Para entender perfeitamente, leia os contos anteriores:
Gabriel, Meu Irmãozinho Caçula Me Iniciou [01]
http://www.casadoscontos.com.br/texto/Gabriel, Meu Irmãozinho Caçula Me Iniciou [02]
http://www.casadoscontos.com.br/texto/OBS: Estão em outro perfil meu, pois o perdi).
Praticamente não dormi naquela madrugada. Fiquei pensando no meu irmãozinho Gabriel. Para nossa mãe, nossa família e todos os conhecidos Gabs era um anjinho e filho perfeitinho. Sensível e delicado, com seus cabelos lisos escorridos e seu sorriso metálico, não me lembro de Gabs ter ficado de castigo uma vez sequer na vida! Ele sempre foi o preferido da nossa mãe e eu cresci tendo raiva disto. Nos distanciamos bastante. Até o dia que descobri que toda essa pose de anjinho era uma máscara que escondia o verdadeiro Gabriel: um puto devasso, um veadinho de merda que adorava uma pica e tomar uma boa esporrada de leite condenado na cara, e ainda fumava escondido, como se fosse um homem de verdade.
Nunca que nossa mãe acreditaria nisto. E mesmo se eu conseguisse provar a ela, Gabs interpretaria novamente seu personagem inocente e angelical para desmentir o que era fato. Ele sempre conseguia o que queria! E porra, até comigo ele estava conseguindo o que queria! Ele queria me deixar louco, de quatro por ele e eu estava ficando mesmo. Gabriel tem um dom de persuadir incrível, é um verdadeiro anjinho diabinho o miserável.
Na manhã seguinte tomamos café com nossa mãe. Ele, claro, continuava ostentando seu papel de anjinho.
- Oi meu anjo, bom dia! – Nossa mãe o beijou em seus cabelos lisos e escorridos, bem penteados e possivelmente cheirosos.
- Bom dia mãe. Bom dia Dinho. – Gabs sorriu para mim. Qualquer um diria que era um sorriso inocente de irmão. Eu sabia que aquilo era um recado, uma afronta a mim. Queria dizer “Seu puto, cê quer foder meu cuzinho, né seu safado?”.
Para evitar problemas simplesmente respondi “Bom dia”. O café da manhã transcorreu naturalmente e nossa mãe me ofereceu uma carona para a escola, entretanto eu recusei. Disse a ela que de carro eu iria chegar muito cedo e eu ainda tinha alguns minutos para sair. Ela saiu como sempre e Gabriel correu para o sofá, para jogar videogame. Fui para o banheiro pensar um pouco. O que eu estava fazendo? Gabs podia ser uma puta devassa, mas era meu irmão, não podia continuar tendo aqueles pensamentos com ele. Mas ai me lembrei dele trepando com Robson e fuzilei de ódio.
Já tinha passado uns quinze minutos que nossa mãe tinha saído para trabalhar e achei que já era seguro sair do banheiro. Eu tinha que confrontar Gabs, eu ia ter que tirar essa porra toda a limpo. Para minha surpresa – ou não, né, eu já deveria estar esperando – Gabs estava jogado no sofá, como sempre de pernas pra cima, com o controle do PS2 nas mãos e um maldito cigarro na boca, fumando sem pegá-lo com as mãos. Ele tragava, respirava e soltava a fumaça sem pegar a guimba com a mão. Na mesinha de centro tinha um copo com algumas cinzas que ele já depositara. E também lá estava o maço, era um Marlboro Vermelho, e tinha também um isqueiro de cor verde ao lado do maço. Meu coração disparou e minha raiva aumentou ainda mais!
- Que porra é essa moleque? – Gritei praticamente. – Tu tá maluco? A casa vai ficar com cheiro dessa porra! O sofá, as cortinas, tu tá ficando maluco de vez é, seu pirralho de merda?! – Me aproximei de Gabs e arranquei a guimba de cigarro da sua boca.
Gabs não pareceu nem se importar com o que eu tinha feito. Ele largou o controle do videogame e sentou-se no sofá.
- Coé Dinho? Por que cê tá bolado comigo? O que eu te fiz? – Novamente aquela carinha de anjinho, a mesma que ele sempre usa quando quer alguma coisa de nossa mãe. Fedelho cínico. Veado de merda.
- Porra! Tu ainda pergunta seu veado de merda? O que tu fez ontem à noite comigo? – Falei alterado, segurando o cigarro de Gabs nas mãos, ainda aceso e queimando.
Gabriel olhou para mim como se não entendesse nada. Era incrível o quanto ele conseguia atuar, digamos assim. Meu irmãozinho era mesmo profissional, uma versão masculina e gay de Lolita. Anjinho pervertido.
- Cê tá incomodado com alguma coisa? Por que até onde eu tô lembrado Dinho, eu não te fiz nada ontem. Eu tento sempre ser maneiro contigo, mas tu tá sempre de caôzera comigo. – Gabs falava com aquele jeitinho meigo dele.
- Qual foi, para com teatrinho, valeu? A mim tu não engana mais seu filhadaputa de merda! Seu coiote de merda! Se bostão! – Respondi praticamente berrado com meu irmãozinho caçula.
Gabs então deu aquele sorriso de puta. Aquele mesmo sorriso quando estava com Robson na margem do rio e comigo na noite passada, enquanto chupava minha rola deliciosamente.
Meu irmãozinho se levantou do sofá e ficou parado de pé a minha frente. Ele era bem mais baixo que eu e bem miudinho, enquanto eu tinha um porte físico mais avantajado. Ele continuava sorrindo para mim.
- Do que diabos cê tá rindo seu merdão?
- Coé Dinho, dá uma tragada no cigarro, ele taí queimando atoa véi. Eu sei que cê tá a fim de dar uma tragada véi. – Gabriel falou todo manhoso para mim. E era realmente difícil não ceder às vontades dele. Agora eu entendia na pele o que passavam as outras pessoas quando ele pedia as coisas.
E sei lá que porra aconteceu comigo, parecia que eu tinha entrado num estado de transe, eu obedeci meu irmãozinho devasso sem pestanejar. Embora eu nem mesmo soubesse tragar, senti uma queimação na garganta e soltei uma fumaça estranha, muito diferente daquela que os fumantes fazem – muito diferente da que Gabriel fazia, ele era fumante experiente, mesmo que conseguisse esconder isso muito bem dos outros.
E a porra da porta da sala abriu na mesma hora, eu diria quase que foi cronometrado com o momento em que traguei a porra do cigarro de Gabriel.
- Mas o que...?! Claudiomar!!! – Minha mãe gritou com todos os pulmões meu nome, com muita, mas muita raiva em sua voz!
Ela se aproximou de mim, já logo distribuindo belos tapas no meu pescoço. Em seguida, dona Elisa arrancou o cigarro da minha mão e o apagou dentro do bendito copo que estava com cinzas na mesa. Gabriel meio que se afastou do sofá e da gente e falou:
- Ele veio fumar aqui na sala mãe! Eu falei pra ele não fazer isso, que faz mal pra saúde e tals e ele quase me bateu! O Dinho tá fazendo isso sempre mãe! – Meu irmãozinho falou com tanta convicção e jeitinho, que sou o primeiro admitir que parecia tudo verdade o que ele falara. Mas não era porra!!!
Minha mãe parecia uma leoa faminta. A primeira ordem dela foi:
- Gabs vá se limpar por que o cheiro dessa merda deve ter te impregnado. Vá tomar um banho e não venha aqui enquanto eu não falar. – Ela ordenou.
- Tá mãe. – Gabriel falou delicadamente, igual uma criancinha inocente acatando o desejo dos pais. Meu sangue ferveu e comecei a gritar feito louco:
- Não, mas que porra mãe, era o Gabriel que tava fumando essa merda!!! Cheira a boca dele, com certeza está com cheiro dessa merda de cigarro, essa porra toda é dele!!! – Tentei dizer a verdade, mas claro, sem resultado nenhum. Eu já tinha perdido essa parada há muitos anos.
- Lava essa sua boca nojenta de fumo para falar comigo ouviu? O que você está querendo provar Claudiomar? Que é a cópia escarrada do nojento do seu pai? É isso? Você está querendo me desafiar? – Minha mãe gritava comigo.
- Você não me deixa explicar. Sempre o culpado sou eu, e o Gabriel o inocente. Quando você vai perceber que ele não é filhinho perfeitinho que você pensa que ele é? – Respondo então a minha mãe.
- Chega. Você já é quase um homem e ainda fica escondendo seus erros atrás do seu irmão. Gabriel é mais novo, mas tem muito juízo que você. Não sei onde eu errei com você.
- Inacreditável. – Bufei.
- É! É mesmo inacreditável seu comportamento infantil. – Minha mãe faz uma pausa, recolhe o maço de cigarros e o isqueiro da mesa, e se aproxima da mesa de jantar pra pegar uma carteira. – Eu esqueci minha carteira. Por isso vim busca-la e olha a decepção que tenho ao voltar. Agora pegue a sua mochila e vamos. Vou te deixar na escola, garantir que você vai chegar lá hoje.
E eu fiquei totalmente mudo depois. Não valia a pena. O filhadaputa, o veado de merda do meu irmãozinho “anjinho” tinha armado essa pra mim. Ele sabia que nossa mãe estava voltando por causa da carteira e planejou para ela me pegar com o cigarro. O incrível é que tudo aconteceu tão naturalmente, até o fato de eu tomar a guimba dele, que não pareceu planejado. Que vontade de matar aquele moleque maldito de porradas! Mas em meio ao ódio todo que eu sentia por meu irmão, eu sentia também um tesão incontrolável. Toda a depravação e audácia de Gabs me deixava ainda mais pirado nele! Aquele moleque magricela me tinha na palma de suas mãos.
Quando voltei da escola não o encontrei no sofá, o que era estranho. Bati a porta da sala para que ele pudesse ouvir e saber que eu estava de volta e que íamos resolver nossos assuntos pendentes.
Vi a porta do quarto dele entreaberta e a abri de vez. Lá estava meu irmãozinho, sentado na cadeira de sua mesinha do computador. Quando me viu, ele sorriu e falou:
- Coé Dinho. Tranquilim? – E voltou à atenção para seu PC.
- Porra, vamo resolver essa merda agora! – Falei.
- Qual foi Dinho? Que parada é essa de resolver? – Gabriel estava vestindo já seu uniforme do colégio e seus cabelos lisos e escorridos estavam perfeitamente penteados. Além disto, eu podia sentir o seu cheiro de banho tomado. Caraca, eu estava louco por meu irmãozinho!
- Quando foi que começou essa porra hein? Entre você e o Robson? Tem outros veadinhos nessa merda toda também? – Perguntei.
Gabriel riu. Aquele jeitinho inocente de novo.
- Claro que tem véi. Não sou covarde que nem você.
- Do que você me chamou?! – Rosnei.
- Covarde. Frouxo. Virgem. Véi tem muitos adjetivos que servem pra você como um chapéu. Cê quer mesmo que diga todos? – Ele dizia sorrindo.
Então meu sangue subiu de vez. Apressadamente fui até ele e o puxei da cadeira, levantando-o de súbito e minha mão direita agarrando o seu pescoço. O empurrei contra a parede e continuei apertando seu pescoço. Eu era muito maior que ele e muito mais forte.
- Coé Dinho... Cê... tá me... machucando! – Gabs arquejou.
Então soltei seu pescoço. Gabs respirou fundo e eu virei às costas para ele, não conseguia encarar aquela feição de anjinho devasso. Então ele continuou:
- Cê tá bolado por que eu sou é mais esperto que você.
- Que idiotice seu gayzinho. – Falei.
- Ah qual foi, admita véi. Eu sou mais novo que você e já transo há muito mais tempo. Eu sei fumar e esconder isso da mamãe, enquanto você só fica na vontade. Enquanto tu já tá anos na punha eu tô trepando faz tempos haha. E porra Dinho, e daí que eu sou gayzinho? Cê ontem tava louquinho pra me comer, cê é tão gayzinho quanto eu, se não é mais. Cê é um peidão véi. Fica ai bolado comigo, seu pela saco. Vou pra escola já é?
E meu irmãozinho catou sua mochila na cama e jogou nas costas. Eu fiquei lá, com cara de idiota, como um pela saco mesmo. Só sentindo ódio e tesão por meu irmãozinho caçula. Antes de sair do quarto, Gabs ainda mandou outra pra mim:
- Aê Dinho... Cê tá me devendo um maço de cigarro e um isqueiro novo, hein? A mamãe confiscou os meus e eu me fodi. Tô metendo o pé, fui! – E lá da sala ele gritou para mim – Boas punhas ai véi! Haha. – E riu, o desgraçado do meu irmãozinho depravado.