Principes e Brutamontes! CAP. 5

Um conto erótico de UniversitárioGoiano
Categoria: Homossexual
Contém 1814 palavras
Data: 29/08/2013 00:57:52

CAP 5

Acordei no dia seguinte e continuei de olhos fechados. Eu não era bobo, sabia que não tinha sido um sonho, e que, de longe, a noite anterior havia sido a pior da minha vida. E, para o meu azar, eu me lembrava de cada detalhe do que havia acontecido. Ainda estava frio, apertei o coberto contra o meu corpo e abracei o travesseiro mais forte. Havia alguém sentando ao meu lado na cama, eu podia ouvir o barulho da TV ligada dentro do quarto. Abri os olhos e vi Caio, que estava esperando eu acordar. Ele vestia uma camiseta branca colada e uma calça de moletom cinza, seu cabelo já estava penteado e ele estava de óculos. Quando percebeu que eu havia acordado ele olhou pra mim, deu um sorriso e disse:

- Bom dia Lipe.

- Bom dia – falei baixinho, eu ainda estava sonolento. Esfreguei o olho com a mão e dei um sorriso fraco.

- Quer tomar café? Eu fui na padaria, daí também aproveitei pra passar no seu prédio e peguei roupa pra você trocar.

- Nossa Caio, você é meu anjo da guarda. – Levantei um pouco do meu corpo e cheguei mais perto dele. Abracei-o na altura da cintura e encostei a lateral do rosto no seu abdômen. – Obrigado mesmo.

- Que isso ferinha, sou seu amigo. – disse ele com a voz fraca. E passou a mão no meu cabelo.

Eu tinha plena consciência de que Caio era o melhor amigo do mundo. Ele se comportava como seu eu fosse seu irmãozinho a todo o momento. E, na verdade, se eu escutasse a metade dos seus conselhos, teria me livrado de muitas frias que me meti, inclusive na da noite passada. Eu o amava muito, e não me via mais longe dele, sem ele. Quando você mora sozinho, sofre muito com a solidão, saudade da família, carência e com a simples falta de alguém que segure sua mão em um momento difícil como só seus pais ou um irmão podem fazer. E Caio supria 80% em minha vida.

- Você não pode ficar a mais de 10 km longe de mim. Promete? – Falei rindo. Apesar de ainda estar triste com o acontecido, eu estava feliz por estar ali com ele. Ele sorriu também. Caio me passava uma sensação de segurança inexplicável.

- Nossa, arrumei uma mala pra carregar a vida toda então. – Falou ele com um sorriso no rosto. Soltei-o do abraço sentei na cama. Por um momento eu havia esquecido o que havia acontecido.

- Me adotou, agora e pra vida toda. Agora vem que eu to com fome. – disse me levantando da cama e seguindo para fora do quarto. Ele me seguiu. A mesa já estava posta, me sentei e me servi. Depois que comemos ele ficou serio, e antes de sairmos da mesa ele perguntou:

- Vamos dar parte na polícia?

- Não sei Caio...

- Você não tá com MEDO dele né? Porquê pelo amor de deus Lipe, esse moleque tem que pagar por isso. Ele tem que ter uma punição. Tá maluco?! Fazer uma coisa dessas e sair impune?

- Caio você já parou pra pensar na repercussão que isso pode dar se eu der parte? Eu não vou entrar com um processo contra ele. Meu pais não podem saber disso. Eu tava num quarto com outro cara. E sim, tenho medo dele. Ele é doido.

- Mas Felipe... – Ele começou a falar e parou, por um momento, parecia pensar no que eu havia dito. Depois voltou a falar. – Olha pensando por esse lado dos seus pais e tal você pode estar com razão. Mas não tenha medo dele não Lipe, eu não vou deixar ele se meter contigo nunca mais. Ele devia ter vindo pra cima de mim, nossa. Meu sangue ferve quando eu penso no Leonardo, Lipe.

- Calma caio. Ele não vai mais mexer comigo. Se ele tentar algo novamente te prometo que denuncio. Vamos esquecer ele.

- Espero que você esqueça ele mesmo... – disse Caio em um tom baixo, quase inaudível. Eu ignorei.

Faltei aula o restante da semana, pegava as matérias do caderno de Caio, que era impecável. Continuei com meu estudos diários em casa. Meu pescoço tinha machas rochas, e os arranhões no meu braço ainda não haviam saído e meu rosto desinchara logo no outro dia. Mas haviam marcas em mim que nunca mais sairiam. Uma agressão como aquela você nunca esquece, e eu achava que sempre me lembraria daquela noite quando um cara encostasse-se a mão em mim.

A semana seguinte seguiu normalmente. Voltei a minha rotina de faculdade-biblioteca durante o dia e a noite passava com Caio. As vezes íamos ao shopping comer, cinema, ao boliche, ou a algum outro lugar pra tomar algo, mas sempre programas leves. Eu não estava totalmente com a mente em paz ainda, mas me esforçava pra deixar o que havia acontecido pra trás, mas não era fácil. Sempre que eu via Leonardo pelos corredores minha batia um frio na espinha, uma sensação terrível de medo.

As vezes quando estávamos só eu e Caio, conversando, eu sentia que ele queria me falar alguma coisa, mas eu não perguntava, sentia medo de inibi-lo, eu sabia que o quer que fosse, não era fácil pra ele falar. Eu o conhecia. E iria esperar a sua hora, a hora em que estivesse disposto a abrir comigo aquilo que parecia lhe afligir, agoniar.

Ao longo dos dias eu passei a observar mais Caio, e me lembrar da sua reação no dia em que fui quase estuprado e cheguei em sua casa daquele jeito. A forma que aquele garoto gostava de mim me encantava. E seu rostinho, eu ria só de lembrar, era lindo quando ele ficava tímido, envergonhado. Parecia uma criança, que tinha um olhar tão sereno que chegava a me passar calma, paz. Era isso que existia dentro de mim quando eu estava com ele, paz.

Pelos corredores da PUC eu também sempre encontrava Bruno. Ele continuava a frequentar a biblioteca a tarde, e chegava a ser cômico o fato de ele sempre entrar na mesma sala de estudos que eu. Cheguei até a mudar todo os dias, mas ele sempre me achava. Eu tinha certeza de que ele me procurava. Depois de alguns dias ele passou a sempre sentar-se comigo na mesa da praça de alimentação depois de sairmos da sala de estudos, enquanto eu esperava Caio ir me buscar. Ele sempre flertava, chamava pra fazer algo, pegava na minha mão. E ele realmente era bonito, tinha uma carinha de conquistador enquanto estava conversando. Mas, sinceramente minha cabeça não estava boa ainda pra me envolver ninguém.

- Como chama esse cara que sempre sai da faculdade junto com você quando eu vou te buscar? - perguntou Caio com a voz parecendo cansada, certo dia depois que eu me despedi de Bruno com um abraço.

- É Bruno. E o seu? Papai? – Falei rindo.

- Nossa,você é um grosso mesmo Lipe. Pelo amor de deus. Desculpa. Nossa. – Falou ele franzindo a testa e olhando pra rua. Sua pele estava rubra. Eu comecei a rir mais ainda. Afastei pro lado e dei um beijo no ombro.

- To brincando seu bobalhão! Ei, eu to com fome sabe? Agente podia passar em algum lugar pra comer. Cozinhar eu não vou. – Caio olhou pra mim e riu da minha cara.

- Graças a deus né? E se cozinha-se eu não ia nem me arriscar a comer. Vamos comer uma pizza então. Sexta um galerão vai pra boate, podíamos ir né? O Fê é amigo de um promoter e disse que vai passar nós dois.

- Uai, pode ser. Vamos sim. To precisando me distrair mesmo. To com ciúmes de você e do Fê, agora vocês combinam tudo só os dois, sempre sou chamado por ultimo. – Falei brincando. Ele olhou pra mim, depois balançou a cabeça negativamente como sempre fazia e voltou a dirigir.

- É porquê agora você só vive de papinho com o Bruninho e não tem mais tempo pra gente. Com o Bruninho e com seus outros mil gatinhos. – Ele dizia brincando, mas no seu tom de voz, era possível perceber que ele estava brincando com algo que parecia ser sério pra ele.

Fomos a uma pizzaria no Setor Oeste, jantamos e voltamos pra casa. E enfim chegou sexta. Aula, almoçar, biblioteca. Quando entrei na sala de estudos do segundo andar, um pouco do depois do horário que eu sempre costumava chegar, vi Bruno sentando em umas das mesas reservadas que possibilitavam enxergar quem estava andando lá fora. Cumprimentamos-nos apenas com um aceno de cabeça e sentei-me para estudar.

No final da tarde, recolhi meus materiais e saí da sala. Sentei-me em uma mesa no saguão para esperar Caio, que naquele horário devia estar saindo da academia, e como de costume Bruno veio até mim e sentou-se também.

- Oioi felipinho, e aí como é que você está? – olhava no meu olho enquanto falava.

- To bem, e você Bruno? – respondi com simpatia.

- Também. Mas e ai, não vai sair hoje? Podíamos combinar algo, sei lá, sair, ver um filme.

- Ah, eu vou sair com um amigo meu hoje Bruno, não posso furar, faz dias que combinamos.

- Pena né ... Mas fazer o quê, quem sabe amanhã... É aquele seu amigo que sempre vem te buscar? – perguntou ele com o semblante baixo.

Enquanto ele falava eu pensava. Porquê repelir Bruno daquele jeito? Eu não estava me entendendo, ele era um gatinho, visivelmente estava interessado em mim, e parecia valer alguma coisa. Tive uma ideia ...

- Peraí! Você gosta de balada né? Perfeito, ce vem com a gente e eu te apresento pra todo mundo. Se você quiser também pode chamar os seus amigos.

- Claro, quer dizer, pode ser. Mas e seu amigo... Ele não vai, meio que, ficar grilado?

- Não, ele é só meu amigo mesmo Bruno. De boa. – Falei rindo.

- Bom então ótimo. Que horas?

- As 22:00 na fila da Fiction. Vamos chegar cedo, porquê odeio pegar filão. – falei rindo. Meu celular vibrou, olhei e vi a mensagem de Caio que dizia “Lipe, já to aqui na porta”. Bruno me acompanhou até lá fora e nos despedimos, como sempre. Quando estava entrando no carro , Bruno falou:

- Nos vemos na Fiction, então! – Entrei no carro e fechei a porta.

- Chamou ele? – Bruno perguntou.

- Sim, chamei. Faz dias que ele me chama pra fazer algo e sempre dou bolo, ai resolvi chamar ele dessa vez . Não tem problema né?

- Uai Lipe, tem não. Sei lá, por mim não tem nem um problema não.

CONTINUA!

Bom galerinha, desculpa ter ficado sumido por alguns dias. Mas é que o trabalho apertou nessas ultimas duas semanas daí não tive como terminar de escrever os próximos postes. Mas prometo que vou postar sempre novamente, como estava postando. E vou responder a cada comentário também. Beijão pra todos os leitores, que sempre comentam, eu sempre lembro de todos! Um beijão pra galera de Goiânia que frequenta a casa. Sinto muita falta dessa cidade maravilhosa ;)

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Comentários

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Cara, esse Felipe precisa de um 'ACORDA BRASIL' fala sério! Se conhece o Caio tão bem assim, sabe que esse cuidado dele excede amizade...

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Quando vais perceber que o Caio te ama. O conto está demais.

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um ano depois vc voltaaaa, té q enfim einh kkkk, ja tinha ate esquecido do conto.... e beel fernandes eu sou do centro-oeste, mas moro no sul hoje em dia, nao é o unico kkkk. teu conto ta 10 deixa uns cap escrito ja pra deixar de extra... abç mano

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Lindo eu comecei a acompanhar a historia e to amando ela dimais e simplesmente perfeita e caio fala logo de uma vez meu filho se abra.

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Puxa! É tão óbvio o que o Caio sente por vc e só vc não percebe.

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Meu caro, você nunca percebeu que o Caio gostava de você? E como assim?! Onde você esta morando agora? Pensei que você estava morando aqui em Goiânia! E como vão as coisas, você esta com o Caio ate hoje?

abraços.

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Nós Goianos temos o Poder kkkk'. Que bom que vc voltou, ta ótimo, e Caio tem que ser menos besta Uai haha

1000000000 e posta logo!! :D

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Ele voltou!!!! No lugar do Caio eu não iria mais pra boate

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O Caio tem que se declarar logo pro Lipe se ñ o Bruno pode pegar o que é dele.

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Que bom que voltou a postar. Espero que o Caio se declare logo.

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Caio tem que ter + atitude e se declarar logo, pois se não vai ficar sem o Lipe.

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Quando diz que não tem problema, ai é que tem tempestade

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Caio!! Please!! Conta logoooo.. Lipeê precisa ir num oftalmologista, parece que é cego.. Kkk

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