Sete anos atrás...
Já fazia alguns dias que eu tinha chegado ao Rio de Janeiro, resolvi sair de casa e dar uma volta pelo meu bairro mesmo para conhecer essa cidade tão diferente de São Paulo.
Coloquei o boné e peguei o celular, e minha carteira.
- Eduardo cuidado. – Minha mãe saiu da cozinha com pano de prato molhado no ombro.
- Fica tranquila, mãe. – Dei um beijo na sua testa e sai porta a fora.
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Parei em uma pequena praça não muito movimentada só tinha alguns casais sentados namorando. Olhei em volta, a praça era bem aconchegante, com algumas arvores espalhadas por entre os brinquedos fazendo sombra e um senhor vendendo pipoca perto do escorregador, sentei-me no banquinho de cimento e tirei o boné.
Passei a mão pelos os meus cabelos que estavam um pouco grande, e fiquei brincando com os pés, passando-os pela grama baixa. Eu estava distraído quando senti uma mão quente tocando meu ombro. Me virei e deparei-me com um garoto uniformizado, não deveria passar dos dezesseis anos e com uma mochila pendurada em um só ombro, era baixinho, seus cabelos castanhos/claro tampavam suas sobrancelhas e boa parte de seus olhos azuis. Ele sorriu timidamente e seu aparelho verde apareceu junto com as suas covinhas na bochecha, seus lábios eram carnudos e vermelhos como uma maça suculenta, seu rosto era delicado sem nenhuma cicatriz.
- Eu... – Ele mordeu os lábios, e corou. – Eu posso me sentar aqui? –Sua voz era doce e leve.
- Oh... Me desculpe, pode sim. – Cheguei um pouco mais para o lado e ele se sentou, colocando a mochila no colo.
Ele abriu a mochila e tirou um livro, abriu na pagina que estava marcada e me olhou. Desviei o olhar rapidamente para algumas crianças que brincavam no balanço, mais não resisti e voltei a espiar o menino ao meu lado.
Sua boca se mexia devagar e seus olhos estavam concentrados no livro, que estava apoiado em cima da sua mochila. Ele se mexeu um pouco e eu pude ler o nome “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes” um livro de autoajuda? O meu pai já tinha lido esse livro. Eu não consegui me controlar e soltei uma gargalhada baixa.
Ele me olhou sem entender e baixou o livro.
- O que foi? – Sua voz estava baixa, e parecia mais envergonhado ainda.
- Nada... Eu estava lembrando, algumas coisas que aconteceram comigo – Agora quem ficou envergonhado fui eu, ele voltou sua atenção para o livro. Mais eu cutuquei o seu braço. – Eu sou novo na Cidade, você sabe me dizer qual é o nome dessa praça? – Eu sorri.
- Ali oh... – Ele apontou para uma placa de madeira bem grande suspensa por duas arvores escrito “Seja bem vindo a Praça de Santana”. Tudo bem eu só queria puxar assunto, mais ele estava parecendo que não queria papo.
- Qual é o seu nome? – Forcei um sorriso simpático, e ele me olhou desconfiado. – Olha o meu é Eduardo Welbourne... – Eu estendi a mão para o cumprimento.
- Gabriel Beppler. – Ele apertou a minha mão. Sua mão era quentinha e macia. – Então Eduardo, você vai me deixar ler, ou eu vou ter que procurar outro lu... – Eu o interrompi.
- Não cara, pode ler o seu livro de autoajuda, ai tranquilo. – Eu me levantei e olhei para o seu rosto que estava vermelho de raiva. Ele ficava tão lindo assim.
Eu sorri, e caminhei em direção ao senhor que vendia pipoca. Comprei uma doce e me encostei perto de uma árvore, e fiquei observando o garoto de longe. Ele estava mesmo concentrado no livro, eu ri e peguei o meu celular, como se estivesse mexendo dei zoom e tirei uma foto do Gabriel. Ele mexeu mesmo comigo.
Eu fiquei mais alguns minutos, ali parado o observando, ate que começou a escurecer. Como eu não conhecia muito bem o Rio de Janeiro resolvi voltar para casa, antes de ir embora o olhei mais uma vez e segui o meu caminho.
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Já em casa e deitado na cama, peguei o meu celular e sorri para a sua foto. Eu nunca escondi a minha opção sexual de ninguém, alguns dos meus familiares não me dirigia à palavra, com nojo talvez? Mais os meus pais sempre me apoiaram, e eles são os únicos de quem eu preciso.
Gabriel! Gabriel! Seu rosto meigo, sorrindo ficou em meus pensamentos ate o sono vencer-me.
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Os dias foram se passando, e eu sempre voltava naquele mesmo horário, na mesma praça. Mais Gabriel nunca mais esteve lá. Não sei, eu já estava ficando psicótico meus pensamentos, só rodavam em torno desse garoto. Será que eu tinha me apaixonado por um desconhecido, capaz deu nunca mais ver?
Ate que um dia, eu estava voltando da escola aonde cursava o 3° Ano do Ensino Médio, quando vi um garoto uniformizado de estatura media/baixa entrando em um beco húmido. (Que dias depois eu vim descobrir que era um jeito de cortar caminho para a sua casa)
Não sei o porquê mais quando vi aqueles cabelos castanhos, o meu coração acelerou de tal maneira que decidi segui-lo.
Ele estava um pouco mais a minha frente, e tropeçou em alguma coisa que o fez cambalear. Eu controlei a risada, acelerei os meus passos e segurei no seu pulso, e ele gritou.
- Gabriel! Sou eu lembra? – Perguntei sorrindo, e ele tremeu se afastando.
- O que você quer... Dinheiro? Eu não tenho nada aqui! – Ele já foi abrindo a mochila, mais eu segurei seus dois braços e imprensei contra a parede do beco. – Por favor, olha eu moro aqui perto se...
Eu o interrompi com um beijo, ele bateu no meu peito para eu me afastar. Mais eu pressionei seu corpo mais ainda contra a parede, Gabriel se debateu por mais alguns segundos e por fim se rendeu. Sabe aquele beijo que é aguardado por muito tempo? Foi assim que eu me senti. As Minhas mãos deslizaram descendo pelos seus braços ate chegar a sua cintura e a apertei. Ele arfou sobre os meus lábios, que sensação gostosa. Quando nossas línguas se encontraram, eu pude finalmente sentir o seu gosto doce. Ele enrolou seus braços pelo meu pescoço e aranhou gostosamente a minha nuca, me fazendo arrepiar.
Quando os nossos lábios se separam, pude ver um Gabriel ainda mais lindo em minha frente. Seus lábios carnudos estavam levemente inchados e vermelhos, seu rosto corava ainda mais a cada segundo. Ele abaixou a cabeça, e eu levantei selando nossos lábios novamente.
- Não sabe como eu te procurei, meu anjo... – Eu o abracei e ele escondeu o rosto no meu pescoço.
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Continua...
pri'h*-* - Sim... A doença, a viagem tudo aconteceu. Eu só estou “complementando” com algumas coisas. (:
gads1- Não sei kkkkkk Obrigada por acompanhar ^^
Roteirista- Solteira, rumo aos 16 anos \o/ kkk, Poxa que bom que você gostou, eu vou fazer sim. Já até tenho algumas ideias... para a 2° temporada de Você é só meu. *-*
Amigah18- Aconteceu, mais ele já está curado tá...
Amores fui hoje na casa deles “Eduardo e Gabriel” pra saber como eles se conheceram... Eai gostaram?
Gente eu juro que não era a minha intenção deixar vocês curiosos, serio. Eu prometo que não faço mais isso kkkkkk
Beijos amores amanhã tem mais <3