Timmy & Sam: Don't ask, don't tell pt: 11

Um conto erótico de Syaoran
Categoria: Homossexual
Contém 5014 palavras
Data: 10/08/2013 12:42:35

Mais um capítulo saindo fresquinho pra vocês. As coisas aos poucos estão acontecendo. Gostaria de agradecer mais uma vez o carinho de todos vocês que me acompanham. Fico muito feliz ao vê-los, votos e comentários.

Devo admitir que não sabia o que fazer, minha irmã havia me deixado a sós com Taylor, o Taylor. Vocês podem imaginar o que eu senti? Eu fui transportado aos meus 14 anos. Confesso que estava nervoso, nervoso? Eu estava em pânico. Mas, onde foi que a Sam o descobriu? Como ele poderia estar em um encontro COMIGO? Ele não faz ideia de como eu já sonhei com este momento... como eu sofri quando ele foi embora sem se despedir. Mas isso não importa agora, o importante é que ele está ali, que é ele. Mas não sei, quando a esmola é muita o santo desconfia.

Confesso, eu me sentia bem na presença dele e na possibilidade deste encontro, infelizmente ele foi o meu primeiro amor e o Timothy morria de raiva, ou ciúmes dele, ou seja, estar com Taylor massageava o meu ego além de ser uma vingança a altura de tudo o que aquele já me fez passar nas últimas semanas. Eu sei que este é um sentimento egoísta, mas dane-se. E por que mesmo eu estou pensando no Timothy em meu encontro com o Taylor?

- Desculpe. – ele dizia enquanto olhava em meus olhos.

- Eu não merecia aquilo Taylor, você foi um imenso covarde e um completo idiota, poxa cara a gente era amigo. – falava sério.

- Tenta me entender Sam, você era um amigo meu e namorado da minha prima... – ele tentava se justificar.

- Ela reagiu bem melhor do que você, e olha que, como você disse ela era minha namorada. – respondi tentando ser seco e mantendo meu charme.

- Não é toda vez que o seu amigo diz que tá afim de você, nós éramos crianças.. eu fiquei apavorado... eu agi da única forma que pensei...

- Únicas né?

- Como assim?

Eu gostaria de não lembrar daquele dia, o dia em que eu não aguentei mais, o dia em que eu tive que revelar ao Taylor tudo o que eu sentia por ele. Tínhamos acabado de fazer a lição de casa e informei que tinha uma coisa muito séria a tratar com ele, o mesmo ficou pensativo, então eu disse: “E... eu não sei como... eu... eu acho que eu gosto de você”, ele inicialmente achou que era um gostar de amigo, mas quando percebeu que os meus sentimentos eram diferentes.

- Primeiro você me chamou de viado, disse que tinha nojo de mim, como eu me atrevia a estragar a nossa amizade.... depois você deu-me um murro na cara, expulsou-me da sua casa e disse que eu nunca mais deveria voltar lá. Eu ainda tentei falar contigo no colégio, mas você se tornou alguém completamente obtuso. Depois eu soube pela Nicolle que você tinha ido embora. – falei com todo o pesar que ainda existia em meu coração.

- Nossa, você lembra de tudo mesmo, né? – ele falava com certa tristeza na voz.

- Agora a Sam te trás de volta, e você esta tendo um encontro comigo, isso eu não entendo. – Questionei na lata. – onde está a câmera, que isso só pode ser uma pegadinha.

- Te garanto que não é. – ele falava pegando em minha mão. – Bem, me perdoe pelo que fiz, mas os tempos eram outros, eu te tinha como um grande amigo e fiquei muito chateado com aquilo...

- Não foi você...

- Eu te deixei falar, agora é a minha vez Owen. – ele me repreendia em tom jocoso . – ... bem, eu fiquei muito mal com aquilo e sim, eu fui um idiota, seja lá como você queria chamar e acho que ainda seria este idiota se eu não tivesse me embebedado.

- Como?

- Uma vez, na faculdade eu me embebedei com um colega e acabamos indo pra cama, não foi nada sério, na verdade acabou sendo um pouco, mantivemos um caso durante algum tempo. Ambos tínhamos namoradas, mas isso não impediu nada. Mas ai eu vi que eu gostava dele, gostava de ficar com ele e acabei terminado...

- e?

- O safado hoje está casado e me chamou até pra ser o padrinho do seu primeiro filho. Pode um negócio desses? – ele falava tentando rir. – Eu me senti um lixo com isso, me senti usado, ai lembrei mais uma vez de você, como você deve ter se sentido quando eu fiz aquilo. Eu tentei ter notícias suas, na verdade a Nicolle me disse que você tinha namorado o Christian, depois um tal de Miller e que as coisas iam bem. Então decidi não me aproximar, acabei sendo transferido pra NY. Lá a Sam quase me esgana... você deve imaginar o por quê.

- Lógico, uahuahuahuahuahua.

- Semana passada eu acabei sendo transferido pra cá, no aeroporto encontrei a Sam e o resto da história você já sabe. Então, me perdoa?

- Eu te desculpo, perdoar ainda é muito cedo. – Disse rindo pra ele, ao que minha irmã volta.

- O dupla de Dregs, por favor parem com a DR e vão se divertir... Taylor eu te trouxe aqui, na noite dos Owen pra tirar meu irmão da fossa, não afundá-lo ainda mais. – ela disse em um misto de brincadeira e verdade.

- Sim senhora. – ele respondeu batendo continência. – Você a ouviu, vamos.

À noite com Taylor foi ótima, dançamos, rimos das presepadas feitas pela minha irmã, principalmente quando ela encontrava com a Vivi e fazia questão de nos mostrar para ela, um recado obvio para o falecido. Eu me sentia muito bem, a presença de Taylor, de certa maneira aparava uma aresta, eu havia perdido o meu grande amigo, o meu primeiro amor, mas ele havia sido encontrado, ele havia regressado e, de uma forma que eu não sei descrever muito bem, aquilo me fazia muito bem. No entanto, enquanto estávamos na pista.

- Me desculpa. – ele falava enquanto passava seus braços fortes em minhas costas, o puxando para mais perto de seu corpo. Meus lábios que estavam serrados aos poucos foram se abrindo para deixar passar nobre invasor que aos poucos fazia o reconhecimento de seu novo lar. As línguas brigavam pela posse uma da outra, depois encontraram certa sincronia, Taylor sugava meus lábios com afinco, como um ladrão que tenta se furtar todos os pertences de uma casa na ausência de seus donos. Enquanto ficávamos sugando um ao outro ele coloca uma de suas mãos em minha nuca, afagando meus cabelos enquanto faz com que nossos rostos fiquem mais colados. Aquele toque, aquelas mãos, aqueles lábios conseguem fazer com que eu esqueça de minhas tristezas, me devolveram a vida que já há algum tempo havia sido retirada de mim. Parecia que não estávamos em uma boate, estávamos apenas ele e eu dançando e nos beijando apaixonadamente no espaço infinito. Aos poucos os movimentos tornam-se menos viscerais e ele começa a me dar diversos selinhos.

_______________________________

Bem, eu sei que eu pareço uma criança, mas sou mesmo. Uma coisa que eu sempre gostei foram musicais, ou filmes que contenham dança, posso até dizer que tenho uma coleção invejável destes filmes, Grease, Os Embalos de sábado a noite, Mary Popins, a Noviça rebelde, Os miseráveis, Carrossel, Ritmo quente, Ana e o Rei, sem falar no outro sem número de peças que eu havia assistido, desde clássicos da Disney até a outros espetáculos e agora eu iria assistir Wicked. Eu iria assistir Wicked. Sei que não seria a peça com seu casting original, mas eu sonhava tanto com esta peça.

Devo confessar que neste assunto eu sou um chato, acho que no lugar do Timmy, não sei porque, mas gostei de chamá-lo assim, eu mesmo não me aguentaria, mas Wicked é Wicked. Passei uma semana me preparando com a Isa, seria um dia maravilhoso, mas as coisas dificilmente ocorrem da forma como planejamos.

- Como assim Isa? – falava com ela ao telefone.

- Lamento meu gato, mas acabei ficando doente... não vou poder ir I’m limited (Parte da música For Good). – ela se lamentava.

- Então eu... acho que eu não vou, tipo era um programa que nós dois iríamos. – tentava consolá-la.

- Como? Negativo, você tem que ir. Quem vai me contar se o espetáculo valeu a pena ou não? Quem tá doente sou eu não é você. – ela insistia.

Ficamos conversando por um bom tempo, ela sempre se lamentando por estar doente, mas tentando me dar força para ir, chegou até a comentar que eu poderia ir com o meu namorado, ao que respondi que ele estaria ocupado, parece que teria algum tipo de avaliação e passaria a noite do espetáculo estudando.

Embora eu estivesse ainda empolgado com o espetáculo estava triste, havia combinado este programa há muito tempo com uma amiga querida, agora estava eu, no meu quarto, me arrumando para um dos meus sonhos, mas eu não conseguia ficar feliz, pois eu sou daqueles, creio que a felicidade deveria ser compartilhada, agora, com quem eu iria compartilhar a minha? Em meio a tudo isso vejo o sem vergonha do meu colega de quarto se arrumando pra sair. Como pode? Ele com a namorada doente, coisas de homem, eu espero do fundo de minha alma que ele tenha uma noite tão boa quanto a minha, depois que fui traído pelo Christian sou uma pessoa completamente solidária com quem esta passando por este tipo de situação.

- Vai sair? – perguntava de maneira retórica.

- Vou sim, por que? – ele retrucava de forma cômica.

- Nada não. – respondi seco.

- E você, conseguiu companhia? – questionou demonstrando interesse.

- Ahh, não... mas fazer o que né? – retruquei desarmado

- É, fazer o que? – Falou mostrando um ingresso e começando a rir – eu vou ter que aturar, mais uma vez, um fã de Wicked.

- Vo... você não... – eu, eu não sei nem como me sentia, ele não podia estar fazendo o que eu acho que ele está fazendo.

- Se o tratante do teu namorado não vai, eu tenho que representar a Isa e o Erik. – enquanto ele falava isso eu me sentia muito envergonhado, o cara que era um chato, tentava fazer da minha vida um inferno, capaz de um ato como este. – E não precisa ter vergonha. Nós não somos amigo.?

- ... – eu gostaria de responder, mas eu não tinha resposta, apenas fiquei com minha cabeça baixa.

- Ei, olha pra mim. – Ele pedia. Eu não queria levantar, pois embora eu tente, muitas vezes, parecer um cara durão, eu não sou. O idiota conseguiu me desarmar por completo, eu estava lá, feliz, com companhia para um dia muito especial, companhia de alguém que eu nunca imaginei. Devo confessar que sempre achei estranha a forma como ele me tratava, principalmente a mudança do “te odeio por transformar o meu amigo em gay”, para o “somos amigos”, mas eu hoje agradeço aos céus a sua amizade.

- Obrigado. – falava enquanto tentava enxugar meus olhos que se convertiam em duas torrentes de água.

- Lembre-se disso durante as provas. – respondeu em tom brincalhão.

- Tá certo. – eu tentava me recompor.

- E cara, eu tenho que saber como são essas músicas sem o som de banheiro. Nada contra, mas acho que se fosse cantor tu morreria de fome. – E o meu colega de quarto volta a ser um idiota, mas eu estava muito feliz pra ser grosso com ele.

- Como assim? – falo sério.

- Let his flesh not be torn/ Let his blood leave no stain/ Though they beat him/ Let him feel no pain/ Let his bones never break/ And however they try/ To destroy him/ Let him never die:/ Let him never die – ele cantarolava, tenho que admitir, ele canta melhor do que eu. – toda vez que tu entrava no banheiro tu cantava isso. – como ele aprendeu uma música só de me ouvir cantar no banheiro? Ele presta atenção as coisas que eu digo quando estou no banheiro? Achei isto muito estranho, mas deixa pra lá, eu terei companhia, é isso que importa.

Preparamos-nos para sair, mas ele disse que tinha algo a tratar com o Clarkson antes, achei um tanto estranho, no entanto eles eram grandes amigos. E amigos sempre tem coisas a tratar com o outro, em todos os momentos. Contudo alguma coisa não me pareceu certa, o Timothy voltou muito rápido. Algo estava errado com seu semblante, mesmo que ele tentasse disfarçar, tentando mostrar-me sorrisos ou coisas do gênero eu não sei. O sensor filho de Hera começou a apitar, será que ele e Isa na verdade haviam brigado e ele estava indo ao Theatro comigo obrigado. Não, não deveria ser isso, se fosse eu haveria percebido a mais tempo. Aquilo ficou na minha orelha, mas não poderia deixar que alguma coisa como esta estragasse a minha noite com o meu novo grande amigo.

E, por incrível que possa parecer, foi uma noite incrível e a companhia superou as minhas expectativas. Como ele havia me dito que não gostava de peças eu acreditava que, nos primeiros 15 minutos, ele já estaria dormindo e me fazendo passar vergonha, mas não. Ele assistiu as duas horas de apresentação, tudo bem, não foram as duas horas, mas se ele dormiu pelo menos não roncou me fazendo passar vergonha. Depois da apresentação decidi convidá-lo para comer alguma coisa e saber o que era aquilo que o deixou tão contrariado.

- Timmy...

- É Timothy, ou grande Tim, cara quando você vai aprender. – ele falava um tanto alterado.

- NUN.CA. Você mesmo disse que somos amigos, Timothy é muito formar e Grande Tim, desculpe, mas eu não gosto. – eu respondia.

- De Timmy quem não gosta sou eu. – ele respondia tentando parecer sério, mas começando a rir.

- Ei, vamos comer uma Pizza? – eu propus.

- Nossa, me chamando pra sair é? Cuidado que eu tenho uma namorada e ela é uma mulher brava. – ele falava em tom jocoso. – Se ela sabe que eu estou saindo contigo.

- Ok então, eu ia pagar a sua, mas...

- Tem certeza disso? – ele perguntava incrédulo. – você tem alguma ideia do quanto eu como.

- Eu disse que eu ia, mas depois desta sua gracinha não vou mais. – disse tirando uma com a cara dele.

- Eu nem queria mesmo. – ele tentava desdenhar.

Não demorou muito tempo e estávamos na Pizzaria, e ainda bem que era dia de Rodízio se não eu teria passado o resto da noite lavando os pratos. Eu confesso que não esperava que ele comesse daquela forma, parecia um triturador, ou melhor, parecíamos, pois percebi que ele queria mostrar que conseguia comer mais do que eu. E adivinhem o que o idiota aqui fez, claro topou a aposta velada. E quer saber, eu ganhei dele. Depois ele decidiu ir a uma sorveteria e fizemos outra disputa, a qual ele ganhou. Ele gostou de ganhar e no caminho de volta a Universidade parecíamos amigos de infância, falávamos sobre jogos, a família, os sonhos, mas ao entrarmos na dos dormitórios ele começou a ficar muito sério.

- Timmy, eu vou dar uma passadinha lá no Erik, ele passou a noite estudando. – eu informava.

- Não!!! – ele respondia exasperado.

- Como!?

- Ehhh, não, ele deve estar dormindo, deixa pra falar com ele depois. – eu não entendia, era impressão ou ele não queria que eu fosse atrás do meu namorado?

- Não está, eu vi a luz do seu quarto aberta, e como ele hoje está sozinho ainda deve estar estudando.

O meu colega de quarto ainda tentou tirar minha convicção diversas vezes, e cada vez mais eu ficava encafifado com isso, ele era um dos melhores amigos de Clarkson, será que ele estava sabendo de alguma coisa e não queria me dizer? Quanto mais ele tentava me afastar de meu objetivo, mas eu decidido eu estava de que teria que alcançá-lo. Timmy acabou acompanhando-me até lá.

Ao adentrarmos no quarto Miller parecia visivelmente contrafeito com que via, Erik estudando somente com a luz de um abajur acesa.

- Oi amor, o que você está fazendo aqui? – Meu namorado perguntava.

- Vim só fazer uma visita, meu nerdzinho. – respondia de forma carinhosa.

- A noite foi muito dura não foi Clarkson? – Timmy questionava de forma irônica.

- Ohh, quase não consigo colocar a matéria em dia. – ele respondia de uma maneira jocosa.

- Não é bom estudar tudo sozinho, homem, da próxima vez você chama ALGUÉM pra ESTUDAR contigo, garanto que será mais fácil. – Timothy sugeria.

- Até eu posso ajudá-lo, se quiser. – eu me oferecia.

- Mas eu não queria estragar a sua noite amor, e aí, como foi a peça? Este sem vergonha foi uma boa companhia? – Ele me questionava.

A conversa que se seguiu foi, no mínimo, esquisita. Embora Clarkson se mostrasse interessado no que o seu amigo e eu tínhamos feito, o nosso programa, Timothy sempre o cortava, ou lançava algumas indiretas. Sei que muitas vezes sou um tanto obtuso para estas questões, mas era visível, a cada resposta o semblante de meu namorado ficava mais carregado, como se a conversa estivesse seguindo um caminho que ele não entendia, ou queria. O meu colega de quarto, percebendo a situação se retira e nos deixa.

Na semana que se seguiu eu tentei saber o que tinha sido aquilo, o que diabos havia acontecido entre aqueles dois que justificasse tamanha hostilidade, mas ninguém me respondeu. Se eu estivesse perto de um o outro não aparecia, ou tentava me evitar, será que eles estavam tendo problemas por minha causa? Será que o Clarkson havia ficado chateado por eu ter saído com o seu amigo e por isso eles não estavam se falando? Eu não queria ser o motivo de uma briga, ou o desentendimento entre ambos. Enquanto eu estava absorto em meus pensamentos acabo andando sem rumo certo pelo Campus, e como sempre ocorre quando andamos sem rumo acabamos encontrando o caminho que deveríamos seguir. Eu estava andando pela área das quadras quando me deparo com uma cena que me deixa enojado, era o Clarkson se agarrando com uma mulher que eu não sabia bem quem era. A forma como suas mãos passeavam pelos contornos daquela mulher, a forma como ele a beijava, eu não merecia isso, eu não merecia estar passado por esta humilhação mais uma vez.

- Nossa tigrão, como você tem fogo...

- Fogo? Você ainda não viu nada. – ele respondia enquanto a beijava com mais afinco, ao que ela aceitou em um primeiro momento e depois recusou.

- Erik, tá bom. Você tem que resolver a sua situação.

- Essa história de novo, minha situação já está resolvida, aqui, agora, com você. – ele alegava de uma maneira safada.

- Negativo honey. Pra descer pro play só sendo meu namorado... OFICIAL.

- Mas as coisas estão tão boas assim, você com o Michel, sem cobranças... e nada...

- Ele não é bobo fofinho, e tenho que estar segura. – ela falava se aproximando da face dele. – você... por acaso, não quer mais ficar comigo? – questionava de forma cínica.

- Sempre gata... você me deixa... aceso, totalmente... – falava enquanto tentava a beijar mais uma vez.

- Mas, tigrão, porque dizem que você está com o Owen?

- Não liguem para o que o povo fala... confesso que já dei uns pegas nele, mas fazer o que se ele gamou e não larga do meu pé? – ele falava tentando ser o maioral.

- É mesmo? – ela falava enquanto passava a mão em seu peito.

- Acho que vocês dois se dariam muito bem... ele pode aprender muito com você.

Quanto mais eu ouvia aquela conversa, mais enojado, mais sujo eu me sentia. Clarkson era um porco, ele... ele estava comigo, havia dito que eu era seu namorado, quando na verdade pegava outras pessoas no Campus. Meu deus, quem saberia? Será que eu era motivo de fofoca “O Corno”, “O iludido”, será que era assim que as pessoas se referiam a mim?

- Eu finjo estar com ele, apostei com um amigo pra ver se conseguia o levar pra cama, mas o viadinho é difícil. – ele dizia demonstrando sua real falta de caráter. O seu total desrespeito para com a minha pessoa.

Eu saí de lá transtornado, meu estômago estava completamente embrulhado, os meus olhos mareados, mas eu não poderia, eu não iria verter uma única lágrima por aquele desgraçado. Eu havia confiado nele, mas a quem eu estava querendo enganar, eu já esperava este tipo de atitude dele, mas mesmo assim doeu.

Corri, eu corri de meus problemas, corri de meus sentimentos, de minhas tristezas de tudo o que me lembrasse o Clarkson e fui em direção ao meu quarto, entrei no banheiro e verti todo o conteúdo de minhas entranhas, ao passo que a barragem que havia feito para conter minhas lágrimas também foi desfeita. Enquanto eu chorava escuto alguém bater na porta do banheiro.

- Sam, Sam, você está aí dentro. – era o meu colega de quarto– eu apenas conseguia soluçar, pensava o quanto eles deveriam ter rido de mim, na certa ele sabia de tudo e voltou a falar comigo quando viu que o amigo não estava realmente com o viado.

- Sam, fala comigo, você está bem? – ele tentava mostrar preocupação. Eu tentei me refazer, passei uma água no rosto e saí do banheiro.

- Claro Timothy, eu estou maravilhosamente bem. – respondia seco.

- Eu já disse pra voc... ei, você me chamou de que? – ele questionava.

- Timothy, não é este o seu nome?

- Não é que... eu... eu...

- Vamos parar com este teatrinho, você não me convence mais Grande Tim, assim está melhor?

- Que teatrinho, do que você está falando? – ele questionava, ao que eu sentia mais raiva de seu fingimento.

- E o Oscar de melhor ator vai para... Timothy Brian Miller, pela interpretação de um amigo meu. – Ele me olhou sério e segurou meu braço.

- Oh Sam...

- Não me chame de Sam, seu porco... na certa vocês devem ter rido tanto de mim, da forma como os dois me enganaram... eu sou um grande besta, um palerma mesmo...

- Os dois... te enganaram, os dois quem... do que você está falando?

- Isso mesmo, você pode dizer pro seu amiguinho que eu descobri tudo, tá certo... descobri que ele estava me usando...

- Você descobriu? – finalmente ele era sincero. – olha, eu não sabia de nada... eu te juro.

- Não sabia, como assim não sabia, lógico que sabia, na certa foi você que arranjou aquela VACA pra ele.

- Você acha que eu me daria ao trabalho de procurar uma mulher pro Clarkson, principalmente quando eu estava me esforçando pra ser seu amigo. – Ele falava exaltado.

- Ohhhh a máscara caiu, se esforçando, quer saber bonitão, não precisava se esforçar tanto, bastava dizer eu não gosto de você, ou continuar agindo como aquele idiota que você sempre foi. – Eu me exaltava cada vez mais. – sabe, eu não sei quem foi mais baixo, ou ele pela forma como agiu, ou você... cara eu estava confiando em você... – falava colocando ele contra a parede e apontando o dedo para ele.

- Tire este dedo da minha cara, falou? – ele também se exaltava. – Em primeiro lugar, os seus problemas com o Clarkson, são seus problemas com o Clarkson eu não tenho nada haver com isso. Em segundo, eu não estava tentando ser seu amigo por conta dele, pra que eu te usasse. – ele falava me empurrando, colocando contra a parede no sentido oposto. – eu, realmente, quero ser seu amigo.

Nossos rostos corpos estavam praticamente colados, eu sentia o seu peito estufar e contrair, devido a respiração, ele engolia a saliva enquanto esperava a minha resposta, eu sentia o seu perfume adentrar as minhas narinas, como eu odiava isso, como eu odiava ele ser tão lindo, ele ter se fingido de meu amigo... eu tentava encará-lo nos olhos, mas se fizesse isso sabia que não iria resistir e começaria a chorar mais uma vez, e eu não poderia, eu não iria me mostrar fraco para estes idiotas.

- Amigos como você eu tô dis... – no meio da discussão eu não sei o que aconteceu, mas ele me beijou, o Timothy, o meu colega de quarto idiota havia me beijado. Eu me calei. Foi um beijo abrupto, ele comprimia o meu rosto contra o dele, sua língua tentava abrir caminho por entre meus lábios que não permitiam a entrada no intruso, com toda a força que eu tinha o repeli.

- O que diabos você pensa que está fazendo? – eu perguntava com raiva.

- Não sei. – ele parecia confuso.

______________________________

- Timmy. – Falo ao abrir os olhos e me deparo com um olhar desconcertado de Taylor. Eu havia feito isso? Eu realmente havia feito isso? Eu acabava de ser beijado e disse o nome do desgraçado que me abandonou. Eu não podia, eu não devia ter feito isso. Como é que o defunto, mesmo longe ainda tinha o poder de estragar a minha vida?

- Já falaram muitas coisas do meu beijo, mas Timmy, esta foi à primeira vez. – ele tentava ser engraçado.

- Me desculpa, eu... eu não...

- Calma gato.... vamos dizer que este beijo foi em homenagem ao seu querido Timmy e que ele fique aonde está. – ele tentava contornar a situação.

- Não... eu não devia... eu...

- Calma Sam, você ainda tem o problema de pensar demais nas coisas, deixa acontecer, eu não estou ofendido... vamos aproveitar a noite e deixar que as coisas fluam. – Ele fala me beijando mais uma vez. – Rob. Pronto, estamos quites.

Eu tentei aproveitar a noite, sei que a companhia de Taylor era super agradável, mas ter falado o nome de Timmy me deixou desconcertado, embora ele tenha me abandonado, embora eu quisesse esquecê-lo falar o seu nome, presentificá-lo enquanto beijava outro. Eu revelava a mim mesmo que não o superei, que ele ainda estava presente dentro de mim. Que, infelizmente, eu ainda era dele.

- Taylor... eu.... eu tenho...

- SAMMMMMMMMMMMM!!! – gritava minha irmã desvairada na pista.

- Sam, eu... acho... que...

- Você não acha nada... a regra... a regra... a regra da noite dos Owen...é... é clara. – ela me olhava alcoolizada.

- Só saímos ao amanhecer.

- Isso... isso mesmo... – ela falava entre soluços. – e eu trouxe o Taylor, embrulhado pra presente pra você... e você....

- É que.... é...

- Você não gostou dele? – Ela falava vermelha de raiva. – Não seja por isso. – Ela falava me pegando pelo braço e me arrastando para uma mesa.

- Taylor, desculpa. – ela falava enquanto subia na mesa. – Eu... eu tenho... eu tenho.. um amigo lindo e solteiro... – ninguém dava atenção a ela. – Droga... Sam vem comigo.

Ela me arrastou até a área em que estava tendo o show do Couver, subiu no palco e pegou o microfone.

- Alice, vou pegar o seu microfone... certo amiga. – ela falava para a outra.

- Sam, me dá este microfone, você está bêbada... – a amiga tentava impedi-la, e eu morrendo de vergonha.

- Bêbada não... só um pouco melada. - ela tentava fazer graça - Amiga, tu sabe que eu não faria isso se não fosse por uma boa causa.

Alice achou, por bem, deixar a minha irmã falar o que gostaria, elas se conheciam a muito tempo e ela achou apenas que minha irmã iria dizer que amava a todos e sairia do palco.

- Quem é homem aqui, levanta a mão? – ela questionava.

Os homens levantaram, começando a rir da presepada que a bêbada, digo, minha irmã preparava para o divertimento deles.

- Ma... macharada... eu estou muito... muito puta com vocês.... a bitch do meu irmão... aquele alí oh. – ela apontava para mim, ao que as pessoas começavam a empurrar-me em direção ao palco. – olha como ele é lindo, somos gêmesos... ele está solteiro, sozinho há quase três meses.... onde estão os machos... os versáteis desta droga de cidade. – ela questionava. – ele faz tudo....

- Sam, para, por favor. – eu falava com muita raiva.

- Não, Sam, isto é sério. Temos que resolver isso. – ela falava segurando o microfone e falando pra mim. – Daqui a pouco ele volta a ser virgem por falta de uso. Vocês vão deixar essa tragédia acontecer? – as pessoas começavam a rir.

- Para Samantha... – Alice pedia – isso não tem graça.

- O sem ver...vergonha do namorado o deixou.... agora quem vai escolher o namorado dele sou eu.... - o público ia ao delírio, mais da performance de minha irmão, do que a proposta - quem quiser se candidatar peguem o meu número com a Alice... Alice... você faz isso por mim... por favor... eu tenho que ajudar o meu irmão, você entende, não entende?

- Sim, claro, pode deixar. – Alice queria dar um fim a esta situação.

- Ah, Taylor, a preferencial ainda é sua. – Ela fala isso e depois cai no chão, bêbada.

Neste momento eu tento levar minha irmã pra fora da boate com a ajuda de Taylor, Vivi e Craig, que ficaram penalizados com o papelão que minha irmã protagonizou. Sabe aquela sensação de se estar sendo observado, era isso que eu sentia, todos naquele lugar estavam me observando, e eu não gostava nenhum pouco disso. Alguns até me paravam pra me entregar o número de telefone, pedindo para que eu os retornasse, ou perguntando o número da minha assessora.

Samantha poderia estar bêbada da forma como estivesse, mas na manhã seguinte iria me escutar, ahh se iria.

Continua...

Oliveira Dan: Não foi outro na mesma semana, mas foram dois no mesmo mês. Espero que o seu coração aguente. :D

ImperadorCelta: Seja muito bem vindo ao meu conto. Agradeço imensamente o carinho. Eu decidi postar grande pois as vezes eu ficava #chateado quando via os pequenos, que mal você começava a ler já tinham acabado. Muito obrigado pelo carinho. Se eles vão ficar juntos ou não a história ainda esta ganhando os contornos, mas vão ter muitas cenas deles. Os Flash-backs são um capítulo a parte, me inspirei em Once upon a time.

Ru/Ruanito: uhauhuahuahuah com certeza, mas a pergunta que ela se faz é, ela poderia ser considerada uma boa mãe, fazendo as loucuras que faz? uhauahuahuahuah.

Juniormoreno: Sempre. Eu gostaria de ter uma mãe, ou uma sogra tão louca quanto ela. Quem sabe um dia eu consiga. uhauahuahuahau

Geo Mateus: Este projeto é uma ficção, eu queria trazer o Timmy de volta, mas também, dependendo do caso poder explorá-lo de uma outra forma no campo militar, então decidi fazer este projeto. o nome Projeto Athena se dá ao fato desta ser a deusa da guerra justa, a que é ganha por meio da estratégia.

Afonsotico: As possibilidades de achar outra pessoa aumentaram exponencialmente. hauhauahuahua E Ele beijou o Taylor, quem sabe, com paciência, né? ahauhauahuahuahuah

Obrigado a todos e até a próxima.

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Comentários

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Com certeza nao! kkkk affs Clarkson q pegue uma doença sexual e sofra, ah eu ia la neles e ia me divertir com uma anavalha

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Meu amigo (olha a intimidade), eu sempre fico dividido entre os dois e acabo emocionado, sucesso.

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Poxa to na torcida pelo taylor! So amamos verdadeiramente uma unica vez....e o taylor foi sei primeiro amor

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Ahhhhh pode parar, que o Sam fique com outro, mas com o Taylor não! (sim, não gosto dele u.U rsrs); Ahhhh que péssima a forma que o Sam descobriu a traição. Mas como ele parece ser vingativo, espero que o troco seja digno de filme de suspense muahahaha

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Maravilhoso, como sempre. Só não me deixe em aflição e poste o mais RÁPIDO POSSÍVEL a continuação.

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