Bom, acho que nem tenho o direito de pedir desculpas por uma demora dessa pra postar. Mas, como eu já disse, estou tendo pouquíssimo tempo livre pra escrever. E tive um pequeno problema que me deixou algum tempo sem internet em casa. Além disso, não ando muito bem. Mas enfim, estou escrevendo esse conto agora e vou escrever o máximo que eu puder. Eu tinha dito que esse seria o último, eu ainda vou decidir isso, mas se eu continuar, vou continuar postando no site romancegay.com.br, pois já percebi que contos no estilo do meu não estão sendo muito bem vindos aqui. Só postei essa parte ainda nesse site por causa dos leitores que eu abandonei, mesmo que sem querer.
Mas vamos ao conto!
Bem, nós ficamos um tempo deitados, ele com a cabeça no meu peito, conversando.
Rafa: Posso te perguntar uma coisa? Não lembro se já perguntei isso...
Felipe: Claro que pode...
Rafa: Faz tempo que você não vê o Leonardo?
Eu não queria falar sobre o Leonardo naquele momento, mas eu também não queria deixar uma pergunta do Rafa sem resposta.
Felipe: Não vejo ele desde que ele terminou comigo.
Rafa: Hum...
Felipe: Por que?
Rafa: Curiosidade.
Felipe: Desse jeito vou ficar com ciúmes.
Rafa: Ooown, não tem motivo pra ter ciúmes, é você que eu amo! E na minha vida só tem lugar pra você.
Felipe: Você é perfeito, sabia?
Rafa: Mas eu ainda não chego aos seus pés...
Ele levantou a cabeça do meu peito e me beijou. Não tenho ideia de por quanto tempo ficamos só nos beijos, eu viajei beijando a boquinha linda dele.>.<
Mas logo o sonho acabou, estava chegando a hora da minha mãe voltar pra casa. Só por isso eu e o Rafa levantamos da cama, tomamos um banho rápido, nos vestimos novamente e fomos pra cozinha. Estralamos pipoca e nos acomodamos na sala, assistindo TV e comendo pipoca, como se nada tivesse acontecido. Os toques eram constantes, principalmente vindos dele, que parecia não conseguir ficar sem encostar em mim.
Nos afastamos um pouco quando minha mãe chegou. Ela cumprimentou nós dois, e logo foi tomar banho, dizendo estar cansada.
O Rafa ainda ficou em casa um bom tempo naquele dia. Ele foi embora pouco antes das seis e meia. Despediu-se da minha mãe, e me deu um longo beijo do lado de fora da casa, longe da minha mãe, e também escondidos dos vizinhos, por causa do muro, =P
Rafa: Eu queria ficar...
Ele disse aquilo fazendo biquinho.
Felipe: Eu queria que você ficasse. Só que não posso te raptar.
Rafa: Foge comigo então...
Olhei bem pra ele. Eu não sabia se ele tinha falado sério ou não.
Rafa: To brincando, bobo.
Felipe: Então, você ainda precisa ir embora?
Rafa: Preciso...
Felipe: Vou sentir sua falta...
Rafa: É só até amanhã, na escola.
Felipe: Eu acho muito tempo...
Rafa: Eu também... Mas não tem jeito.
Ele me deu mais um beijo, mas sem que eu esperasse, ele apertou minha bunda, se afastou com um sorriso, abriu o portão e foi embora.
Não preciso dizer que eu fiquei pensando nele o resto do dia, né?
No dia seguinte, na escola, ele ainda não estava na sala quando eu cheguei. Fiquei desapontado, pois estava ansioso pra vê-lo mais uma vez.
Sentei no meu lugar e fiquei quieto, esperando o Rafa chegar. Fiquei ouvindo as conversas de todos na sala, sem prestar atenção em nenhuma. Só fiquei olhando a porta, até que o Rafa entrou.
Ele parecia mais lindo que no dia anterior. Seu sorriso parecia mais contagiante...
Ele me cumprimentou normalmente quando se aproximou. Só deu uma piscada com o olho direito. Sentou-se na minha frente, mas se virou pra conversar.
Não falamos sobre o dia anterior. Nem podíamos, haviam muitas meninas que ficavam o tempo todo prestando atenção em nós dois, quando estávamos juntos.
A manhã passou rapidamente, e a minha surpresa daquele dia foi o Léo na porta da escola quando saímos. Do mesmo jeito que ele me esperava quando ainda namorávamos.
Eu estava junto com o Rafa, fingi que não vi o Léo e continuei andando.
Rafa: Você viu ele ali atrás né?
Felipe: Vi.
Por um momento achei que ele não estava lá por minha causa. Talvez a outra pessoa que ele estava apaixonado fosse da minha escola e ele só estava esperando ela. Mas, respeitando as leis de Murphy, logo o Léo falou, bem atrás de nós:
Léo: Será que eu posso falar com você ou vai continuar me ignorando?
Olhei pra trás, sem parar de andar, e respondi:
Felipe: O que você quer?
Léo: Conversar, só com você...
Olhei pro Rafael, eu queria dizer: "Por favor, não me deixa sozinho com ele". Só que ele entendeu errado, e disse:
Rafa: Tudo bem, eu vou na frente.
O Rafael apressou o passo e logo mais atravessou a rua.
Felipe: Conversar sobre o que?
Léo: Me explicar...
Felipe: Não quero explicação nenhuma. Por favor...
Léo: Eu queria que você me ouvisse...
Felipe: Só que eu não quero ouvir, Léo. Não vou entender explicação pro que aconteceu.
Só nesse momento eu reparei em uma aliança no dedo dele. Eu queria perguntar, mas não dei o braço a torcer.
Felipe: Já vi que você tá bem...
Ele pareceu entender. Olhou para a mão da aliança e falou:
Léo: Eu achei que pelo menos você se importaria o suficiente comigo pra me ouvir, já que você sabe de tudo o que já aconteceu comigo!
Felipe: Me desculpa. Mas você não pensou em mim quando terminou, e não tá pensando em como vou me sentir se você contar sobre isso.
Léo: Você não é mais o mesmo... só saiba que eu lamento ter terminado com você daquele jeito. Comecei a namorar com essa pessoa de agora por que meus pais me obrigaram, no começo eu chorava toda noite, mas agora eu até que to feliz, mas não tão feliz quanto eu estava com você!
Felipe: Desculpa pela grosseria, mas você me magoou! Eu to feliz em saber que você está feliz! Se algum dia precisar conversar com alguém...
Já estávamos andando lado a lado. Eu percebia que o Rafa, lá da frente, olhava pra nós vez ou outra. Ele estava se mordendo de ciúmes, rs.
Léo: Desculpa de novo. Foi muito bom ter você na minha vida, Lipe.
A voz dele tremulou, encarei-o por um momento, vi seus olhos lacrimejando e mesmo estando no meio da rua, eu abracei-o. A rua era pouco movimentada, e somente um carro passou por nós naquele momento.
Felipe: Só por você dizer que está namorando obrigado pelos seus pais, eu imagino que seja uma menina. Eu espero que nada tenha sido culpa minha, só que eu não posso brigar com seus pais. É um fardo que você tem que carregar, ou então jogar tudo pro alto e ter a própria vida fora daquela casa.
Léo: Eu sei que é meu fardo, só queria te contar.
Ele pareceu mais conformado!
Léo: Obrigado por me ouvir mais uma vez! Eu tenho que ir.
Nos despedimos como amigos, até os meus olhos lacrimejaram nessa hora. Depois que ele se afastou um pouco, eu recomecei a andar, tinha parado desde o abraço que demos.
O Rafa diminuiu o passo até que eu pude alcança-lo.
Rafa: O que ele queria?
Felipe: Se explicar.
O Rafa não perguntou o que ele tinha dito exatamente.
Rafa: Acho que isso não é um assunto pra mim... não precisa contar.
Felipe: Ok, obrigado.
Bom, naquela tarde, o Rafa ficou em casa de novo. Mas passamos a tarde basicamente deitados no sofá. Ou melhor, eu fiquei sentado, o Rafa é que deitou com a cabeça no meu colo. Claro que ele se levantou quando minha mãe chegou. Nós ainda não tínhamos conversado sobre contar para ela ou para o pai do Rafa. Mas eu achei que já era hora.
Encarei o Rafael e sussurrei: Desculpa por não te consultar antes.
Ele fez uma cara de desentendido.
Felipe: Mãe, senta aqui.
Ela me olhou, também parecia não entender nada. Mas, a essa altura, o Rafa já tinha entendido.
Felipe: Lembra o que você disse sobre o Rafael?
Valéria: Sim, eu lembro. Por que?
Achei que ela entenderia só com aquilo, mas não foi o caso.
Felipe: A gente se apaixonou...
Ela ficou um pouco séria, um pouco sorridente, eu não entendi direito a expressão dela.
Valéria: Era só uma questão de tempo, como disse o seu pai.
Rafa: Meu pai?
Valéria: Eu não queria contar sobre o Felipe pra ele... mas ele me contou sobre você. Aí achei melhor colocar tudo na mesa! Ele me contou tudo, e depois que soube do Felipe, disse que era uma questão de tempo até que vocês se descobrissem! Mas, sinceramente, foi mais rápido do que imaginei!
Felipe: Então vocês sabem faz tempo?
Valéria: Não sabíamos que vocês já tinham começado a namorar. Aliás, levamos em conta essa possibilidade, mas também pensamos na possibilidade de que vocês ficariam como amigos.
Rafa: Mas e agora?
Valéria: E agora que vamos ser uma família estranha. Os pais os filhos, dois casais.
Ela sorriu, aquilo foi uma tentativa de piadinha pra erguer o clima, mas não deu certo.
Felipe: Mãe, tá falando sério que vai ser simples assim?
Valéria: Difícil de acreditar? Filho, eu amo vocês dois. E o Eduardo também, mesmo não sendo o ideal pra ele, ele aceita... só que são vocês que vão contar pra ele.
O Rafa respirou fundo. De novo ele teria que enfrentar uma conversa daquela com o pai.
Fiz que sim com a cabeça. Mas nossa conversa com o Eduardo demorou um pouco pra acontecer. Só no sábado nós tivemos a chance! Pois ele apareceu em casa por volta das cinco da tarde, junto com o Rafa!
Mesmo não esperando a visita deles, eu não fiquei surpreso! Afinal, era o namorado da minha mãe junto com o filho dele, ou melhor, meu namorado. O Rafa ficou sentado um pouco no sofá comigo, e o Eduardo e minha mãe foram pra outro lugar.
Felipe: E aí? É hoje?
Rafael: Não tem jeito, vamos ter que falar com ele...
Justo naquele minuto o Eduardo entrou com minha mãe, ambos dando risada, será que continuariam dando risada daquele jeito?
Felipe: Eduardo, senta aí. A gente precisa conversar.
Ele me olhou, parou de rir, mas continuou sorrindo, como se nada do que eu dissesse fosse tirar o bom humor dele.
O Rafa se encolheu do meu lado. Me fez perceber que a responsabilidade seria minha.
Eu não sabia o que dizer... então fui direto.
Felipe: Estamos namorando.
Deve ter sido engraçado, porque minha mãe soltou uma risadinhas. O Eduardo continuou sorrindo, mas pareceu mais apreensivo.
Eduardo: Nós quem?
Felipe: Nós dois. – falei apontando pro Rafa e pra mim.
Eduardo: Ah, certo.
Ele respirou fundo.
Eduardo: Você já sabia, amor?
Valéria: Sabia. Eles me contaram durante a semana e eu disse que teriam que te contar por conta própria.
Eduardo: Então vocês já sabem que eu estava só esperando que se descobrissem?
Felipe: Sabemos. Também sabemos que você esperava que ficássemos como amigos...
Eduardo: Foi só uma hipótese.
Ficamos todos em silêncio.
Eduardo: Não preciso perguntar se é isso mesmo que vocês querem, certo?
Rafael: Não, não precisa.
Eduardo: Ok. Mesmo não sendo o que eu esperava... A homossexualidade do Rafael é uma coisa que eu tenho conhecimento faz tempo! A única novidade é o relacionamento entre vocês dois! Eu to feliz em ver que vocês tiveram coragem pra falar direto comigo sobre isso. Vou ter que me acostumar com a ideia de não ver meu filho de dando um neto.
Ficamos com cara de palhaços ali, no fundo até fiquei bravo. Eu fiquei tão preocupado em falar com ele, e ele nem ficou bravo. Será que nenhuma alma na face da Terra ia brigar com a gente?
Eduardo: Mas também temos coisas para contar pra vocês!
Ficamos pensativos alguns segundos, e eu falei: O que?
Eduardo: Sua mãe e eu decidimos morar juntos. Na metade do mês que vem já teremos a casa disponível e acho que vamos nos mudar logo no final do mês.
Galera, eu bem que gostaria de escrever mais, contar sobre as outras conversas que tivemos e até mesmo sobre a casa nova. Mas eu ando muito mal ultimamente. Um pouco depressivo, me perguntando se vale a pena. =/
Enfim, me desculpem por esse final, que eu acredito que tenha ficado ruim. Mas postei pra que vocês soubessem o que aconteceu. E também confirmarem que eu estou vivo, rs. Afinal, fiquei vários meses sumido, né?
Talvez, se eu melhorar, eu volte e poste mais algumas partes daqui um tempo. Só pra contar como foi depois disso. Claro que a convivência com o Eduardo, de início, não foi perfeita. Principalmente com relação ao namoro meu com o Rafa. A adaptação foi difícil. Não que a gente tenha brigado, mas foi difícil mesmo assim.
Até mais, pessoal. Foi bom postar essa história pra vocês.