- Mas ele tem namorado sim. Não é Leonardo?
O Léo teve a cara de pau de olhar pra mim com cara de bravinho e falar, meio sem vontade.
- É, eu tenho.
Sou pirracento mesmo.
- Mas podem ficar conversando aí. Acho que ele esqueceu que namora. Bom papo pra vocês.
Fui andando em direção a porta da boate e deixei os dois lá. Voltei pro hotel que a gente tava com muita raiva. Ele tinha ido longe demais. Me deitei na cama do jeito que eu cheguei e fiquei esperando ele voltar rápido, mas ele não voltou. Confesso que chorava, mas decidi não correr atrás dele. Tomei um banho e me deitei na cama pra dormir. Habitualmente eu não dormiria por ficar esperando ele, mas eu estava cansado e o fato de ter chorado me deu sono. Cochilei e não sei quanto tempo depois senti ele deitando na cama, só de cueca. Fingi que continuava dormindo. Senti que ele passou a mão no meu rosto e disse algo tão baixo que não consegui entender. Dormi de novo.
Quando acordei pela manhã ele ainda dormia. Como não sabia a hora que ele havia chegado, entendi que ele pudesse ter chegado tarde e por isso estava cansado. Tomei banho e desci para tomar café sem acordá-lo.
Enquanto comia, ainda muito puto com ele e pensando no que ele fez enquanto eu estava dormindo e ele não havia chegado, fiquei pensando também se eu havia errado com ele de alguma forma. Terminei de comer e voltei pro quarto. Ele estava se arrumando pra descer. Eu olhei pra ele e ele me olhou. Dois bobões sem saber o que dizer. Ele que começou:
- Bom dia.
- Bom dia.
Eu não queria discutir, estava evitando porque eu estava magoado e poderia exagerar (as vezes é melhor evitar o conflito), mas ele puxou papo:
- Já tomou café?
- Já.
- Vou ir então.
- Tá.
Fui ao banheiro, mais pra fugir dele mesmo. Ouvi a porta bater e voltei pra área do quarto acreditando que ele havia descido pra comer.
- Sabia que você tava fugindo.
O espertinho tinha batido a porta de propósito, mas estava sentado na cama.
- Não preciso fugir, não fiz nada errado.
- Nem eu.
- Se você tá dizendo.
- Eu acho que você não confia em mim, Lucas.
- Talvez porque eu não esperava que você fosse ficar dando ideia pra estranho numa boate gay.
- Eu só tava conversando.
- Não importa.
- Você não tem motivos pra duvidar de mim.
- Eu sei que não, mas eu sinto ciúmes, me incomoda ver você tão perto de outro cara.
- Lucas, eu já provei tantas vezes que te amo. A gente tá praticamente casados e você ainda duvida do que eu sinto.
- Léo, eu só quero que você se dê ao respeito e pense em mim antes de fazer birra por causa do qualquer coisa.
- Eu não quero discutir.
- Tá bom. Vai tomar seu café da manhã. Temos uma semana aqui ainda.
Ele saiu do quarto e eu fiquei super triste. Nossa viagem tinha tudo pra dar certo e já tava começando na merda. Fiquei lá no quarto pensando em quem estava errado na história e cheguei à conclusão de que eu poderia ter exagerado. Ainda que ele não estivesse certo, alguém teria que abrir mão do orgulho e, por incrível que pareça, essa pessoa seria eu.
Planejei tudo!
Esperaria ele voltar e pediria desculpas pra encerrar esse assunto.
Seria tudo mais fácil se ele tivesse voltado rápido, mas não foi isso que aconteceu. Demorou mais de 40 minutos e eu fiquei lá, mais ansioso do que nunca.
Depois desse longo tempo, ele chegou com a cabeça baixa, provavelmente por também ter pensado sobre.
- Léo, podemos conversar?
- Eu não quero brigar, Lucas.
- Eu também não. Vem cá.
Ele se aproximou e eu o abracei.
- Léo, desculpa. Eu só fico puto ao ver você perto de alguém porque eu te amo muito, tenho medo de que você me troque ou que se canse de mim porque outra pessoa pode te oferecer mais do que eu posso oferecer.
- Você deveria entender que eu só quero você e pronto. Não há nada que eu preciso que você não faça. É só você que eu amo. Tá claro?
- Tá sim. Te amo.
- Também te amo.
Nos beijamos e ele chorou. Eu tava morrendo de saudade da boca dele e do sorriso. Ficamos nos beijando e eu tenho o hábito de enfiar a mão no bolso de trás da bermuda ou calça dele (pra pegar na bunda, claro). Estaria tudo ótimo se eu não encontrasse um papel dentro.
Parei de beijá-lo e retirei o papel do bolso pra ler, já imaginando o que era:
DANIEL: xxxx-xxxx (tim) Me Liga.
Olhei pra cara do Léo, depois de ter lido isso alto e tive que perguntar:
- Léo, eu quero que você seja sincero. O que rolou entre vocês ontem?
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Gente, fico muito feliz em saber que eu faço falta pra quem lê e comenta. Tá difícil ser assíduo, até nas leituras. Apesar de amar isso aqui, tenho algumas prioridades (marido, facul, trabalho...). Enfim, continuo por aqui. Espero que vocês tenham paciência e agradeço aos que leem e comentam. Faltam poucas partes pra acabar, porque estou chegando à fase atual e espero postar só quando houver novidades. Obrigado mesmo.
Beijão especial para klaus mikaelson (valeu por comentar, continue rsrs), ametista, Pyetro_Weyneth, Tack, Jully*--*, agatha1986, Ru\Ruanito (farei isso no próximo kk), wallace-rj, ITATY, C.T.Akino, Dalia_florzinha, Amigah18, rb_pr, beel Fernandes, HPD, Matheus92, Jhoen Jhol, stahn, menso, Augusto3. Brigadão!