Arte e Sexo - Prólogo

Um conto erótico de Mack
Categoria: Homossexual
Contém 1476 palavras
Data: 03/08/2013 17:44:36

Arnaldo Santos, 42 anos, barba espessa, pelos no peito, não era gordo, mas tampouco um modelo, tinha esposa e dois filhos: Rafael de 17 e Pedro de 13. Trabalhava como engenheiro e estava com uma obra para a grande empresa Olimpia. Gostava de golfe, futebol e squash, viajava constantemente e tinha uma vida mais do que boa.

Pronto, esse é o resumo da pessoa que naquele momento me fodia na cama de um dos mais caros moteis da cidade. Como eu sabia de tudo isso? Simples. Ele havia me contado. Não que eu tivesse perguntado alguma vez, mas tudo bem.

Eu estava deitado de costas para a cama com ele sobre mim, seus braços me seguravam, passando por baixo de meu corpo e suas mãos agarrando meus ombros, puxando-me para mais perto de si. Seu torso estava colado no meu, minhas pernas abertas se entrelaçando sobre ele e o prendendo a mim, assim como meus braços que se entrelaçavam em volta de seu pescoço. Ele ofegava e gemia enquanto fazia movimentos lentos, quase carinhosos, penetrando em mim em uma marcha perfeita que valorizava mais prazer do que dor, pelo menos para mim. Seu rosto se afogando em meu pescoço, o qual ele beijava a medida em que eu também gemia. Aquela parecia uma transa amorosa, a primeira vez de um casal apaixonado, com ternura, suor e beijos. Aquele era o jeito que Arnaldo gostava, e quem era eu para negar aquilo?

Ele parou de beijar meu pescoço e olhou para mim, deu um pequeno sorriso ao ver minha cara de êxtase, beijou-me, sua língua se movia lentamente junto da minha, quase imitando o resto de nossos corpos. Eu me sentia realmente excitado. Meu pênis entre nossos corpos sentia o atrito dos movimentos do engenheiro, e aquilo era o bastante para me fazer gozar. Nessa hora, solto um gemido mais longo, mais sensual, e isso desencadeia uma urgência por prazer em Arnaldo, que começou a se mover um pouco mais rápido, um pouco mais forte, seus gemidos se tornando mais intensos e seu hálito cheirando a vinho chegando ao meu rosto. Uma gota de suor dele caiu próximo a minha boca, ele me beija novamente, mas agora com mais força. Seus braços saem de detrás das minhas costas, ele usa um deles para se apoiar e levantar um pouco seu corpo afim de se movimentar mais livremente, e a sua outra mão vai até meus cabelos, o qual ele puxa para trás. Ele dá um urro ao ejacular, fica ofegando de olhos fechados até que cai sobre mim, com seu rosto novamente em meu pescoço, eu sentia-o me cheirar. Nosso suor se misturava, mas ele havia suado mais, o ambiente cheirava a sexo, a homem, e ao perfume importado que Arnaldo usava e isso me inebriava.

_Você tem um cheiro muito bom. - ele disse enquanto seu nariz subia pela lateral de meu rosto e chegava a minha orelha, na qual ele deu uma mordiscada.

Ele se virou, ficou de costas para a cama me puxando para cima de si. Retirou seu pênis de dentro de mim, tirou a camisinha, amarrou-a e a jogou no lixinho ao lado da cama. Agarrou-me e me beijou, apertando meu corpo contra o seu. Nossos abdomens ainda estavam melados com gozo. Ele mordia meu pescoço de leve enquanto seus dedos caminhavam para minha bunda novamente. Quando ele chegava ao ponto desejado eu o parei com minhas mãos.

_Sem tempo. - eu olhando para ele e me endireitando sobre seu corpo, eu continuava de joelhos e sentia seu mastro entre minhas coxas.

Levantei os braços para cima como se fosse me espreguiçar, esticando os músculos e me encurvei para trás, esticando minha coluna. Aquela transa havia sido boa, mas fora cansativa. Arnaldo se sentou, aproximando-se de mim e olhou meu corpo, passando as mãos pelas laterais e por toda a extensão dele.

_Gosto do seu corpo. Gosto de tudo em você. - ele me disse, dando um selinho.

Meu semblante permaneceu neutro enquanto eu o olhava tentando sintetizar algo para dizer.

_Obrigado. - eu disse.

Ele riu.

_A única coisa que poderia melhorar é um sorriso verdadeiro nesse seu rostinho.

Eu continuei neutro e lancei um olhar de reprovação a ele.

_É a única coisa que seu dinheiro não pode pagar. - eu disse - Vou tomar um banho.

_Sempre rude, Neve. E que tal tomarmos banho juntos?

Eu não tinha restrições quanto a isso, permaneci em silêncio, e isso era meu "sim". Apenas me senti incomodado com meu apelido sendo pronunciado. Era ridículo...

Cheguei ao banheiro e estava para entrar no box com chuveiro quando Arnaldo me chamou:

_Ei, por que não a banheira? - ele disse sorrindo ao lado da enorme banheira com hidromassagem. Seu corpo era bonito para alguém da sua idade, a pele com aspecto levemente bronzeado. Pelos no peito me atraíam, mas eu era bem eclético nesse quesito. Seu pênis tinha um bom tamanho, com algo próximo dos 16 centímetros. Seu rosto era bonito, e a barba o deixava ainda mais sexy. Não que eu me importasse muito.

_Prefiro uma ducha fria. E não posso demorar. - eu disse.

_Eu pago, se necessário. - ele disse com ar zombeteiro.

_Não seria necessário me pagar por um banho nem se eu pudesse. Gostei do sexo, eu daria isso de bônus se eu tivesse tempo. - eu dizia sem paciência.

Um sorriso surgiu no rosto do engenheiro quando eu disse "gostei do sexo". Bom... eu não havia mentido.

_Tudo bem, então. Mas a próxima transa será na banheira. - ele disse, vindo em minha direção.

_Por mim, tudo bem. - eu disse, e liguei o chuveiro.

Peguei o sabonete e comecei a passá-lo pelo meu peito. Arnaldo segurou meu braço, e pegou o sabonete da minha mão com leveza. Olhei para ele por um instante e compreendi. "Sempre meloso..." pensei. Dei um suspiro e me virei para ficar de frente para ele. O box era espaçoso, peguei um shampoo que o motel oferecia e comecei a lavar meus cabelos. Fechei meus olhos para evitar a espuma, senti as mãos de Arnaldo escorregando pelo meu corpo. Virei-me de costas e fiquei debaixo do chuveiro para tirar o shampoo. Ele passou o sabonete em minhas costas, depois passando a mãos acariciando e lavando. No fim, ele havia me higienizado todo, demorando mais em certos lugares, o que já era esperado. Eu esperava que ele não quisesse que eu fizesse o mesmo com ele. Saí do box.

_Ei! - disse ele, parecendo revoltado.

_Desculpe, sem tempo.

Ele fez uma cara de criança magoada. Se eu fosse normal, riria daquela cena, mas apenas disse:

_Essa cara não combina com seu porte.

Ele desfez a cara e sorriu.

_O que a gente não faz por algumas pessoas, não é? - disse ele.

Comecei a me secar em frente ao grande espelho do banheiro. Percebi que Arnaldo continuava me olhando enquanto se lavava.

_Tá tentando me seduzir, é? - ele disse com uma voz maliciosa.

_Por que diz isso? - perguntei sem parar de me secar.

_Mostrando seu corpo assim...

_Nada que você nunca tenha visto. - eu disse.

_É... mas continua sendo uma bela visão.

E eu esperava que ele estivesse certo, afinal, eu dependia disso. Finalmente, as apresentações. Meu nome é Maquiavel. Sim, Maquiavel, como o autor do famoso livro. Sou um garoto de programa, mas não um qualquer: não sou contratado por qualquer pessoa. Tenho qualidades específicas, como treinamento em diversas áreas, com foco na sexual, é claro. Mas também sei fazer massagens, sei cozinhar pratos razoavelmente avançados, e mais importante, sei como tratar um homem. Meu corpo era construído para meu trabalho. Esguio, definido na medida certa para deixar tudo no lugar, parecer atrativo e frágil, com nádegas razoavelmente fartas, sem me deixar desproporcional, pernas que não deixavam a desejar. A pele clara e hereditária, macia com ajuda de tratamentos, o cabelo preto liso cortado de forma irregular com franja que quase chegava aos olhos, com pontas assimétricas se encurvando graciosamente para o lado e para trás, num corte que eu gostava e achava moderno, num comprimento rigorosamente definido, não curto demais, não chegando aos ombros. Daí meu apelido: Neve. Era uma analogia à Branca de Neve, e se referia a minha pele clara em contraste com meus cabelos negros como uma noite sem luar. Foi-me dado pelo meu "agente" e eu o odeio, mas não tenho escolha já que meu nome real não poderia ser usado e meus clientes me conheciam por essa desgraça de nome.

Por que comecei a contar tudo por esse momento? Também não sei... talvez seja porque foi um bom momento, ainda que meu rosto assim não demonstrasse. Meu rosto não costuma demonstrar muitas coisas. Talvez esse momento também venha a ser importante, isso depende de cada visão. Essa história é minha e de outras pessoas, mas só eu poderia contá-la, porque no final das contas...

...não restou mais ninguém para fazê-lo.

Continua...

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Comentários

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Ótimo, cara. A cena de sexo foi muito bem detalhada, e seu personagem é interessante. Estarei acompanhando

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