Está é a Terceira Parte de Foi Sem Querer. Espero que gostem.
Tudo muda, você muda, mas mude para melhor. - Bruno Del Vecchio
- Bom Dia, Sente-se por favor. - Falou ele apontando a cadeira.
Eu estava aparentemente calmo, mas por dentro estava nervosissímo.
Eu me sentei e ele falou.
- Bom Aurélio, você trabalha aqui comigo há um bom tempoAnos Exatamente! - Falei.
- Isso mesmo, boa memória a sua.
- Obrigado!
- Então Aurélio...
- O senhor pode ir logo ao ponto! - Falei.
- Não precisa ficar nervoso, o que tenho para lhe falar é muito bom.
Até imagino a bomba que vem - pensei.
- Você deve saber que eu tenho um filho, não sabe? - Falou ele olhando para mim, com aquele semblante de quem vai aprontar algo.
- Sei! Mas o que tem haver seu filho, comigo? - Perguntei.
- Então Aurélio, eu estive conversando com minha esposa e ela me deu uma boa ideia. - Falou girando a caneta que estava na mão.
- Eu poderia saber que ideia é essa?
- É o seguinte, não sei se chegou aos seus ouvidos, mas eu mandei o meu filho para os Estados Unidos, para fazer um intercâmbio, isso há 7 (sete) meses atrás.
- Seu Ferdinand a vida do senhor não me diz respeito.
- Hum... Mas voltando ao assunto, meu filho está de volta, ele chegou a uma semana.
Mas esse homem enrola viu, jájá eu perco a paciência. - Pensei.
- Como eu lhe disse, a minha esposa me deu uma boa ideia.
- Continue! - Falei.
- Eu quero que você ensine tudo o que sabe ao meu filho.
- Hã? - Perguntei surpreso.
- Isso mesmo, eu quero que você o ensine tudo o que sabe, pois ele vai ficar no seu lugar. - Falou ele na maior naturalidade.
Então alem de eu perder o meu emprego, eu vou ter que virar professor de um babaca, isso mesmo, eu nunca o vi, mas pelo que ouço dizer ele é um típico Bad Boy filhinho da Mamãe.
- Não se preocupe, você não vai ficar desempregado.
Ufa! Mas peraí, se eu não vou ficar desempregado, eu vou trabalhar fazendo o quê? - Pensei
- Eu estive pensando e avaliando, você tem condições para exercer a função de Supervisor de Logística.
- Hã? Mas esse cargo é do Alberto! - Falei.
- Era, eu vou demití-lo. - Falou ele.
- O Senhor não pode fazer isso! - Falei me levantando.
- Posso sim, o Dono desta Distribuidora sou Eu! E você vai fazer o que lhe designar. - Falou ele exaltando a voz.
- Não seu Ferdinand! Eu não vou fazer o que o senhor designar. Eu não vou ficar no cargo de ninguém. Sabe Por quê? Por que eu tenho Dignidade e gosto de toda noite deitar a minha cabeça no travesseiro com a consciência limpa. Eu não vou conseguir durmir, sabendo que o Alberto está desempregado e que pode vir a passar necessidade ele, as duas filhas e a esposa por um capricho do senhor.
- Como ousa me afrontar? - Falou ele levantando da cadeira - Sabia que eu podia lhe demitir.
- Não precisa me demitir. Por que eu mesmo estou me demitindo.
- Conseguir emprego não está fácil, acho melhor...
- Não tem problema, eu ainda sou jovem. Disposição e Força de Vontade eu tenho de sobra. Não vai ser difícil para eu arranjar um emprego. Acho que nossa conversa acabou aqui. Foi um prazer ter trabalhado para o senhor durante esses 4 anos. - Falei o interrompendo.
Sai da sala antes mesmo dele falar algo.
Peguei minha mochila, sai do escritório e fui em direção ao RH.
- Oi Brenner! - Falei entrando.
- Bom dia, o que você está fazendo aqui?
- Vim para você dar baixa na minha carteira.
- Hã?
- Isso mesmo!
- Mas o que foi que houve para você pedir demissão?
- Agora não dá para explicar! Apenas dê logo baixa nessa carteira.
- Mas Você sabe que o procedimento habitual...
- Não Brenner! Dê só a baixa, eu não quero nada. - Falei interrompendo ele.
Ele pegou minha carteira, assinou e disse;
- Aqui está, mas o que foi...
- Já disse, agora não posso explicar, depois a gente conversa.
Sai da sala dele e segui em direção a saida, dei tchau para o Vigia e fui embora.
Não quis ir para a parada de Ônibus. Resolvo ir andando sem rumo.
Minha vontade era de chorar, mas eu segurei as lágrimas. Comecei a observar o céu, ele estava nublado. Durante a Madrugada choveu bastante, algumas ruas ainda estavam alagadas.
Meu celular vibrou, eu peguei e atendi.
- Alô?
- Élio o que houve? O Brenner me ligou dizendo que você tinha...
Nesse momento apareceu um pivete e roubou o celular da minha mão.
Era só o que me faltava - Pensei.
Eu fiquei parado sem reação nenhuma. Estava tão... Anestesiado, sim essa é a palavra, a aquela altura do campeonato eu não estava ligando com mais nada.
Há alguns metros dalí...
O que será que vai acontecer? Só digo uma coisa. O que está ruim, pode piorar! Rsrsrs.
Não deixem de comentar. Beijos e até a próxima parte.