Cheguei à faculdade de design gráfico. O local era um prédio de três andares, a fachada lembra as casas coloniais do século XX, com telhas de barro vermelhas, dois janelões, um em cada lado da entrada. E uma porta de madeira maciça. Mas isso por fora, mas por dentro via-se as características de uma faculdade.
Apesar de parecer pequeno, o prédio tinha muitas portas, cada uma delas identificada com uma letra e dois número, nessa ordem. Como não sabia por onde começar, eu perguntei ao porteiro.
Eu: Bom dia. - ele respondeu da mesma forma.
Eu: Estou procurando a sala C03.
Porteiro: bem... Você pega o elevador e vai para o terceiro piso, e entra na terceira porta à direita.
Eu: Obrigado.
Eu segui as orientações dele e entrei na sala C03. Era uma sala branca com computadores alinhados em três grandes fileiras. Tinham pessoas sentadas em frente a alguns deles. Eu cheguei e uma ruiva, olhos negros, branca com os dentes mais brancos que o leite; em resumo, uma gostosa veio falar comigo:
Ruiva: Oi, meu nome é Hellen, com dois eles.
Eu: Oi Hellen, meu nome é Paulo, com um ele só mesmo. - rimos
Hellen: Já vi que teremos um humorista na sala de aula. Muito prazer, Paulo.
Eu: Por nada! Vou me sentar.
E sentei. Até que o professor chega e faz as apresentações e explica a ementa da disciplina dele. Até que a porta abre e um rapaz entra. O cara é lindo. Olhos negros (já viram que a primeira coisa que olho nos caras é a cor dos olhos), corpo todo definido, bombado, cabelo liso e com corte que deixava as pontas espetadas. Estava usando uma camisa de manga curta branca por fora da calça jeans azul clara. Um gato que me deixou paralisado, babando. Aliás, todas as meninas da sala me imitavam na babação pelo cara.
Despertei do transe e perguntei a Hellen, que estava sentada do meu lado esquerdo.
Hellen: Ele é o Juan Maciel. Um tesão de homem! Ele é da nossa turma. Ele é a cobiça das mulheres: rico, sociável, gostoso... Um tudo.
Eu: Hum... Entendo.
Fiquei quieto, olhando para ele, que procurava um lugar pra sentar. Até que ele se senta na cadeira que está justamente do meu lado direito. Parei de babar por ele e prestei atenção na aula. Eu raciocinei comigo mesmo que eu era um tolo, porque desejava um homem que provavelmente nem me notaria e também me interessei pelo motorista do ônibus... Pare com isso, Paulo!
As aulas foram ótimas, já que a primeira semana foi a semana das apresentações dos professores e das disciplinas para nós, os novatos - apesar que tinham alunos, como Hellen e Juan Maciel, que estavam repetindo algumas disciplinas que eu estava fazendo.
As aulas daquele dia acabaram e eu voltei pra casa, feliz por ter tido as experiências que, sem perceber, me marcarão pelo resto da minha vida. Fui pro ponto de ônibus, esperando a linha que me levaria pra casa. Claro que esse ônibus era o do motorista gato!
Meia hora depois, o ônibus chegou e eu entrei. Passei pela catraca. Ao olhar para a direção, eu vi uma cena que perfurou meu coração: o meu motorista gato beijando uma garota!
Olá meus estimados leitores. Estou feliz com a opinião e os votos dados a este conto. Queria compartilhar uma ideia que tive: Fazer que esse conto tenha o destino em que vocês sugerirem nos comentários (tipo aquele programa antigo da TV Globo, o Você Decide). A intenção é que esse conto seja um produto de todos que o leem. Isso vai acontecer a partir do sexto capítulo, pois os cinco primeiros já estão prontos.
Agradeço a colaboração, e boa leitura!