- Ferdinando?! - Falou Samuel assustado ao mesmo tempo em que obedecia a ordem e erguia a mão dando os três passos para trás.
- É. Eu mesmo. - Falou Ferdinando rindo enquanto entrava no quarto e fechava a porta, sem parar um minuto de apontar a arma para o Sam. - Olá Dee. Noite interessante não é? Vejo que houve alguma espécie de inversão de papéis por aqui.
Quando o encarei vi que sua pistola continha um silenciador. Se eu disparasse a do Sam o barulho iria atrair gente de todo lado e chamariam a polícia. Se bem que eu mesmo tinha chamado a polícia já, mas no caso a polícia era o meu namorado. Teria sido engraçada a aparência do Ferdinando, ele usou aquela roupa de camareira para ficar o menos suspeito possível ao entrar no quarto de motel, mas meu nervosismo e desconfiança me impediam até de pensar direito, que dirá de achar graça de alguma coisa.
- Ferdinando. A gente também precisa conversar. Para quem você trabalha?
- Você não sabe? Para a pessoa que vou chamar agora mesmo enviando uma mensagem por celular. - Falou ele retirando rapidamente o celular do bolso e apertando apenas um botão, ele devia ter deixado uma mensagem escrita pronta para ser digitada.
- Ferdinando, eu sei toda a verdade. Você não é matador de aluguel. O Sam falou.
- Ele que te mandou me matar, Ferdinando? Se ele tinha problema comigo, porque não me chamou para conversar?
- Eu e ele temos uma coisa em comum, Sam. Não somos muito bons de conversa, por isso vou logo encerrar essa. - Falou ele dando um tiro no meio da testa de Sam sem nem mesmo piscar.
- Você o matou?
- Era esse o plano, esqueceu? - Comentou Ferdinando Rindo.
- Pensei que ia deixar o Kaue falar com ele.
- Para ele abrir a boca e dizer ao Kaue que eu não sou um matador de aluguel? Não mesmo. Agora Dee, me entrega essa arma que você não nasceu para isso.
- Não Ferdinando. Não até ter certeza de que não corro risco.
- Você não corre riscos. Se corresse eu te mataria agora mesmo.
- Também tenho uma arma.
- Mas não sabe atirar. E sua pistola está travada.
Virei a pistola para o lado rapidamente para verificar se havia alguma trava no exato momento em que senti um impacto na mesma que me fez lança-la longe. Pulei para trás de tanto susto.
- Está vendo? Eu menti e fiz você se distrair um milésimo de segundo. Não sei como você tomou a arma do Sam, mas ele não é um profissional, é apenas um traficante que acha que sabe atirar. Você nunca teria chance contra mim. Mas repito, não vou te fazer mal, sente aí nessa cadeira e espere as coisas acontecerem. Se tentar recuperar a arma eu atiro no seu joelho. E se conseguir pôr as mãos na arma novamente, eu serei obrigado a ferí-lo seriamente.
A firmeza na voz do Ferdinando e a certeza de que ele poderia ter me matado ao invés de atirar na arma para me fazer largá-la me fizeram me sentar na cadeira e esperar pacientemente, não sei continuar com as mãos tremendo de susto. Alguns minutos depois o Kaue entra no quarto e fecha a porta, pôs a mão na boca horrorizado ao ver o Sam caido morto no chão.
- Você já o matou? Eu queria ter conversado.
- Fui obrigado, ele reagiu. - Respondeu Ferdinando calmamente.
- Hum e por que não terminou o serviço. - Retrucou Kaue me encarando. - Eu te disse para matar o putinho também. Mate-o logo. Agora.
Continua....
