ENTRE HOMENS - CAPITULO XXIII – ENTREGUE A PROPRIA SORTE

Um conto erótico de Antunes Fagner
Categoria: Homossexual
Contém 2723 palavras
Data: 16/09/2013 00:26:11

ENTRE HOMENS

CAPITULO XXIII – ENTREGUE A PROPRIA SORTE

Na vida atravessamos o deserto árido da descrença de que o amor é algo intangível. Todos querem ser felizes, mas a felicidade é algo que ainda causa medo para a maioria das pessoas. Preferimos desacreditar a acreditar que é possível amar. Amar é sempre esperar quando se perdeu toda esperança.

‘Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade

É servir a quem vence o vencedor,

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade;

Se tão contrário a si é o mesmo amor?’ Luis de CamõesNa Fazenda Paraíso.

“Morr você gostou de surpresa?”

“Se eu gostei? Eu amei, está tudo maravilhoso.”

“Morr eu te amo.”

Taumaturgo não segurou a alegria da surpresa que o seu amado lhe fizera e começou a chorar de alegria pelo momento que estava vivendo.

Miguel se aproxima de Taumaturgo, começa lhe enxugar as lagrimas que escorriam de seus olhos felizes.

“Morr o que houve?”

“Estou super feliz. Você realmente me encanta meu amorzão.”

Miguel deu um grande abraço em Taumaturgo. Depois de alguns minutos do amplexo demorado dos amantes. Miguel pediu que seu Anjo sentasse na cama.

“Morr feche os olhos.”

“Fechar os olhos!”

“Sim Morr, confia em mim!”

Prontamente o amado fechou os olhos. Miguel foi até um assento que se encontrava no banheiro do quarto e trouxe um boque de flores vermelhas.

“Morr agora você pode abrir os olhos.”

Quando Taumaturgo abriu os olhos se deparou com o buque que o seu peão havia trazido pra ele.

“Eu não mereço o teu amor.”

“Não fale isso meu Anjo, você é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço nesse mundo. Eu que não sei se realmente mereço está do seu lado.”

Antes mesmo que Miguel concluísse sua negativa. Taumaturgo roubo-lhe um beijo, colocando o buque as costas do peão na hora da troca de carícias.

Miguel pede que o seu amado novamente feche os olhos. Prontamente Taumaturgo o faz. Mesmo assim Miguel fala:

“Morr não vale tem que fechar os olhos. Morr é surpresa.”

Miguel apaga a luz do quarto deixando apenas na penumbra. Vai até o som que estava próximo de si, liga-o. Ele se aproxima de seu Anjo e o toma pela mão levantando-o da cama.

“Concede-me uma dança meu Anjo?”

“Claro meu peão.”

Os dois começam a dançar uma música romântica que fazia fundo musical para o casal apaixonado.

“Morr senti muita saudades de você nesses dias.”

“Morzão não é que eu deixei de te amar apenas estava fazendo algumas atividades junto aos moradores.”

“Sei disso, mas você sabe como eu sou meio grilado.”

“O André me procurou na escolinha.”

Nesse momento Miguel para de dançar agarradinho com o seu anjo.

“O que aquele cara foi fazer lá?”

“Ele foi lá pra ver como estavam as coisas. Inclusive até me convidou para sair com ele. Mas eu recusei.”

“Aquele cara fica te cercando por todos os lados. Qualquer dia desses vou perder a cabeça e quebrar a cara dele.”

“Não falei isso pra você ficar assim e nem estragar a surpresa que você fez pra mim.”

Taumaturgo senta-se na cama e coloca as mãos apoiadas na sua coxa no sentido de estar pensando.

“Você não confia mesmo em mim não é Miguel.”

Sentando-se do lado de Taumaturgo e tentando-lhe abraçar, diz: “Não é isso meu anjo. Somente sei que aquele cara está a fim de nos separar.”

“Você não confia em mim mesmo. Você acha que te trocaria pra ficar com o André? Por favor, esse papo não. Sei muito bem o que eu quero e quem eu quero.”

Miguel emocionado e com a voz embargada, suplica:

“Me perdoa meu amor. Estraguei tudo...”

Os seus olhos começam a lacrimejar devido a sua incredulidade por seu amado.

“O meu amor por ti deveria ser o suficiente para testemunhar que o cara que eu amo se chama Miguel. Não penso, não respiro, cada pensamento que surge em mim, cada sentimento que brote no meu coração só diz respeito a você, meu peão.”

Taumaturgo se aproxima de Miguel toca com as suas mãos no seu rosto. Quando as lágrimas caiam dos olhos de Miguel. Olha fixamente nos seus olhos. E lhe dar um sorriso.

“Você Miguel é o homem que eu amo. Sempre vou te amar. Para toda a eternidade. Aqui e na outra vida. Sempre, sempre vou te amar, por toda a minha vida.”

Miguel o toma nos seus braços fortes e começa a beijá-lo demoradamente. O tempo parara para o deleite dos amantes. Apenas a iluminação oriunda das velas e o som ao fundo movimentavam-se para que o casal pudesse desfrutar daquela noite preparada para cofirmar o amor.

O peão começou a tirar as roupas de Taumaturgo que nessas alturas já se encontra nu. A mesma coisa o fizera o nosso Anjo, deixando o seu peão armário nuzão. Miguel toma Taumaturgo nos seus braços e o coloca na cama ornada com pétalas de rosas. Os dois então tem uma noite esplendida de amorNo Rio de Janeiro.

Alan recebe uma ligação de um numero não contido na sua agenda de celular.

“Alan!”

“Pode falar, do que se trata?”

“Eu sou o Romeu e preciso que você me encontre num parque que vou te dar as coordenadas.”

“Seja mais claro. Quem é você? Do que se trata?”

“Tenho algumas informações sobre Pablo. Preciso lhe contar. Acredito que você não sabe do que ele é capaz de fazer. São informações bem interessantes.”

“Desculpa cara, mas vou desligar o celular.”

“Por favor, não faça isso. Espere. Encontre-me no local que vou te indicar. Mas uma coisa, por favor, não diga nada a ninguém. Principalmente ao Pablo.”

“Cara não sei se vou.”

“Espero-te lá às 16h da tarde. Passarei-te as coordenadas pelo celular. Até lá!”

Alan desliga o celular, joga-o sobre a mesa do centro da sala. E apenas observa sem mesmo saber o que fazer. Começa andar pela sala de um lado por outro. Respira profundamente. Aquela ligação inesperada o deixou com uma pulga atrás da orelha. Abre a porta de vidro que dá acesso a área de lazer, sai. Aproxima-se da piscina, estica os braços e volta respirar profundamente. Adentra a casa e resolve repousar na cama do quarto. Desliga o celular na tentativa de não dar muita atenção ao convite do rapaz. Coloca o travesseiro contra a sua cabeça. Contudo, as palavras do rapaz mexeram com a sua consciência. Volta a ligar o celular.

Vai até o aposento para escolher uma roupa que lhe caísse bem pra aquele momento. Seu coração continua impactado com as desconfianças que iam se avolumando nos últimos dias com o Pablo, tal conversa apenas poderia ser confirmatória de tudo o que pesava contra o seu boyfriend.

O celular do Alan toca. O modelo se apressa em atender.

“Alô!”

“Sou eu gato, está tudo bem?”

“Está tudo sim.”

“Posso passar ai pra te pegar e irmos jantar depois.”

“Poxa Pablo combinei com um amigo de ir vê-lo. Ele está passando por uma situação de fim de relacionamento e pediu minha Judá.”

“Tudo bem então, mais tarde nos vemos. Beijos.”

“Tchau.”

Passado alguns minutos, o seu celular volta a tocar, dessa vez era o Romeu.

“Sou eu Romeu, estarei te esperando nessa coordenada que te enviei. Por favor, não falte.”

“Estou de saída. Encontro-te no horário combinado.”Na estrada...

Um estranho começa a observar de longe Romeu no seu carro. Sem se dar conta que está sendo observado de longe, Romeu para o carro num posto de gasolina para abastecer. Entra numa loja de conveniência e compra uma revista. Volta para o carro e continua sua viagem.

Durante o percurso liga o som do carro e aparenta está muito nervoso e ansioso por tudo que poderia vir a lhe acontecer.

‘Se você vier

Pro que der e vier

Comigo...

Eu lhe prometo o sol

Se hoje o sol sair

Ou a chuva...

Se a chuva cair

Se você vier

Até onde a gente chegar

Numa praça

Na beira do mar

Num pedaço de qualquer lugar...

Nesse dia branco

Se branco ele for

Esse tanto

Esse canto de amor

Oh! oh! oh...

Se você quiser e vier

Pro que der e vier

Comigo

Se você vier

Pro que der e vier

Comigo...

Eu lhe prometo o sol

Se hoje o sol sair

Ou a chuva...

Se a chuva cair

Se você vier

Até onde a gente chegar

Numa praça

Na beira do mar

Num pedaço de qualquer lugar...

E nesse dia branco

Se branco ele for

Esse canto

Esse tão grande amor

Grande amor...

Se você quiser e vier

Pro que der e vier

Comigo.’

Faz uma curva que dar próximo de um barranco que abaixo se avista as águas do mar de encontro com as encostas rochosas. Começa a fumar um cigarro que encontra num maço que fica sempre no seu porta-luvas. O seu celular toca. Prontamente atende.

“Romeu!”

“Você Pablo, o que você quer de mim?”

“Quero que você tome muito cuidado com o transito. Sabe acidentes sempre acontecem.”

“Não estou entendo. Isso é uma ameaça!”

“Claro que não. Não sou um homem de ameaçar. Eu cumpro o que eu digo. Você assinou sua sentença quando saiu do meu escritório me ameaçando.”

“Vá para o inferno, Pablo.”

“Não se preocupe, acredito que você vai para o inferno antes de mim.”

Romeu desliga o celular e o jogo sobre o assento do passageiro. Antes mesmo que pudesse continuar dando tragadas no cigarro. Seu carro é empurrado na traseira por outro carro que estava em seu encalce.

“Filho da puta, não sabe dirigir não!”

Alan dá um cotoco na direção do motorista que havia batido na traseira do seu carro. O outro carro se coloca do lado do carro do Romeu e tenta joga-lo fora da estrada. Começa um jogo de gato e rato. Romeu percebe que o outro motorista está encapuzado. Logo cai a ficha que era alguém mandado por Pablo pra matá-lo.

Romeu acelera na estrada na tentativa de escapar da emboscada preparada contra ele. O encapuzado continua a perseguição contra Romeu. O carro de Romeu mais uma vez sofre outra batida por trás. Nesse momento seu corpo se volta pra cima do volante do carro, consegue se recuperar, volta a acelerar. O outro motorista não se dar por vencido. Parece até um pega na estrada. No entanto, Romeu sente-se aflito com tal perseguição.

O outro carro se coloca do lado do carro de Romeu. Tenta empurra-lo para fora da estrada. No desespero, Romeu começa a falar com o estranho:

“Me deixa em paz. Eu não fiz nada a você.”

O estranho continua seu intento de calar a voz do ex-modelo pra todo o sempre.

“Paraaaa...!” Esbraveja Romeu.

O outro motorista continua seu intento de tirar Romeu da estrada a todo custo. O celular de Romeu que estava no banco do passageiro começou a tocar, no visor aparecia o numero de celular do Alan. Como Romeu estava muito preocupado com o outro motorista ainda tentou pegar o celular para atender, quando sofre outra batida por parte do outro motorista. O celular que estava na mão cai embaixo do banco de passageiro.

“Putz... e agora, esse filho da puta que não me deixa em paz.”

Na tentativa de pegar o celular que tinha caído, Romeu fica aflito sem nenhuma positividade na sua ação. Quando mais uma vez o outro motorista bate na atrás do carro. Quando Romeu dar por si nessa situação seu carro capota por duas vezes, até chegar num barranco do lado da estrada. O capanga do Pablo estaciona o carro a beira da estrada. Sai do mesmo. Vai à direção do carro que acabara de capotar. Apenas uma fumaça sai do motor do carro. Romeu está desacordado no carro. O capanga ver o seu pulso e ver que ele está morto. Toma o celular que estava no seu bolso e liga para Pablo.

“Está tudo consumado... O tal agora está falando agora com o diabo.”

“Excelente...” Disse Pablo satisfeito com a missão.

“O que eu devo fazer agora... Saia já daí. Lembre-se não deixe nenhum rastro para traz.”

O rapaz desliga o celular. Entra no seu carro e sai em disparada. Desaparecendo no horizonte. Deixando Romeu para traz.

O celular de Romeu continua tocando, do outro lado chamando é Alan que já se encontra no local combinado sem nenhuma resposta. Alan olha o relógio e senta num banco próximo a ele. Nota que o tempo ia se passando sem nenhuma resposta do Romeu. Logo começou a achar estranho o seu sumiço tendo em vista que o mesmo queria contar algo pra ele.

Passado duas horas depois que esperara por muito tempo o Romeu, já de no caminho de volta pra mansão. O celular de Alan toca.

“Alô!”

“É o senhor Alan?”

“Sim quem deseja?”

“Sou uma enfermeira do pronto socorro. Um rapaz se acidentou e foi trazido para cá. Encontramos no seu bolso o numero do seu celular com nome. Por isso entrei em contato com o senhor. De repente o senhor possa nos ajudar com maiores informações sobre o nosso paciente.”

“Onde ele está agora?”

“O rapaz está aqui no hospital São Lucas.”

“Já estou indo pra aí.” Alan apenas jogou o celular do seu lado e foi em direção do hospitalNo hospital São Lucas

Alan vai até a recepção do hospital e conversa com a atendente:

“Eu sou o Alan, ligaram-me daqui deste hospital. Sobre um rapaz que foi trazido pra cá.”

O modelo foi conduzido até a área da UTI do hospital. Apenas era possível ver de longe o rapaz. Através de um vidro que circundava a UTI. O médico sai da UTI e vai ao encontro de Alan.

“Oi doutor.”

“Oi, o senhor por acaso conhece o nosso rapaz?”

“Sim um pouco, ele se chama Romeu. Ele trabalhou na agencia de modelo que sou modelo... como vocês chegaram ao meu contato?”

“Ele tinha no seu bolso um numero de celular com o nome do senhor. Pensamos que a única coisa que podíamos ter de ideia de quem ele fosse.”

“Mas o que aconteceu com ele?”

“Ele sofreu um acidente de carro. Parece-me que o carro dele capotou várias vezes. Foi parar num barranco próximo da estrada onde foi encontrado.”

“Mas ele vai escapar?”

“Isso não sei lhe informar? Porém ele teve muita sorte de escapar daquele acidente. Mas ele está em coma.”

“Existe possibilidade dele escapar dessa situação?”

“Sim. Contudo não podemos dar certeza de quando isso possa acontecer. O paciente em coma pode se recuperar ou não. Ou mesmo a se tornar alguém em estado vegetativo para sempre. Agora é esperar pra ver o acontece.”

“Não se preocupe doutor sempre vou vir visitá-lo. Quero muito saber o que aconteceu com ele.”Na mansão de Pablo.

Quando Alan adentra na sala de estar. Pablo já o espera preparando um drinque no barzinho.

“Meu gato você que tomar algo agora?”

“Pode ser sim.”

“Você está bem?”

“Estou sim, claro. Por quê?”

“Sei lá você está com uma cara que viu um fantasma.” Falou-lhe entregando um copo com um drinque.

“Impressão sua Pablo.”

“Onde você estava esse tempo todo? Fiquei preocupado.”

“Resolvi dar uma volta e esqueci e nem o vi o tempo passar.”

Pablo se aproxima de Alan, senta-se do seu lado e o convida para sair pra jantar:

“Podemos sair mais tarde somente nós dois para um jantar. O que você acha?”

“Não estou me sentindo muito bem. Acho que vou me recolher. Sentindo um pouco de dor de cabeça.”

Alan se retira para o quarto do casal enquanto Pablo fica na sala tomando o seu drinque. Quando o modelo dar as costas para o empresário. Pablo retira do seu bolso um celular. Aciona as últimas chamadas nas quais aparecem o numero do celular de Alan.

“Não se preocupe filho. Sempre dou um jeito em quem se coloca no meu caminho. E isso você não poderia saber nunca.”

O empresário com o seu cinismo continua tomando o seu drinque como se nada tivesse acontecido.

Continua...

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