Acordei, já eram 6:00 da tarde e eu precisava estar na rádio as cinco, e ainda por cima estava com uma baita dor de cabaça, vesti uma roupa e fui direto pra radio, cheguei o Richard estava uma fera por eu ter atrasado, eu me desculpei mas ele não parava de gritar.
-Que não se repita.
-Tudo bem- coloquei umas playlist pra tocar e olhei meu celular, tinha 65 chamadas perdidas da Ana, 15 do George, 82 do Matthew e 2 da Becca, de hoje só era as da Becca, todas as outras eram da noite anterior, não tinha olhado ainda ele desde ontem. Pedi uma pizza e tomei um remédio pra dor de cabeça, iria ficar lá até as 11 da noite, eu estava preparando uma nova playlist e comendo pizza, quando alguém bate na porta, e era a Ana.
-Oi.
-Onde você estava com a cabeça? sumir assim do nada, que te deu, garoto.
-Nada, só queria me divertir, e ontem me tornei mais popular do que fui na vida toda.
-Impossível, mas nada justifica, eu fiquei doida.
-Quem te contou, foi o Matthew não foi?
-Você queria que ele escondesse que você tinha sumido.
-Não enche vai, eu estou trabalhado.
-Aqui é estranho, o que você fica fazendo.
-Normalmente fico organizando os CD’s e atendendo os pedidos, mas quando eu estou de plantão eu tenho que preparas playlist e colocar pra tocar.
-há legal- Disse ela.
-Então, o que você fez ontem?
-Há, eu fui dar uma volta, conheci umas meninas e consegui entrar em uma boate em que elas iriam cantar.
-Serio, deixa o Fabio saber disso, o Nerdinho virou homem pegador.
-Pegador nada, não fiquei com nenhuma delas, mas acho que fiz novas amizades.
...
O fim de semana passou normal, quase não encontrei o Matthew, na segunda-feira fui ao café sozinho, ainda bem que ainda era cedo e não tinha muita gente lá, nem a Ana, nem o George, nem o Matthew. Quando eu estava saindo vi as meninas da boate passando.
-Olha o Ricardo – disse uma delas, a Yves.
-Oi meninas
-Oi Ricardo- disse elas.
-Agente estava indo tomar café vem com agente? - disse a Becca.
-Acabei de tomar, mais depois a gente se ver.
-Tudo bem, até mais.
Fui direto pra sala de aula, hoje eu teria que entregar uma dissertação, cheguei lá ainda não tinha ninguém, sentei em uma mesa e comecei a usar meu notebook.
-Acordou cedo hoje- disse uma pessoa, quando olhei pra cima era o Matthew.
-Não enche!
-Tudo bem, você não se incomoda se eu sentar aqui?
-Eu não sou o dono das cadeiras!
-Seu grosso.
-Obrigado.
-foi a única vez que eu vi o Matthew naquele dia, estranho, pois nós tínhamos mais duas aulas em comum naquele dia e era dia de debates, encontrei a Becca em uma delas, no fim das aulas fui trabalhar na rádio, depois encontrei a Ana e nós fomos em uma lanchonete, e após eu voltei pra casa, chegando lá encontrei o Matthew de novo com uma garota, eu fechei a cara e fui direto pro meu quarto, chegando lá eu não aguentei e chorei de raiva, raiva dele por ele não respeitar a casa, tudo bem se ele tivesse na casa dele, mais no meu quarto não, mas essa raiva estava diferente, eu tinha uma dor no peito, uma vontade de matar a vadia, eu não seio que estava acontecendo eu não conseguia parar de chorar e eu nem sabia o porquê, eu não faria isso só por conta disso, e eu não sabia opor que eu só sabia que a dor era grande.
Não dormi a noite toda, de madrugada me levantei e fui tomar um pouco de leite.
-Por que você está com os olhos vermelhos?
-Estava me drogando.
-Cara larga de ser chato, você estava chorando?
-Claro que não, por que eu iria chorar, ninguém morreu.
-Está vendo, impossível conversar com você, eu desisto – ele saiu pela porta da cozinha.
-Idiota!
-Como é? - disse ele voltando a cozinha.
-Acho que você não é surdo!
-Claro que não, e eu vou te provar que eu não sou idiota- disse ele vindo pra cima de mim, me preparei para um soco, mas em vez disso ele me beijou, eu me assustei, não estava esperando por aquilo, não retribui, pelo contrário, dei uma joelhada no saco dele.
-AAAAAAAAAAAAi seu filho da puta- disse ele pegando no saco e se abaixando
-NÃO PENSE MAIS EM FAZER ISSO.
-Eu sou mesmo um idiota- disse acanhado no chão.
-Agora que você percebeu, eu já tinha percebido assim que eu te vi- sai da cozinha e fui pro meu quarto, deitei na cama e me peguei sorrindo, acho que por causa do saco dele, acho que ele sentiu muita dor, só que depois disso eu senti foi pena dele, mas também, ele queria brincar com a minha cara, pra depois sair por a me chamando de gay, nem gay eu sou.
Ai que eu não dormi mesmo, passei o resto da madrugada pensando nisso, e quando eu olhei o despertador já eram 6 horas, me levantei, tomei um banho gelado e fui assistir as aulas, nem tomei café, o estranho é que eu não vi o Matthew, um dos amigos dele até veio me perguntar se eu tinha visto ele, não vi ele nas aulas e nem no almoço, ai a garota que estava com ele veio falar comigo.
-Você sabe do Matthew, é que no celular ele não atende?
-Você que é namorada dele não sabe, imagine eu.
-Grosso!
-Eu em, uma louca dessa vindo me chamar de Grosso – disse sussurrando.
-Falando de quem, disse a Ana se sentando na mesa.
-De ninguém não.
-Serio.
-Serio. Porque você se atrasou?
-Tive que passar no banco, então, você já estar terminando?
-Na verdade eu perdi a fome quando uma vaca passou.
-De quem você está falando, diz.
-De todo modo, não é de você, e eu já estou de saída, tenho que ir pra radio, tchau.
-Tchau, eu te ligo.
Eu fui pra rádio e lá tudo transcorreu bem, fora o fato de que eu iria ficar de plantão sábado novamente, no fim do expediente fui pra casa entrei e fui tomar banho, depois fui ajeitar minha coisas e fui na cozinha, foi ai que eu reparei que a casa estava muito vazia, fui olhar no quarto do Matthew e ele não estava lá, imaginei que ele teria saído com os amigos dele, comi um lanche e fui estudar e cai no sono, acordei pela manhã tomei banho e café em casa mesmo e mais uma vez dei uma olhada no quarto do Matthew e ele não estava, ai eu fiquei preocupado, não vi ele ontem o dia todo, e não tinha sinais dele, fui em seu quarto e olhei seu guarda roupa, e tinha sim roupas, mas não muitas, mas eu olhei em volta e não vi alguma de suas coisas, ai eu me desesperei, passou várias coisas pela minha cabeça.