Gente, o conto acaba na parte 8, mas eu to pensando, o que acham de uma '' segunda temporada '' ? dessa vez seria escrito por mim e eu poderia deixar ele um pouco maior (e sem tanta enrolação) se vcs quiserem eu posso tentar fazer, mas vamos ao conto.
Cap.5 - 2 anos depois
Sempre digo que a vida é uma caixinha de surpresas. Por exemplo, quem diria que um dos piores alunos do colégio, estaria hoje cursando uma universidade pública em São Paulo? Certamente eu que não. Mas depois que Ele foi embora, minha vida virou de pernas para o ar. É como dizem, só damos valor a alguma coisa quando a perdemos. E eu, infelizmente, perdi meu grande amor. Se fiquei chocado quando descobri que estava gostando de um homem? Bem, não. Acho que inconscientemente eu já sabia, todos aqueles olhares, abraços e desejos, não podiam ser somente amizade. O meu maior problema foi o fato de ele ter se mudado pra milhões de quilômetros longe de mim! (exagero ¬¬)
Por uns dois meses virei um espectro do que eu era, se sempre fui seco e calado, agora não abria a boca nem pra comer e coitado de quem ousasse me desafiar. Não saía, não beijava, não transava. Só lembrava do rosto Dele, do corpo Dele, dos olhos Dele, da risada Dele e eu só queria Ele.
Minha mãe foi quem primeiro notou o que estava acontecendo e, com aquele jeitinho de mãe, foi me ajudando a desvendar o que se passava em meu coração. Depois, foi meu pai, que para meu constrangimento, ouviu uma conversa nossa, na qual eu confessei o meu amor pelo Iago.
Iago. Iago. Iago.
Eram raras as noites em que não me imaginava colado a ele, nossas respirações agitadas e os corpos movendo freneticamente naquele ritmo que só os apaixonados conhecem. Daí, não dava outra: acordava molhado e pior, sozinho.Quem me ajudou a seguir a vida foi um dos ex-amigos do Iago, o Juliano.
Em um dia normal, eu naquele estado de apatia fora obrigado a ir pra escola, quando do nada na hora da saída, me aparece essa figura gritando comigo. Disse que me achava um fraco e que o Iago me considerava muito e que não ia querer me ver assim nunca. Não arredei, e gritei também, que se ele gostava tanto assim de mim, não devia ter ido embora sem falar nada. Então, ele me lembrou, do idiota que eu tinha sido naquele tempo, me afastando dele e, me ensinou que quanto mais a gente gosta mais difícil fica dizer adeus.
Não deu outra, viramos grandes amigos e ele sempre esteve do meu lado, quando batia aquela saudade e o aperto no coração, e como não tínhamos nenhuma informação do meu amor, não podia nem me comunicar.Comecei a levar os estudos à sério, lembrando tudo o que o Iago tinha me ensinado, e hoje posso dizer que tudo isso valeu a pena, quando olho para a minha frente e observo a entrada da faculdade dos meus sonhos. Engenharia Química, podem acreditar?
Desvencilhei-me dos pensamentos e comecei a andar de encontro a meu futuro. Percebia que o clima da faculdade era bem diferente, me assustei quando olhei ao lado e vi duas meninas se beijando e a galera nem ligando. Acho que era o único caipira ali! Percebi também os olhares despudorados que recebia, tanto de mulheres quanto de homens. Sempre procurei me manter em forma, naquela esperança de que um dia fosse reencontrar o Iago e, por isso, sabia que chamava a atenção. Continuei crescendo até atingir 1.91, meu corpo era malhado e definido por causa dos esportes que ainda pratico, eu havia deixado meus cabelos loiros crescerem um pouco até as orelhas (dica do Juliano ^^) e, como era muito calorento, procurava usar o mínimo de roupa possível, razão pela qual eu me encontrava com uma calça capri e uma regata branca somente.
Assim que as aulas começaram percebi que tinha decidido corretamente o meu futuro, era apaixonado pelo que estudava! Tanto que nem notei o passar do tempo e o sinal tocando avisando-me que era hora de irmos embora, só fui me dar conta quando uma mão pousou sobre meu ombro e desviou minha atenção do livro de exercícios. Era um cara bem atraente e parecia ser simpático, disse que tínhamos que ir e perguntou se queria almoçar com ele. Educadamente, recusei, reincorporando aquela máscara que eu usava. Não sabia bem o motivo, mas nunca fui capaz de tentar seguir adiante com outros rapazes. Não tinha sentido, considerando-se que meu corpo clamava somente pelo dele.O apartamento onde morava era bastante confortável e eu o dividia com uma garota super gente fina, a Fabiana, ela tinha um jeitinho todo doce e meigo, que mudava drasticamente quando cutucada nos lugares certos! Havíamos nos conhecido há dois meses, quando me mudei para São Paulo e não me arrependi de ter aceitado seu convite para morarmos juntos. Quando entrei, ela estava almoçando e me olhava bastante irritada. Perguntei o que tinha feito dessa vez:
- Como assim o que você fez? Já são uma e quarenta e cinco!! Daqui a quinze minutos eu vou ter que sair e você vai ter que mostrar o apartamento ao nosso novo sócio! Está atrasado!!!
Pronto, lá vinha ela de novo com essa história de colega de apartamento. Não sei como me convenceu com aquela história de espaço extra e dinheiro sobrando, se sabia que ia odiar a perspectiva de me adaptar ao estilo de vida de outra pessoa. Mas, fazer o quê? O apartamento era dela no final das contas. Só podia esperar que o cara fosse, no mínimo, suportável.
- Relaxa, Fabi. Quem sabe assim, ele não desiste de morar conosco assim? - provoquei-a. Não deu outra, virou aquele rosto aparentemente doce para mim e gritou:
- Ai de você, Caio, se fizer alguma coisa errada, viu?! Eu te boto pra fora sem discussão, ok?!
Apenas mostrei-a o meu característico sorriso de lado e disse que almoçava rapidinho e que me comportaria, portanto que não se preocupasse. Quinze minutos depois, ela já tinha ido pra sua aula de Corte e Costura (fazia Moda) e nada do cara aparecer. Já estava ficando irritado e, poxa, nem ia poder falar nada, porque senão dava a louca na Fabi! Finalmente, então, ouço a campainha e, a contragosto, atendo-a.Entrei em choque e a única coisa que lembro de ter falado, por uns três minutos, foi:
- I-Iago?
