Como Chamas 2x16: LOVE SHACK, BABY

Um conto erótico de Danny-13
Categoria: Homossexual
Contém 1957 palavras
Data: 07/08/2013 14:56:38
Assuntos: Gay, Homossexual

Como Chamas 2x16: LOVE SHACK, BABY

O carro do Felipe ia a mil em uma rodovia escura. Era quase possível ver o sol nascendo no horizonte, mas ainda eram cinco horas da manha, muito cedo.

Eu berrava a letra de Still Into You do Paramore e Felipe dava risada e me encarava.

- Cara, você devia falar com alguém. Sua voz é incrível. Ele disse abrindo aquele sorriso esperançoso que eu tanto gostava.

- De jeito nenhum. Não sirvo para cantar para o publico. Cantei algumas vezes na igreja, mas só isso.

- Então você já cantou pra uma platéia?

- Já.

Felipe se virou para mim e abriu um daqueles sorrisos enigmáticos de sempre.

- O que mais eu não sei sobre você, Baby?

A mídia terminou e I am With You da Arvil Lavine começou a tocar. Meu coração deu um nó. Toda vez que aquela musica toca, sinto um vazio enorme preencher meu peito. É como se eu me sentisse protagonista daquela musica, sempre esperando alguém que viesse para me pegar pela mão e me levar para qualquer lugar divertido.

- Eu estou te levando! Disse Felipe em um tom ofendido.

Me virei para ele, corando. Eu estava falando em voz alta? Mais que droga! Concertei minha postura no assento do carona e olhei para fora. Passamos por uma placa de SEJA BEM VINDO! Horas depois e percebi que havíamos finalmente chegado.

Chegamos ao resort. As cabanas eram mesmo iguais aquelas das fotos no site.

Tudo muito bonito e elaborado para atrair os turistas. Felipe guiou o carro até uma vaga no estacionamento.

- O que vem agora? Ele me perguntou.

- Como assim?

- Bom, Baby, você queria vir até aqui.

Mordi os lábios pensando. Eu já estava aqui mesmo, não custava nada dar uma olhada em volta. Mas como eu procuraria uma pista sobre meu perseguidor se Felipe não saia da minha cola?

- Tudo bem. Eu vou olhar no hall e já volto.

- Acha que vai demorar? Eu poderia ir abastecer e volto pra buscar você para tomarmos café da manha.

- Tudo bem. Falei pulando para fora do carro.

O recorte de jornal estava no meu bolso, de alguma forma, esse garoto morto estava relacionado a mim e a Violet e com o perseguidor que agora era um assassino frio que estava disposto a me machucar também.

Caminhei sobre o caminho de pedras redondinhas e brilhantes ate a grande porta de vidro. O lugar era exatamente como eu pensava, chique e refinado, mas com um toque de verão. Bem, a praia ficava no fim da rua então não devia ser difícil.

Cheguei ao balcão e dei de cara com um garoto alto, moreno e forte, do que tipo que gosta de se exibir porque sabe que é bonito. Mostrei a foto do garoto pra ele.

- Oi, Ah, você por acaso já viu esse garoto aqui?

O garoto olhou para mim com cara de desdém.

- Eu não trabalho aqui.

- Custava dizer que não? Falei me virando e indo ate um funcionário, mas ai o garoto riu e perguntou.

- É serio?

Me virei para ele.

- O que?

- Veio falar comigo usando essa desculpa horrorosa e não vai nem perguntar o meu nome?

Parei por um segundo. Aquilo não podia ser verdade. Ele tava me cantando? É serio, tem algo errado por ai. Eu quase nunca conhecia garotos gays, e de repente tinha vários jogados de bandeja para mim. Ou sou sortudo ou o mundo ta cada vez mais gay.

- Não quero saber seu nome, só queria a informação.

O cara riu e saiu. Eu corri ate a primeira pessoa usando um uniforme e fui falar com ela. Para minha surpresa, ninguém nunca tinha ouvido falar no garoto.

- Sinto muito... Mas trabalho aqui a pouco tempo. - Disse a garota da recepção. - O rapaz que trabalha comigo esta aqui a muito mais tempo. Talvez pudesse te ajudar, mas ele esta de folga hoje.

- Qual o nome dele? Perguntei.

- Carlos. Mas todos aqui chamam ele de Carlitos. Mas ele só vem amanha.

- Hum... Obrigado. Falei.

Alguma coisa estava errada... Tinha que haver uma pista aqui.

Cabisbaixo, sai para fora. Minutos depois Felipe chegou e estacionou, depois caminhou sorridente em minha direção.

- O que esta fazendo? Perguntei.

- Bom, preciso descansar estamos de folga. Vou pegar um quarto e depois vamos para a praia. Ele disse como se pudéssemos mesmo fazer aquelas coisas.

- Felipe, eu sai escondido. Não posso passar o dia aqui.

- Baby, você já saiu, não já? Então aproveita.

Ele falou se virando de costas e indo em direção a recepção. Felipe tinha que mudar de ideia. Eu faria ele mudar... De alguma forma.

- Ei, irritandinho. Falou o garoto bonito que me cantou vindo ate mim.

- Ainda não quero saber o seu nome. Respondi.

Ele abriu um sorriso bricalhão.

- Bom, vou dar um churrasco daqui a pouco na praia com uns amigos e seria legal se você viesse...

- Pra onde? Falou o Felipe surgindo atras de mim.

- Voce pode vir também... E aí Jéssica. Você vem ne? Disse ele para uma mulher loira e bem alta que passava ao meu lado.

Ela se virou para ele.

- Só se o Carlito fizer nossas margueritas...

- É claro que ele vai!

- Então conte comigo. Ela sorriu e se afastou.

Eu ouvi bem? Carlito? O cara que trabalhava aqui que eu estava procurando?

- Carlito é o recepcionista? Perguntei sorrindo pela primeira vez para o garoto. Ele pareceu gostar.

- É sim, conhece?

- Só por nome. Mas pode contar comigo tambem. Vamos estar lá.

- Tudo bem, posto 7 da praia, ok?

Acenei positivamente e me voltei para Felipe. Ele tinha uma expressão engraçada no rosto.

- Para quem não queria ficar...

- Ah, cala essa boca.

###

Felipe e eu seguimos para a praia exatamente uma hora depois. Tivemos que andar um bocado, mas achamos o posto sete. A festa estava sendo em um quiosque feito de Madeira e teto de palha, com um toque exótico. Era bonito.

O cara atras do balcão jogava garrafas e mais garrafas com bebidas para cima e sorria o tempo todo. Definitivamente era Carlos - Carlitos - tinha que ser.

Uma musica dançante estourou nos alto falantes e Felipe me arrastou para o meio da areia, onde as pessoas estavam dançando. Ele fazia caras e bocas e se jogava cada vez mais para cima de mim, e eu gostava. Mas parecia errado... Por alguma coisa que eu não conseguia lembrar. Felipe me girou e acabou parando atras de mim, com os mãos nos meus quadris. Eu tentei tira-las.

- Calma Baby - ele sussurrou no meu ouvido. - Estamos em outra cidade. Ninguém conhece a gente aqui.

Sendo assim relaxei. Dançávamos juntos demais, e eu não queria parar. Não estava correndo riscos de alguém de casa me ver ou que Jordan... Ah, que droga. Meu namorado. Jordan. Eu não podia esquece-lo. Prometi a mim mesmo que não iria magoa-lo e eu iria cumprir esta promessa. Me afastei de Felipe, que por sinal estava muito sexy usando apenas chinelos e uma bermuda verde.

- Vou pegar umas bebidas, porque não guarda um lugar para nos? Falei a Felipe. Sem esperar a resposta, corri ate o quiosque. Estava cheio de gente, eu não via o garoto convencido em lugar nenhum.

- Oi. Falei a Carlos, atirando meu sorriso de seja-meu-amigo a ele.

Carlos tinhas cabelos pretos, uma pele morena e um corpo definido, mas não muito forte.

- O que vai querer? Ele perguntou.

- Um suco de informação você tem? Perguntei.

Ele pegou uma garrafa com um liquido amarelo no ar e me encarou. Carlos tinha que saber alguma coisa, eu estava cansado de alcançar o vazio toda vez que sigo uma pista.

- Como é? Ele perguntou.

- Preciso te perguntar uma coisa.

- Tá legal, espera só um minuto.

Me encolhi em um canto do balcão e esperei ele atender a todos e depois se juntar a mim.

Peguei o recorte de jornal e mostrei a ele de uma vez. Primeiro Carlos ficou confuso, mas depois arregalou os olhos. Bingo!

- Conhecia ele? Perguntei.

- Sim, esse garoto vinha ate aqui com a namorada. Era um encrenqueiro.

Peguei meu celular e mostrei a ele uma foto de Violet. Mas ele apenas encarou a tela sem expressão alguma.

- Essa era a garota, não é? Perguntei.

- Não. A gata com ele era loira e meio... Estranha.

- Como assim?

- Sei lá. Ela tinha uma cara esquisita, como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento. Aquela garota era perigo em pessoa.

Carlos me encarou por alguns segundos e sussurrou um "sinto muito" antes de se afastar.

Meu celular tocou me assustando, era meu pai.

- Alo? Disse quando atendi.

- Onde você está?

- Na casa de Felipe, porque?

- Engraçado, porque o irmão dele acabou de ligar pra cá dizendo ele sumiu.

Engoli seco, geralmente eu me safava fácil com uma mentirinha dessas. Mas desaparecido? Mike estava procurando pelo irmão?

- Eu estou com Felipe em um lugar, mas volto assim que possível.

- Que lugar é esse? E porque saiu escondido? Perguntou meu pai bravo.

Eu estranhei aquilo. Quase parecia que ele se importava mesmo comigo.

- Você sabe que nunca aviso que vou sair...

- Não importa. Quero você em casa daqui a uma hora. Ele gritou no telefone.

- Sinto muito, mas...

- Não discuta comigo Danny.

- Ta! Eu desliguei na cara dele.

Aquela havia sido a minha primeira discussão com meu pai. Ele nunca havia ficado bravo comigo antes e eu já havia saído escondido muitas vezes, mas pensei que eles não ligavam... Ou talvez eu não tenha mesmo sido pego.

###

Duas horas depois, eu carreguei um Felipe bêbado para o quarto em que estávamos hospedados. Ele cambaleava pendurado no meu ombro e eu já estava exausto.

- Me da as chaves. Eu disse de frente para porta.

Felipe deu uma gargalhada. Enfiei a mão em seu bolso.

- Já está com as mãos na minha calça Baby?

Revirei os olhos e peguei a chave. A cabana tava mais para chalé de luxo. Tinha tudo para meu conforto ali. Uma tv grande, um aparelho DVD, uma cama de casal, cortinas verdes, um mine-frizer perto da cama.

Eu podia morar aqui. Se bem que meu quarto parecia ser um pouco maior.

Joguei Felipe em cima da cama e arranquei a bermuda dele.

- Vamos, você precisa curar desse porre e tomar um banho. Falei.

Felipe estourou em outra gargalhada e me puxou para a cama junto com ele. Exausto, deitei a seu lado, olhando o nos olhos.

A face dele entristeceu.

- Eu sou uma merda. Ele disse.

- Porque? Perguntei.

- Eu perdi você. Dan, eu falo serio quando digo que te amo. Sei que você ainda me ama, mas olha como você é bom... Mesmo comigo aqui, de bandeja pra você, e você nem mesmo me toca. Seu namorado tem sorte.

Sorri um pouco sem graça. Eu não era tão bom assim, eu quis toca-lo a viagem toda. Mas sabia que Jordan era um ótimo garoto que não merecia nada disso. Ele também me amava e isso era o me mantinha firme.

Felipe desabou em lagrimas. Eu o abracei.

- Eu ferrei tudo. Ele falou.

- Como assim?

- Eu contei para meus pais... Sobre mim. Que sou apaixonado por você e tudo mais.

Meu coração foi a mil. O que droga esse garoto fez? Todas as imagens ruíns do pai dele vieram a minha cabeça.

- O que aconteceu?

- Depois de todas as gritarias e ofensas do meu pai eu fui para sua casa. Acho que me expulsaram da minha.

Me senti horrível. A poucos dias atras Felipe disse que varia algo para provar seu amor por mim e havia sido isso. Ele enfrentou os pais por mim.

Depois de chorar, ele dormiu. Eu já estava encrencado mesmo quando chegasse em casa, seria bom me atrasar um pouco.

Mas já tinha outros planos. Eu ia ajudar Felipe. Chega dessas coisas de todo mundo se ferrar por minha causa.

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Comentários

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Aaaaai, tanto mistério!! Estou a morrer de curiosidade: quem anda a perseguir o Danny? Ele vai cair em tentação com o Filipe? O que ele vai fazer para ajudá-lo? Tantas questões... Posta novo capitulo jaaaaaa! Nota 10 =)

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