Como ir até o inferno e conseguir voltar – Segunda parte.
#Obrigado pelos comentários. Isso me motiva à escrever mais. =) Vai aí a segunda parte.#
Bom, eu não sei exatamente como começar isso. Já comecei pelo fim. Mas acho que foi um bom começo. Oi galera. Meu nome é João Paulo Mós Rodrigues. Todo mundo me chama de Jotapê. Ou chamavam, quando eu era sociável. Sou novato aqui, e espero que a minha história lhes agrade.
Sou de São Paulo, essa cidade louca e maravilhosa, mas não exatamente. Pensem num lugar longe. Multipliquem por 40. É onde eu moro. Extremo sul da zona sul da capital financeira do país. É uma guerra para chegar perto da Av. Paulista, que fica há uns 50Km da minha casa. Você passa a mata atlântica, passa a favela, passa o morro, passa mais favela, passa alguns centros comerciais, passa mais favela, e começa a chegar nos lugares chiques. E olha que estamos no meio do caminho ainda. A coisa toda é facilitada pelo metrô. Siiim, acho que um dos orgulhos de morar aqui é poder andar na rede metroviária mais extensa do país. (É ridículo, se comparada à países como Inglaterra e França, por exemplo, mas é o que têm pra hoje). Mas pensem: para eu chegar até a estação de metrô mais próxima, tenho que enfrentar um circular de 1h30 de viagem... haha. Por esse motivo, eu acho, eu quase não sei andar em São Paulo. Eu me canso só de pensar em ir.
Metrô... Papel importante ele terá em nossas histórias. Digo nossas, porque além de eu escrever, vocês irão acompanhar tudo, assim espero. Rs. O primeiro conto teve uma abordagem bem séria, mas eu não sou muito assim não, juro. Rs. Aliás, até sou, mas é mais com quem eu não conheço ou quando eu estou bravo ou nervoso. É que aquela noite... digo, lembrar daquela noite. Eu não gosto. E eu não sei se fui muito seco, então desculpem.
Voltando, eu sou baixo. Tenho 1,70 de altura. Sou branquinho, mas me considero meio pardo... mistura de europeu com índio. Sim, acreditem, eu tenho sangue tupiniquim em minhas veias. Hahaha. Sou cabeludo. Meu cabelo é cacheado, castanho, e já passa do pescoço. Eu sempre curti cabelo grande, e faz uns dois anos já que eu não corto. Olhos amendoados, castanhos, e algumas espinhas na cara. Mãaaaas, não, não sou feio. Enfim, sou uma pessoa normal.
Não sou magro, mas também não sou gordo. Sou “troncudo”, como minha mãe fala. Resultado de alguns anos de natação, que me abriram as ‘asas’ na região do peitoral e costas. Eu cheguei até a ter um princípio de tanquinho no abdômen, mas não consegui manter isso depois de parar de nadar. Eu pedalo bastante também, o que me proporcionou, ao longo dos anos, umas coxas bem fartas. É o que já me disseram... Sou uma pessoa pouco sociável desde sempre, mas em 2010, quando eu terminei a escola, ficou pior. Eu estudo desde então. Ah, hoje eu estou com 19 anos.
Quero passar na USP, ou numa federal aqui perto, e quem está no mesmo barco que eu ou já desembarcou sabe como é foda estudar pra isso. É necessário disciplina e paciência. Esse ano vai ser meu terceiro ano de Fuvest. Em 2011 meus pais já começaram a me aporrinhar para ir trabalhar e pagar faculdade. Mas eu me nego. Não mesmo. O trem já tá lá, pago. Todo mundo pode entrar e usar. É Público: vem todo mês nos impostos que pagamos e em cada coisa que a gente compra. Enfim, eu sou meio chato em relação a isso, e tenho que engolir certos sapos.
Mas ano retrasado eu dei um jeito de entrar num cursinho comunitário daqui, que ficava bem perto de casa. E de quebra, além de conseguir bolsa de 100%, eu consegui um trampo de secretário lá. Resultado: Eu passava o dia inteiro lá. Na parte da tarde eu atendia o público (nas horas vagas eu estudava, óbvio) e pela noite eu estudava pra valer, vendo aula e tudo. Foi um ano intenso, e eu não ganhava nada bem. O cursinho se mantinha às custas das mensalidades dos alunos, sem nenhuma ajuda da prefeitura nem nada. Ou seja, no começo do ano tinha aquele BOOOM de grana em caixa, mas ao fim do ano... pfuu. As vezes não tinha dinheiro nem pra pagar os professores.
Foi nesse ano que algumas coisas mudaram na minha vida. No meu último ano de escola, eu já havia beijado uma menina e foi legal. Mas, justamente no último ano, eu fiquei com um menino um ano atrasado em relação à mim. Bom, foi fantástico. Essa é a palavra. Até ali eu sempre achava que eu era bissexual, mas nesse beijo eu tive a certeza que eu era gay mesmo. Mas eu sempre fiquei na minha e nunca ninguém soube de nada. Bom, como o foco aqui é no meu último (e pasmem, primeiro) relacionamento, não vou enrolar muito emTiveram algumas coisas que só me provaram mais ainda que eu era viado mesmo e pronto. (Acho feio esse nome, viado, ou veado... mas enfim. Quando usado da forma correta, ele não me incomoda.) Virei o ano de 2011 para 2012 com aquilo na cabeça, de que eu tinha que contar pelo menos aos meus pais..
Vamos abrir um parênteses para esse assunto, mas só no próximo conto. See you later! =D
#Tá aí mais uma parte gente. Espero que estejam gostando. Divulguem, comentem, votem.. Façam o que vocês quiserem. Usem e abusem. ;) Hahuahuahuaua. Abraços. #