Capítulo Primeiro: O primeiro contato
Ao descobrir que Ricardo era bruxo, não tive medo, eu queria aventurar-me, era tudo novo, estava vivendo uma realidade totalmente diferente da que eu vivia. Marquei um encontro com ele, mas tinha um grande problema, minha mãe, Elma, não sabia, e não sabe, apenas desconfia que sou homossexual, e além disso, ela é super-protetora, e como ela sempre me achou frágil, vulnerável e inocente, ela sempre meio que me proibiu de andar para alguns lugares. Em um primeiro momento eu pedi a ela que me permitisse ir assistir a um filme no cinema, mas ela começou a encher-me de perguntas e mais perguntas, eu acabei adiando o pedido, pois sabia que naquele momento ela não deixaria, pois além de toda a proteção que ela tinha por mim, eu ainda estava operado. Passaram-se dois dias do primeiro pedido, lá estava ela sentada com uma blusa rósea, de óculos e shorts preto, num sofá-cama de cor preta, por uma pequena televisão prata com uma imagem horrível quando eu perguntei mais uma vez:
Neto: Mãe, posso assistir ao filme com o pessoal que eu estudava no terceiro ano?
Elma: Neto, quem é esse seus amigos?
Neto: Marcela, Gigi, Murilo, Daniel, Luigi, Matheus, George, Júnior e Mariana.
Elma: Mas você num disse que não tinha amigo do colegial?
Neto: Dizer eu disse, mas nos encontramos agora no facebook, e achamos legal nos reencontrar-mos para lembrarmos os tempos que estudávamos, as brigas, brincadeiras... Ah, e eu estou muito a fim de ficar com a Marcella!
Elma: Sei não, acho que não tô acreditano muito nessa história não!
Neto: Poxa, mãe! Eu nunca saio de casa! E outra, nós não tínhamos dinheiro para bancar a formatura, não fui à aula da saudade, nem à viajem, nem fui na festa que fizeram esse ano...
Elma: Você gosta de muito drama meu filho!
Neto: Mãe, por favor, já vai fazer mais de um mês que eu não saio de casa, necessito me divertir um pouco.
Elma: Neto, vá para o quarto e assunto encerrado!
Eu sai, só que fui ao banheiro, e não para o quarto como ela mandou. Sentei-me no sanitário e quando menos espero, meu celular toca...
Elma: Neto, tem um homem querendo falar contigo!
Nesse momento meu sangue parou de circular, eu n]ao sabia o que pensar ou agir, só sai do banheiro correndo e peguei o celular da mão dela e logo vi que era o Ricardo.
Neto: Fala brother, tudo bom MATEUS?
Ricardo: Tudo bom, e pode ficar tranquilo,já entendi o por que de você me chamar de Matheus.
Neto: Hum, ok! O que a vossa senhoria manda?
Ricardo: Vai dá certo?
Neto: Não sei, como você disse: Marcella está querendo muito ir, mas Mainha não quer deixar-me ir encontrar-me com vocês!
Ricardo: Tenta falar com ela direito! Amanhã te ligo.
Neto: Ok. Tchau.
Desliguei o telefone, olhei para a minha mãe e ela já veio dizendo:
Elma:Ok, você vai, mas tem que estar em casa no máximo até as 7 da noite!
Neto: VALEU MÃE, TE AMO!
Elma: Vai dormir, que amanhã começam as matrículas para o teu curso!
Fui dormir, tive uma noite de sono maravilhosa, estava um pouco, não, muito ansioso. Ricardo já tinha despertado algo em mim que eu nunca tinha sentido antes, era algo novo, real, sublime, singular, divino, místico... Indescritível. Como, como eu já poderia estar amando alguém que eu ó tinha visto umas três fotos? Eu não sabia, só sabia que ele mudaria radicalmente a minha vida, que eu faria coisas que eu jamais imaginara que fosse fazer! Fui levado a um outro estágio da vida, um estágio não muito bom, estar com o Rick, muitas vezes era doloroso. No dia 21 de novembro, ao sair de casa, eu sai mais feliz que nunca... Ao chegar ao shopping, vejo aquele homem alto, branco como a neve, com um pircing no nariz, no formato de argola com duas pontas agudas... Assustei-me! Além disso, ele tinha o cabelo colorido. Uma parte era preto, outra vinho, outra vermelha, outra alaranjada e terminando com uma franja loura... Mas nada disso fez-me querer voltar, não. Eu senti que ele me completava. Ricardo me deu um abraço e disse:
Ricardo: Vamos?
Neto: Sim, com você eu iria para qualquer lugar!
Continua em breve!
Obrigado a todos que comentam e avaliam! Deus os abençoe!