Saí realmente na intenção de fugir daquela situação. Onde e quando poderia imaginar que o mundo seria tão pequeno ao ponto daquela mulher ser a minha instrutora de curso? O primeiro dia consegui correr, mas até quando?
Quarta-feira, segundo dia de curso, exatamente às 14h estava eu novamente na mesma sala de aula. Dessa vez preferi sentar no fundo da sala. Quanto maior a distância de Cristina, acreditava que as aulas seriam menos incômodas. Era inevitável me pegar pensando o que danado estava fazendo naquele curso ou pensar em outras coisas... outras situações...
Certo momento da aula, sem precisar qual, por não ter prestado qualquer atenção no que estava acontecendo naquele ambiente, deparo-me sozinha com Cristina naquela sala de aula. Eu sentada na minha cadeira, ela na dela (na frente da sala, mas olhando em minha direção).
Cris: Julia, quero falar com você. Pode vir até aqui?
Julia: Tudo bem... (falei isso já me levantando, mas super ansiosa)
Percorro toda a sala, até me aproximar dela, olhando-a fixamente em seus olhos, sem pronunciarmos alguma palavra sequer e sem desviar nossos olhares. Aproximo-me dela, parando em sua frente, sendo-nos separadas apenas pela mesa que havia para suporte da instrutora.
Julia: Pois não!
Cris: O que está havendo com você?
Julia: Não estou entendendo a pergunta.
Cris: Vejo que não participa, não interage... Acho que nem prestando atenção está.
Julia: É só impressão, está tudo bem. Estou acompanhando o curso.
Cris: Ótimo, então! (falou-me com um ar recheado de sensualidade, similar ao que conhecera no bar.)
Aproximei-me dela, misteriosamente, olhando seus lindos olhos esverdeados, andando em sua direção, contornando a mesa, e parei ao seu lado. Não conseguia esconder a atração que sentia por aquela mulher. Lembrava milésimos de segundos da velha frase que tanto escutei em minha infância e que até então havia seguido rigorosamente em minha vida profissional: "Onde se ganha o pão não se come a carne". Besteira, não registrava. Ela levantou-se desafiando-me com aquela sua atitude, seu olhar me chamava descontroladamente, como imã. Encostei-me à mesa, apoiando-me como que fosse sentar sobre ela. Ela a minha frente, levantou sua mão direita e estendeu em minha direção, alisando com as costas de seus dedos minha face. Encaixou-se entre minha pernas, segurando-me pela nuca, levando meu rosto até o seu, o meu lábio até o seu.... beijamos-nos com uma paixão intensa, descontrolada. Um beijo cada vez mais forte, violento. Em meio aos nossos beijos, mordia-me, sugava meu lábio inferior, enquanto suas mão percorriam meu corpo... e as minhas, claro, o dela. Minhas mãos tinham vida própria. Estavam por dentro da blusa, alisando suas costas arrepiadas. As delas mais ágeis que as minhas já haviam desabotoado parte de minha camisa, facilitando que sua boca chegasse até meus seios. Ela puxou meu sutiã para baixo e encostou a pontinha de sua língua no bico de meu seio. Em movimentos leves e circulares, passava sua língua pela aréola, beijou, chupou, mordeu... apertava meu outro seio em sua mão... a essa altura eu não mais respirava, suspirava morrendo de desejo. Percebo sua mão por dentro de minha calça, acariciando meu clítoris, esfregando-o, até me penetrar com dois de seus dedos, deixando-os parados dentro de mim, o que aumentava o tesão que eu estava.... Eu estava eufórica com aquela situação... De repente as pessoas começam a se levantar e a se retirarem da sala. A aula acabara e eu imaginara cada toque, cada arrepio, cada suspiro, cada gemido.... Não acredito!
Levantei-me e saí, como os demais da sala. Ouço uma voz próxima a mim, chamar-me...
Cris: Julia!
Julia (virando-me, procurando quem havia chamado-me): Oi...
Cris: Quer uma carona?
Julia: Não, obrigada.
Cris: E vais como para casa? (falou-me isso porque eu estava andando pela rua, sem rumo, à procura de um táxi, já que ainda não havia recebido meu carro ainda da transportadora)
Julia: Não se preocupe. Estou aguardando um táxi.
Cris: Que táxi! Entra.
Julia: Não precisa.
Cris: Entra!
Olhei-a, lembrando-me ainda da arrogância da primeira noite... Acontece que dessa vez não fiquei revoltada com sua atitude, mas completamente arrepiada com a sua "ordem".
Cris: Entra, vai! (agora sem tanta imperatividade, mais carinhosa... Ahhh... como fugir disso? Entrei ainda tímida...)
Julia: Obrigada, mas você nem sabe para onde eu vou... E se eu for para o outro lado da cidade?
Cris: Não importa... (disse isso já saindo com o carro)
Falamos pouco pelo caminho, a pousada ficava relativamente próxima ao trabalho, mas consegui resumir que havia chegado a pouco tempo na cidade. Enfim... chegamos até meu destino.
Julia: Bom, obrigada. Até amanhã.
Quando falei isso, já me virei para abrir a porta do carro e sair, mas ela me segurou pelo braço, impedindo -me de me levantar, puxando-me novamente ao encontro de seu olhar. Fiquei inerte sem reação, olhando aqueles olhos que tanto me fascinam, momento adequado para um beijo, não? Segurando meu rosto, puxou-me e beijou-me a boca suavemente, com calma, com leveza.... me fez flutuar... Se afastou um pouquinho de mim, nos olhamos e sorrimos...
Cris: Até amanhã. (disse-me isso com uma voz fraca, quase sussurrando... delícia!)