A ESCOLHA – PARTE 5
Eu amava ir á praia. A praia era o lugar onde eu podia pensar. Eu gostava de ir bem longe da margem do amar e afundar até meu corpo estar todo embaixo da água e então pensar e depois mergulhar para a superfície de novo. Era estranho, mas era o que me fazia pensar e refletir. Aquele dia, a praia estava lotada demais por ser final de semana. Eu não pensei duas vezes, tirei a camiseta e coloquei na minha mochila onde estavam minhas coisas e entreguei a minha mãe. Jack Bruno logo se afastou da gente, mas não estava muito longe de mim e meus pais foram procurar um lugar pra colocar nossas coisas. Avencei em direção ao mar e quando cheguei perto e encostei meus pés na água, pude sentir a ela fresquinha e gostosa. Fui andando e a cada passo que eu dava para á frente á água subia um pouco mais do nível do meu corpo. Então cheguei num lugar onde á água bateu no meu queixo. Olhei para a margem do mar e não havia muita gente perto de mim. Á pessoa mais perto devia estar á uns 400 á 500 metros. Eu não tinha muita dificuldade de ficar bastante tempo em baixo da água. Acho que é por que me acostumei. Toda vez que ia á praia eu fazia aquilo.
Andei mais um passo e então respirei fundo e me abaixei para dentro da água. Ouvia ruídos no meu ouvido e abri os olhos e pude ver o azul marinho da água. Olhei em todas as direções e havia apenas areia no fundo e algumas algas pequenas. Mergulhei para á superfície e respirei o máximo de ar que consegui e então me abaixei para o azul de novo. Eu estava furtuando no meio do mar. Pensei em Felipe, mas aquilo era diferente. Pensar em baixo da água era como se as imagens da sua cabeça se reproduzissem na água como se fosse uma tela de cinema. Vi o Felipe e ás vezes eu podia escutar á voz dele “EU ESTOU APAIXONADO POR VOCÊ”, mas não era só o Felipe que aparecia, Alex se penetrava na minha cabeça e nas imagens “NÃO FAÇA ISSO COMIGO RÔ, POR FAVOR”. Eu não queria ter magoado Alex, mas ele me magoou primeiro. Comecei á ver uma pessoa diferente na água... O Alessandro. Ele sorria para mim como se fosse o Felipe, ele estendeu á mão para mim, mas depois caiu. Ele estava morrendo. Pude ver sua expressão de pânico e pude ouvir sua voz “VAI FICAR TUDO BEM RÔ, PROMETO QUE VAI FICAR TUDO BEM”... Ele estava morrendo, não podia o deixar morrer. Fiquei apavorado e nadei em sua direção, mas era tarde demais, ele estava quase morto. Abri á boca e tentei gritar seu nome, mas á única coisa que aconteceu foi entrar água na minha boca. Comecei á engolir água demais e eu estava me sufocando. Pude ver as imagens na água desaparecer e o azul da água se tornar azul escuro. Eu tentava nadar para superfície, mas não conseguia. Era como se alguém me puxasse pra baixo a cada tentativa que eu fazia. Era o meu fim. Á água se tornou preta e eu não conseguia mais me mexer. Quando minha esperança já estava ao fim, pude sentir alguém atrás de mim naquela escuridão imensa e me agarrar por de baixo dos braços e me puxar pra cima. Á última coisa que vi foi o céu azul e a última coisa que ouvi foi gritos de pessoas pedindo ajuda e então tudo escureceu por completoHORAS DEPOIS
Minha cabeça doía como se alguém se estive acertado minha cabeça com um bastão de ferro. Minha visão estava embaraçada e eu ouvia vozes próximas. Sentia alguém passando á mão no meu rosto.
Voz: Filho está me ouvindo?
Eu tentava ver onde eu estava. Vi uma lâmpada branca no teto. Era uma luz forte e minha vista doía por causa dela.
Voz: Ronny você está me ouvindo?
Virei para o lado esquerdo da cama e vi minha mãe em pé ao meu lado. Ela me olhava como se havia chorado antes ou então como se estive-se apavorada antes de estar ali passando á mão na minha testa e falando comigo. Eu mal conseguia me lembrar o que havia acontecido. Eu só lembrava que o Alessandro estava...
Eu: Alessandro!
Mãe: Alessandro? Filho está tudo bem?
Olhei para ela e então olhei para o lado direito da cama e Jack estava lá me olhando preocupado.
Eu: Jack. Cadê o papai? O que aconteceu?
Mãe: Você quase morreu afogado Ronny. Você engoliu muita água lá na praia e ficou inconsciente por quase 5 horas. Seu pai está lá fora andando de um lado para o outro. Meu filho, pensei que ia perder você. Eu não suportaria.
Bruno: Rô, eu consegui agarrar seus braços e te puxar para á superfície novamente. Naquela hora eu pensei que tinha morrido e eu na podia deixar você partir sem te pedir desculpas.
Minha mãe passou a mão na minha testa e depois se dirigiu á porta de saída da sala.
Mãe: Vou ali conversar com seu pai. Há Rô, seu amigo está aqui e ele está muito preocupado com você. Depois vou mandar ele entrar para ver você.
Eu: Tudo bem mãe.
Minha mãe saiu da sala e Jack Bruno me encarou.
Bruno: Rô me perdoa pelas coisas que eu fiz com você...
Eu: Bruno, não começa com esse sentimentalismo não. Cara, você salvou minha vida. Era para eu estar morto. Eu te devo minha vida irmão.
Bruno: Não me deve nada.
Eu: Como você sabia que eu estava me afogando?
Bruno: Quando você foi andando pro meio do mar, eu não estava muito longe. Vi você mergulhar pra baixo uma vez e depois subir de novo, mas na segunda vez você estava demorando muito para subir á superfície. Já havia passado mais de 3 minutos e nada de você aparecer, sabia que algo estava acontecendo e então fiquei apavorado e corri atrás de você. Consegui agarrar seus braços e te puxar para cima novamente. Algumas pessoas próximas me ajudaram á levar você de volta pra areia na praia e então você apagou e aqui está.
Eu: Jack, eu não sei como te agradecer irmãozinho. Eu perdi totalmente minhas forças lá embaixo quando vi...
Bruno: Viu o que? E quem é Alessandro?
Eu: Alessandro é o meu amigo de sala. Eu vi que ele estava morrendo e então tentei gritar, mas quando fiz isso... Bem, já viu né.
Minha mãe abriu á porta.
Mãe: Filho, seu amigo está quase tendo um infarto aqui. Ele quer te ver.
Eu: Ta legal mãe mande-o entrar.
Pedi para o Jack me deixar sozinho com quer que estava querendo me ver. Alex? Felipe? Espero que seja o Felipe. Jack Bruno saiu do quarto e á Felipe entrou. Ele parecia que havia chorado. Ele estava muito preocupado. Ele sentou numa cadeira ao lado da cama onde eu estava e encostou sua cabeça na lateral da cama. Ele começou á chorar. Vi ás lagrimas caírem do seu rosto e aquilo cortou meu coração. Não aguentava vê-lo daquele jeito.
Eu: Fê, por que está chorando? Cara eu não posso te ver assim. Isso acaba comigo.
Felipe: Eu pesei que fosse te perder Rô. Quando fiquei sabendo o que aconteceu, eu pesei que nunca mais fosse te ver e que nunca mais ia poder te tocar. Eu não aguentaria perder você.
Passei á mão no seu cabelo e fiquei fazendo cafuné nele. Eu estava quase chorando também por ver ele daquele estado. Ele se acalmou um pouco.
Eu: Eu fiz uma promessa á você Felipe. Eu prometi que nunca iria te deixar e eu vou cumprir minha promessa até o fim da minha vida.
Ele olhou para mim e eu passei á mão no seu rosto e fiquei alisando. Aquele rostinho era tão bonito. Meu coração só caberia uma pessoa e era ele. Era ele para sempre. Não restavam dúvidas nenhuma. Aquilo que eu sentia por ele era realmente paixão.
Eu recebi alta do hospital naquele dia mesmo. Eu cheguei em casa e já estava melhor e não sentia nada á não ser meu coração apaixonado bater mais forte. Minha mãe chamou o Felipe para dormir em casa naquela noite por que ele não havia saído do meu lado nenhum segundo sequer. Ele aceitou. Minha mãe fez uma janta maravilhosa e ele jantou com a gente. Meu irmão e ele se tornaram amigos rápido. Eu pedi para minha mãe colocar ele para dormir no meu quarto e deu certo. Naquela noite, Felipe dormiu num coxão no chão e é claro que eu dormi agarradinho com ele. Felipe só dormia sem camisa e eu também. Aquela noite tinha sido muito boa, eu e ele coladinhos um no outro e de vez em quando ele virava e ficava em cima de mim e então me beijava.
DE MANHÃ...
Eu acordei aquela manhã de domingo com minha mãe batendo na porta. Eu levantei ás presas e sai de cima do Felipe. Felipe também acordou assustado.
Felipe: O que foi?
Eu: Minha mãe está na porta.
Abri á porta e minha mãe falou bom dia.
Mãe: Você está melhor?
Eu: Estou mãe. Estou bem.
Minha mãe pediu para eu e o Felipe irmos lanchar. Felipe foi embora logo depois e minha mãe e meu pai foram na casa de uma irmã do meu pai. Eu e o Jack ficamos sozinhos em casa. Jack Bruno estava jogando no videogame, como sempre, e quando tive á coragem me sentei ao lado dele e o encarei por alguns segundos.
Bruno: O que foi?
Eu: Jack, por que não me deixou afogar? Se eu morresse você teria o que sempre quis que era se livrar de mim.
Bruno: Era o certo á fazer. E Eu nunca quis isso. Nunca quis me livrar de você. Eu só queria que alguém se importasse comigo um pouco e como a mamãe e o papai dava atenção mais para você do que pra mim, eu ficava zangado e com raiva de você, mas eu nunca quis me livrar de você.
Seus olhos refletiam sinceridade. Eu localizava a sinceridade da pessoa pelos olhos. Ele me encarou também e ouvi o som da TV “game over” *.
Bruno: Droga! Pedi o jogo.
Eu ri. Me aproximei dele e o abracei bem forte. Ele não se mexia e nem falava nada apenas correspondeu com outro abraço forte também.
Eu: Eu te amo irmãozinho e eu agradeço muito por ter salvado minha vida. De verdade. Me perdoa por tudo o que eu fiz pra você? Sei que muitas vezes fui um idiota com você, mas é que eu estava irritado e você vivia tentando acabar comigo.
Bruno: Rô está tudo bem. Eu que devo desculpas pra você. Eu te provocava e minha ignorância não deixava ver que meu irmão me amava. Eu também te amo mano, e prometo que não vou mais ficar enchendo seu saco.
Eu continuei abraçado com ele e torcendo que aquilo acontece-se mais vezes.
---(CONTINUA)---
COMENTÁRIO DO AUTOR:
O QUE IRÁ ACONTECER DAQUI PARA FRENTE? AS COISAS VÃO MUDAR BASTANTE E A VIDA VAI MOSTRAR Á RONNY QUE NÃO SOMOS NÓS QUE PLANEJAMOS O DESTINO, MAS ELE QUE PLANEJA PRA GENTE. OBRIGADO Á TODOS QUE COMENTARÃO MEU CONTO E QUE TAMBÉM VOTARAM. AGRADEÇO A TODOS QUE LERAM E NÃO VOTARAM OU COMENTARAM.
DESCULPE-ME PELOS ERROS DE ORTOGRAFIA
AQUI ESTÁ MEU E-MAIL DE CONTATO PARA QUEM QUISER DIZER UM OI
campoazul_10@hotmail.com
EM BREVE Á CONTINUAÇÃO DE A ESCOLHA.
