Rosana estava completamente paralisada. Ela não sabia o que fazer, o que dizer e muito menos o que pensar. Sua vida e suas expectativas haviam sido congeladas pela aparição inesperada de Lutero, … ele estava determinado e com muita raiva. Tinha uma arma na mão e não hesitaria em usá-la caso ela não fizesse o que ele queria. Mas tudo aquilo era por demais sórdido para que ela pudesse acreditar que estava realmente acontecendo. Em princípio, pensou que tudo não passasse de um pesadelo, ou ainda de uma ilusão, … todavia, aquilo mais se assemelhava a uma ironia conjurada por um destino sarcástico e, naquele momento, inevitável. Ela estava nas mãos dele e não podia se recusar a fazer tudo o que ele quisesse. E não era apenas pela arma que Lutero tinha nas mãos, … não, ... era pelo segredo que ele guardava consigo. Rosana ponderou que, inevitavelmente, ela pertencia a Lutero e que tinha que ceder às suas exigências, pois, caso contrário, o reverso daquela medalha seria por demais desastroso (e doloroso)
Lutero caminhou até onde ela estava e depois de roçar seu ventre com o cano da pistola, sorriu com extrema ironia, ordenando-lhe que desse a partida no carro e rumasse para o endereço que ele escrevera em um pequeno pedaço de papel que, agora, jazia sobre o colo dela. Rosana, trêmula e insegura, girou a chave no contato dando partida no veículo e arrancando em direção ao local por ele indicado. Enquanto rodavam, Lutero aproveitou-se da situação para deliciar-se com aquele corpo escultural que ele sempre desejara às escondidas. Trocou a arma de mão para pousá-la sobre a coxa descoberta de Rosana sentindo a textura aveludada daquela pele alva como a neve que agora estava arrepiada não por tesão, mas sim por medo. O sujeito deliciava-se com aquela situação. Ele bem sabia que não era a arma que lhe dava poder, … não, … o que lhe dava poder era o que ele sabia sobre ela e que caso fosse revelado poderia destruir seu futuro e esmigalhar seu passado.
Não tardou para que o estranho casal chegasse ao seu destino. Um motel fuleiro de quinta categoria localizado na pior parte da periferia da cidade. Mas era o lugar perfeito, pensou Lutero, … primeiro porque era afastado da realidade em que ambos viviam atualmente, e em segundo, porque lembrava o lugar de onde ambos vieram. Nada podia ser mais perfeito. ”MOTEL DELÍCIAS PECAMINOSAS”, piscava a enorme placa de neon em cores brega e bastante fora de moda. Lutero ordenou que Rosana avançasse até a entrada deixando o carro próximo do guichê de atendimento, acionando o vidro elétrico de sua porta para que pudessem ser atendidos.
Assim que o carro aproximou-se do guichê, este acionou uma iluminação dirigida, enquanto que o vidro enegrecido que dava acesso entre atendente e clientes fosse aberto por algum dispositivo elétrico. Uma mulher cuja beleza era tão marcante sorriu para o casal que pareceu ficar por alguns minutos em completo transe ante a beleza daquela fêmea de olhos fulgurantes e rosto quase angelical. Ela sorriu para eles saudando-os pela chegada.
- “Sejam bem-vindos, Dona Rosana e Seu Lutero, … querem algo em especial?” —O casal, completamente atônito com o cumprimento, entreolhou-se imaginando como aquela mulher sabia os seus nomes. Todavia, Lutero não perdeu tempo com enigmas indiscretos, retomando seu autocontrole e pedindo uma suíte - “Ah! Claro! Como sou distraída, não é mesmo, … vejamos, … eis aqui chave da suíte treze, seu número da sorte, … espero que gostem …
Com essas palavras, a atendente enigmática deu por encerrado o seu serviço fechando imediatamente o vidro enegrecido e apagando a luz da acesso, enquanto que, ao mesmo tempo, o portão de entrada era aberto para que o casal pudesse dirigir-se até a suíte. Enquanto manobrava o carro para dentro da garagem da suíte, Rosana, que havia momentaneamente deixado de lado suas preocupações mais imediatas ante a surpresa do atendimento, voltou para a realidade presente, representada por Lutero e a arma que tinha nas mãos. No exato momento em que Rosana terminava a manobra de entrada a porta basculante da garagem era fechada por alguma espécie de comando eletrônico, o mesmo comando que fez acender uma pequena luminária fixada na parede lateral. Rosana fez menção de descer do carro, mas a mão forte de Lutero impediu-a de continuar.
—Que é isso, vagabunda! —com um sorriso sarcástico nos lábios, Lutero retirou a chave do contato – Fica aí mesmo, sua puta! —Ele desceu, dando a volta no veículo e parando ao lado da porta do condutor. Abriu-a e imediatamente arriou suas calças com uma agilidade inesperada, expondo seu cacete duro. Rosana olhou para aquele membro que ela conhecia muito bem, porém que ainda hoje a surpreendia. Era uma rola digna de ser exibida com seus quase vinte e cinco centímetros de comprimento e sua grossura quase ameaçadora, para não dizer excitante. Mesmo naquela situação vexatória, Rosana não podia negar que Lutero era um macho e tanto.
—Tá esperando o que para chupar essa delícia, … ou vai me convencer de que não está a fim! —Dizendo isso, o sujeito avançou para mais próximo de sua vítima, tomando-a pelos cabelos ruivos e obrigando-a a tomar na boca aquele mastro imponente. Rosana viu-se acuada e sem opção, rendendo-se às ordens do seu algoz e abocanhando o cacete em riste que pulsava quase com se tivesse vida própria. Ela tomou cuidado de início, colocando apenas a glande inchada entre os lábios e fazendo com que ela deslizasse para dentro, sentindo-lhe a textura macia e firme. Ela pensou que Lutero agiria com violência, enfiando aquele monstro de carne e músculos até a sua glote fazendo-a engasgar com o volume. Mas não foi o que aconteceu, já que o sujeito deixou-a continuar, semicerrando os olhos e aproveitando aquela situação deliciosamente obscena e viril
Quase que instintivamente, Rosana levou uma das mãos até as bolas de Lutero acariciando-as e apertando-as de modo provocativo, enquanto deixava que um pouco mais da extensão da pica de Lutero avançasse para dentro de sua boca. “Hum, que delícia!”, pensou ela evitando qualquer manifestação mais esfuziante que pudesse denunciar que estivesse gostando de tudo aquilo (se bem, que estava, de fato!). Em breve, as duas mãos de Rosana cuidavam daquele membro descomunal, acariciando-o e sentindo toda a sua extensão e grossura, enquanto, vez por outra, brincava com as bolas túrgidas pela excitação a que estavam sendo submetidas.
Todavia, quando tudo parecia caminhar para mais um encontro de tesão e desejo reprimido, Lutero pôs fim ao enlace, agarrando os cabelos de Rosana com mais força, tirando seu membro lambuzado de sua boca e fazendo com que ela cessasse aquela diversão que parecia ser apenas um aperitivo para ele. Lutero puxou-a para fora do carro e ficou olhando para aquela fêmea sob seu domínio ameaçador. Rosana era uma mulher e tanto; peitos grandes e ainda firmes, cintura bem delineada para uma mulher do tipo plus size, e uma bunda de deixar os homens sem fôlego. Pernas bem torneadas completavam aquela visão do Éden, sem esquecer-se do rosto redondo (quase uma carinha de anjo renascentista) com olhos negros profundos e instigantes, e uma boca de lábios finos, mas muito convidativos, tudo isso ornado por longos cabelos ruivos cacheados que realçavam ainda mais a sua beleza exótica. E agora, depois de tanto tempo, ela estava ali, à disposição dele para servi-lo de todas as forma possíveis e imagináveis. Isso era o que mais excitava aquele homem, que mesmo depois de um certo aprimoramento pessoal, jamais deixara de ser o homem bruto e dominador que sempre fora.
—Vamos, sua puta, tira a roupa! Quero ver você peladinha para mim, … - a frase soou mais como uma ameaça do que uma ordem. Rosana, vendo que a situação constrangedora ainda persistia, viu-se indignada, mas, ao mesmo tempo, humilhada por não ousar desobedecer aquele homem agressivo e mandão que a tinha sob seu domínio total. Mas, mesmo assim, decidiu que usaria de toda a sua feminilidade para provocá-lo ainda mais, … acontecesse o que viesse, ela não abriria mão de usar sua sensualidade como arma de defesa, … afinal, tudo tinha haver com medo, … e com tesão!
Lentamente, Rosana iniciou o pequeno espetáculo para Lutero. Um a um, Rosana soltou os botões da fina camisa de seda que estava vestindo, revelando um sutiã meia taça de cor vermelha e cujo desenho realçava seus seios grandes e com uma firmeza impressionante. Ela os apresentou para ele, altiva e confiante, sabedora de que seu corpo era sua moeda de troca naquele jogo sujo. Lutero tinha o olhar fixo naquelas delícias, mas manteve-se firme esperando pelo melhor da festa. Com outro movimento discreto e delicado, ela soltou a saia deixando-a escorrer de sua cintura até cair aos seus pés, exibindo uma deliciosa tanga da mesma cor do sutiã que escondia apenas o doce triângulo invertido que abrigava sua vagina, e que estava totalmente depilado, algo que causava ainda mais excitação no macho ali presente.
Trajando apenas suas roupas íntimas, sapatos de salto alto e uma atitude desafiadora, Rosana ficou encarando Lutero esperando que ele tomasse a dianteira na próxima atitude. Um tapa sonoro desferido em seu rosto pelo macho enfurecido, fez Rosana dar-se conta que mesmo excitado, Lutero ainda sabia muito bem como humilhá-la e submetê-la aos seus desatinos que, naquela noite, não seriam vitimados por uma postura soberba da fêmea. Ele aproximou-se dela e com um gesto brutal arrancou-lhe a calcinha deixando-a em pedaços e colocando a arma na cintura tomou o sutiã entre as mãos rompendo a costura central e deixando à mostra os peitos deliciosos de sua vítima. Lutero tomou aquelas delícias nas mãos, sentindo-lhes o volume e a firmeza e, em seguida, concentrou sua atenção nos mamilos eriçados e duros. Brincou com as aureolas até senti-las também entumescidas. O macho dominante olhava para a fêmea sentindo-se acima do bem e do mal.. ele a queria sim, mas queria daquele jeito, submissa, humilhada e completamente prostrada.
-Vai, putinha, sobe para o quarto e me espera lá... – Rosana não teve escolha e fez o que Lutero lhe ordenara. Subiu as escadas. A porta estava entreaberta e ela entrou dirigindo-se até a cama onde deitou-se languidamente percebendo que ainda calçava os seus saltos altíssimos. Ficou de lado, apoiando a cabeça em uma das mãos esperando seu carrasco que, em breve, estava a sua frente, despido e de pau duro. Tinha nas mãos um pequeno chicote e couro e antes que a vítima pudesse esboçar qualquer reação, ele estava desferindo golpes em seu corpo sem qualquer restrição ao local a ser atingido. Rosana tentou fugir, tentou esconder-se, mas a ira de Lutero era tanta que ele a perseguia desferindo golpes sucessivos, cada vez mais fortes e intensos.
Quando, finalmente, ele parou, Rosana estava encolhida num canto do quarto chorando copiosamente e protegendo seu corpo como podia. Lutero aproximou-se dela e tomou-a por um dos braços, fazendo com que ela ficasse de pé a força. Jogou-a sobre a cama e puxou seu quadril, obrigando-a a ficar em decúbito dorsal, exibindo suas nádegas roliças e completamente avermelhadas pelas lambadas que ele lhe aplicara. Mais uma vez, e de forma abrupta, Lutero segurou Rosana pelos quadris e sem qualquer sobreaviso, forçou seu pênis contra o ânus dela. A glande, inchada, entrou com um único golpe, fazendo a mulher urrar de dor, enquanto balbuciava, implorando clemência.
-Clemência! Que Clemência, que nada! Sua vagabunda! Você pensou nisso quando disse para aquele broxa do seu marido que o filho que você carregava era seu e não meu? E quando ele descobriu sua mentira e meteu uma bala na cabeça do nosso filho, você pensou em alguma coisa! Não! Você pensou apenas em você mesmo, no dinheiro e na possibilidade de enriquecer com a prisão por insanidade daquele corno que nasceu corno desde sempre! Você pensou em tudo isso! Sua puta, vagabunda! Agora você quer clemência... nem pensar sua vaca! Sinta a minha clemência no seu cu! – A voz de Lutero estava repleta de mágoa e de dor, uma dor que não tinha remédio ou cura, pois era a dor da perda. Sem pestanejar, o macho fora de si enfiou o resto de seu cacete respeitável em uma única estocada, provocando tal estágio de dor em sua vítima que Rosana gritou enlouquecida, suplicando uma ajuda que jamais viria.
Ele fodeu aquele cu até sentir que Rosana não tinha mais lágrimas e parou no exato momento em que ela demonstrou que a dor estava sendo substituída pelo prazer... e do mesmo modo brutal como ele começara aquela curra, ele parou, retirando seu mastro grosso que saiu do ânus de Rosana cheio de sangue. Ao mesmo tempo, ele tomou o chicote nas mãos e golpeou as nádegas de Rosana até que os vergões fossem substituídos por feridas que sangravam filetes copiosos que escorriam ao longo da pele branca de Rosana, transformando-a em uma figura açoitada e marcada. Lutero supliciou o corpo de sua vítima até o limite de suas forças. Cansado, esgotado, revoltado e triste, ele parou e caiu de joelhos urrando e chorando com o coração repleto de ódio.
Rosana, por sua vez, desabara sobre a cama, sentido dor, sentindo a humilhação e o remorso pelas duras lembranças que aquele homem trouxera para ela, … lembranças que ela desejava ardentemente esquecer... sepultá-las bem fundo no passado e em sua alma. Queri muito esquecer o que fizera apenas por dinheiro e apenas por ganância. Mas isso não era mais possível. Ela estava arrasada em todos os sentidos... Lutero havia liquidado com ela, e o que restava agora era apenas uma casca destituída de qualquer sentimento.
Sorrateiramente, a porta da suíte entreabriu-se, deixando revelar uma presença. Não era uma presença boa. Pelo contrário, era uma presença ameaçadoramente malévola e perigosa. O casal olhou na direção da porta enquanto o vulto caminhava entre as sombras aproximando-se deles. Quando a luz refletiu sobre ele, ambos constataram que se tratava da recepcionista que os havia atendido momentos antes.
Ela tinha um olhar frio e duro – quase metálico – e seu andar mais se assemelhava a um deslizar pelo chão que a tornava ainda mais soturna. Lutero olhou para ela enquanto limpava do rosto as lágrimas que ainda teimavam em rolar por sua face. A tal mulher – ou fosse ela o que fosse – era simplesmente a plena expressão da sensualidade; um corpo sinuoso de formas voluptuosas e rosto quase angelical. Seu sorriso era capaz de hipnotizar que a encarasse, e ela sorria um sorriso repleto de sarcasmo e tinha no rosto a mais límpida expressão da ironia. Caminhou até Rosana e sentou-se ao seu lado, passando uma das mãos sobre os ferimentos abertos nas nádegas da submissa. Rosana arfou e gemeu de dor enquanto a visitante passava os dedos o mais suave que lhe fosse possível, deixando que o sangue das feridas contaminassem a ponta de seus dedos. Em seguida levou-os até a boca e lambeu um por um.
O casal olhava para aquela cena, estarrecidos. Com um ar de satisfação no rosto a belíssima mulher lambia os dedos com quem aprecia uma especialidade única e muito saborosa. Ela se levantou e demonstrando uma força sobre-humana tomou Rosana por um dos seus braços fazendo com que ela ficasse de pé a sua frente. Encarou-a com aqueles olhos de um brilho quase metálico enquanto exibia um sorriso cheio de desprezo.
-Rosana! Ah, Rosana! Como você é tolinha, minha querida... ser martirizada apenas porque queria o melhor que a vida pudesse lhe oferecer, não é. Que pena! Lamento tudo isso... mas, esse pequeno suplício que seu ex-amante lhe impingiu não é nada perto do que a espera! – As palavras de jovem soavam ameaçadoras e muito verdadeiras. Ela soltou Rosana, que mal conseguia manter-se de pé, ao mesmo tempo em que posicionou-se atrás dela, segurando-a firmemente pela cintura. Quase morta de medo, Rosana sentiu algo duro roçar suas nádegas feridas e assombrou-se com a possibilidade de “aquilo” ser o que ela estava pensando.
Muito cuidadosamente, a recepcionista despiu-se do vestido que trajava denunciando sua absoluta nudez por baixo dele, como também deixara surgir um “apêndice” masculino cuja grossura e tamanho deixavam o pênis de Lutero apenas como uma lembrança de potência e vigor. Rosana sentiu aquele pedaço de carne pulsar contra suas nádegas e, num gesto rápido e quase imperceptível, a recepcionista o depositou no vale entre as nádegas de sua vítima, seguindo-se uma penetração, certamente, muito mais dolorosa que a anterior. Rosana gritou novamente, a plenos pulmões, implorando que Lutero interviesse naquela contenda, livrando-a da ameaça sob a forma de uma mulher linda e sensual.
Lutero, por sua vez, estava de joelhos, contemplando aquela cena dantesca e incapaz de esboçar qualquer reação. Sentia seu corpo pesado como se grilhões invisíveis o prendem-se ao chão, impossibilitando que ele pudesse mover-se para qualquer lado. Rosana tentava resistir e desvencilhar-se de sua nova algoz... mas, tudo era em vão, pois além de forte aquela mulher exibia outros dotes além da compreensão humana. Ela socou seu mastro dentro do ânus já ferido de sua vítima e Rosana sentiu as forças esvaírem-se de seu corpo... ela achava que estava prestes a morrer pelo suplício que lhe estava sendo imposto.
-Morrer! Não, minha querida vagabunda... você não vai morrer... vai viver na eternidade, pagando por seus pecados dia após dia, servindo de alimento para minhas crianças das sombras que estão à sua espera desde muito antes que você possa imaginar... não, morrer para você seria um prêmio... e prêmios são dados àqueles que merecem... e este não é o seu caso, concorda, meu amor? – Enquanto proferia palavras que mais pareciam uma maldição, a recepcionista continuava a estocar o ânus de sua vítima.
Foi exatamente nesse momento, que Lutero sentiu um cheiro forte que estava impregnando o ar lentamente. Era um cheiro acre e muito forte que chegava a causar ânsia de vômito e que vazava pelo ambiente tornando tudo sujo e pestilento. E enquanto ele olhava para o suplício ao qual sua ex-amante estava sendo submetida, notou que nos cantos do quarto algumas sombras iam tomando forma como se estivessem se materializando naquele exato momento. E as sombras vinham com urros e uivos terríveis evidenciando que estavam se tornando presentes em nossa realidade. A recepcionista olhou para o rosto do sujeito e lambeu os lábios enquanto persistia em sua penetração dolorosa e sanguinária no corpo de sua vítima. Lutero assistia a tudo, incrédulo e temente do que lhe poderia acontecer a seguir; procurando ser o mais discreto possível, Lutero tentou visualizar suas roupas e a arma que trouxera consigo. Todavia, tudo estava muito longe, … mas, mesmo assim, ele precisava tentar... afinal era uma questão de vida ou morte!
Os gritos de Rosana eram de uma sonoridade assustadora e as sombras que se materializavam por toda a suíte eram medonhas grunhindo e tomando as formas mais grotescas possíveis. A recepcionista continuava com a curra em sua vítima, que, por sua volta, não tinha mais forças para gritar gemendo súplicas e implorando que aquele castigo tivesse fim. Repentinamente, Rosana começou a respirar com dificuldade, enquanto sua carrasca intensificava seus movimentos, até o momento em que Lutero foi capaz de ver o “apêndice” agressora; era a coisa mais assustadora que ele já vira: era um pênis grosso, cheio de calosidades que pulsavam como se tivessem vida própria e a cada estocada ele parecia ficar maior e mais duro, tomando uma tonalidade quase pétrea similar a uma faca cerimonial usada em rituais de tempos muito remotos.
Finalmente, Rosana deu um grito muito alto para, em seguida, desfalecer, desabando sobre a cama, inerte e sem vida. Imediatamente, as criaturas saltaram sobre ela como feras à espera de seu alimento sob a forma de uma carniça que fedia a enxofre. Lutero, horrorizado e sem cor, observava prostrado, enquanto a aura de Rosana lutava para sair de seu corpo e, ao mesmo tempo, livrar-se de seus predadores oportunos que lhe desferia dentadas etéreas e mordidas que, literalmente, rasgavam sua aura que ia, pouco a pouco, despedaçando-se até tornar-se apenas restos de brilho que perdia sua tonalidade azul para adquirir um rubro escurecido muito parecido com carne em processo de putrefação.
Quando tudo acabou as feras, ainda esfomeadas, voltaram sua atenção para a nova presa que jazia ajoelhada ao chão. Lutero percebeu imediatamente que ele seria a próxima vítima dos “animais de estimação” daquela entidade funesta que tomara a forma de uma mulher lindíssima. Quando ela voltou-se na direção dele, Lutero pode observar que o “apêndice” havia desaparecido, dando lugar a uma vagina delicada e sem pelos, algo que tornava aquela mulher ainda mais exótica e desejável... mesmo pensando que tudo aquilo era uma loucura, Lutero sentia dentro de si uma vontade enorme de possuir aquela mulher, tê-la em seus braços e penetrá-la com seu membro. Quase como se houvesse uma comunicação telepática entre eles, a tal criatura caminhou na direção de Lutero, e seu olhar havia se transformado. Não era mais um olhar ameaçador e tenebroso; tomara um ar mais sensual e convidativo, denunciando que ela não era mais a predadora de antes, mas sim uma fêmea com vontade sexual orientada para aquele macho à sua frente.
Inicialmente, Lutero estremeceu, sentiu seu corpo fraquejar e pela primeira vez em sua vida teve medo. Todo o ódio e revolta que nutrira por Rosana desde da descoberta do que ela havia causado a ele, seu filho e o marido dela, haviam se dissipado... desaparecido no ar como por encanto ou magia. Naquele momento ele se sentia impotente, completamente a mercê de sua anfitriã cujos gestos e trejeitos deixavam claro quais eram suas intenções para com ele. Ela se posicionou em frente a ele de tal modo que ele pode sentir o odor que emanava de seu corpo, especialmente de sua vagina. Era algo adocicado e inebriante, um odor que envolvia e intoxicava o corpo e a alma dele, deixando-o enlouquecido de vontade de tomá-la para si e possuí-la com toda a força de seu ser.
-Me chupe, seu puto! Agora! Eu quero, eu mando! – as palavras soaram enérgicas, porém sem qualquer tom de ameaça, provocando uma verdadeira fúria sexual no macho que ainda pulsava dentro dele e impulsionando seu ser a fazer o que ela queria, não porque mandasse, mas porque ele realmente queria fazê-lo. Havia medo, mas também havia tesão... havia receio... mas também havia o instinto falando mais alto...
Lutero afundou seu rosto naquela boceta, sugando-a e lambendo-a com a voracidade de um macho em pleno cio. Suas mãos acariciavam as nádegas firmes e roliças de sua parceira sentido a pele quente e acetinada. Ela gemeu, jogou a cabeça para trás e gemeu mais uma vez. E gemeu outra... e outra... até sussurrar que estava gozando na boca dele. Lutero deliciou-se com o orgasmo de sua anfitriã, sentindo-se mais seguro e confiante em suas potencialidades. As feras conjuradas haviam se aquietado e olhavam estáticas e silenciosas para o casal sem mover um músculo sequer. Estavam ali, na nossa realidade como animais de estimação daquela estranha mulher e não moviam-se para nada, apenas olhando quietos para sua dona e seu novo “brinquedinho”. A mulher passou os dedos nos cabelos revoltos de Lutero e sem hesitar puxou-o para ela, beijando-o calorosamente, com troca volumosa de saliva e passeios exploratórios de línguas assanhadas. Lutero sentiu o sangue ferver nas veias e no vasos de seu pênis que tornara-se rijo e pulsante. A recepcionista tocou-o com uma das mãos, sentindo suas dimensões avantajadas sem, todavia, desviar-se dos beijos lascivos com seu novo parceiro.
Com um movimento tão rápido quanto inacreditável, ela jogou Lutero sobre a cama sentando-se sobre ele e posicionando sua vagina para agasalhar o mastro de cabeça rubra do macho ensandecido. Com um único movimento, ela permitiu que a vara dele afundasse em suas carnes quentes e úmidas, invadindo-a e preenchendo suas entranhas com a masculinidade a toda prova do sujeito. A mulher movimentava-se avidamente, subindo e descendo sobre aquela enorme pica e, vez por outra, rebolando com ele totalmente introduzido nela. E não tardaram mais orgasmos que se sucediam de forma frenética e escandalosa, com a mulher gemendo, gritando e dizendo obscenidades das mais lascivas e indiscretas. Lutero deliciava-se com a visão daquela mulher de formas sinuosas e exuberantes que o cavalgava com movimentos ávidos e ininterruptos, e fazia de tudo para reter sua potencialidade ao máximo, contraindo seu esfincter e procurando prolongar até onde fosse possível o prazer dela.
Ele já não sabia mais se era dia ou se era noite... se haviam se passado apenas algumas horas, ou se o tempo havia perdido sua razão de ser dentro daquela suíte de motel, onde um estranho casal copulava na presença de bestas conjuradas sabe-se lá de onde... ele não sabia... ou, não queria saber... queria apenas usufruir aquele momento, valorizando o prazer que os seus sentidos estavam lhe propiciando, ao sorver os gozos que sua parceira obtia por meio do vigor de sua rola grossa e dura... aquilo era a glória de um macho, a plena realização de um homem em relação a uma mulher.
-Agora, seu puto, goza pra mim! Goza dentro de mim, seu safado... me enche com tua porra... liberta essa onda quente que eu quero... agora! – A voz lasciva e autoritária da sua parceira acabaram por operar uma reação inversa dentro de Lutero que preferiu optar por resistir ainda mais, mostrando que era ele quem estava no controle... era ele quem comandava.
No entanto, sua vontade não foi maior que a sua fisiologia, pois, alguns minutos depois ele urrou enquanto ejaculava furiosamente dentro da sua parceira, despejando jatos quentes e grosso dentro de sua vagina, inundando-a de tal modo que houve momento em que o conteúdo começou a vazar pelas bordas internas dos grandes lábios. Lutero viu o mundo rodar a sua volta, enquanto que o sorriso da recepcionista parecia multiplicar-se em diversas faces, ao mesmo tempo que uma gargalhada invadia seus tímpanos ecoando quase de modo ameaçador. Quando não havia mais sêmen e também não havia mais nada dentro dele, Lutero quedou-se sentindo seu pênis murchar dentro daquela vagina ajustada como uma luva esgueirando-se para fora dela.
Finalmente, a tal mulher ficou em pé na frente dele e estendeu sua mão convidando-o a ter com ela.
-Vem... vem comigo meu escravo... a partir de hoje você servirá apenas a mim... a mim e a mais ninguém, até o fim dos tempos! – Lutero, ainda esgotado pelo esforço hercúleo que havia dispendido, olhou para ela e riu com sarcasmo.
-Eu! Seu escravo! Você é louca... não sou escravo de mulher! – A voz dele soou com o timbre adequado a um homem revoltado, porém enfraquecido pelo sexo frenético a que fora submetido.
-E quem disse a você que eu sou apenas uma mulher, tolinho... – Enquanto dizia essas palavras a mulher iniciou um processo de transformação. Sua pele ficou rubra e escura, seus olhos adquiriram a forma de olhos de gatos com as órbitas avermelhadas e a boca foi preenchida por dentes cujas pontas além de finas eram bastante salientes. O corpo, ainda sinuoso, ganhou volume, enquanto as mãos e os pés modificavam-se para garras com pontas afiadas como o aço e asas enormes surgiam de suas costas. Eram como asas de morcego, porém maiores e mais assustadoras. Uma cauda curta dotada de várias pontas também afiadas completou o aspecto físico daquela entidade, na mesma sequência em que os cabelos também avolumaram-se adquirindo uma tonalidade amarelada. E quando a transformação teve seu fim, Lutero olhou não mais para uma mulher, mas sim para uma fêmea sinistra e cuja aura era a mais pura expressão da maledicência e do profano.
Lutero bem que tentou esboçar alguma espécie de reação, procurando mais uma vez por sua arma, … mas, a bem da verdade ele, agora, era apenas um fantoche nas mãos daquele ser abominável que caminhou em sua direção cercado por seus “animais de estimação” que voltaram a tornar-se agressivos, formando um círculo perfeito em torno do estranho casal, impedindo que o sujeito de mover-se em qualquer direção. A entidade aproximou-se dele e com um gesto rápido e preciso envolveu o corpo dele com suas asas que foram tornando-se cada vez mais rubra, adquirindo uma incandescência etérea. Lutero sentiu que seu corpo queimava de dentro para fora. Suas entranhas pareciam ser cozidas em fogo brando e sua pele ardia como se estivesse sendo consumida por um fogo que não existia em nossa realidade. Ele quis reagir... quis gritar... quis lutar, mas tudo era inútil, pois em poucos minutos ele tornava-se uma alma atormentada por aquele demônio em forma de mulher que o consumia como uma iguaria única e especial. Um cheiro forte de enxofre tomou conta do ambiente e em poucos minutos tudo estava consumado; repentinamente, o quarto ficou vazio e limpo como se jamais alguém o tivesse ocupado naquela noite (ou dia).
Quando a luz do sol penetrou pelas frestas da janela entreaberta, inundando o ambiente com sua energia revigorante, não havia qualquer sinal quer fosse de Rosana, quer fosse de Lutero. Subitamente, uma presença empurrou a janela, permitindo que o sol tomasse conta do interior da suíte; era um corvo! Ele pousou sobre o pequeno parapeito e olhou para dentro do recinto, vasculhando-o com seu olhar apurado. Ficou ali por alguns instantes para, em seguida alçar voo em direção ao horizonte.
“O mal não reside nas coisas, nos objetos e na natureza... o mal está dentro do homem... e dele frutifica como verdadeira árvore cujos galhos e ramificações estendem-se até conspurcar tudo a sua volta... é o que saí de dentro de nós que traz o mal... é em nós que reside a fera que se oculta nas sombras, que esgueira pela escuridão e que nos ameaça com sua violência, com sua agressividade e com sua impureza... o mal frutifica dentro de nós mesmos, corrompendo e tornando árido nosso corpo e nosso espírito...”