Amor Não é Matéria de Cursinho - Aula 6: Princípio da Incerteza

Um conto erótico de Kevin
Categoria: Homossexual
Contém 3200 palavras
Data: 25/08/2013 21:29:21

Aqui é o autor! Perdoem-me pela demora (sim, de novo). Foram dias turbulentos. Quero agradecer pelos comentários e votos, e até pelas ameaças de morte e perseguição (Rafael e Crazynerd). Também informo aqui meu e-mail para caso vocês tenham alguma sugestão ou crítica: mackevincdc@hotmail.com

E CrazyNerd, adorei a campanha, ahsuahsuas. Quando a série acabar vou fazer um tour.

Aos "Aquiles haters", sim, pessoal, a hipocrisia e pais desse tipo estão muito disseminados em nossa sociedade. Mas ninguém é perfeito, e o Aquiles até que não é tão mau. Ele não agrediu e nem despediu o Kevin pela orientação, então podemos dizer que é um preconceito bem leve.

E é isso. Boa leitura!

***

O PRINCÍPIO DA INCERTEZA

Elétrons em uma eletrosfera têm semelhanças com humanos em suas trajetórias de vida. Quem é que se sente plenamente localizado em algum lugar específico? Normalmente estamos em movimentos caóticos e desvios, com uma única referência: o núcleo que nos atrai, nossas metas. Isso constitui a complexidade do estudo humano. Nunca se sabe qual é o próximo movimento, qual a próxima localização. Isso constitui o que chamo de (desculpe-me, Heisenberg) Princípio da Incerteza de Kevin.

E o sábado chegou mais rápido do que eu esperava. Era o dia em que eu e Thiago, o doutor loiro surrealmente bonito, nos encontraríamos. Eu estava até que animado ao aceitar seu convite naquela quarta, mas a medida em que os dias foram passando, um frio na barriga cada vez mais forte tomava conta de mim.

Se eu fosse um elétron, eu seria um bem perdido. Mas o que estava feito não poderia ser desfeito. Era agora ou nunca. Minha primeira possível interação com outro cara acima de amizade estava para acontecer, e se eu fosse calcular a probabilidade daquilo tudo dar errado, eu provavelmente me assustaria. Por isso resolvi não pensar muito no encontro de quarta para o sábado.

Mas chegou a hora, e só para me lembrar disso, ouvi meu celular tocando. Eu estava sentado em minha escrivaninha, dentro do meu quarto, elaborando uma prova. Eram cinco e meia da tarde, e quem me ligava era Thiago.

_Boa tarde, Kevin. - ouvi a voz grave de Thiago.

_Boa tarde.

_Então, acho que você precisa me explicar seu endereço.

Achei aquilo estranho. Eu não pretendia encontrá-lo em minha casa.

_Hum... por quê?

Thiago riu do outro lado da linha, fiquei meio encabulado com aquilo. Eu não estava indo bem.

_Para ir te buscar aí, né.

Aquilo explicava muita coisa.

_Eu estava pensando em ir com meu próprio carro.

Sim, o carro é meu. Meus pais me deram logo que voltei para Goiânia.

_Nem pensar. Que tipo de encontro seria esse? - ele disse parecendo indignado.

Não pude evitar o rubor em minha face. Até aquele momento, não havíamos nos referido àquilo como "encontro", embora estivesse bem na cara. Na minha cabeça, Thiago ainda poderia estar querendo apenas amizade, mas ali ficou meio claro que as intenções eram mais profundas. Gosto de coisas bem esclarecidas, por isso sou físico, mas aquele esclarecimento só me deixou mais nervoso.

_Certo... - expliquei o endereço para ele.

_Passo aí às oito, pode ser? - ele perguntou.

_Pode ser. Onde vamos?

_Eu estava pensando em comida japonesa. Que tal? - ele disse parecendo animado.

Eu prefiro a culinária chinesa... é menos "crua". Mas tudo bem, achei que seria chato dizer que preferia outra coisa.

_Ótimo. - eu disse.

_Às oito então, até lá!

_Até.

Desliguei o telefone e respirei fundo. O que é que eu estava fazendo? Pensava agora se eu não estava fazendo aquilo para parar de pensar nos problemas que surgiram naquela semana. Principalmente...

Apolo...

***

FLASHBACK

Depois daquela quarta, voltei à escola na sexta para dar aulas aos terceiros anos. Pensei que poderia facilmente passar despercebido por Apolo, mas não foi o que aconteceu. Ele havia ido antes das sete da manhã até a sala dos professores e me chamara para conversar do lado de fora. Aquiles estava no recinto e não olhou para a gente, mas tenho certeza que ele estava bem atento ao que eu faria.

Consegui inventar uma desculpa para não ter que falar com Apolo dizendo que tinha que resolver uns assuntos com o Janos, o segundo diretor do Ômega. Apolo insistiu um pouco mais, mas eu fui mais firme.

No recreio, porém, não pude escapar. Ele ficou de tocaia no corredor dos terceiros anos. Quando saí para o recreio, ele veio para o meu lado.

_Agora você pode conversar. - era uma afirmação.

_Na verdade, eu tenho que...

_PARA COM ISSO, KEVIN! - ele praticamente gritou.

Os alunos dos terceiros olharam para nós dois. Apolo parecia furioso, os vasos sanguíneos de seu braço saltados, seu rosto com uma feição ao mesmo tempo ferida, ao mesmo tempo furiosa.

_Me diz o que foi que eu fiz para você ficar me ignorando! - ele disse agora mais suplicante do que bravo.

_Não fez nada, Apolo. Só ando ocupado ultimamente. - disse eu mantendo o tom calmo.

_E isso é justificativa para aquela cena na quarta? Alguma coisa aconteceu e você vai me contar!

Por mais que me ferisse fazer aquilo, eu deveria ser duro com Apolo, parecer indiferente, frio.

_Eu vou? Aquilo é problema pessoal meu, não seu, Apolo. - eu disse.

Ele fez cara de alguém que acaba de levar um tapa na cara. Eu odiava ver aquilo. Odiava ser eu o agente do processo que faria um dos homens mais interessantes que eu já conhecera me odiar. Mas eu não tinha escolha.

_Certo... desculpe por incomodar você, Kevin. - ele disse baixo e passou por mim.

Eu sentia uma dor enorme no peito, queria bater minha cabeça na parede. Como eu podia ser tão idiota. Tão estúpido.

Apesar daquilo, não voltaria atrás. Continuaria minha trajetória, como o insignificante elétron que eu era.

***

Depois de relembrar essa terrível cena, continuei elaborando a prova dos terceiros anos, colocando questões de calorimetria relativamente difíceis, mas eu preparara meus alunos.

Eram cinco e quarenta. Logo eu teria que tomar um banho e escolher uma roupa aceitável.

Sete e cinquenta e três eu estava na sala de estar jogando Angry Birds para ver se conseguia tirar o nervosismo. Minhas pernas se mexiam incessantemente, meus dedos tremiam levemente.

Meus pais não estavam em casa, o que era bom, já que dessa forma eu não precisava dar satisfações.

Eu estava vestido com uma camisa de manga longa branca e levemente justa, calças jeans azul claras e um All-Star convencional azul. Nada muito refinado, muito menos formal.

Ouvi um carro parando em frente à casa e uma buzina. Meu coração acelerou, minhas pernas tremeram mais, quase não consegui sair do jogo com meus dedos dançantes. "Anda logo, Kevin, pare de ser mole!" pensei.

Levantei e saí de casa, trancando-a. Quando saía pelo portão, Thiago desceu de seu Corolla preto e eu vi que tudo seria bem interessante. Eu já sabia que Thiago era lindo, mas isso quando eu o vira em um hospital, com seu uniforme e provavelmente depois de horas de trabalho. Ali ele vestia uma camiseta polo rosa claro, calças jeans azuis e um sapatênis, tudo se adequando perfeitamente ao seu corpo definido não exagerado. Seus cabelos loiro-escuros estavam naquele estado "penteado bagunçado" que deixa qualquer cara sexy.

Desconfiei que eu poderia estar babando naquele momento, então me recompus. Thiago veio até mim e cumprimentou-me com um leve aperto de mão, a qual ele segurou por um breve momento enquanto dizia com um sorriso matador:

_Você está muito bonito.

Eu? Ele não tinha espelho? Talvez ele fosse o cara mais bonito na noite de Goiânia. Eu era nada perto de tudo aquilo.

_Ahn... obrigado. Você também está. - eu disse sem saber como dizer.

Ele levou-me até seu carro e abriu a porta para mim. O que era aquele cavalheirismo? Mais parecia que eu era uma dama, e eu achava aquilo estranhamente desconfortável. Entrei no carro, ele deu a volta e também entrou. Era um carro relativamente caro. Pensei se foi ele mesmo quem comprou ou seus pais. Lá dentro eu podia sentir seu perfume amadeirado sobrepondo o meu cítrico.

_E então, como vai? - ele disse enquanto acelerava.

Coloquei o cinto. Ele não.

_Bem. Meio nervoso, na verdade.

"O-que-foi-que-eu-disse?" quase apertei um botão de auto-destruição no meu cérebro. Porque diabos eu havia dito que estava nervoso? Thiago desviou seu olhar para mim com um sorriso. Eu, obviamente, deveria estar vermelho.

_Então... hã... eu... por que você não põe o cinto de segurança? - tentei desviar a atenção para outra coisa.

Ele riu, tirou as mãos do volante e pôs o cinto sem parar de acelerar. Estávamos em uma avenida movimentada e achei aquilo um absurdo. Mas foi rápido, e ele voltou as mãos ao volante.

_Então você nunca saiu com outro cara antes? - ele perguntou.

_Hum... já saí com amigos homens. - eu disse, pensando se aquilo se encaixava.

Ele riu novamente.

_Eu quis dizer num encontro a dois. Tipo o de agora. - ele corrigiu.

Claro... minha mente estava me sacaneando. Uma mente muito boa para física, mas horrível para qualquer outra coisa.

_Ah... nesse caso, não.

_Então me sinto lisonjeado por poder ser o primeiro.

Os pelos de meu braço arrepiaram. Ele era lindo, sabia lidar com as palavras e era, aparentemente, mais experiente. Não sabia qual era a idade dele, mas aparentava ter uns 23 anos.

_Você tem mesmo dezoito anos? - ele perguntou.

_Sim, por que eu mentiria? - perguntei.

_Sinceramente? Você parece ter uns quinze anos. - ele disse com um sorriso zombeteiro.

Claro que aquilo iria acontecer. Seria estranho se ele não duvidasse.

_Acho que é um problema hormonal. - eu disse tentando fazer graça.

_Bom... eu acho interessante. E muito atrativo, também.

Ok... então eu estava lidando com um pedófilo? A velocidade do carro era de 60 km/h, se eu pulasse dele eu acabaria bem ferrado, ainda mais com minha constituição frágil.

_Não me entenda mal. - ele disse rindo - Não sou pedófilo nem nada. Só achei você interessante.

_Ah... claro. Entendi. - não havia entendido de verdade, mas tudo bem.

Ele estacionou mais ou menos em frente ao restaurante oriental. Parecia caro, o que não era problema. Descemos do carro e nos dirigimos à entrada.

_Já vou avisando que eu vou pagar. - disse Thiago no caminho.

_Não me sinto bem com isso. - eu disse tentando fazê-lo mudar de ideia.

Ele lançou-me um sorriso caloroso.

_Problema seu. - ele disse e riu.

Olhei para ele com um olhar resignado.

_Tudo bem, então.

Havia uma pequena área de espera onde uma mulher vestida a caráter verificava as reservas.

Thiago foi até ela e disse:

_Meu nome é Thiago Alvacci.

A mulher verificou a lista.

_Sim, Sr. Alvacci. Mesa para dois, certo? É a número trinta e dois, no canto direito mais distante.

_Obrigado. Vamos? - ele disse para mim.

Acompanhei-o até a mesa. Fui mais rápido e sentei antes que ele pensasse em puxar a cadeira para mim. Ele deu um risinho e se sentou. O ambiente era todo temático, com uma luz agradável vinda de lâmpadas orientais (daquelas redondas). As pessoas que frequentavam o local pareciam ser de classe alta.

Peguei o cardápio. Temaki, sushi, hot, sashimi. Coisas cruas... virei a página e deparei-me com yakisobas. Sorri de satisfação. Então aquele lugar servia as duas culinárias.

_Quer dividir um combo comigo? - perguntou Thiago olhando-me por cima do cardápio.

_Eu acho que vou de yakisoba.

_Ué... achei que você tinha dito que gostava de comida japonesa. - ele disse confuso.

_Eu como comida japonesa. Mas adoro chinesa. - eu disse dando um sorriso constrangido.

_Então vou te levar a um lugar com um yakisoba melhor. - ele disse se levantando.

_Não! Eu... quero provar o daqui mesmo. - eu disse - Além disso, esse ligar parece ter uma comida ótima.

Thiago olhou para mim meio desconfiado, mas sentou-se.

_Você é complicado, baixinho. - ele disse sorrindo zombeteiro.

Olhei para ele com uma expressão que beirava o horror.

_Baixinho? - eu perguntei.

Ele riu.

_Espero que não se importe, baixinho. - e riu novamente.

Suspirei resignado. A garçonete nos atendeu, eu pedi um yakisoba especial (carne e frango) pequeno e Thiago pegou um combo com sushi, sashimi e outras coisas.

_Você vai conseguir comer tudo aquilo? - perguntei após a saída da garçonete.

_Eu como muito. E você vai ficar satisfeito com um yakisoba pequeno?

_Eu como pouco. - respondi.

_Eu imaginei. - ele disse com outro sorriso insinuante - Então você é professor de física?

_Sim, trabalho no colégio Ômega. Conhece?

Thiago ficou surpreso.

_Se conheço! É um dos melhores colégios. Eu achava que professores novatos não se davam tão bem assim tão rápido.

Era verdade. Eu era bastante sortudo por conseguir algo tão bom logo de começo.

_Recebi uma proposta do Colégio Núcleo essa semana, também. - eu disse.

_Sério!? Eu estudei no Núcleo! Caralho, não sabia que estava lidando com alguém tão incrível!

Corei com aquele elogio. Também estava curioso sobre a posição de Thiago.

_Meu pai disse que você é residente. Está se especializando em quê? - perguntei.

_Eu vou para a neurologia. - ele disse parecendo orgulhoso.

_Parece ser uma área complicada, minunciosa... - eu disse pensativo.

_E é, mas também é a mais interessante.

Ele tinha razão. Nossos cérebros (e eu gostava muito do meu) são o que há de mais importante. Sem ele, nada funciona, não há inteligência, não há criações e descobertas.

A noite foi interessante. Thiago contou sobre sua trajetória, desde quando entrou em medicina na UFG aos 17 anos após terminar o terceiro ano, até seu ingresso na residência. Contei sobre minha trajetória também, na USP, como foi viver fora sendo tão novo, como as pessoas me tratavam. Fomos conhecendo um ao outro, como se fornecêssemos nossos números quânticos (através dos quais se conhece, na teoria, o movimento de um elétron em um átomo) um para o outro, caracterizando-nos. Thiago gostava de esportes (o que era visível), filmes de ação e suspense, lia livros mas não tinha um gosto definido, gostava de rock clássico, seus pais tinham uma fazenda, sabia tocar guitarra e violão. Aos poucos, a incerteza foi passando e tudo parecia mais definido. Eu não me sentia mais como um elétron perdido.

Terminamos de comer e conversamos mais um pouco. Eu bebia um suco de abacaxi com hortelã e ele bebia coca-cola. Decidimos sair do restaurante quando eram nove horas. Ele pagou a conta e fomos para seu carro.

_Ficou bem caro... - eu disse quando entramos.

_Mas valeu a pena para poder passar um tempo com você. - ele disse lançando-me um belo sorriso.

Perdi um pouco o equilíbrio ao ouvir aquelas palavras. O que é que eu deveria dizer?

_Eu também gostei dessa noite. - eu devolvi.

Thiago olhou para frente pensativo e deu a partida.

_Gosta de sorvete? - ele perguntou.

Sorri e disse:

_Quem é que não gosta?

E assim, fomos para um McDonalds ali perto. Eu disse que pagaria dessa vez, e ele concordou. Quando chegou nossa vez na fila, pedi um McFlurry com mini bis e ele um Top Sundae de caramelo. Tirei minha carteira do bolso, mas Thiago foi rápido e a tirou de minha mão. Pegou uma nota de vinte reais de sua própria carteira e deu à atendente. Fiquei meio revoltado com aquilo enquanto ele ria.

_Quem convida paga, baixinho.

Ele disse isso e passou o braço em volta de meus ombros. Ele era uns quinze centímetros mais alto que eu. Senti o calor subir pelo meu rosto enquanto ele sorria. Havia pessoas em volta que olharam achando meio estranho. Eu mesmo estava meio envergonhado. Nunca havia demonstrado minha sexualidade em público antes, e lá estava eu, com um cara super lindo com os braços definidos em volta de meus ombros em uma fila de espera no McDonalds. Era assustador e aconchegante.

_Você está se sentindo incomodado com isso? - ele perguntou olhando-me com um sorriso que me fazia querer derreter.

Seus olhos castanho-claros brilhantes como mel, sua leve barba que envolvia o maxilar e sua boca, seu cheiro maravilhoso. Tudo aquilo me fazia querer ficar mais próximo dele. E agora não era mais apenas o físico. Depois de conhecê-lo, percebi o quanto ele era interessante, inteligente e gentil.

_Não. Não estou. - eu respondi passando meu braço em volta de sua cintura.

O sorriso dele ficou mais alegre. Nosso pedido chegou e fomos até uma mesa. Algumas pessoas continuavam olhando. Algumas adolescentes cochichavam uma para outra, provavelmente dizendo o quanto o meu acompanhante era gato e parecido com o Kléber Toledo. Alguns caras tinham feito cara feia. Nada importava. Conversamos mais e depois saímos. Dessa vez ele me levou para casa.

Fiquei perdido quando o carro parou. O que aconteceria em seguida? Em filmes, essa é a parte em que a garota e o garoto se beijam, mas seria o caso aplicável ali? Talvez eu devesse apenas sair do carro. Meus pensamentos foram interrompidos quando Thiago pôs sua mão sobre a minha.

_Kevin, eu gostei muito de você. - ele disse afagando as costas da minha mão com seu dedo polegar - E queria poder sair mais vezes com você. O que acha?

Meus medos e incertezas estavam distantes. Thiago com seu jeito de cavalheiro brincalhão havia conseguido me conquistar. Não que eu estivesse caindo de amores por ele, mas, de alguma forma, eu gostava de estar próximo daquele doutor loiro e gato, e não só pela beleza.

_Só se você deixar eu pagar alguma vez.

Ele riu e disse:

_Vou pensar no seu caso.

Olhamos um para os olhos do outro. Era ali que aconteceria? O primeiro beijo, o primeiro contato labial com outro cara... eu estava nervoso e...

Não tive tempo para pensar demais, Thiago chegou mais perto, sua mão foi para minha nuca e seus lábios tocaram os meus. Senti o gosto quente e desconhecido, a textura macia de seus lábios enquanto o beijo ocorria lentamente. Sua língua invadiu minha boca, e eu não sabia como agir com aquilo. Apesar disso, logo eu fazia o mesmo que ele. Senti sua barba encostar em minha pele, espetando levemente enquanto o beijo se tornava mais e mais quente e...

Acabou. Nossos lábios se separaram e fiquei um pouco aturdido por um instante. Foi uma experiência incrível, e eu quase não queria que terminasse. Thiago mordeu o lábio inferior e tinha uma expressão maliciosa.

_Você beija bem. - ele disse.

_Não precisa mentir. Ninguém beija bem na primeira vez. - eu disse envergonhado.

Thiago chegou perto novamente e deu mais um beijo, sem língua dessa vez. Outro leve beijo, apenas nossos lábios. Ele disse entre um beijo e outro, bem próximo de mim e baixinho:

_Não estou mentindo.

Sorri e o beijei mais uma vez, sentindo que agora estava no lugart certo.

Elétrons podem até parecer desorganizados se olharmos para o conjunto como um todo. Mas se olharmos para um isoladamente, veremos que ele sempre segue a sua trajetória designada. Talvez nós, humanos, sejamos mais ou menos da mesma forma: seguimos as trajetórias certas, seguindo alguma lei desconhecida. Seria destino? Seria algo divino? Não me atrevo a responder.

Mas ali naquele carro, com Thiago, nossos lábios se tocando e sentindo o seu calor irradiante, percebi que o princípio da incerteza para humanos é algo secundário. Não importa a trajetória que vou seguir, onde vou estar ou mesmo se vou existir lá na frente.

Porque no fim das contas, a única certeza que vale é a de que estamos vivendo o momento.

-Continua-

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Comentários

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adorei gosto muito de ler contos! estou louca p/realizar algumas fantasias fora do meu casamento, meu marido esta viajando, meu e-mail para contatos é: casadasapeca@r7.com

contate só quem tiver real interesse, um macho que me satisfaça de verdade e me de carinho! bjs

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Ei cara, o que houve? Hahaha estamos ansiosos esperando pelo próximo! :)

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Não maltrata o apolo naum e naum me maltrata também eh muito chato esperar tanto tempo, vc arrebatou meus sentimentos cara, escrita perfeita e rica em detalhes...

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Cara vc é perfeito... estou amando seu conto, continua logo por favor...

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Amando seu conto,vc é um excelente Escritor....e o Thiago é um fofo mas eu prefiro o Apolo! Nota 1000

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Cara acho tua escrita super, mto bom mesmo, e essa historia que que e fica na mesmisse e nem obvia demais. Nao entendo bulhufas de fisica, na vdd odeio hehehe mas continua ae :))))

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Estou apaixonado pelo desenrolar da estória até agora e ansioso pela continuação!

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