Cheguei ao Moeda quase uma hora depois do combinado por conta do transito, imaginei que assim que chegasse ao bar as meninas já estariam pelo menos na terceira rodada, mas ao chegar não encontrei nenhuma das meninas, automaticamente liguei pra Amanda.
- Cadê você sapatão de beira de estrada? (Eu).
- Então Dani, é que tu demorou demais, tentamos te ligar, mas tu não atendia, então viemos pra Metropolle. (Amanda)
- Mentira que as cinco decidiram ir pra boate e nenhuma foi capaz de me esperar... (Eu)
- A gente pensou que podia ter acontecido algo, ou tu ter desistido, sei lá... Tu nem atendia o celular caramba. (Amanda)
- Tá Amanda, relaxa... Vou dar mais um tempo aqui, tomar alguma coisa e depois vou pra casa. (Eu)
- Ta certo, desculpa tá? (Amanda)
- Relaxa sapatão. (Eu)
Sentei num dos barzinhos e pedi uma cerveja, cumprimentei algumas pessoas conhecidas que frequentavam sempre ali, mas estava desanimada devido ao bolo que levei das minhas amigas. Tudo bem que me atrasei, mas nem era motivo pra irem à boate e me largarem ali, numa noite de sexta-feira sozinha. Terminei minha cerveja e me levantei pra ir pra casa quando alguém venda meus olhos com as mãos para que eu advinha-se quem era.
- O perfume é muito gostoso, mas confesso que não faço a mínima ideia de quem seja. (Eu)
- Tem certeza? Pensa mais um pouquinhoFernanda? (Eu)
Ela tirou às mãos dos meus olhos e me abraçou, um abraço tão forte, tão gostoso, queria que o mundo parasse naquele exato momento, mas ai ela se desvencilhou dos meus braços.
- O que faz aqui sozinha? (Fernanda)
- Eu ia me encontrar com as meninas, mas me atrasei e elas foram pra boate, então vou pra casa. (Eu)
- Tenho um convite pra te fazer então, e não aceito um não como resposta. (Fernanda)
- Diga... (Eu)
- Ta rolando um luau lá no Acaiaca e alguns amigos me chamaram, vamos? (Fernanda)
- Vamos.
{Nota: Acaiaca é o nome de um hotel que fica de frente a praia de Boa Viagem, é conhecido como um ponto gls, inclusive a saída da parada gay é lá, porém todo mundo usa como local para fazer luau, encontrar com amigos, jogar vôlei, virada de ano, festas, etc...}
Pegamos um taxi e fomos direto para Boa Viagem, demos uma parada rápida no Carrefour pra comprar bebidas e seguimos para a praia, e assim que chegamos avistamos uma grande roda de pessoas cantando e conversando, vários violões, alguns atabaques, algumas pessoas jogando vôlei, outras jogando futebol. Sentamos em uma das muitas cadeiras de praia e ficamos bebendo, cantando e conversando. Minha intenção era virar a noite e ver o sol nascer, mas mudei meus planos quando umas duas ou três horas depois Fernanda me falou que estava com fome e me chamou para ir num quiosque fazer um lanche. Já passavam das três da manhã quando vimos que parou um Vectra prata. Dele desceram Pedro e sua gang de débil mentais, mas vê-los chegando não foi tão ruim quanto a cena seguinte. Pedro se aproximou de nós com o mesmo ar metido de sempre, nem falou comigo, já foi puxando a Fernanda pela cintura e lhe dando o maior beijão, quase não acreditei no que estava vendo, que inveja do caralho daquele mauricinho filho da puta. Na mesma hora voltei para a roda e me sentei próximo a algumas meninas que estavam me olhando desde que cheguei, mas não tinham me chamado atenção, afinal de contas, toda minha atenção estava voltada aqueles olhos verdes.
O papo estava muito agradável, eu até já havia trocado alguns beijos com a ruiva gostosinha quando Fernanda chega já falando:
- Eita que a coisa ai tá boa heim? (Fernanda)
- Está mesmo. (Ruiva)
- Você não perde tempo heim Tatiana? (Fernanda)
- Perder tempo? Claro que não, jamais. (Tatiana)
- Posso saber o que está acontecendo? (Eu)
- Nada minha gatinha, vem cá... (Tatiana)
- Eu não sou sua gatinha... (Eu)
- Claro que é, sou eu que estou ficando contigo... (Tatiana)
- Garota, se toca... To ficando contigo porque não tenho o que fazer, nunca te prometi nada. (Eu)
- Eita que esse foi o fora mais lindo que eu já vi. (Fernanda)
- Cala essa boca Fernanda. (Tatiana)
- Tu é uma vagabunda mesmo né? (Fernanda)
- Eu prefiro ser uma vagabunda, mas seguir o que meu coração manda, do que deixar de viver por medo. (Tatiana)
- Do que você está falando? (Eu)
- To dizendo que essa aguadinha ai está dando pro Pedro, mas antes ela namorou uma garota do time de vôlei em São Paulo, só que os pais de ambas descobriram e por coincidência o pai da garota é o patrão do pai dela, por isso ela veio morar em Recife. Ele foi transferido pra cá, caso contrário seria demitido. (Tatiana)
- CALA A BOCA SUA PIRANHA. (Fernanda)
O tapa foi na ruiva, mas senti como se a pancada tivesse atingido a boca do meu estomago. Como assim a Fernanda estava dando pro Pedro? E como assim ela já namorou uma garota? Duas informações que me pegaram totalmente de surpresa, sei que nenhuma delas deveria ter causado tanto efeito em mim, mas causou e isso me assustou de uma forma absurda. Larguei todo mundo naquela discussão sem fundamento e sai andando pela areia, precisava espairecer. Arriei a bateria do meu celular tentando falar com a Amanda, mas pelo visto ela estava fazendo as unhas com a Bruna novamente. Andei por mais umas duas horas, quando o sol deu indícios de que estava nascendo sentei na areia e esperei.
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Tá ai galerinha, mais um capitulo pra vocês, ficou um pouco grandinho não foi? Bom, espero que gostem. Confesso que demorei bastante para terminar-lo, queria que saísse exatamente como no dia do luau e que vocês sentissem como se estivessem lá presente, enfim... To fazendo o que posso para postar num prazo curto de tempo, beijos minhas delicinhas :*