Algumas semanas depois tudo parecia estranho. Thomas estava mais distante que antes, o que está havendo? Eu não entendia nada. Desde que ele me pediu em namoro as coisas ficaram esquisitas, não comigo mas com ele. Eu sei que namorar um dos primeiros vampiros era algo fora do normal, mas quem disse que minha vida era normal? Sinto saudades de tudo que era antigamente.
O fim do ano letivo estava chegando, provas finais se aproximavam. Tudo parecia irreal, parecia que eu tinha conhecido Thomas alguns dias atrás. Como o tempo tem passado rápido. Eu estava na aula de Trigonometria, todos ainda estavam de luto pelo treinador e eu ainda estava com aquelas imagens de capuzes negros na minha mente. Tentei esquece-las e me concentrar na aula.
Na saída, o garoto estava me esperando, ótimo pensei. Seria agora que eu ia perguntar o sentido daquilo tudo.
Ele abre a porta do Porsche para mim com um sorriso. Ele entra logo depois de mim. Começo a encarrar o vidro tentando resgatar a coragem. Se ele terminar comigo? Eu suportaria? Não sabia, até agora.
- O que ta acontecendo? - Perguntei olhando nos olhos dele.
- Desculpa, mas o que?
- Você e seu comportamento estranho comigo... O que é? Quer terminar comigo? - estava formando um bolo na minha garganta, eu não suportaria terminar com ele. - É isso?
- Nicco... Não... É coisa minha... Desculpa, não queria que você pensasse dessa maneira...
- Você ainda não contou a verdade! Thomas fala...
- Ainda é cedo para tudo isso, eu prometo no futuro você vai entender. - O garoto apertava com bastante força o volante, pois as juntas de seus dedos estavam mais brancas que ele próprio, coisa que eu achava impossível.
- Eu... Por favor... - As palavras fugiram da minha mente.
- Nicco, confie em mim.
Thomas me deixou em frente a minha casa. Saí o mais rápido que pude daquele carro, eu não suportaria ficar mais tempo lá dentro. Se tudo ia terminar, melhor que eu me afaste também. Tia Vivian estava a cozinha, como sempre, e quando me viu correndo para o quarto me seguiu como sempre fazia.
Eu sentia tanta falta de Rebekah, ela podia ter menos idade mas sempre apareceu ser a irmã mais velha. Agora ela era um monte de ossos dentro do caixão. Por que? Minha tia bateu na porta perguntando o que tinha acontecido, e disse que depois eu conversava com ela.
Tentei dormir e mais pesadelos me assombraram. Eu estava naquela cabana da Renascença. Tinha um vasto campo de colheita afora, foi quando eu os vi. Capuzes negros e tochas na mão. Pareciam estatuas quando o vento frio os atingia, eles não respiravam, não se moviam, pareciam irradiar uma névoa tensa dentre eles. Tentei correr para dentro de casa,avisar a todos e me esconder, mas ele me alcançaram primeiro. Eu estava submerso na escuridão dos capuzes, só ouvia gritos e mais gritos de meus familiares. Senti cheiro de metal, sangue, e depois de duas agulhas no meu pescoço...Eu fui mordido... Depois tudo ficou escuro.
Acordei todo suado.
Desço as escadas, minha cabeça latejava. O dia iria ser péssimo, já pressenti. Tento comer alguma coisa. Minha tia tenta descobrir o que aconteceu, só que, suponho que ela já saiba. Para uma mulher que esta sempre enrolada na cozinha, ela sempre sabe das coisas que acontece comigo, isso era o que eu sempre achei intrigante nela.
Saio pela porta da frente. O dia estava nublado, como sempre, em New Falls, o céu nublado e o frio que é extremamente forte de manhã são coisas naturais no final do inverno. Vejo Bruno saindo de casa e o mesmo me olha. Nos encontramos para ir à escola juntos, como nos velhos tempos.
Chegando na escola Bruno e eu continuávamos a conversar sobre coisas banais, Thomas não estava a vista, coisa meio estranha porque ele sempre esta na hora certa na escola. Entro na minha sala de Química e a professora começa a passar a matéria.
Thomas esteve ausente o resto do dia, da semana, do mês. O ano estava acabando e ele ia perder as provas finais. Mas, quando se é um vampiro, provas finais não estão no topo da sua lista de preocupação. Eu estava preocupado, o que ocorrera com ele? Será que ele se mudou pra outra cidade? Será que ele se cansou de mim? Será que ele achou alguém mais interessante que eu?
Então na primeira noite de lua cheia de novembro Thomas apareceu na janela do meu quarto. Estava um pouco quente é claro, inverno já tinha acabado. O vampiro entrou no meu quarto de uma forma elegante que só ele conseguia reproduzir.
- Nicco preciso falar com você - começou o garoto.
- Fala - disse.
- Mas não aqui, as paredes tem ouvidos. Amanhã depois da sua escola vá para minha casa, diga para sua tia que irá fazer um trabalho e que volta no sábado. ela vai entender - Ele disse minha escola?
- Ta, é muito importante?
- Digamos...que sim - falou com um sorriso sinistro e ao mesmo tempo travesso.
Os raios de sol entravam pela janela onde Thomas tinha descido como um gato. Hora de ir para a escola. Tentei me concentrar no que ele falou na noite passada, mas só lembrava de ir para a mansão. No caminho da escola fui conversando com Miah sobre a noite passada. Mesmo quando quando ela falava sobre suas visões que teve graças a lua cheia e que aprendeu a transformar planta em algo mortífero com algumas palavras, eu estava pensando no que ele poderia me falar lá.
O crepúsculo começava, junto com a névoa a lua começava a nascer no leste, e eu estava em frente a porta dele, é agora, pensei. Thomas me atende com uma roupa elegante, com cor negra como penas de um corvo lustroso. Ele me puxa para perto e encosta os lábios nos meus. Tudo sempre fica diferente quando nos beijamos. O garoto começa a beijar mais intensamente e a me apertar. Começou a tirar minha camisa e tirou, logo depois, a dele, em menos de um segundo. Senti algo crescendo dentro de mim, sim, a minha temperatura estava aumentando junto com outra coisa. Thomas beija minha orelha, me fazendo ficar arrepiado. O garoto desce e volta a beijar minha boca, depois meu queixo e quando percebo, está beijando minha garganta . Senti seus músculos ficarem tensos, foi quando aconteceu.
Ele me mordeu.