Meus queridos... Mais um post. Por favor, comentem, pra eu saber se estou indo bem e se vocês estão gostando... Quero agradecer sempre, a atenção de todos. E me perdoem qualquer erro de digitação. Mil beijos e boa leitura...
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- Valeu amigo. Fica com Deus e se cuide. Nada de encher essa cara de cachaça e nem ficar dando em cima do marido dos outros tá? – eles riram e se despediram mais uma vez.
O Ricardo soube da notícia que ele iria embora, e tentou correr atrás do Daniel para desejar boa sorte, mais não o alcançou mais. O Daniel havia esquecido a sua mochila aberta e deixou cair o um caderno de capa vermelha. A única coisa que deu tempo mesmo foi do Ricardo pegar o caderno do chão e voltar para o terceiro tempo de aula.
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- Pronto filho?
- Bom... Não tô esquecendo nada mãe.
- Eu vou sentir saudades de vocês. Só poderei ir à Vitória uma vez por mês.
- Poxa Jéssica, você não combinou isso comigo!
- Daniel, sua irmã trabalha e viagem requer grana no bolso.
- Humm... Tá bom! Eu vou aceitar uma vez por mês.
Eles se beijaram se abraçaram e por fim, despediram-se.
- Anda! O que vocês tanto faz ainda?
- Calma Roberto! Pra quê essa pressa toda? Eu hein! – dizia a mãe dele, repelindo o marido.
E finalmente eles pegaram a estrada rumo ao Espírito Santo. No banco de trás, ele ia pensando, refletindo sobre a vida, sobre as decepções que sofreu... Em seu pensamento, jurou que voltaria para São Paulo um novo homem! Mais forte, mais bonito, mais maduro e acima de tudo, não ia admitir que ninguém o fizesse mais de trouxa. Por dentro, ele sabia que ainda amava o Ricardo, mais iria tratar de esquecê-lo de uma vez!
Uma semana na em terras capixabas, e ele já foi logo se enturmando. Na nova turma, conheceu várias pessoas, mais até ali, tinha grupos que gostavam de desrespeitar o próximo. O Bullying é algo sério e que ninguém toma providências para resolver isto. Daniel teria de ser forte para suportar as provocações...
Sem perder tempo, no fim de semana e tratou de procurar uma academia mais próxima e iniciar a sua primeira mudança.
- Mãe, achei outra academia. Já passei no mercado, trouxe coisas saudáveis e começo hoje mesmo, ou melhor, agora! Ele trocou de roupa e seguiu para sua malhação.
1º SEMANA...
- Vai com calma Daniel; se quer perder peso, tem de começar devagar. O processo vai aumentando ao poucos.
- Entendi professor! – ele falou quase sem fôlego, correndo na esteira.
- Amanhã eu quero ver você fazendo cinquenta abdominais.
- Faço tudo pra perder esta maldita barriga!
Eles riram, e o Daniel saiu do aparelho esbaforido. O personal da academia, que o acompanhava em sua série, era um homem de 30 anos e com o corpo escultural. Volta e meia, Daniel o olhava com desejo. Em seus pensamentos, ele se imaginava em várias situações prazerosas com aquele homem.
- Por hoje é só!
- Kadu, você tem ideia mais ou menos de quanto tempo eu levarei para atingir o meu objetivo?
- Olha Daniel... Se você continuar neste ritmo, e tendo uma alimentação equilibrada, em seis meses você estará irreconhecível!
Ele foi para casa, pensando naquele prazo. – seis meses Daniel... E você ficará mais gostoso do que nunca! – disse ele pra si mesmo.
Chegou em casa,tomou banho, jantou salada e foi para o seu quarto escrever os últimos acontecimentos em seu caderno vermelho.
- Mais eu o coloquei aqui! Puta merda, onde foi parar este caderno? A minha vida está toda nele. Onde Daniel? Pensa, pensa!
No outro dia, ele decidiu que depois o procuraria. Mas para começar as mudanças em sua vida, ele resolveu começar contando a verdade para os seus pais sobre sua sexualidade. Naquela noite de domingo, ele ficou na sala esperando o seu pai chegar e estava apreensivo.
- Oi filho. Boa noite! Hummm... Tô sentindo o cheiro da comida daqui da sala.
- Oi pai. Ele tomou um susto, pois estava deitado no sofá. Pai... Eu queria conversar com o senhor.
- Eu acabei de chagar Daniel, me deixaeu tomar um banho.
- Não pai! Tem de ser agora.
Ele reuniu os dois na sala, e respirou fundo. O medo estampava o rosto dele.
- Pai, mãe... – ele começou a chorar. – Por várias vezes, eu me via perguntando o porquê que Deus me colocou neste mundo, pois todos na faculdade zombam de mim, riem da minha cara, e eu nunca fiz mal a ninguém. Sabe pai, eu sempre sonhei em ser aceito por todos ao meu redor... Ele começou a chorar ainda mais.
- Filho... Disse o pai dele em voz branda. Você gosta de homens não é mesmo?
Ele não conseguiu responder e foi abraçado por sua mãe.
- Nós já sabíamos filho. Eu e a sua mãe já havíamos conversado sobre este assunto, mais resolvemos deixar que você nos procurasse. Olha pro seu pai Daniel... Você e sua irmã são os tesouros da minha vida. Eu ficaria triste sim, se o meu filho fosse um marginal, um bandido, um drogado... Mais me diz? Que mal há em gostar de alguém que não seja do sexo oposto? Eu quero a sua felicidade acima de tudo meu filho. São pra isso que servem os pais, e eu estou do seu lado sempre!
Ele se jogou nos braços do pai e o abraçou bem apertado! Agora sim, ele teria forças para dar a volta por cima e ser feliz sem nenhum tipo de recriminação.
- Eu te amo pai. Eu amo vocês dois e nunca irei fazer nada que desonre vocês! Nunca!
- A gente sabe disso meu amor. – disse a mãe dele.
- Eu só não quero que você traga estes marmanjos para dentro de casa sem eu antes conhecer.
- Pode deixar pai. – ele riu em meio ao choro.
Nada melhor do que tirar um fardo das costas. Um mês se passou que ele estava em Vitória e aos poucos ia se acostumando com a cidade. A única coisa que ele não conseguia esquecer era a lembrança da sua primeira relação sexual com o Ricardo. Ele ia voltar e fazê-lo engolir cada palavra.
2º MÊS...
- Tô gostando de vê garoto. Já perdeu sete oito sete quilos. Bora, bora. Força!
- Um, dois, três, quatro. – ele fazia abdominal e a respiração ficava ofegante. Daniel estava a todo vapor nos exercícios.
- Você é um dos meus alunos aqui dessa academia mais aplicado sabia?
- Obrigado! – ele riu e ficou olhando para o Kadu.
- Semana que vem quer sair pra conhecer a cidade?
- Hã? – Eu?
- Tem mais algum Daniel aqui do meu lado?
- Poxa, ninguém nunca me convida pra nada. Tá bom então... Aceito o convite.
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Ricardo estava deitado em sua cama, ouvindo música no smartphone, quando por curiosidade, ele resolveu puxar o caderno do Daniel, que ele acabou deixando cair na porta da Faculdade. Depois de dois meses, e seria aquela a primeira vez que ele viria àquelas páginas.
- Deve ser um caderno qualquer. – ele deu de ombros e o abriu sentado na cama. À medida que ele ia folheando e lendo as páginas, seu rosto ia mudando de forma.
UM TRECHO DA PÁGINA...
Hoje eu fiquei o admirando... Sei que ele nunca vai olhar pra mim, pois me acho tão feio ao lado dele. Gordo e com esta cara sem graça, como o Ricardo ia querer algo comigo? Às vezes eu me sinto tão sozinho... Sem ninguém que goste de mim de verdade... Eu só queria ser respeitado, só isso. Dói tanto quando a turma da faculdade me agride verbalmente. Eu me sinto um lixo, um nada! Eu queria ser diferente, poder fazer com que as pessoas gostassem de mim... Estou triste neste momento...
- Meu Deus! O que eu fui fazer com o Daniel? Você é um idiota Ricardo! O cara sofrendo desse jeito e eu em nenhum momento me pus no lugar dele?
Ele terminou de ler todas as páginas, e ficou pensativo sobre a janela de seu quarto.
CONTINUA...
