*CONTINUAÇÃO
Por mais estranha que tem sido aquela situação eu precisava continuar fingindo que não havia percebido nada. Eu precisava descansar, estava um caco, subi para o quarto do Bruno e o ajudei a tomar banho, confesso que adorei, estava com saudades do corpo perfeito dele. Jantamos e dormimos cada um em um quarto, eu não me sentiria confortável em dormir com ele na casa da mãe dele.
No dia seguinte Bruno precisou voltar ao hospital para fazer alguns curativos, decidi ir a minha antiga casa já que naquele horário meus pais estariam trabalhando. Peguei as chaves que ainda carregava comigo e segui andando até lá, abri o portão e entrei, não tinha ninguém nossa que alivio, subi direto para o meu antigo quarto, abri a porta e...
Não havia mais nada lá dentro, somente as paredes, portas e janelas, como eles conseguiram sumir com tudo? Onde colocaram? Fui até o quarto deles, precisava encontrar a caixa onde minha mãe havia colocado minhas coisas, revirei o quarto todo, mas nada. Decidi voltar outro dia pois seria arriscado de mais continuar ali. Tranquei a casa e voltei para casa do Bruno, ele já havia voltado do hospital, estávamos sozinhos.
Sabe aquela sensação onde o clima ta estranho e a culpa disso é sua? Pois era assim que estava aquela casa, não falamos nada, ele apenas ficava deitado no sofá com uma perna sobre a mesinha de centro, eu sentado no outro sofá olhando para ele. Não tinha coragem de falar nada, ainda me sentia envergonhado.
- Fe. – para minha alegria ele puxou um assunto.
- Fala Bruno.
- Porque voce está tão distante de mim assim? Senta aqui comigo.
Levanto e passo para o mesmo sofá que ele estava, deito e apoio minha cabeça sobre sua coxa. Ele alisa meu cabelo.
- Bruno ontem quando estávamos voltando eu tive a impressão de ter visto meu pai deixando alguma coisa na caixa de correio da sua casa.
- seu pai? Aqui?
- parecia ser ele, o carro também.
- o que ele queria aqui se ninguém o conhece?
- Isso que me deixou mais preocupado ainda.
- será que ele soube que voce estava aqui e veio falar com voce?
- Não sei.
Mais uma vez o silencio impera.
Eu olhava para ele, seu rosto não estava mais inchado, ele voltara a ser o mesmo garoto lindo antes.
- Amor. Ele disse.
- Oi.
- Porque voce não me beija mais? Não gosta mais de mim né?
- Não é isso Bruno, é que eu tenho medo de te machucar.
Ele sorri, aproxima seus lábios do meu, nos beijamos. Foi um beijo lento, o toque dos seus lábios eram macios, eu podia sentir o corte mais isso não atrapalhou o beijo.
- Fe, promete que nunca mais vai me deixa.
- Eu nunca vou te deixar Bruno, nos vamos estar juntos para sempre.
Senti um arrepio me subir a espinha e um vento forte fez com que a janela se abrisse. Levanto e vou fechá-la.
- Bruno eu acho que vai chover. Eu falava.
- Vamos lá pro meu quarto, me ajuda a subir.
Subimos para o quarto dele, onde ficamos jogando conversa fora e assistindo, ele me contou sobre o que acontecia na escola, falava que depois que eu sai as meninas não largava do pé dele convidando para festas. Quando percebemos já era meio dia, almoçamos e voltamos para o quarto, dormimos abraçados na cama dele já que sua mãe não estava. Risos.
Acordei ele não estava mais na cama, levantei tomei um banho, decidi novamente voltar a minha casa, meus pais estariam lá e eu queria enfrentá-los. Conversei com Bruno que não gostou da idéia, mesmo assim não disse nada contrariando.
Peguei uma mochila e sai. Já na frente da minha casa eu pude perceber o carro do meu pai, sim eles estavam em casa. Entrei devagar e caminhei até a porta, pude perceber uma movimentação na sala, meu pai e minha mãe estavam conversando, decidi escutar o que ele falavam.
- Carlos entenda que isso é o melhor a se fazer.
- Você só pode estar louca, eu nunca irei permitir isso.
- Quando voce passou lá ontem ele estava?
- Não, nem tinha ninguém na casa, eu acharia melhor ter feito o deposito na conta como sempre faço.
Então ele já mandava dinheiro pra casa do Bruno a bastante tempo, agora qual o motivo?
- Não adianta tentar esconder isso Carlos, de um jeito ou de outro eles vão descobrir e acho que o Felipe já é bem grande e terá que entender.
Eu os interrompo.
- Entender o quê?
...
*CONTINUA