DUAS CARAS
CAPÍTULO 1
* 10 de março de 2012 *
Local favorito dos empresários e políticos de Brasília tomar o café da manhã mais refinado da Capital Brasileira, a cafeteria Grenat, naquela manhã recebi uma ligação do Deputado Gabriel Marques marcando comigo uma reunião informal nessa mesma cafeteriaàs 9 horas. Gabriel era um dos Deputados Federais mais votados na ultima eleição, um político e empresário muito bem sucedido e ainda muito jovem, com seus 27 anos e já estava em seu segundo mandato como Deputado Federal pelo estado de Minas Gerais.
Sou Bruno, tenho 18 anos, órfão de mãe e nunca conheci meu pai, sou magro, corpo levemente definido, cabelo castanho escuro liso, 1,75 de altura e 68 kg.
Naquela manhã a cafeteria estava muito movimentada, maquinas de café expresso em ação e pessoas conversando. Ao entrar fui recebido por uma das mulheres que estavam atendendo no balcão. Ela abriu um belo sorriso profissional.
- Bom dia. Posso te ajudar?
- Desculpe, eu estou um pouco atrasado – Falei tentando ser o mais simpático possível. Mesmo estando de mau humor por ter acordado mais cedo que de costume. E de estar 20 minutos atrasado. – Tenho uma reunião com o Deputado Marques.
Ao invés de me responder, ela cutucou uma mulher que estava ao seu lado. Uma mulher atraente, jovem, usando uma bela blusa de grife branca, uma postura alinhada e o queixo levemente levantado. O suficiente pra se mostrar ser uma mulher arrogante. Não era uma mulher estranha, parecia que eu já tinha a visto algumas vezes ao lado do Deputado Marques.
- O Sr. Marques esta no espaço reservado, quem é você meu jovem? – Falou aquela mulher de forma arrogante.
- Sou Bruno, estagiário do Deputado. Ele me ligou hoje cedo marcando comigo.
- Ah sim, o estagiário. – Falou ela em um completo tom de deboche. – Ele esta esperando, me acompanhe.
Aquela mulher me acompanhou através do salão, e eu fiquei um pouco incomodado com os olhares cruzados em minha direção. Chegamos até uma sala reservada, ela abriu a porta e me mandou entrar. O deputado estava falando no celular, ao notar minha presença olhou-me brevemente e apontou para seu relógio lembrando-me de que estava atrasado.
O deputado estava muito elegante, vestindo um belo terno, e por baixo as famosas camisas de algodão egípcio que tanto ele gostava, deveria ter um guarda roupas só com essas camisas. Seus olhos castanho claro, sua pele clara e seus cabelos negros e lisos fechavam o charme especial que o Marques tinha.
- Bruno. – Disse o deputado finalmente desligando o celular.
- Oi Sr. Marques. – Falei estendendo a mão para cumprimentá-lo. – Desculpe-me pelo atraso.
- Eu tolero hoje Bruno. – Falou ele apertando minha mão. – Por que estou de muito bom humor. Acabei de conquistar mais um grande sucesso, mais um grande passo para eu assumir a Presidência da Câmara dos Deputados.
- Que bom, fico contente pelo senhor. – Falei não tão empolgado. O Marques sempre foi um cara ambicioso.
- Bruno corta esse papo de senhor. – Falou ele se levantando da poltrona em que estava sentado. – Já conversamos sobre isso. – Colocou-se em minha frente.
- Desculpa deputado. – Falei cabisbaixo.
- Me chama de Gabriel, cadê toda aquela intimidade que nos dois já tivemos? – Falou Marques segurando meu braço, e alisando meu ombro.
- Não há mais intimidades entre nos Marques. – Falei soltando meus braços. – Você é meu chefe, vou ser grato a você pelo resto da minha vida por tudo que fez por mim. – Falei, e comecei a lacrimejar lembrando-me do meu passado.
- Bruno eu não me arrependo de nada que fiz, eu não poderia deixar um garoto bonito, inteligente e cheio de sonhos naquela vida. – Ao lembrar por tudo que passei comecei a chorar. – Não chora Bruno, a vida é muito amarga pra muitas pessoas, e infelizmente ela foi com você. – Falou ele enxugando uma lagrima de meu rosto. – Mas apareceu um anjo em sua vida que fez sua vida mudar da água pro vinho. – Falou ele dando uma piscadinha para mim. – Ainda me lembro daquela noite um pouco fria, eu estava voltando de um jantar de negócios que tive com uns executivos de uma empresa, eu estava parado em um semáforo próximo aoMané Garrincha, avistei um garoto muito bonito, abaixei os vidros do meu carro e ele se aproximou, ficou mudo, e eu puxei conversa...
* 5 meses atrás – 08 de outubro de 2011 *
- Cara já passou 3 carros e ficaram olhando pra você, e tu não fez nada, se realmente quer ser um garoto de programa você não pode perder essas oportunidades. – Falou Arthur...
* 2 dias atrás – 06 de outubro de 2011 *
Arthur passou a ser meu melhor amigo, ele era garoto de programa, nos conhecemos uma vez pelas ruas de Brasília, era noite e ele me abordou dizendo que eu era um garoto muito bonito, elogiou meu traseiro e perguntou se eu queria um programa. Lembro-me de ter dado um soco em seu nariz, tamanha irritação que fiquei com aquilo. Pensei que ele fosse me matar, por ser muito mais forte que eu, mas não, ele apenas disse: “Agradecemos a preferência, quando precisar de um tratinho nesse belo traseiro, você sabe onde me encontrar”. E eu fui embora sem dizer nada. Sempre me considerei bissexual, fiquei com garotos e garotas, mas sempre tive mais atração por homens, nunca havia transado, era totalmente virgem e tinha até certa vergonha por isso.
Nesse mesmo dia voltei para casa onde eu morava, se é que eu poderia considerar um barracão abandonado como uma casa, mas era onde eu dormia, onde eu passava parte dos meus dias desde que fui expulso da casa dos meus tios, após eles descobrirem que “eu gostava de dar o cu” - assim me disse meu tio após me ver aos beijos com outro garoto em uma praça próximo da casa deles. Sou órfão de mãe desde os 6 anos, e fui abandonado pelo meu pai, se é que posso chamar esse ser assim, quando ele soube que minha mãe estava grávida, fui criado por meus tios na cidade onde nasci, Taguatinga uma das cidades satélites de Brasília.
Fiquei perdido e com pouco dinheiro na carteira, já havia terminado o ensino médio e iria prestar vestibular em Brasília, e foi justamente pra Brasília que fui tentar minha sorte. Foram duas semanas tentando arranjar emprego e um lugar para ficar. Não consegui nenhum nem outro, o que consegui eram sobras de comida em alguns restaurantes e um barracão antigo e abandonado para me abrigar.
Após aquele dia cômico em que um garoto ficou tarado por minha bunda e me perguntando se eu queria um programa, eu fiquei muito pensativo, e sem nenhuma chance de emprego decidi conversar com aquele garoto.
Ao me ver ele já foi logo falando.
- Olha se não é o lindinho de ontem e sua linda bunda. – Falou ele piscando para mim.
- Olha cara, me respeita. – Falei sério. –Não estou aqui pra dar pra você, muito menos pagar por isso.
- Então o que quer?– Falou me encarando.
- Você é um garoto de programa, certo?
- Não, sou Papai Noel, mas faço bico na Páscoa. – Falou ele debochando. Decidi sair dali totalmente arrependido de ter ido falar com aquele idiota. Senti alguém segurando meu braço me impedindo ir embora, era ele. – Cara, acho que começamos mal, sou Arthur, e você?
- Bruno. – Falei soltando seu braço de mim.
- O que te trouxe aqui? – Falou ele tentando ser mais simpático.
- Eu gostaria de ser um garoto de programa também, eu não tenho onde cair morto, não agüento mais comer as sobras dos outros. – Falei e comecei a chorar.
- Ei velho, não chore. – Falou ele me abraçando. – Cara eu não te aconselho a entrar nessa vida.
- E você me aconselha o que? Continuar batendo de porta em porta, pedindo emprego, me humilhando e ouvindo uma coleção de nãos, continuar morando num barracão onde minhas únicas companhias são um bando de roedoress que até minhas roupas eles estão comendo, por que nem eles tem comida.
- Nossa. – Falou ele engasgando. – E sua família?
- Não tenho, já disse, não tenho onde cair morto.
- Cara, o que eu posso é te dar um lugar pra morar, mas, por favor, não queira entrar nessa vida.
- Tem medo de concorrência Arthur? – Falei encarando-o.
- Não é isso, só estou te alertando, não é fácil, se o cliente quiser que você coma ele, você tem que comer, se o cliente quiser que você dê o rabo pra ele, terá que dar o rabo, pode ser um velho nojento que vai querer que você chupe aquelas bolas nojentas e flácidas com pentelhos grisalhos, e aquele pinto murcho que nem viagra levanta.
- Eu estou disposto a tudo, a dar, comer, chupar rola de velho, tudo. – Falei tentando ser convincente, mas no fundo tinha medo.
- Ok Bruno, vamos conversar. Mas quer ir morar comigo? – Falou ele me olhando, eu fiquei mudo. – Tudo muito simples, ê uma kit net que aluguei, e pago com meus programas.
- Quero sim, eu vou te ajudar. – Falei agradecendo ele com um abraço.
- Tudo bem, então vamos, hoje não vou trabalhar. – Falou ele me puxando pelo braço. Que mania de segurarem no meu braço, eu não gosto disso, mas o Arthur estava sendo gentil, eu não iria falar nada. No caminho fui contando mais da minha vida, e ele da dele, ele vinha de uma família muito humilde, e viu em vender seu corpo como a única forma de colocar dinheiro em casa e ajudar sua mãe, seu pai havia morrido há poucos anos. Ele passou ser totalmente renegado pela mãe e pela família assim que descobriram que ele era garoto de programa.
Chegamos na casa dele, realmente era tudo muito simples, uma cama de casal antiga, uma geladeira antiga, uma mesa com 3 cadeiras sendo que uma estava quebrada, um fogão enferrujado, e uma outra mesa onde estavam espalhado as suas roupas e uma televisão um pouco mais nova.
- Sinta-se em casa Bruno. – Falou ele já abrindo a geladeira. – Vamos ver o que fazer para comer.
- Eu não quero te atrapalhar cara. – falei notando que aquele espaço era pequeno o suficiente até para uma pessoa, quanto mais para duas.
- Relaxa, se você não se importar em dormir comigo, já que não há sofá nem colchão pra você dormir.
- Qualquer coisa é melhor que dormir em uma colchonete inteira rasgada e se cobrir apenas com restos de panos velhos.
- Agora não vai precisar dormir mais em colchonete rasgada e nem se cobrir com panos velhos. Cabe nos dois naquela cama.
- Com quantos já dormiu nela? – Falei tentando fazer graça um pouco. Ele riu e respondeu:
- Você será o primeiro. – Disse ele me abraçando por trás.
Fiquei muito incomodado e tirei seus braços.
- Cara. – Falou ele me virando de frente com ele. – Vou fazer uma pergunta e quero que seja sincero. Você é virgem?
- Eu, virgem? Da onde. – Disse fugindo do seu olhar.
- Não... Você é virgem cara. Como quer ser garoto de programa se nem sabe como é fazer sexo.
- Isso é um problema? – Perguntei preocupado.
- Depende do cliente que você pegar, se pegar um viadinho louco pra dar o rabo, e pedir pra tu socar como um profissional, como você vai fazer? Sabe pelo menos chupar uma rola? – Falou ele rindo de mim, e eu estava muito envergonhado com isso tudo.
- Maximo que fiz foi troca-troca com um amigo.
- Nossa, terei que treinar você Bruninho. – Falou ele se aproximando.
- Nem pense Arthur, eu não vou transar com você. – Falei saindo de perto dele.
- Só estou querendo te ajudar garoto. –Falou ele irritado. – Vou preparar nossa janta.
Eu me senti mal por isso, por tudo que o Arthur estava fazendo por mim, aquele garoto de 20 anos, que já era um homem feito, um corpo definido, uma barba por fazer que o deixava lindo, olhos verdes, cabelo meio loiro e um sorriso encantador.
- Ok Arthur, eu quero que me ensine tudo. Me desculpe – Eu disse envergonhado.
Ele abriu um sorriso lindo.
- Só não tenho dinheiro pra te pagar o serviço agora. – Falei rindo.
- Não faz mal Bruninho, é por conta da casa. – Falou ele enquanto preparava nossa janta.
Ele fez uma comida simples, arroz, farofa com linguiça e bacon e ovo frito, mas percebi que ele fez com carinho e estava ótimo. – Amanhã eu juro que vamos no mercado e compramos coisas melhores pra comer.
Apenas fiz que sim com a cabeça, lavei a louçapelo menos pra me sentir um pouco útil, enquanto ele tomava banho. Depois foi minha vez de tomar banho e lembrei-me de um pequeno problema, minhas roupas tinham ficado todas no barracão.
- Arthur. – Falei meio envergonhado por ter de pedir uma roupa emprestada.
- Já sei. Pode ir tomar banho já te arranjo uma toalha e uma roupa pra você vestir. Temos mais ou menos o mesmo corpo, vai te servir.
- Obrigado, amanhã eu vou buscar minhas roupas.
Fui tomar meu banho, e ao desligar o chuveiro o Arthur entrou no banheiro.
- Esqueci de te avisar a fechadura do banheiro esta estragada e não fecha, como moro, ou melhor, morava sozinho não tinha necessidade de arrumar. – Disse ele me encarando de cima em baixo. Minha reação foi tapar meu pau com minhas mãos. – Bela piroca em Bruninho. – Falou ele rindo. – Vai fazer sucesso com os viadinhos que adoram uma rola grande socada no cu.
Fiquei extremamente vermelho, ou melhor devo ter ficado roxo de tanta vergonha.
- Cara. Relaxa, se você vai querer ser um garoto de programa, não pode ter vergonha de mostrar seu corpo e sua pica pra ninguém. – Quando ele disse isso, eu soltei uma mão e peguei a roupa e a toalha que ele segurava.
- Obrigado Arthur, eu vou me acostumar. – Falei já expulsando ele do banheiro.
Me vesti e sai do banheiro, ele já estava deitado assistindo televisão.Ao me ver ele bateu do seu lado da cama e me chamou para deitar. Obedeci e fui deitar, tentei deitar o máximo possível na lateral da cama, eu não queria atrapalha ele dormir.
- Pode chegar mais perto, eu não mordo. Só se você deixar. – Falou ele de forma bem safada.
- Não, estou bem aqui. Não se preocupa. – Falei me virando deitando de costas pra ele.
- Se eu fosse você, não daria as costas assim pra mim. - Falou ele passando a mão na minha bunda.
Eu me virei de frente com ele, ficamos nos encarando olho no olho, e fui surpreendido por um beijo.
Continua...
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Oii de volta minha turma. Depois de um tempo longe, eu tava so acompanhando alguns contos aqui na Cdc. Mas estou voltando com um novo conto pra vocês. Espero que gostem. Ate amanha com a próxima parte.