Por um momento me senti a pessoa mais idiota do planeta porque no fundo, havia confiado no Ferdinado e ficado tranquilo sobre minha vida. Mas com as palavras do Kaue, pulei da cadeira assustado e olhei para a arma que estava caída a alguns metros de mim: nunca chegaria nela antes do Ferdinando me matar se ele fosse cumprir a ordem do Kaue.
- Que porra é essa. - Falei. - Você não pode estar falando sério seu viado desgraçado.
- Claro que falo sério. Não quero um putinho a solta por aí sabendo que mandei matar alguém. Sem falar que você é um prostituto, ninguém liga para prostitutos mortos, então farei um serviço de relevância social limpando um verme como você da face da terra.
- Filho da puta... - Rosnei furioso.
- Vamos, matador. - Bradou Kaue para Ferdinando. - O que você está esperando? Mata logo o verme.
- Ah sim, claro. - Falou Ferdinando displicente. - Matar o verme. - Completou ele enquanto apontava a arma para mim e disparava. Porém, antes de apertar o gatilho, ele fez um leve e rápido movimento com a mão que desviou a mira da arma, fazendo a bala encravar-se exatamente no meio da testa do Kaue.
O viado traidor caiu no chão sem nem mesmo ter tempo para pensar no que tinha ocorrido, morreu na hora. Por um milésimo de segundo eu pensei que o Ferdinando me mataria, ele percebendo isso me olhou caindo na gargalhada.
- Te peguei hein? - Me encarou ele rindo tanto que distorceu um pouco a maquiagem que utilizava.
- Eu não estou entendendo. - Falei de queixo caído. - Qual o sentido disso? O que você quer afinal?
- Não é o que eu quero que está em jogo.
- Ferdinando. O Thor, meu namorado, é policial e está vindo para cá. É melhor você me explicar tudo porque se ele chegar pode cagar tudo.
- Você chamou seu namorado ?
- Chamei, fiquei aterrorizado.
- Liga para ele agora e diz que já está bem em casa.
- Não dá. Ele iria para casa e quando visse que eu não estava lá. Viria para cá. E eu não saio daqui até você me explicar o que houve aqui.
- Simples. Um casal de amantes se encontrou, um matou o outro e depois se matou. - Falou ele apontando os corpos de Sam e Kaue.
- Ferdinando, não estou falando disso. Eu quero saber se corro algum risco.
- Não corre. Vê esse pacote no bolso do falecido. - Falou indicando o Kaue. - Seria o pagamento do meu trabalho. Pega pra você e some daqui, você nunca mais me verá. Encontra seu namorado lá fora e diz para ele que aqui dentro não tem nada para ele.
Tateei o bolso do Kaue e peguei o dinheiro, guardando-o na minha cueca. Mas não iria sair assim tão fácil.
- Ferdinando. Eu agradeço o dinheiro. Mas eu quero entender porque esse seu chefe mandou matar o Bill e agora porque mandou matar o Sam. Eu vou passar o resto da minha vida tentando descobrir isso. Porque essa pessoa me ajudou. E eu acho, eu tenho a impressão, de que é alguém que conheço de alguma forma, que já cruzou comigo em algum lugar.
- Olha. Eu te entendo. Mas você precisa ir. Se insistir em querer encontrar essa pessoa, terei que cuidar de você também. Não posso ajudá-lo.
- Mas eu posso. - Falou uma pessoa entrando calmamente no quarto. - Não se preocupe Ferdinando, acho que o garoto merece uma explicação, para essa história terminar da forma correta. - Completou o chefe do Ferdinando, me fazendo cair o queixo completamente ao perceber quem ele era.
P.S: Termina aqui o Especial de Sexta-Feira 13. Amanhã A História de Diego chega ao seu final. Obrigado a todos que tiveram paciência de me esperar para esse especial hoje. Roitman, você acertou em cheio, eu realmente não poderia postar antes porque tinha chegado o momento do Especial de Sexta-feira 13. Mas eu escrevi esses cinco capítulos todos hoje, eu simplesmente não consigo segurar um pedaço da história que já escrevi, fico louco para saber o que vocês vão achar e posto logo, assim que termino de escrever. Amanha escrevo o final da história, já me bate uma nostalgia, espero que todos gostem do desfecho de A História de Diego.
^^
Ian (alahric@yahoo.com.br).