Espaço do feedback:
Samuka's - Obrigado! Você também é!
HPD - Devemos vencer os nossos preconceitos para poder vencer o dos outros
Oliveira Dan - Eu esqueçi de avisar sobre a ficção do conto. Pardone moi! Parece uma boa ideia, não tinha pensado em tornar Michal e Paulo como amigos. Pensarei a respeito. Eu também espero que os dois se deem bem.
Edu19>Edu15, pri'h*-* e Ru/Ruanito - Obrigado por gostarem do conto. E Ru/Ruanito, ainda estou pensando em um perfil para o "cara de preto". Aceito sugestões.
Fim do feedback
Segue mais um capítulo do conto:
Ao chegar em casa, eu vi a minha vó dormindo. Ela parecia muito cansada. Claro, né, com 68 anos, todos os afazeres domésticos se tornam cada vez mais difícieis. Minha vó cuida tão bem de mim e se preocupa tanto comigo que a considero como a minha mãe, apesar de chamá-la de vó.
Então fui para a cozinha e comecei a lavar os pratos (quantos pratos sujos para duas pessoas apenas), varri a casa e passei pano no chão enquanto o meu tesouro em pessoa dormia profundamente no sofá.
Enquanto fazia os afazeres, comecei a pensar em tudo o que aconteceu nesses três primeiros dias de vida acadêmica. O cara que me mexeu por dentro nem sabia que eu existia e ainda tava ficando com uma mina (tá mais para ninfete); eu tinha que desfazer desse desejo. Conheci a minha faculdade e apesar de ser ainda cedo para afirmar alguma coisa, eu sei que escolhi um curso certo!
Dentro desses conjunto de dias, ainda conheci duas figuras legais, o Juan e a Hellen. O namoro deles me alegrou. Meu preconceito foi testado ao conhecer o Michal. Ele tem uma aparência assustadora mas tem um bom coração, falta somente passar por uma operação de mudança de guarda-roupa, sendo eu o encarregado disso.
Falando em ajudar, eu prometi ajudar o Bira a passar no Enem e poder fazer uma faculdade. Até agora eu não sei o porquê de ajudá-lo, mas algo dentro do meu coração me moveu a fazer isso.
Ainda tenho que apresentar o trabalho sobre surrealismo com Juan e Hellen. Tenho que começar a pesquisar logo e me reunir com a equipe para debater o tema.
Estava de cócoras (ou agachado no chão) passando o pano na sala/cozinha quando eu vejo um copo com suco de laranja "flutuando" na minha frente. Pera, tem uma mão o segurando. Quando olho para a direção da mão, vejo minha vó, com o seu doce sorriso.
Vó: Tome, meu filho! Um suquinho de laranja para recarregar as energias!
Eu: Obrigado vó! - disse com um sorriso no rosto, contornado pelas gotas de suor que transpirava.
Vó: Obrigado você por ter estar ajudando a uma pobre viúva velha a cuidar da casa.
Eu: Por nada, vó!
Terminei os afazeres domésticos e fiquei duplamente satisfeito pelo resultado da faxina: a casa estava um brinco, depois de tanto esforço a tarde inteira, e vi minha vó feliz pela minha iniciativa. Me sentia feliz quando vejo que consegui fazer a vó mostrar o sorriso mais lindo que eu já vi.
A seguir fui pro meu quarto,deitei na cama e fiquei criando história na minha mente para conseguir dormir (sou um bobo louco, né?!). Eu sonhava com um homem que me amava, me desejava e principalmente me respeitava. Mas acho difícil encontrar um homem que consiga ser respeitador. Vejo na net e nos relatos das meninas que os homens só pensam em sexo, sexo, sexo e sexo. São raros os homens solteiros que pensem no amor antes do sexo. Mas eu sei que tipo de cara existe, sei que não estou sozinho nessa.
Estava nesse devaneio quando o meu celular toca. Olho no visor que era a Hellen.
Eu: Alô.
Hellen: Oi Paulo! Tá fazendo algo agora?
O que eu poderia estar fazendo de importante às oito da noite? "Tentar conquistar o mundo"! #SQN.
Eu: Nada.
Hellen: Bora pro Pheros!
Eu: Pheros?
Hellen: Aff, Paulo! Qual é?! Pheros é a boate mais badalada da capital. Fica no Rio Vermelho. Bora?
Eu nem sabia que existia essa boate, mas o bairro é onde vão os filhinhos de papai que curtem a noite soteropolitana. Eu nunca fui para uma boate antes; aliás, nunca fui a nenhum lugar badalado antes. Talvez seja hora de conhecer essa sensação...
Eu: Olha Hellen, eu ligo daqui a pouco e te dou a resposta.
Hellen: Estarei esperando. Não demore em ligar!
Desliguei a chamada e fui conversar com a minha vó. Pode parecer estranho, mas eu sinto o dever de pedir permissão pra minha vó para sair à noite. Ela cuida de mim e tenho certeza que ela saberá me preparar para sair pelo mundo afora.
Eu: Vó!
Vó: O que foi meu querido.
Eu: Minha amiga me chamou para ir para uma boate no Rio Vermelho. Posso ir?
Ela respirou fundo e disse: Acho que deve ir sim. Você já é grandinho o suficiente para ir a uma boate. Mas tome cuidado! Você sabe que pode sofrer preconceito ou ser cantado, né?! (eu ri um pouco. Ela sabe que sou gay.) Você precisa se impor e impor limites, para não se dar mal.
Eu: Tá certo vó. Saberei me impor.
Vó: Cuidado se algum cara te oferecer alguma bebida. Se você não ver o barman colocar a bebida para você, não aceite! Pode estar batizado. Você sabe o efeito do Boa Noite Cinderela. (eu assenti, apesar que ela afirmou, não perguntou) Não confie em ninguém, me ouviu bem?! NIN-GUÉM!
Eu: Ok, vó. Prometo que irei me cuidar.
Minha vó me deu um dinheiro, já que eu ainda não trabalho. E retornei a ligação para Hellen para confirmar que ia e obter o endereço da Pheros.
Eu peguei o ônibus e soltei num ponto que fica do outro lado da rua da boate. Eu atravessei a rua e me dirigi a entrada da boate. Eu entrei, pois pareço ter 18 anos e não me pediram a identidade.
O lugar é dominado pelas luzes dançantes que iluminava toda a boate. O som era quase ensurdeçedor! Muita gente jovem e bonita estava lá. Modelo de jovem de classe média-alta daqui: branquinhos, cabelos lisos, roupas de marca (geralmente camisa gola V e bermuda, com sapatênis) sempre com alguma bebida na mão.
Eu cheguei até o bar, para encontrar Hellen. O bar tinha uma bancada de mármore em formato de "U", delimitadas por cadeiras com pernas compridas. Eu me sentei e comecei a escrever um torpedo para ela: "Hellen, kd vc? Tô esperando no bar. Vem logo". E enviei o SMS.
Ao olhar para a minha direita, a procura dela, eu não acreditei em quem eu vejo sentado à duas cadeiras de distância da onde eu estou...