*CONTINUAÇÃO
Meu coração acelera, preciso sentar para tentar engolir isso, ele havia planejado tudo, qual seria a próxima coisa? Ir me buscar no Canadá?
- Ele também estava juntando dinheiro para ir te buscar no Canadá Fe. Ela falava num tom calmo.
- Para, por favor, para. Eu implorava.
Agora tudo fazia sentido, ele havia me ligado pra dizer que iria me buscar, merda, eu me sentia um idiota, fui capaz de magoar a pessoa que mais me amava e tinha planejado uma vida ao meu lado, o celular de dona Lucia toca e ela sai para atender, aproveito para conhecer o apartamento. Tudo estava perfeitamente organizado, eu realmente estava impressionado em como ele foi atencioso em cada detalhe, abro uma porta e me deparo com a coisa mais linda que já vi o quarto que seria nosso, chorei só de ver, tudo em tons verdes minha cor favorita. Sentei na cama e passei a repará-lo melhor, assim como na sala havia porta-retratos com algumas fotos minhas e outras dele. Eu chorava muito, com certeza eu tinha acabado de perder a pessoa que mais me amou nesses últimos dias.
Dona Lucia entra no quarto.
- Felipe eu preciso voltar para o hospital voce fica bem aqui?
- Tudo bem, depois eu volto para sua casa.
Ela me entrega as chaves e sai. Eu não conseguiria ficar ali sozinho até a hora que ela voltasse e também não arriscaria ficar saindo pela rua, alguém poderia me ver e logo o meu pai estaria sabendo. Fui até a portaria e pedi para fazer uma ligação, pois ainda estava sem celular. Ligo para Clarisse que ao saber que eu estava no Brasil ficou louca, então eu indiquei onde eu estava e em menos de meia hora ela já estava chamando na porta.
- Felipe. Ela falava com animação a me ver. – pensei que voce nunca mais fosse voltar amigo.
- Eu não conseguiria ficar longe de vocês.
- Mas então voce soube de alguma coisa do Bruno?
Mudei minha expressão na hora, chorei um pouco e logo comecei a contar-lhe tudo, desde que sai do Brasil até à hora em que aqui cheguei. Ela ficou preocupada com ele e queria ir visitá-lo, achei melhor não. Ficamos conversando mais um pouco e ela teve que ir embora porque sua mãe estava ligando, pedi que não contasse a ninguém que eu estava no Brasil só por prevenção. Nos despedimos e ela foi embora. Voltei a ficar sozinho no apê
Entrei no “nosso” quarto e deitei um pouco, não lembro por quanto tempo, mas fui interrompido por leves batidas na porta. Levanto e vou abrir. A maior surpresa pra mim, Bruno estava lá apoiado numa moleta, a minha única reação foi abraçá-lo, “Ai, ai, ai” ele gemia de dor.
- Desculpa Bruno eu não quis te machucar.
- Fe eu acho que precisamos conversar. Ele diz com a voz fraca.
- Claro entra. Eu falava como se a casa fosse minha risos.
Entramos e sentamos no sofá.
- Pensei que voce não fosse sair hoje.
- O médico disse que eu não tive nada grave, só a minha perna mesmo. Mas não foi pra isso que vim aqui.
Abaixei a cabeça e lagrimas escorrem.
- Bruno me desculpa, eu não queria que nada disso tivesse acontecido.
- Olha Felipe tudo isso que voce fez me magoou muito, eu juro que eu senti uma vontade enorme de ir no Canadá e enfiar o telefone na boca de quem seja o cara que voce que voce estava ficando lá.
- Eu já pedi seu perdão Bruno, eu vou entender se voce não quiser nada comigo afinal o culpado fui eu.
- Por mais que eu esteja com raiva Felipe o amor que eu ainda sinto por voce é maior que qualquer coisa. Ouvir isso foi como musica para os meus ouvidos. – eu não quero te perder Fe, esse apartamento é a prova disso, eu quero voce aqui comigo, pra sempre.
Agora sim eu chorava de verdade, eu o abracei tão forte que nem me dei conta que poderia estar machucando ele.
- Bruno eu te amo tanto meu amor, pensei que voce não fosse querer me ver nunca mais.
Ele apenas sorriu pra mim, como ele conseguia ser perfeito mesmo doente, o abracei novamente e dei um selinho nele pois seu lábio ainda estava roxo.
Minutos depois sua mãe chega entra no apartamento e nos chama pra voltar para casa dela. Saímos.
Quando estamos chegando uma surpresa, e não foi boa, o carro do meu pai parado frente a casa de dona Lucia, mais o que ele estava fazendo ali? Ele deixa um envelope na caixa de correio. Entra no carro e sai. Chegamos, acho que fui o único a perceber que o meu pai teve ali, ela pega as correspondências entre elas o envelope, abre, espera, o que era aquilo dinheiro? Como assim?
...
*CONTINUA