Amor Perfeito XII

Quem chutou Maria acertou bonito, sim, ela estava na porta nos observando, maldita porta tinha ficado destrancada, minha mãe não estava em casa e eu nunca que me passou pela cabeça que depois daquela confusão toda ela iria na minha casa, entrei em pânico quando vi ela, Bárbara ficou azul de vergonha, estavamos em uma posição bem comprometedora,sai do colo da minha namorada e apanhei a toalha de havia ficado no chão, Bárbara se cobriu com os lençóis da cama, fui puta da vida em direção a porta, cuspindo fogo, ela não se intimidou nem um pouco, nem se moveu pra falar a verdade, cheguei perto dela e falei " quem foi que te deu autorização pra entrar assim na minha casa? Ta ficando louca Maria?" ela parecia inerte as minhas palavras apenas respirou tentando pegar fôlego e disse quase sem acreditar " Você t..trouxe ela pra n..nossa cama, você transou com ela na nossa cama" ela pronunciava as palavras com uma calma absurda, parecia tentar se convencer, disse mais pra ela do que pra mim, os seus olhos agora se enchiam de lágrimas que deciam sem força alguma, olhei pra trás e vi Bárbara olhando atônita aquela cena, me desesperei, ver Maria naquele estado acabava comigo por dentro, mais eu optei pela Bárbara, então pronunciei com suavidade tentando não ser rude com ela" Maria, essa cama não é mais nossa, é melhor você ir pra casa", olhei pra trás e Bárbara havia balançado a cabeça positivamente, fiquei aliviada, era fora do normal a compreensão que ela teve ali naquele momento, Maria parecia nem ouvir o que eu disse, ela encarava a Bárbara, até que ela disse" Olha aqui garota, vou fazer da vida de vocês um inferno, essa cama sempre foi minha, ela me comia ai assim como fez com você, eu vou ter ela de volta, custe o que custar" ela disse decidida, com um tom de voz agressivo, perdi a razão, gritei olhando pra Maria" puta que pariu Maria,agora chega, sai da minha casa" peguei ela pelo braço e sai puxando até o lado de fora, fechei a porta e girei a chave me arrependendo amargamente de não ter feito isso antes, agora sim era oficial, a guerra estava declarada, voltei pro quarto, Bárbara estava colocando a roupa fazendo menção de ir embora também, cheguei pertinho dela e disse " aonde pensa que vai?" ela respondeu cabisbaixa " embora, nos vemos amanhã", falei segurando seu rosto " fica mais um pouco, vamos assistir um filme, que tal? Bárbara não tenho mais nada com a Maria, quero ficar com você", ela sorriu meigamente e aceitou meu pedido, deixei ela escolher o filme, me arrependi --' , colocou um romance daqueles que causam nojo de tão melosos que são, ela estava se derretendo toda com o filme, eu não prestei tanta atenção, gostava de ficar admirando ela toda concentrada, as vezes ela olhava pra mim e sorria, estavamos deitadas na cama, ela estava em cima do meu braço, com a cabeça na altura dos nos meus seios, as pernas entrelaçadas nas minhas, toda a tensão havia passado, durante o filme, dávamos selinhos demorados, acariciavamos os cabelos e rolava umas mordidinhas também, infelizmente o filme acabou e ela tinha que ir embora, ela ligou pra mãe dela, que veio busca-la, nos despedidos no quarto com um beijão e na frente da sogrinha com um abraço apertado, entrei em casa, arrumei uma baguncinha que havia ficado e fui me deitar, o cheiro dela estava por todo o quarto, eu estava bastante cansada, acabei indo dormir, acordei só no dia seguinte, estava radiante, tudo era flores, olhei no celular e tinha uma mensagem dela logo cedo, fui ler, estava escrito"Bom dia namorada, te amo, até daqui a pouco :*" , abri um sorrisão imenso e fui me arrumar, sai de casa bem alegre, as pessoas reparavam isso, ouvi coisas do tipo " viu o passarinho verde"," ganhou na mega ou ta amando?", " que surpresa você de bom humor" o último foi da minha mãe kk, peguei uma carona fui pra escola, cheguei, falei com meus amigos, todos comentando da minha mudança repentina de humor, nem sinal de Maria e nem de minha namorada, queria muito vê-la, estava anciosa, sai andando pela escola até que vejo ela entrando no portão, ela veio até mim, abraçou forte, beijou minhas bochechas e disse " Bom dia meu amor" eu respondi " bom dia amor", fazia tempo que não chamava alguém de amor, ia ter que me acostumar com essa palavrinha, estava tudo indo maravilhosamente bem, o sino bateu, subimos pra sala, assim que chegamos começou um dilema, Bárbara não me deixou sentar no meu lugar de sempre, era perto da Maria, até ai eu entendi e concordei, mais ela queria que eu sentasse junto com os fracassados, no grupinho onde ela ficava, sério, se eu sentasse ali séria o fim de toda uma vida em sociedade, meus amigos não perdoariam, eu viraria uma deles, acabei optando pelo meio termo, me sentei no fundo da sala, aquilo ia causar um choque na turma inteira, mais foi o que eu fiz, Bárbara se sentou ao meu lado, graças aos deuses, eu estava longe dos excluídos, longe da Maria e pertinho da minha namorada, Maria não tinha chegado ainda, não achei estranho pois era costume nosso sempre chegar um pouco depois, pra causaimpacto, um tempinho se passou e ela entrou na sala, ia tudo normal até a Juliana entrar atrás dela, meu coração parou, fiquei incrédula, não era possível que aquele cão tivesse saído das profundezas do inferno pra habitar na minha vida novamente, suei frio, não consegui disfarçar o susto, Bárbara me olhava com cara de incógnita, e eu não tinha o que responder, falei que era só um mal estar, ela não acreditou muito, afinal eu fiquei assim depois que elas entraram, ela como sempre foi compreensiva, não me fez nenhuma pergunta, me senti mais aliviada, imaginei porque aquela garota estava ali, o pior aliada da Maria, até onde eu sabia elas se odiavam, sem muitas delongas Juliana conseguiria fazer qualquer coisa dentro daquela escola, ela era filha da Ana a orientadora que me detestava, me detestava porque não sabia a vagabunda que tinha em casa, ela sabia do nosso namoro e só Deus sabe a historinha que ela inventou pra mãe quando terminamos, acho que por isso não me suportava, qualquer oportunidade de me ferrar era válida pra ela, e a filha dela não existe palavra de baixo calão que defina, passei todas as aulas tensa, Juliana não parava de me encarar, Maria sorria olhando pra ela, fiquei perdida, enfim o maldito sino de saída bateu, eu e minha namorada estavamos caminhando, eu iria deixar ela em casa e depois ir pra minha, queria ter mais um tempinho do lado dela, de repente somos abordadas por nada mais nada menos que as duas pragas da minha vida, Juliana olhou Bárbara de cima a baixo e disse" Nossa Ingridi, a nerd tem potencial mesmo, toda gostosinha, mais você já teve coisa bem melhor na sua cama", fiquei dominada de odeio, quem ela pensava que era pra falar assim da minha namorada, rebati com ignorância " se está falando de vocês podem rever o conceito de melhor , minha 'nerd' (enfatizei)faz duas vezes melhor o que vocês fazem, agora sai da frente fazendo um favor pra vocês mesmas", Maria riu debochada, Juliana a acompanhou e as duas se afastaram, peguei na mão da Bárbara e passei pelas duas até ouvir " ei, nerdzinha, sua hora vai chegar", nesse momento a Bárbara soltou minha mão e se virou pra trás dizendo " a de vocês também" olhou pra mim sorrido e eu estava assustada, Bárbara pra brigar é uma luta, além de tímida e medrosa, mais falou com tanta coragem que achei graça, pegou na minha mão novamente e fomos embora, as duas ficaram nos olhando com cara de cachorro que não foi vacinado contra raiva..