*CONTINUAÇÃO
- Bruno? Eu acordei desesperado, tudo não passava de um sonho, ou pesadelo, ele continuava ali ao meu lado, lindo como sempre. Eu abracei e ele acorda.
- Fe? Porque voce está chorando?
- Bruno promete que nunca vai me deixar.
- Claro que não vou te deixar amor, voce é meu e ninguém vai poder mudar isso.
Dou um beijo rápido nele e volto a abraçá-lo, sua mão envolta meu corpo fazendo com que ficássemos mais colados.
Voltei a dormir, acordamos na segunda feira com o despertador tocando, era hora do Bruno ir para a escola, resolvi que iria junto, precisava matar a saudade de alguns colegas. Nos banhamos e após alguns minutos já estávamos prontos para ir. Pela dificuldade em andar sua mãe teve que nos levar de carro.
Bastou descermos do carro para que todos os olhares se voltassem para nós. Alguns curiosos, outros surpresos, logo Clarisse nos avista e corre para nos abraçar, seu namorado vem em seguida e também nos cumprimentam, algumas meninas quais eu já conversava pouco também veio falar conosco. Após algumas conversas fomos para a sala, era possível ver as conversinhas que eram feitas sobre a gente, provavelmente já sabiam que tínhamos um caso, eu não tava nem ai para eles, quero que se ferrem todos. Alguns professores ficaram felizes em nos ver de volta já que o Bruno não tinha freqüentado a escola desde que eu sai do Brasil.
Resolvemos sair mais cedo do colégio e ir ao shopping aproveitar um pouco. Já no shopping tomamos sorvete e colocamos o assunto em dia, contei sobre meus pais esconderem alguma coisa de mim, falei do apê que Bruno havia comprado pra gente, Clarisse ficou mega feliz e disse que ela e o namorado estavam planejado algo parecido.
Já ia dar onze horas, resolvemos ir para casa, seguimos a pé pois a mãe do Bruno não sabia que iríamos voltar mais cedo, e para minha surpresa ao chegar frente a casa dele o carro do meu pai estava parado em frente, olho para Bruno sem entender nada, a porta da casa estava entre aberta, ele faz sinal para entrarmos em silencio, alguma coisa eles estavam escondendo e era hora de descobrir.
Chegamos à porta e era possível escutar.
- Você é a culpada de tudo isso, você não devia ter aceitado ele aqui. – esse é o meu pai e estava se referindo a mim com certeza.
- Eu não tive culpa, se eu soubesse disso jamais teria aceitado. – agora a mãe do Bruno falava.
Eu estava curioso, queria saber do que eles estavam falando. Mais uma vez é possível ouvir a voz do meu pai.
- Meu filho me odeia por achar que eu não aceito ele da forma que é, claro que eu o amo, só não vou aceitar que isso aconteça.
Fiquei surpreso ao ouvir isso do meu pai e mais uma vez eu tive que intervir.
- É verdade isso mesmo pai?
Todos se espantaram, minha mãe que estava sentada num canto do sofá num pulo estava ao lado do meu pai que se encontrava branco como um fantasma.
- É verdade o que acabei de ouvir pai? Eu insistia pela resposta dele, Bruno agora estava atrás de mim com uma mão pousada sobre meu ombro.
- Felipe, é.. é... – ele tentava dizer alguma coisa, se explicar talvez.
- O que vocês tanto escondem de mim? Da gente?
-... ele calou-se, minha mãe senta-se no sofá e coloca a mão sobre o rosto e chora.
- Será que alguém pode nos dizer o que está havendo aqui?
- Filho. – meu pai falava agora – eu te amo independente de como voce seja, tudo que eu fiz até hoje foi pro seu bem, pro de vocês melhor dizendo.
- Bem? Como assim pro meu bem? Me afastando da pessoa que eu mais amo?
- Felipe as coisas não são como voce quer que seja.
- e como deve ser pai? Hã? Me responde?
- Fe, vamos subir. Bruno dizia.
- Não Bruno, já chega, eu não agüento mais saber que eles escondem alguma sobre mim.
- Felipe querido. - Agora a mãe do Bruno falava. – sei que vai ser difícil mas vocês terão que aceitar isso.
- Isso o que gente? Dá pra alguém dizer logo o que eu vou ter que entender?
- vocês não podem continuar namorando Felipe. Meu pai segurava meus braços enquanto dizia.
- Porque não? – eu chorava enquanto falava. – porque não podemos ficar juntos?
E pela primeira vez naquela sala ouvi a voz da minha mãe.
- Vocês são irmãos Felipe.
...
*CONTINUA