Acordamos abraçados um de frente pro outro, Bira e Eu. Ele sorri e fala:
BIRA: Bom dia Paulo!
PAULO: Bom dia, Bira. Dormiu bem?
BIRA: Dormi perfeito! Nossa noite onte foi maravilhosa! Mas acho que te devo explicações.
EU: Explicações... (Fiquei uns segundos tentando me lembrar o que é que Bira queria me explicar, até que me lembro da Érica) Claro! Realmente temos que conversar.
Sentamos no sofá e fomos iluminamos pela "luz" da lua que entrava pela janela da sala. Eu iniciei o diálogo.
EU: Então me diga quem é aquela mulher e qual o envolvimento entre vocês.
Bira respirou fundo, ficou com uma cara séria e sombria e me disse:
BIRA: Paulo, meu amor... Aquela mulher que tivemos a infelicidade de conhecer é a Érica, minha última ex-namorada. Nos conhecemos há quase dois anos atrás. Eu fui apaixonado por ela, pois ela conseguia me entender de uma forma que ninguém conseguia. Ela jurava me amar e eu acabei me entregando ao amor dela.
BIRA: Infelizmente ela me traiu com o meu "melhor amigo" (ele fez as aspas imaginárias com os dois primeiros dedos de cada mão). Sabe eu estava totalmente na mão dela, um corno apaixonado. Eu fiquei mal por meses até consegui seguir a minha vida. Ela dei meu coração a ela, e ele foi apunhalado, pisado e humilhado pela pessoa que amei. Depois de anos solteiro, eu encontrei a pessoa que eu amo, e o meu passado volta a me atormentar!
Eu fiquei perplexo com a experiência dele e percebi que ele é mais uma vítima dos desafetos amorosos.
EU: Eu entendo. Mas acho que você deveria ter me contado sobre ela antes. Bira, eu te amo de verdade, então seja sincero pra mim e me conte tudo que te aflinge, Ok?!
Ele concordou. Infelizmente Bira tinha que voltar pra casa e eu ainda o queria ao meu lado, mas eu era responsável e não atrapalharia a vida profissional dele por causa da nossa vida amorosa.
Ele vai embora e eu vou ligar a televisão para distrair a mente, quando o meu celular toca. Era cinco horas da tarde. Fui ver no visor do telefone quem me ligava, e era o Michal.
EU: Oi Michal!
MICHAL: Oi Paulo. Vem ca: você vai fazer algo hoje à noite?
EU: Não, cara. Não tenho nada programado para hoje.
MICHAL: Estou querendo ir ao cinema daquele shopping novo em que compramos aquelas roupas. Vamos? Dizem que o 3D de lá é excelente...
Bom... Eu não tenho nada programado para essa noite e o meu amor precisa descansar. Então não custava nada ir ao cinema hoje.
EU: Claro! Mas quanto é a sessão mesmo?
MICHAL: Ei, ei ei... Eu tô te convidando, eu pago. Tá bom?
EU: Tá certo então. - oso, oso, oso: de graça é mais gostoso =) - E onde vamos nos encontrar?
MICHAL: Não se preocupe. Eu vou te buscar em casa. Eu passo aí às oito da noite. Combinado?
EU: Combinado! Tchau Michal!
E desliguei a chamada. Pensei comigo mesmo que seria uma boa sair com um amigo para uma boa recreação. Ainda faltava três horas para eu sair, e por isso fui dormir. Precisava de uma carga nova nas minhas baterias. Dormi sonhando com o Bira.
Sonhei que estava num apartamento mediano, deitado num sofá castanho em un lindo final de tarde. Acordo com gritos de crianças, duas para ser exato. Eram os meus filhos vindo correndo em minha direção. Eles me abraçaram de um jeito tão intenso que eu me sentia uma pessoa de valor pra elas. Isso me fez dar um sorriso grande.
Quando olho para o fundo da casa, vejo um homem lindo, de camiseta regata e um short que valorizava o seu corpo malhado. Seus olhos olhavam para mim e o sua pose expressava felicidade. Era o meu amor, o Bira! Ele se aproximava e se juntava ao abraço coletivo. E ele me dá um selinho bem caloroso e demorado. Não éramos ricos, mas nos sentíamos felizes e satisfeitos, pois o amor reinava ali. Depois disso eu escuto um som de despertador ecoando por todo o local. Era o alarme do meu celular, avisando que já eram 18h.
Levantei da cama e fui tomar banho.
Quando saio de lá de cueca, encontro a minha vó em casa assistindo TV.
Falei a ela que iria sair pro cinema com um amigo e prometi que voltaria cedo.
Me arrumei e às 19h15 já estava pronto. Deitei-me no sofá e aninhei a minha cabeça nas coxas da minha vó. É tão bom ter aluguém de sua própria família que te ama e te trate como um bem estimado e precioso.
Exatamente às 19h30, eu escuto a buzina de um carro na porta de casa. Era o Michal e o seu (desejado) New Beatle preto me chamando para sair. Me despeço de minha vó - depois de uma sessão de cuidados e cuidados - saio de casa e entro no carro dele com destino ao cinema do shopping.