O estuprador 10

Um conto erótico de LUCAS
Categoria: Homossexual
Contém 8276 palavras
Data: 14/09/2013 02:09:35

Mais um capitulo. Acho que exagerei um pouco. Dedico esse capitulo a minha princesa, Cheirosinha.

Votem e deixem seus comentarios amores.

Beijo de vinho e mel. A e claro, divirtam-se:

Gritei através da mordaça até ficar rouco. Gritei até minha garganta arder. Gritei até minha boca ficar seca. Gritei até sairem lagrimas dos meus olhos. Continuei gritando mesmo depois de ser tarde demais para avisa-lo. Mas ele não conseguiu me ouvir.

Ruan estava preocupado demais em me soltar. Por que ele não seguiu o que eu disse? Será que ele pensava que era invencivel como o SUPER-MAN? Ele acreditava que era mais um jogo de gatos e ratos? Infelizmente o que ele não sabia é que nesse jogo ele não era mais um gato, agora ele fazia parte do time dos ratos. Eu tinha feito o felino se encurralar, eu tinha cortado suas unhas e arrancado os dentes do meu tigre deixando-o indefezo entre os outros tigres.

Eu sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, ele estava caido na minha frente e eu não podia defende-lo como ele fizera tantas vezes. Eu não podia perde-lo, eu não iria aguentar. Eu encarava com o todo o meu desprezo e com todo o nojo que eu jamais tinha sentido por alguem por ele que estava sorrindo para mim com aqueles olhos verdes. Eu teria o maoior prazer em arranca-los das orbitas com minhas proprias mãos. Voltei a olhar para o Ruan. O que aconteceria com ele agora? Diego se moveu para perto de mim, tentei me afastar o maximo que as amarras na cadeira permitiam, mas nem a distância daqui na China seria suficientemente longe para me sentir seguro com ele vivo. Ele levou o indicador aos lábios no gesto universal para pedir silêncio. Parei não por ele, mas quem sabe ele poderia me dar uma pista do que eles prentendiam fazer com o Ruan. Diego apoiou a mão no encosto da cadeira, eu não estava gostando nada do modo que aquele monstro me olhava, seus olhos pareciam cintilar. Ele lançou um olhar para o Ruan, passou a mão no nariz e na boca e voltou a olhar para mim. Sua língua passou nos lábios cheios, ele aproximou o rosto do lado do meu e sussurrou em meu olvido.

(DIEGO)— Não se assuste com o que vou dizer certo? - Ele se afastou e ficou me encarando esperando por uma resposta. Balancei a cabeça afirmativamente, ele sorriu mostrando os dentes alvos e cintilantes, senti um suor frio escorrer pelas minhas costas, algo nada bom vinha por ai. Juro que se ele tentar qualquer coisa eu o mato a dentadas ou qualquer coisa assim... ele encostou a boca na minha orelha, quando falou dessa vez senti seu halito quente, mas o efeito que fez em mim foi totalmente ao contrario de excitação, foi desespero - sabe Lucas, não precisa se preocupar eu prometo que você só sera meu viadinho e demais ninguém, isso se você for bonzinho comigo e eu não vou deixar você ter o mesmo fim que esse seu namoradinho. O Ruan era muito bom no que fazia, muito melhor que eu, não tenho vergonha de dizer isso. Por isso que terei o maior prazer em acabar com ele, e quando tiver terminado eu trago para você o coração dele em uma caixa de prata para você guardar. Você terá o coração dele para sempre.

Comecei a berrar desesperado, mas não se ouvia mais que um pequeno múrmurio. Diego continuou com o rosto perto do meu, vendo minha reação. Se ao menos o Ruan acordasse, ou se a policia chegasse. Eu não sabia onde estava, mas eu tinha escutado as explosões e os tiros. Espero que a policia chegue logo. Alguem por favor me ajude. Deus me de por uma hora a força de Sansão e eu não corto os cabelos nunca mais, só por uma hora, não precisa ser pelo resto da vida. Continuei torcendo os braços dentro da corda, meu pulso estava todo cortado eu sentia a pele arder.

Diego ficou ereto, olhou para o Ruan caido. Se afastou de mim, ele usava um sapato com ponta de metal. Eu senti uma dor no peito no mesmo instante em que ele acertou um chute nas costelas do Ruan como se ele tivesse chutado o meu coração. A mordaça estava molhada pelas minhas lágrimas, eu provavelmente já estava sem voz, mas um instinto primitivo de avisar mesmo quando condenado para que os outros se salvem me mantinha gritando em silêncio. Um grito de dor mudo que somente meu coração parecia ouvir. Mas eu estava enganado não era apenas meu coração que ouvia, um monstro espreitava.

Diego tirou os olhos do Ruan e me encarou. Seus olhos transbordavam puro ódio, ele veio para cima de mim e começou a gritar apertando meus ombros. Tá mais um filho da puta que adora apertar ombros, por quê gostam tanto de apertar meus ombros?

(DIEGO) — Você gosta desse miseravel !?!? - Fiquei sem saber se ele estava afirmando ou perguntando, desviei os olhos e fiquei olhando para o Ruan. Ele apertou meu queixo me forçando a encara-lo. - Responda sua bicha! Por que você gosta desse merda?

Ele me soltou e voltou para o lado do Ruan, e começou a chuta-lo repetidas vezes. Deus se o Ruan morrer me leve junto.

(DIEGO) — O que esse bosta tem? - outro chute, agora na cara, juro que escutei algo se quebrando levando um pedacinho do meu coração. - Esse estrupadorzinho de cabrita.

Ele escutou meus gritos de novo, voltou a cabeça na minha direção, olhou de novo para o Ruan, ele cuspiu no amor da minha vida e veio para perto de mim. Ele parou na minha frente, eu não vi de onde veio o golpe apenas senti meu rosto ser atingido com muita força e me derrubando da cadeira, a dor veio depois, meu rosto parecia em brasa. Ele tinha o braço forte e a mão pesada. Ele se abaixou perto de mim e sussurrou em meu olvido.

(DIEGO) — Eu disse para se comportar. Eu até tolerei algumas vezes, isso é pra aprender que quem manda aqui sou eu, entendeu? - Ele perguntou levantando minha cabeça do chão pelos cabelos, meu couro parecia que iria sair a qualquer segundo. - Hein? - Fiz que sim, meus olhos choravam de novo, dessa vez por dor fisica. Ele levantou a cadeira, e ficou com o rosto proximo ao meu. - Você entendeu? - Ele perguntou um pouco mais calmo. Ele encostou a boca em minha orelha e sussurrou - se eu tirar a mordaça e você gritar eu mato sua mãe depois de terminar com seu namorado, e mato ela na sua frente entendeu? - Fiz que sim. - Bom menino. - Ele disse passando a mão na minha cabeça. - Eu quero que você me beijei aqui na frente do seu namorado, um beijo de lingua entendeu?

Ele perguntou olhando para os meus olhos e para o lugar onde a mordaça deixava minha boca escondida. Fiz que sim novamente, sim eu tinha entendido que esse desgraçado não estava sossegado em maltratar meu noivo, o puto queria também minha mãe! Sim, eu disse noivo. Eu só pedia a Deus que eu pudesse dizer isso a ele, que eu queria ele pelo resto e para além dessa vida.

Suas mãos foram rapidas em tirar a mordaça. Mexi a mandibula, ela estava um pouco adormecida. Minha boca tinha ficado seca. Ele foi se aproximando, sua boca se abrindo. Não vou negar, se eu não tivesse conhecido Ruan até me interessaria pelo Diego, mas tendo o Ruan ao meu lado, bem não literalmente, mas você entendeu, tendo ele comigo não preciso demais nenhum outro homem. Graças a Deus por ele ter colocado o Ruan em minha vida, Diego era um canalha. Sua boca invade a minha selvagemente, eu não podia fazer isso, não poderia trai-lo nem pela minha vida. Diego estava segurando minha nuca, mas espera, não acredito que ele está com os olhos fechados. Tantos anos o Ruan acreditou que fosse um monstro, o pior lobo é o que se esconde por baixo de uma bela pele. Diego era frio, ele era cruel, ele era um monstro. Eu não queria a boca dele na minha, ele enfiou a lingua na minha goela, isso me deu muita ânsia. Essa era a chance de fazer algum estrago, fechei a mandibula com toda minha força. Ele pareceu ler os meus pensamentos, e tirou a língua antes de eu arranca-la, por azar meu e sorte desse desgraçado cortei um pedaço muito pequeno e que deixava muito sangue sair de seu lábio.

Ele passou a mão e ficou olhando para o sangue vermelho. - Você me machucou sabia?

(EU) — Não sou cego - minha voz saiu num sussurro suave e rouco - pena que não arranquei sua lingua. - Ele sorriu, ficou em pé. Eu vi ele puxar o braço para tras e trazer em minha direção a mão fechada, na hora do impacto não senti nada, cai imediatamente na inconsciência.

Despertei em uma cama muito macia, continuei de olhos fechados. Eles tinham me levado para longe do Ruan. Eu não tinha ficado muito tempo inconsciente, meu corpo estava muito cansado. Onde será que estou? Sinto que estou pelado, coberto por um lençol. Minhas palpebras estão vermelhas, indicação de que ha luz forte. Será do sol? O que sera de mim e do Ruan? Reprimo a vontade de suspirar, não sei mas tenho quase certeza de que ha alguem me vigiando. Debato um pouco sobre se devo abrir os olhos ou ir fingindo, decido por abrir, melhor encarar logo o que quer que tenha ou esteja acontecendo.

Abro os olhos e vejo um teto branco com tons de vermelho e laranja da luz do sol, viro a cabeça na direção que suponho que a luz do sol vem. Uma grande janela branca e atraves dela o sol nascia. Escuto um pigarro atrás de mim, eu sabia que não estava sozinho, espero que não seja o Diego. Só de imaginar que ele pode ter me tocado me enoja. Virei a cabeça para ver quem era.

(EU)— Eu dancei pole-dance na cruz, só pode ser isso. - Falei deitando novamente e cobrindo meu rosto com as mãos.

(DIEGO) — Eu adoraria ver isso. - Imagino o que ele iria achar se eu enfiasse a cruz no cú dele, acho melhor não, a cruz é muito valiosa pra ser enfiada em qualquer buraco inmundo. Consigo sorrir um pouco com esses pensamentos. Sento na cama, segurando o lençol para me cobrir. Minha cabeça gira, eu não sabia que minha cabeça tambem pulsava. Deito novamente, coloco as mãos na frente dos olhos. Tudo está girando, Sinto Diego sentar na beirada da cama. - Que foi Lucas? Esta tudo bem?

(EU) — É logico que não! - Tiro as mãos dos olhos para encara-lo, ele é estupido por acaso? Não, é um completo idiota. Encaro o teto, o verde dos olhos dele esta me fazendo ficar pior.

(DIEGO) — Eu não deveria ter batido tào forte, mas é que você... você é - Voltei a encara-lo. Ele queria se desculpar? Olhar para ele fazia mal, mas eu tinha uma pergunta que eu não queria fazer e não podia deixar de faze-la.

(EU) — Eu sou o que Diego? - Essa ainda não era a pergunta, eu tinha que preparar o terreno. Ele fica me encarando, estava pemsando no que dizer.

(DIEGO) — Você é... - ele faz uma pausa, passa a lingua para umedecer os labios - muito... teimoso. - Ele disse essa ultima palavra como se acariasse cada letra. Suspirei, olhei para o teto novamente. Deus, por quê comigo? Voltei a olhar para ele.

(EU) — Diego...

(DIEGO) — Sim? - Ele disse me interrompendo e se aproximando, ele exalava um cheiro de bebida forte. Seu halito estava azedo, tive que engolir a bile.

(EU) — Onde está o Ruan? - Ele fechou a cara e se afastou de perto de mim, me levantei ficando apoiado no cotovelo. Diego se levantou da cama e foi perto da janela encarando o sol o qualquer outra coisa que eu não podia ver. Depois de alguns segundos ele se virou com um sorriso que me arrepiou o corpo todo.

(DIEGO) — Eu só digo com uma condição.

Ja sabendo que eu iria me arrepender mas sem ter outra escolha perguntei - qual condição?

(DIEGO) — Me beije, mas nada de tentar fazer qualquer coisa dessa vez. - O sorriso dele ficou maior, e meu estomago mais embrulhado. Se ele se aproximasse demais iria levar um banho de vomito.

(EU) — Eu não vou! Não com você com esse halito azedo. Nã na ni na não. - Eu sei que eu teria que beija-lo para saber o que aconteceu com o Ruan, mas beija-lo com esse cheiro prefiro comer merda, literalmente. Diego suspira, da de ombros e caminha em direção a porta.

(DIEGO) — Volto logo.

(EU) — Aproveita e toma banho, que você ta precisando!

Ele parou com a porta aberta me encarando, sua expressão inlegivel. - Claro princesa. - E saiu fechando a porta, escuto um clique e a porta esta trancada. Encosto a cabeça no travesseiro macio, e fico encarando o teto. Estou com a boca amarga, cheia de agua, e de algum modo ainda estou com sede. Sento na cama e olho ao redor, onde o Diego tinha estado havia uma poltrona, o quarto era espaçoso, ao lado da cama tinha criados mudos. No criado mudo do lado esquerdo tinha uma bandeja com uma jarra coberta por um lenço fino, e um copo virado para baixo.

Me arrastei até a beirada da cama, coloquei as pernas para fora e fiquei com as mãos apoiadas na beirada para não cair no chão. Respirei fundo tentando acalmar meu estomago. Após alguns segundos peguei o copo e o enchi até a metade com água. Sei que não deveria beber, poderia ter alguma coisa, fiquei encarando o copo, coloquei na frente dos olhos procurando algum indicio de alteração, cheirei. Sem cheiro e sem cor, dei de ombros, convenhamos que minha situação não poderia ficar muito pior. Enchi a boca e senti o gosto, revirei de um lado para o outro, sem gosto tambem, engoli. Bebi o copo inteiro, meu estomago se acalmou um pouco. Olhei em direção a janela, o sol estava um pouco mais alto, concerteza ainda era de manha.

Levantei trazendo o lençol comigo, enrolei ele no meu corpo. Me aproximei da janela, talvez eu visse algo que poderia dizer onde estou. A janela estava trancada, encostei a mão no vidro. Ele estava frio, se estivesse chovendo seria o cenario ideal. Eu não tinha percebido que estava frio, apertei o lençol um pouco mais contra o corpo procurando me aquecer um pouco. Minha cabeça tinha parado de querer girar, meu estomaggo estava ainda um pouco desconfortavel, mas nada exagerado. Coloquei a mão do lado esquerdo do rosto, estava inchado e dolorido. No reflexo do vido estava a marca dos dedos do Diego fechado.

Do outro lado da janela havia uma varanda com umas cadeiras de descanso, uma mesa com guarda sol, para além da varanda eu conseguia ver um jardim, eu não conseguia visualizar nenhum muro perto de onde eu estava. Um pouco ao fundo tinha uns coqueiros, algumas árvores. Perto das árvores tinha uns homens com metralhadoras, vestidos de preto. Um estava com as costas apoiada em um coqueiro fumando, eu não conseguia ver quem era, mas seu rosto estava virado para mim.

Escutei a porta sendo aberta, nem me importei em virar, suspirei. Minha cintura foi envolvida por braços fortes, ele se aconchegou em mim. Apoiou a cabeça em meu ombro, cheirou meu pescoço. No vidro eu via o Diego me abraçando, tive que segurar o impulso de gritar, e bater nele mesmo sabendo que eu levaria a pior. Respirei fundo, eu tinha que manter em mente que ele podia me dar informações. Olhei para os braços dele, ele era muito forte, bronzeado. Eu não teria chance de escapar dele, ele era praticamente um armario. Parecia que tinha uns dois metros de altura, levei a mão na parte inchada do meu rosto, era obvio que ele era bem mais forte que eu. Ele passou para a minha frente ficando frente a frente para ele, me encarando nos olhos. Passou as costas dos dedos em meu rosto suavemente como um gesto de carinho.

(DIEGO) — Me desculpe por isso. - Seus olhos olhavam com curiosidade e parecia, o que? Não podia ser culpa? Podia? Ele parecia avaliava o estrago que tinha feito. Seus braços me envolveram, ele se aconchegou em mim, colocando minha cabeça em seu peito. Colocou sua cabeça em cima da minha, me apertando em abraço que ate seria gostoso se não fosse essa situação, nesse lugar, nesse tempo... - por favor, me desculpe.

Ele exalava sabonete, tinha tomado um banho de gato mas que aparentemente tinha funcionado. Será que ele acha que eu eetou quereno transar? Só por quê o mandei tomar banho? Convenhamos ninguém merece beijar quem quer que seja cheirando a bomba de posto de gasolina né? Fechei os olhos, Deus me proteja, esse cara é louco! Diego se afastou alguns centimetros, pegou meu rosto entre suas mãos e falou me olhando nos olhos com tamanha intensidade que me peguei perguntando se a cor do mar era desse tom...

(DIEGO) — Você não merecia isso, eu sou um idiota, perdi a cabeça, e nem tenho certeza do por quê... - por que você é louco, pensei. Sua voz estava embargada, quase que sufocada, elas sairam como se fossem sussurradas. Ele deixou as palavras se perderem no ar, começou a aproximar o rosto do meu - me perdoa?

Não tive tempo de dizer nada, os labios dele cobriram os meus. Não forçaram passagem, ficaram ali parados, esperando que eu me acostumasse. Se está na chuva não tem como ficar sem se molhar, quanto antes eu o beijar mais rapido acaba. Feche os olhos e abri um pouco os lábios, me ordenei, Ruan me perdoe, Diego correspondeu imediatamente colocando uma mão na minha nuca e estreitando a outra em minha cintura. Seus lábios estavam doces, seu gosto era de menta e eu podia sentir o gosto do ferimento em sua boca que eu tinha feito. Sua lingua era suave, explorava minha boca e brincava com ela. Fiquei surpreendido, ele beijava bem. Ele estava ficando ofegante, sua mão segurava minha cabeça com delicadeza mas firme, Diego estava me tirando o ar.

Meus braços estavam espremidos entre nós dois, consegui move-los até uma posição confortavel, confortavel fisicamente mas desconfortavel em outros sentidos. Minhas mãos estavam no peito dele. ele desceu a mão da minha nuca para o meu pescoço. Esse cara tinha pegada, ele estava conseguindo fazer com que eu perdesse um pouco do ar. Mesmo eu não querendo estava começando a gostar. Senti um sorriso se formar na boca dele. Respirei fundo, Deus que homem é esse? O que ele tem? Fiz força para me afastar dele, eu não podia gostar do beijo desse monstro, não era certo. Eu não podia fazer isso com o Ruan, Ruan, eu não podia me esquecer dele. Isso era por ele.

Diego sentiu quando eu parei de corresponder, ele deixou seus lábios nos meus parados. Eu podia sentir que ele assim como eu estava tentando recuperar o folego, ele se afastou me deu um selinho. Encostou a testa na minha, eu não estava com coragem de abrir os olhos.

(DIEGO) — Foi tão ruim assim? - Ele sussurrou, eu não sabia o que fazer. Continuei parado. Respirei fundo.

(EU) — Na verdade não - eu disse abrindo os olhos e encarando-o. Ele abriu um sorriso, me deu um selinho. Antes que ele fosse mais longe tentei empurra-lo, seu corpo estava colado no meu, ele me queria. Virei o rosto e perguntei - Diego, você vai me responder agora?

Virei o rosto para ver seu rosto, seu sorriso desapareceu, ele continuou me encarando. Fez um movimento com a cabeça, encostou os lábios na minha boca com os olhos fechados e sussurrou contra a minha boca - você tem certeza que quer saber? - Disse enquanto mordiscava meus lábios - hein? Tem certeza? - Suspirei, Diego era no minimo dificil.

(EU) — Você prometeu! - Eu o lembrei. - Espero que você seja homem suficiente para cumprir sua palavra.

Ele abriu os olhos, eles pareciam tristes. Seu peito subiu e desceu exalando um suspiro longo, ele se afastou de mim alguns passos, me olhou de cima abaixo, senti meu rosto queimar tentei me cobrir um pouco mais com o lençol. Ele sorriu, virou a cabeça e ficou encarando a janela, e então ele disse...

(DIEGO) — O Ruan... ele morreu. - Essas quatro palavras tiveram o poder de destruir todo o meu mundo, minha vida era cinzas ao sabor do vento. Senti minhas pernas falharem, não podia ser verdade. Diego só podia estar mentindo, minha garganta tinha se fechado. Meu corpo escorregou em direção ao chão enquanto as lagrimas escorriam pelo meu rosto.

Era um pesadelo, isso, eu estava dormindo e tudo isso era um sonho mal que iria embora assim que eu acordasse, e Ruan estaria do meu lado. Meu Deus meu Ruan não, senti um aperto muito forte no peito. Meu estomago se embrulhou. Diego esta ao meu lado me abraçando, sussurrando coisas que não tem mais a minima importância. Forço a saliva a descer pela minha garganta para tirar um pouco do nó que se formou ali. Eu queria morrer, eu não tinha mais razão para continuar vivo. As lagrimas escorriam ambundantes, no peito havia um vazio, vazio onde antes havia meu coração, um coração qe agora estava morto. Tento engolir de novo.

(EU) — Você me enganou! - Eu o acuso com a voz falhando entre um sufoco e um soluço. Ele me aperta mais contra seu peito.

(DIEGO) — Não Lucas, eu não enganei você. Você perguntou e eu disse que só diria com um beijo e foi isso o que eu fiz. - Ele só podia estar mentindo, o Ruan não podia estar morto. Não, ele era meu, ninguem tinha o direito de tira-lo de mim. Se ele se foi, eu queria ir junto. Eu tinha que ficar com ele, o Diego só podia estar enganado. O Ruan devia estar ferido, precisando de mim. Ferido pelos chutes do ... me lancei para longe do abraço do monstro, fiquei em pé encarando-o. Eu sentia raiva dele e nojo de mim, e vice e versa, eu não podia ter feito isso com o Ruan, mas não tinha outro jeito. Ele começou a levantar, ficou de pé me encarando.

(EU) — Cade o corpo? - Sim, se fosse possivel eu queria estar com ele de qualquer jeito. - Cade o Ruan? Eu quero ficar com ele?

(DIEGO) — Por que você quer saber? - Ele disse se aproximando de mim. - Você não precisa mais dele! Fica comigo?

Fui me afastando de sua mão estendida, ele não podia mais me tocar. O que ele queria dizer com aquilo? Eu tinha escutado mas não conseguia entender o significado. Trocar meu Ruan por ele? Jamais! Ele não queria me dizer, minha cabeça girava em torno de que eu precisava ficar com o Ruan, nada mais me interessava.

(EU) — CADE ELE DIEGO? ME DIZ, ONDE ESTÁ O RUAN? - Eu tinha perdido a paciência e agora estava gritando, ele tinha as respostas que eu precisava, mas não queria me dizer. Deus se ele me pedir para beija-lo para dizer eu o estrangulo! Diego corre para cima de mim e me prende contra a parede. Tento afasta-lo mas não sou forte o suficiente. - ME LARGA DIEGO, SAI DE CIMA DE MIM!

Ele continuava a me apertar mais contra o seu peito, eu ainda chorava agora sem forças para qualquer coisa. - Você tem a mim agora, por que quer ele? - Sua voz estava chorosa ou era minha imaginação. Olhei em seu rosto, quem diria, os monstros também choram.

(EU) — Por que, você pergunta por que? Por que eu o amo, e sem ele não tem sentido continuar vivo! - Seus olhos se enchem de lagrimas que escorrem, eu não vejo mas escuto uma pancada. Olho assustado na direção de onde veio o barulho, a mão do Diego estava afundada em um buraco na parede na altura da minha cabeça. Olhei de volta para ele, seus olhos ainda choram, mas ha algo a mais. Eles me espreitam, ele respira profundamente e sai de perto de mim. Suas proximas fazem ua coisa que eu nunca teria achado possivel, destruiram ainda mais meu coração ja espedaçado.

(DIEGO) — Joguei seu corpo para os cães se alimentarem, afinal, ele era um deles! - Ele disse e saiu pela porta me deixando sozinho com minha dor. Meu estomago se encheu de agua, eram emoções muito fortes. Corri até o canto do quarto onde vomitei violentamente, saiu agua azeda, saiu pelo meu nariz deixando-o queimando. Meu estomago se contraia, e só de lembrar que eu tinha beijado aquele verme, eu vomitava mais. Quando meu estomago se acalmou minhas lagrimas tinham secado, minha dor só tinha aumentado.

Eu sentia que o Ruan precisava de mim. Limpei a boca no lençol e o joguei em cima do vomito. Assim ao menos o cheiro parava de me deixar mais nauseado ainda. Levantei, eu precisava sair dali. A janela, eu fui até ela, trancada. Olhei ao redor do quarto, eu precisava quebra-la, se não fosse muito alta eu podeira pular, ou andar pelo telhado até uma parte em que eu pudesse pular. A cama estava fora de cogitação, eu não tinha forças mesmo bom, muito menos agora. A poltrona talvez eu pudesse move-la se não estivesse tão mal. A unica opção que eu via era o criado mudo, caminhei até ele e me sentei na cama.

Tirei a gaveta e esvaziei seu conteudo na cama, apenas para vereficar que não tinham deixado bem embaixo do meu nariz. Uma Biblia, eu não precisava dela agora, apesar de precisar de um milagre, Deus por favor que o Ruan esteja bem e que isso seje apenas um terrivel pesadelo. Outros livros que nem me preocupei em olhar seus titulos, eu não precisava ler agora. Varias camisinhas novas, sem comentarios. Peguei o criado mudo e "corri" (andei o mais rapido que pude com o corpo cansado) em direção a janela. Joguei-o com todas as forças que eu não tinha. O criado mudo se chocou contra o vidro e caiu no chão sem fazer um unico arranhão no vidro, ou eu tinha jogado com pouco força, o que era muito provavel, ou a janela era blindada, o que era muito plausivel se tratando das pessoas que eu estava lidando. A verdade era que eu estava esgotado. Caminhei até a cama e me joguei em cima dela, empurrei todas aquelas tralhas para o chão. Agarrei o travesseiro e chorei, pensei que tinham secado, mas as lagrimas tem a maldição ou será dom? Seja como for, as lagrimas sempre voltam. Adormeci chorando.

Acordei sendo abraçado por tras, me senti protegido. Coloquei minha mão em cima da dele. Eu sabia que ele não iria me abandonar. Meu peito se aliviou, apertei seu braço contra o meu peito, na hora não percebi que havia alguma coisa errada. - Eu sabia que você não iria me deixar. Ele mentiu para mim, eu te amo com toda minha vida Ruan. - Quando disse as primeiras palavras o abraço se estreitou ao meu redor, quando terminei, o abraço foi desfeito bruscamente. Abri os olhos ao mesmo tempo em que me sentava. - Rua... - as palavras morreram na minha boca. Diego estava sentado ali, na beirada da cama mexendo em algo que parecia um celular. Me encolhi contra a cabeceira e me cobri com o travesseiro. Olhei em direção a janela procurando pelo sol, o céu estava escuro, deixando apenas a lua cheia aparecer, nada de estrelas. Eu tinha dormido o dia inteiro, e não sei quanto mais da noite.

(DIEGO) — Mesmo quando esta dormindo não para de falar nele! Mesmo quando esta comigo quer estar com ele. - As palavras dele me tiraram dos meus devaneios. Ele era louco e um idiota, e ... bom seja o que for estava me deixando confuso! A proxima coisa que ele fez acabou por enterrar minha alma, ou o que restava dela. - Tome, você queria ver ai está! - Ele me jogou um celular, quando vi o que tinha na tela dei um grito de dor que saiu do fundo da minha alma. Ali tinha um cadaver todo destroçado, o cadaver usava as mesmas roupas que o Ruan. Diego me envolveu com seus braços, eu ja não tinha nenhuma força para lutar contra ele, meus olhos estavam embaçados pelas lagrimas que eram muitas. Ele dizia palavras que não tinham importância para mim. Ele se foi. Não tenho por que continuar vivo sem ele. Enchugo as lagrimas, eu não quero viver sem ele, só que eu sei que o Diego não me deixaria me matar, a não ser... um plano começava a se desenrolar na minha mente.

Empurrei ele para que me solta-se, Diego resistiu um pouco mas depois acabou me soltando, coloquei as pernas para fora da cama e respirei fundo. Meu amor, Ruan logo vou estar com você querido! Tentei andar, minhas pernas falharam, limpei as lagrimas que insistiam em escorrer em meu rosto. Vamos, falta pouco para descansar com o amor da minha vida, pernas por favor colaborem. Levantei e caminhei, um pouco cambaleante, mas não cai. Caminhei até a janela, eu não conseguia ver nenhum deles, mas eu tinha certeza de que eles estavam la, os capangas estavam envoltos em sombras. Vi no reflexo o monstro se levantar e caminhar em minha direção. Ruan me desculpe pelo que tenho que fazer.

Diego me abraçou por tras colocando a cabeça em meu ombro. - Não precisa se preocupar Lucas, eu vou cuidar de você. - Ele sussurrou em meu olvido. Eu imagino que sim, so de imaginar ele me olhando dormir e se aproveitando de eu estar nu me dava nauseas, esse cara me da nojo. Ao invés de vomitar, sorri, virei ficando de frente para ele. Passei meus braços ao redor do pescoço dele. Diego se abaixou, suas mãos envolveram minha cintura. Minha boca tocou a sua e seu aperto ao redor da minha cintura ficou mais firme. Eu tenho certeza de que você ira cuidar de mim, na verdade, estou contando com isso idiota.

Seus labios se movem suavemente. Explorando minha boca, sua lingua passeia suave. Seus labios são delicados contra os meus. Nós dois estamos perdendo o folego. Sua boca se move junto com a minha, coloco uma mão na cabeça dele puxando o para mais perto. Eu precisava dele perto, não fisica, emocionalmente. Ele estava com os olhos fechados, os meus estavam bem abertos vendo tudo. O monstro que destruiu minha alma teria que destruir meu corpo também. Prendo seu labio ferido entre os dentes e puxo sem machucar, de sua garganta sai um gemido rouco, ele estava gostando. Continuo beijando, se estiver ruim para ele me beijar com a boca azeda, melhor. Mas acho que ele ja beijou coisa com gosto pior, ele parece nem sentir. Ele esta ofegante, sua mão me aperta para mais proximo a ele. Paro de beija-lo e vou para a sua orelha, a mordisco enquanto apalpo sua genitalia, que está rigida. Sussurro em seu olvido.

(EU) — Diego... - eu digo o mais sensual que consigo, - você me quer? - Ele geme rouco, sua boca vai a minha orelha, sua barba raspa em mim quando ele diz.

(DIEGO) — Você nem pode imaginar o quanto! - Era isso o que eu queria ouvir, pego seu cabelo com a mão e o puxo deixando seu rosto de frente para o meu, ele ainda está de olhos fechados. Sussurro contra seus labios, rossando meus labios contra os deles.

(EU) — Quer mesmo? - Em resposta ele me abraça, cheira meu pescoço e vai subindo até minha orelha. Sua voz sai rouca e ofegante.

(DIEGO) — É o que mais quero anjo. - Sorri, com as forças que consegui tirar sei lá de onde o empurrei, pegando-o de surpresa e consegui afasta-lo um pouco de mim, ele abriu os olhos confuso sem saber o que tinha dado errado. Falei colocando nojo e desprezo em cada palavra que disse.

(EU) — Você me enoja, sabia? Eu prefiria beijar um macaco a ter que beijar você de novo. Você é um grosso, idiota, estupido. Como pode achar que eu poderia me interessar por um nada feito você? - Eu podia ver em seu rosto que minhas palavras o estavam atigindo, só que eu ainda não tinha terminado. - Prefiro transar com um chimpanzé que é bem mais atraente e inclusive cheira melhor. Um chimpanzé tem mais chance de me agradar seu porco. O Ruan foi o homem, você não passa de um nada que se acha uma bosta!

Suas mãos estavam ao redor do meu pescoço antes que eu pudesse piscar, fechei os olhos. Querido logo estarei com você. Anda monstro me mata logo. Minha garganta estava ardendo, eu não podia respirar, justo o que eu queria. - Eu tinha dito à você, eu tinha te prometido que se você fosse bonzinho comigo eu iria cuidar de você, agora vou ter que mata-lo. - É isso o que eu quero seu idiota. Suas mãos não deixavam nenhum ar entrar, meus pulmões ja reclamavam por aquilo que nunca antes havia faltado para eles. Não levantei um dedo para me ajudar, tudo aquilo valia a pena. Mesmo que não houvesse nada depois da morte, viver seria doloroso demais sem o Ruan. Minha cabeça pulsava e eu começava a perder os sentidos. Escutei um barulho e logo depois as mãos que iriam me libertar sumiram, e meus pulmões receberam aquilo que queriam. Minha garganta ardeu, abri os olhos mas não consegui ver nada mesmo assim continuei forçando, logo estava vendo tudo embaçado. Tinha homens segurando o Diego. Fechei os olhos por um instante, abri os mais uma vez, tinha um homem segurando meu pulso.

O Diego está sendo segurado por alguns homens, o homem sota o meu pulso e vai falar com o Diego. Fecho os olhos, minha cabeça está pulsando violentamente. Abro os olhos, eles falam baixo, não consigo escuta-los. Diego escuta tudo de cabeça baixa, acente concordando com alguma coisa. Os homens o soltam e ele sai do quarto, ao passar por mim me olha triste. E sai sem olhar nenhuma vez para tras.

(O Homem) — Alguem traga uma roupa para ele vestir pelo amor de Deus. - Um dos homens que tinham segurado o Diego saiu em disparada pela porta, ficaram tres. O que tinha examinado meu pulso, e mais dois. - Não foi assim que eu imaginei te conhecer, mas devido as circunstâncias, bem tive que intervir. - Ele me estendeu a mão - eu sou o Francisco. - Peguei em sua mão, ele me ajudou a ficar em pé. Olhando mais de perto ele era ja um cinquentão em forma, ele me ajuda a caminhar até a cama. Me sento na beirada me encolhendo de vergonha por aqueles homens estarem me vendo despido. O sujeito que tinha saido entra correndo pela porta.

(O Corredor) — Aqui está senhor. Peguei do quarto do Leo, acho que ira servir. - Quem era ele? Quem era esse tal de Leo? O sujeito estendeu a roupa para o que tinha se apresentado como Francisco. Que lançou um olhar que não entendi para roupa e depois para mim. O sujeito corou, jogou as roupas em meu colo.

(Francisco) — Vamos garoto, coloque essa roupa. - Obedeci por que estava morrendo de vergonha, a camisa era muito agarrada parecia que eu estava usando sutião, tipo mamãe cresci. A calça era de moleton cinza, graças a Deus que ele não pegou uma cueca. Nem sei se essa roupa foi lavada. - Leo é um pouco menor que você, mas a roupa serviu depois arrumamos algo mais confortavel. Agora me acompanhe, precisamos conversar.

Cruzei os braços na frente do peito - eu não vou sair daqui. Por que vocês mataram o Ruan? - Acusei todos com os olhos, eles queriam me levar para onde? Por que não deixaram o Diego me matar? Eles iriam me torturar? Eu não sabia nenhuma dessas respostas. Meu corpo tremendo. Eu não estava com medo, estava com raiva. Eles me tiram o Ruan e agora não me deixam ir de encontro a ele. Procuro por algum sinal de culpa em seus olhos, mas não vejo isso em nenhum dos olhos. Alguns estão me olhando surpresos como se eu tivesse dito que queria transar com todos eles ali. Outros me olhavam com raiva, parecia que o Francisco era um tipo de chefe. O proprio me olhava com um olhar de compreenssão.

(FRANCISCO) — O que foi exatamente que o Diego lhe disse? - Ele me perguntou curioso, se sentou ao meu lado na cama. Todos eles me encaravam esperando pela resposta. Eles sabiam, então por que me perguntavam. Eu imaginava quantos deles tinham tomado parte da morte do meu amor.

(EU) — Por que não me matam de uma vez, hein? Ja não basta terem arrancado meu coração, ainda querem me torturar por quanto tempo com isso? - Perguntei chorando, minha morte ja longe demais para voltar e me dar o beijo frio e me levar em seus braços. Francisco coloca a mão dentro do paletó, me estende um lenço. Ele me lembra um pouco meu pai, tirando que da ultima vez que o vi ele queria me matar. E esse homem estranho estava sendo gentil. Peguei o lenço e enxuguei as lagrimas.

(FRANCISCO) — Se acalme Lucas. Me conte o que vocė acha que aconteceu com o Ruan Me diga o que o Diego te disse, sim? - Respiro fundo e afirmo que sim.

Começo - o Diego disse que vocês mataram o meu Ruan, que vocês o jogaram para os cães. - Francisco me interrompe.

(FRANCISCO) — E você acreditou no Diego? Facil assim?

Olhei com raiva para aquele velho, ele me achava algum tipo de idiota? - Logico que não, ele me mostrou a foto, o Ruan está espedaçado. - As lagrimas voltaram a correr, enxuguei-as novamente.

(FRANCISCO) — Você viu o rosto do Ruan na foto?

(EU) — Não, mas por que tantas perguntas?

Francisco suspira, olha para os outros homens na sala e me encara - por que o Diego mentiu!

Meu coração deu um salto no peito acordando, - acho que não entendi.

Ele pega na minha mão e segura firme - simples, o Diego te enganou. O Ruan está vivo, não posso dizer que esteja bem, mas está vivo. - Eu queria gritar, senti o ar me faltando. A unica coisa que eu tinha entendido era que meu amor estava vivo. Vivo. Aperto a mão dele procurando apoio, começo a rir, era um milagre. Deus tinha feito um milagre, Ruan estava vivo. - Lucas você está bem?

Minha voz sai esganiçada pela forte emção - melhor impossivel. - Vivo, ele respira. Ele espera por mim. Eu preciso ve-lo ja. - Me leve até ele agora, por favor. Eu preciso falar com ele. - As lagrimas escorrem pelo meu rosto, mas ao contrario de suas irmãs, essas deixavam meu coração mais leve e minha alma mais viva. O Ruan era meu homem perfeito, imperfeito.

(FRANCISCO) — Calma Lucas, primeiro quero que me acompanhe. Depois conversamos mais, está bem? - Eu não queria conversar com ele, queria ver o Ruan, abraça-lo, beija-lo, e dizer que sim, que eu o amo mais que tudo. Acabei concordando com a cabeça, eles poderiam me origar a fazer isso, melhor ser educado. Olhei para as armas nas cinturas, nas costas. Poderia sobrar para o Ruan. Francisco se levantou, me levantei também. Ele me ofereceu o braço para começarmos a andar, achei que seria ofencivo negar isso, os outros pareciam respeita-lo, até mesmo o Diego. Francisco me conduziu para fora do quarto.

(EU) — Ual! - Falei ao ver o belissimo corredor, com estatuas e quadros. A porta do quarto era de madeira trabalhada. Francisco sorriu gentil. Ele me levou até o final do corredoronde estavam dois homens vestidos de verde. Eles cruzaram a mão direita sobre o coração e curvaram a cabeça. Francisco passou por eles, parecia que aquilo era normal para ele. Ele abriu a porta, e nós entramos.

Era um escritorio, com estantes cheias de livros. Em cima da mesa de centro havia uma bandeija com uvas, mamão, um pedaço de pudim, um misto quente, eu sabia que era misto quente pelo cheiro. E uma jarra de suco. Eu não tinha percebido que estava faminto até sentir aquele cheiro. Meu estomago roncou, reclamando que ja que eu não estava morto ele merecia um pouco de atenção. Francisco olhou para mim e sorriu. Os capangas que tinham estado no quarto entraram junto conosco e foram para trás da escrivaninha, ficaram perto da janela. A porta tinha sido fechada.

(FRANCISCO) — Fique a vontade Lucas, como o que quiser. - Ele me conduziu até uma das quatro poltronas que circulavam a mesinha. O chão era coberto por caperte, me sentei. Eu estava com fome, mas não tinha certeza de que ele dizia a verdade. O Diego era mesmo capaz de qualquer coisa, mas... onde estava a prova de que meu amor vivia? Francisco sentou na poltrona ao lado da minha cruzando as pernas, serviu-se de suco e bebeu um pouco. Ele me estudava com os olhos. - Coma Lucas você deve estar com fome, mandei preparar para você. Coma e me conte como você e Ruan se conheceram. Confesso que estou curioso para saber. - O sorriso fica sempre em seus labios, mas ao contrario dos outros capangas e inclusive do Diego, seus olhos sorriem junto com ruguinhas. Me sinto a vontade com ele e é por isso que decido comer. Enquanto como conto sobre a visitas que eu e minha mãe faziamos a sorveteria, conto sobre como conheci o amor da minha vida. Ele não me interrompe, escuta atentamente. Conto o que o Ruan fez para impedir o Gian de me estuprar, Francisco me interrompe.

(FRANCISCO) — Tenho certeza de que deve ter funcionado. Gian era o melhor Estuprador que ja vi. Ele tinha asco de sangue e isso que o tornava tão eficiente com as torturas. Ele causava muita dor, sem derramar uma unica gota de sangue. Sua morte é uma pena, por favor prossiga. - Bebo um grande gole de suco, então ele sabia sobre a morte do Gian. Ele sabe que eu sei o que os Estrupadores são. O quanto sera que ele sabe? Francisco sorri e espera eu terminar de beber pacientemente. Estranhamente eu confiava nele então continuei. Quando estou satisfeito ( não há mais comida na bandeija) chego a parte do pedido de casamento e quando digo que não aceitei finalmente ele me interrompe com a pergunta que agora eu sabia a resposta - Por que você não aceitou logo?

(EU) — No começo eu não entendi, so agora descobri a resposta. - Digo colocando o copo sobre a bandeija, cruzo as mãos sobre o colo e olho para ele.

(FRANCISCO) — E qual é?

(EU) — Eu tinha e ainda tenho medo de que se casarmos nosso relacionamento vá perder a magica. E que isso faça com que ele se canse de mim. E se um dia ele quizer ter filhos, eu nunca poderei gerar um bebê. Entenda, sempre faltará alguma coisa. Tenho medo dele querer um filho e me deixar por não poder dar um a ele. - Desviei os olhos que estavam cheios de lagrimas, droga virei um chorão! - Nunca seremos uma familia completa.

(FRANCISCO) — Entenda Lucas, nenhum homem pede alguem em casamento sem pensar nesse tipo de coisa. Pedir alguem em casamento é um passo muito importante, tanto para quem recebe quanto para quem faz. Eu sabia que minha mulher não podia ter filhos, e ainda assim eu quiz passar o resto da minha vida com ela, sabe por que? - Minha garganta estava apertada, eu sabia.

(EU) — Por que a ama.

Ele sorriu - sim, por isso mesmo. Eu a amo e não faz diferença não termos tidos nossos proprios filhos, adotamos e eu os amos como se tivessem sido gerados por ela. Você expos seus medos para o Ruan? - Fiz que não, eu não tive coragem. - Se ele te pediu, pode ter certeza de que ele pensou muoto em todas essas coisas que assustam você. - Sorri sem querer, minha alma voava alegremente. Em fim senti um pouco de paz, olhei para aquele senhor que mais que pai parecia um avô doce e querido vovô. Ele me entendia. - Me desculpe por ter interrompido sua narrativa, por favor continue. - E eu continuei de bom grado. Contei tudo, até a parte de meu plano para que o Diego me matasse, e terminei minha narrativa ali naquela sala contando a um estranho coisas que eu nem pensava em dizer a mim mesmo.

Francisco ficou me observando durante alguns minutos, digerindo tudo o que eu tinha dito. Acredito que demorei mais tempo do que pretendia e que contei muito mais do que deveria. Ele olhava dentro dos meus olhos, como se pudesse ver minha alma. Não desviei o olhar, meu corpo estava cansado de tantas emoções fortes. Minha vida estava parecendo uma montanha russa. Respirei fundo, encostei minha cabeça na poltrona e fechei os olhos e comecei a contar até três. 1, o Ruan está vivo, 2 isso é o mais importante, 3 tenho que deixar que ele continue assim, vivo!

Abri os olhos, Francisco ainda me observava. - Lucas, acredito que vamos nos dar muito bem. Gosto que sejam honestos comigo. É dificil encontrar pessoas assim, agradeço pela confiança. - Desviei os olhos dele, senti meu rosto corar. Nunca tinham me agradecido pela verdade. Parecia um tipo de elogio, ele era cortês.

(EU) — Obrigado.

(FRANCISCO) — Você é mesmo intrigante, agradece um agradecimento. - Os sujeitos riram, eu quis que o chão se abrisse e eu sumisse dentro da terra, desviei os olhos. Encontri um livro na estante e fiquei encarando. - Eu não deixei que rissem, vocês não estão aqui para se divertirem. Não com meu convidado - convidado forçado, ja que eu não queria estar ali, mas não tinha escolha. - Façam o trabalho que pago para fazerem e nada mais, entenderam? - Pude ouvir sins sussurados. Ele colocou a mão sobre a minha. - Eu costumo recompensar a honestidade, venha comigo para outro lugar. - Encarei ele, acho que a desconfiança estava estampada em minha cara pois ele sorriu deixando os dentes brancos a mostra. - Não se preocupe, ele está a sua espera. - Imediatamente minha garganta ficou com nó.

(EU) — O Ru.......an?

(FRANCISCO) — Não, o Diego. - Senti meu corpo queimar de odio, acredito que isso deve ter parecido em meu rosto, o filha da puta soltou uma sonora gargalhada. - Me desculpe não pude evitar a piada. - Piada? Seu idiota, todos aqui são idiotas, inclusive eu! - O Ruan espera. - Ele disse se levantando e me dando o braço.

Saimos para fora do escritorio, sei que ando, mas não estou reparando no caminho. Me deixo conduzir, a perspectiva de ve-lo faz meu coração dar cambalhotas no peito. Deus obrigado, ele está vivo. Eu queria andar mais rapido, parecia uma eternidade para chegar até ele. Infelizmente eu não conhecia o caminho então tinha que me deixar conduzir pelos passos ritmados do Francisco. Minha ansiedade só aumentando, só quando eu ve-lo, toca-lo, abraça-lo e beija-lo, ai sim ficarei um pouco mais tranquilo. Agora desciamos escadas.

(EU) — Vai demorar muito? A espera está acabando comigo.

(FRANCISCO) — A paciência é uma virtude meu caro! - Suspirei. Aqueles sujeitos do escritorio andavam conosco, pareciam guarda-costas, na verdade quanto mais atenção eu prestava mais pareciam guarda-costas. Eles se dividiam ao redor de nós sempre circulando. Era meio, não, meio é pouco. Era muito estranho. Eles conversavam entre si. Francisco ia calado, se ele estiver me enganando eu o mato e depois me mato. Chegamos em um lugar escuro. - Geralmente uso o elevador para descer aqui, mas você precisava de um tempo para pensar. Acendam já!

Imadiatamente o lugar foi inundado por uma luz branca, brilhante, dolorosa, fechei os olhos. Fui abrindo os olhos aos poucos até se acostumarem com a claridade. Estavamos aparentemente em uma sala, eu nunca estive em um estudio de som, mas parecia um. Com vidros e paineis de controles. Será que tem alguem gravando alguma musica aqui? Eu não queria ver nenhum cantor, eu queria ver o ... senti minhas pernas falharem, minha respiração que eu nem tinha percebido que estava presa saiu em um única palavra sufocada. - Ruan.

Eu não tinha visto, ou não tinha querido ver. Através do vidro eu podia ve-lo, preso em alguma coisa. Em uma sala em frente separado por um vidro. ele estava na parede do lado esquerdo, todo machucado, sangrando. Vivo? Morto? Como ele estaria? Senti uma mão me dar apoio, olhei para minha mão, tinha uma mão nela. Segui o caminho do braço tentando me lembrar de quem era. Meus olhos encontraram os olhos de alguem que me apoiava nesse momento. Olhos cinzas, mas que não eram frios. Apertei sua mão.

(FRANCISCO) — Acredito que você quer ir ve-lo, certo? - Só pude concordar com a cabeça, não podia confiar em minha voz. Ele concordou com um aceno, virou falando com um dos caras que estavam perto - abram para ele entrar.

FRANCISCO, era esse o seu nome. O cara foi na frente, fomos logo atrás dele. Ao lado do vidro tinha uma porta de aço. Ele destrancou, me apoiei em Francisco para não cair. Logo ali ja tinha muito sangue no chão. Era um rastro, segui o rastro com os olhos não querendo acreditar que tinham feito algo de ruim ao, melhor nem pensar. E como não pensar com ele ali? O sangue era do meu Ruan. Meu coração parou, como se também não quisesse acreditar no que meus olhos viam. Pensei que ele estaria machucado, não, nada disso. Tinham arrebentado ele, cortes e hematomas cobriam seu rosto e tronco, e sangue por tudo. Sua cabeça pendia para a frente, pingando sangue. Só percebi que estava chorando quando tudo ficou embaçado e nao pude mais ve-lo. Eu tinha que ser forte, mais forte do que jamais fui. Por nós, mas principalmente, por ele.

Enxuguei os olhos nas costas da minha mão. - Ele está vivo? - Perguntei a Deus num sussurro.

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Comentários

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Pretendo voltar o mais breve possivel, fiquei muito doente por isso parei de postar, mas se Deus quiser logo ficarei bem e voltarei a postar novamente, me perdoem por favor, abraços

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- então e a continuação ? Posta logo, beijos de Portugal :)*

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Mateus,estive viajando e voltei agora, corri para ler a continuação na esperança de ter escrito um cap. Adorei encontrar o cap 10. Está cada vez melhor, você é um ótimo escritor, a única coisa que me deixa apreensiva é esperar pelo prómimo cap. Mas tudo bem, tudo ao seu tempo, já fiquei feliz em ler o e-mail e ver que pode demorar um pouco mais vc irá continuar, estou feliz com isso. Torço demais pelo casal, espero que Ruan esteja bem e sem perda de memória e que possa lembrar do Lucas. Que ódio que estou desse Diego. Mudei o e-mail. Agora é kattyacunha123@gmail.com deleta aquele e add esse. Bjs Kátty.

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Exagero? Imagina! Foi perfeito! O conto ficou maravilhoso, deu uma reviravolta e deixou todo mundo de boca aberta. Não demore, por favor!

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Nossa me emocionei todo, espero que vocês dois fiquem juntos.

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Caramba cara vc arrasou que mega cp ficou uma super produção agora só espero que o Ruan esteja vivo e que vcs saiam dessa, ah posta logo ta? to ancioso pela continuação.

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Meu querido sinto ter que concordar contigo, mas você exagerou mesmo... Elevou e muito o nível da tua história (que já era alto) e ganhou vários pontos comigo por em nenhum momento deixar o capítulo chato ou repetivo, fluindo naturalmente e com os momentos de suspense muito bem colocados e na hora certa. Nota máxima com louvor! ^^

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Nossa, que triste. Espero que o Ruan esteja bem. Conto perfeito! Continue o mais rápido possível.

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