de tudo que havia acontecido na minha entrevista e ele ficou conversando comigo. Isso foi há umas duas semanas.
Essa semana, terça pra ser mais exato, eu já estava em casa à tarde quando ele chegou dizendo que queria ir ao shopping, eu não tava muito afim mas topei só que quando estávamos saindo do prédio, um amigo nosso nos convidou para dar uma volta de bike. Esse amigo nosso faz parte de um grupo de ciclistas que sempre rodam a cidade, principalmente à noite e topamos na hora, mas tínhamos que ir à casa dos pais do Léo porque lá ficaram nossas bikes. E tivemos que comprar todo o material de proteção, caso contrário não poderíamos participar. A gente percorreu bastante essa cidade, e o legal era que era tudo muito organizado, tinha o cara que puxava o grupo, sinalizava nos semáforos, haviam até crianças no meio, foi bem divertido. A gente já estava quase chegando no local que haviam marcado quando paramos em um semáforo, eu já tava na “baba”.
- Ai Léo, me dá esse suco pra cá.
Arranquei a garrafa de suco da mão dele e tomei quase tudo.
- Eu nem queria mesmo.
- Desculpa, você quer?
- Hahahah Se for só por educação, eu não quero.
Devolvi a garrafa pra ele que colocou na bike e eu olhei pra frente para ver se já podíamos continuar quando eu vejo.
- Puta que pariu. Léo, olha quem tá ali.
- Quem?
Não me perguntem o porquê mas vou chama-lo assim hahaha
- O Vitor, o boy do Rafa.
- Mentira.
- Tô te falando. Vou já lá.
- Tá doido? Fica aqui.
- Olha, o Rafa pediu para eu conversar com a mãe dele e tô enrolando há séculos e tenho que conhecer ele antes né? Porque o Rafa também me enrola e eu já to todo enrolado e tá na hora de desenrolar.
Às vezes não sei como isso sai da minha boca haha. Fiz menção de pedalar e o Léo segurou meu braço.
- Olha lá, hein?
- Relaxa, brow.
Ele odeia quando o chamo de brow, não sei porquê hjahahahaha
Cheguei sem muita frescura, ora.
- Oi.
- Oi.
- És o Vitor, certo?
- Uhum.
- Pois é, sou Matheus.
- Ahhhh. Matheus o ...
- Cuidado com que vais falar hein? Hahahah Relaxa, sim. Conheço o Rafa.
- É ele falou de ti. Agora só queria saber se você faz milagre porque convencer a minha mãe não vai ser fácil.
- Menino, relaxa. Sossega e deixa eu fazer a minha mágica. Nisso o instrutor apitou avisando que podíamos prosseguir e eu disse ao Vitor que voltássemos a nos falar quando chegássemos ao fim do percurso. O Léo já me interrogava sobre os 2 minutos ou menos que conversei com o garoto. O percurso acabou na casa de uns dos organizadores e começaram a beber e chamei o Vitor para perto da gente e o apresentei ao Léo, que não parava quieto e enchia o garoto de perguntas.
Eu: Amor, deixa o garoto respirar.
Léo: Desculpa.
Vitor: Precisa se desculpar não. É até bom que ele fale, eu não sou muito de falar, ou melhor, de iniciar uma conversa.
Léo: Tá vendo? – ele ainda me deu língua.
Eu: Vai dando asas pra ele, vai.
Léo: Poxa, assim vou parecer um monstro perto dele.
A gente conversava e bebia um pouco até que o celular do Vitor toca e ele fica vermelho.
Eu: Ixi, vai começar o interrogatório.
Vitor: Licença, eu tenho que...
Eu: Vai lá.
Era o Rafa. Ownnnnnnn ahahahahah Se ele já tava vermelho, voltou mais ainda. Contou que falou pra ele que estava com a gente e tal e marcamos de sair no sábado.
Eu: Fazemos assim: a gente sai no sábado, tu te rasga todo na pista e dá uma prensa no Rafa. Joga ele na parede mesmo, se ele quiser mesmo algo sério contigo, no domingo de manhã eu vou à tua casa.
Léo: Amor, tu é doido.
Eu: Oshe, mas é sério.
Vitor: Fechou.
A gente conversou mais um pouco e fomos embora de bike mesmo. No dia seguinte, quarta-feira passada, eu tinha uma outra entrevista de emprego e eu já fui preparado pra tudo. Ao chegar lá, já me assustei porque eu era o único a estar lá, ou seja, seria o único entrevistado. E novamente o entrevistador era um rapaz, bastante gentil por sinal, conversamos bastante e só depois vim saber que ele era um dos sócios da empresa, pense num cara que começou a suar frio depois de saber disso. E o pior foi que ele disse com a maior naturalidade e continuou a falar. O mais legal é que ele também é engenheiro civil, o que tornava o papo bem mais interessante. Até que chegou no assunto principal que era dindin hahahaha.
(Também não me perguntem porquê, ele vai se chamar Patrick hahahaah)
Patrick: Então, se eu te falasse que eu gostaria de lotar você na área de segurança. O que você me diria?
Eu: Primeiro que eu já sei que a vaga é para essa área e segundo, eu aceitaria. Logicamente depois de estar por dentro de todos os meus direitos ofertados por vocês.
Patrick: E se eu requisitasse experiência?
Eu: Vocês nem teriam me chamado. Vocês estão procurando alguém especificamente para a área de segurança, e creio que um técnico não atenda às necessidades de vocês. Admito que experiência é importante, mas para tê-la eu terei que começar de algum lugar, visto que onde eu trabalho nada tem relação com a vaga que eu pretendo ocupar aqui.
Patrick: Sim sim. Mas você sabe que tudo é de responsabilidade do engenheiro responsável pela obra, o que elaborou o projeto. Pelo menos até chegar nas mãos do pessoal da segurança. É muita responsabilidade e risco. Essa parte de segurança lhe interessa?
Eu: Bom, eu sinceramente adoro mais a parte geológica, mas seria mas a nível de conhecimento. Porém, não posso ficar brincando com o mercado de trabalho, e a área que logo tenho mais afinidade é essa. Visto que eu defendi meu trabalho de conclusão de curso em resistência dos matérias e as novas tecnologias aplicadas diretamente à segurança.
Patrick: Eu sei, falei com seu professor.
Eu: O quê?
Patrick: Sim, Rafael xxxxxxx. – ele disse o sobrenome dele.- É que eu fiquei um pouco confuso com seu currículo. No lattes ouve uma mudança e adiantamento em um ano na sua formação e seus trabalhos publicados muito interessaram a mim e meu pai e fui conferir com o Rafael a veracidade sobre os trabalhos.
Eu: Nossa, fuçaram legal hahaha
Patrick: Hahaha É o nosso trabalho.
Eu tava tão nervoso que nem havia reparado nele de verdade, só quando ele sorriu. Ele é um baita rapagão, loiro, olhos verdes, forte mas baixo. Já fucei e ele é gaúcho, bem, acho que a família porque ele fala arrastado que nem eu hahahaha Bom, como nem tudo são flores ele me disse que não poderia me contratar porque eu teria que ter registro no CREA e isso só quando formado, mas me disse que assim que isso fosse cumprido, eu seria efetivado. Ele perguntou se tava tudo bem assim, eu disse que sim mas com a condição de que eles emitissem uma declaração registrada em cartório onde estivesse descrito que eles teriam esse acordo comigo e caso a minha efetivação não fosse realizada dentre dois meses de eu estar em plenas condições de realizar a profissão, ele teriam que arcar de alguma maneira, já que eu não procuraria mais nenhum emprego.
Patrick: Nossa, e a confiança fica onde?
Eu: Já está depositada toda em alguém.
Patrick: Hahaha É, reparei que você tá marcado.
Ele disse isso apontando com a cabeça para minha aliança.
Eu: Pois é.
Patrick: Mas sim, podemos fazer isso. É até bom esse tempo, assim você fica a par de todo o projeto e conhece o pessoal com que irá trabalhar.
Eu: Pensei a mesma coisa.
Patrick: Antes de você ir, uma dúvida: vais continuar a trabalhar daqui em diante?
EU: Claro, ou você vai me bancar?
Patrick: De jeito nenhum. Não banco nem mulher quem dirá macho.
Eu: Então deixa quieto.
Saí de lá todo serelepe e lógico, lembrei de ligar pro Léo hahahahaha Pronto, o bofe já queria sair pra tudo que é lugar, eu hein. Disse pra ele que não precisava de nada, bastava ele chegar cedo em casa e foi o que ele fez. Por mais que eu dissesse que não queria nada, ele insistia até que um amigo meu da facul ligou:
- Alô, Matheus.
- Diga.
- Hey, tu tá ocupado?
- Depende do que tu quer hahaha;
- Safado. Escuta, é que tá tendo um congresso aqui.
- Onde?
- Aqui na Federal.
- Nem fiquei sabendo.
- Claro tu não para aqui.
- Eu trabalho, amor.
- Hahaha Isso esfrega mais. Ahh, esquece. Então, é do pessoal de pedagogia. Mano, tá tendo festa todos os dias, acaba só de manhã. Eles tomaram conta daqui, eles dormem aqui.
- Valha-me deus. Só putaria.
- Uhum. Então, vem pra cá.
- Iiii Sei não.
- Vem logo, viado. Olha, não convido mais. Aceita logo.
- Aceitar, como se tu fosse o dono da festa hahaha
- Tu entendeu. Vem logo, ou melhor, começa umas 18 h, mas tu sabe que a festa começa quando tu chega.
- Obrigado por reconhecer meu estrelismo mas como eu te disse, eu não sei. Vou falar com o Léo, e se tu não tiver porre, te ligo depois.
- Tá bom. Flw.
- Tchau.
Contei tudo pro Léo e ele já me olhou estranho.
- Credo, menino. Tu tá que tá.
- Eu quero sair, poxa.
- Em plena quarta-feira? Nem eu tenho tanto fogo assim.
- Quero saber se tem dia pra sair.
- Iiiii Volta de onde tu viestes e devolve meu namorado.
- Hahaha Palhaço.
- Mas sim, se fazes tanta questão, vamos nessa joça aí.
- ÊEE.
Ele deu uns pulinhos à la My Little Ponny haha. Ele caprichou no look, tanto que já deu vontade de despi-lo ali mesmo.
- Tô gato?
- De mais pro meu gosto.
- Hahah Ah, então tô bem.
- Iii, hoje tem.
- Anda, Theus. Vamos.
Apressei-me e fomos pra facul. Estranho, ir à faculdade à noite e pra uma festa hahaha O pior é que a noite ia render.
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Geeeeente, cheguei uhuuuuuu Tô de férias, agora mais tempo pra vocês
Ai, esse conto tava beeeeeem maior mas o Rafa chegou aqui em casa ainda há pouco e acho que vale a pena por aqui, então postarei depois junto com a parte que subtraí desse conto hahahaha Não estou te imitando tá TOSHY lindo?? Haushuasuhas
Ontem eu não postei porque dormi, vou adiantar pra você só porque sou legal: Léo tá com dor de dente e tá “molizinho” então já viu. Então, quando eu voltar da baladhenha eu completo o conto e posto. BJS de luz a todos ^^