Leitores do CDC! Nem sempre vou poder postar o feedback, pois posto de um smartphone, que uso para escrever o conto. Mas eu aprecio e leio os comentário de todos. Depois posto o feedback.
Vamos ao conto:
MICHAL: Paulo! Já estamos aqui, como você pediu.
EU: Ótimo. Então, já conseguiram aquilo que pedi?
HELLEN: Sim. Já reservei o horário na boate e com direito a música ao vivo. Amanhã tá marcado um ensaio geral.
MICHAL: Eu já providenciei a dança e o professor de canto e a fonoaudióloga. Assim que acabar a aula hoje já pode ir ao endereço. - E me dá uma folha de papel com os endereços dos profissionais.
EU: Com o Sávio tá Ok também. Ele vai consolar o Bira e irá levá-lo à boate no sábado, como combinado.
JUAN: Agora só depende de você! Está preparado para essa surpresa?
Eu respirei fundo e analisei os planos. Todo o esquema está na minha cabeça e acho que o Bira vai gostar e voltará com aquele sorriso no rosto. Eu estou preparado para fazer isso. Eu devo estar preparado para dar o meu pedido de desculpas.
EU: Estou pronto sim, Michal, Juan e Hellen. Obrigado por estarem me ajudando com os meus "paranauê" (risos).
Depois disso fomos para a sala de aula e assistimos as disciplinas do dia. Nada das aulas parecia interessante para mim, minha cabeça estava só no meu plano de perdão. Eu parecia o gato sorridente sentado na sals de aula. Contava os segundos para acabar o dia letivo.
Assim que a aula terminou, eu fui para o ponto de ônibus, mas peguei outro ônibus com destino à fonoaudióloga e para a classe de música. Acho que não contei ainda, mas fiz parte do coral por quase toda a minha infância. Minha voz é barítono, mas posso cantar melodias para o tenor e isso facilitaria as coisas para mim.
Passei uma tarde inteira aprendendo como cuidar da voz, fazendo exercícios para o fortalecimento e etc. Com o professor de canto, eu ensaiei a música que irei apresentar. Então pego o ônibus (lotado :-( ) para voltar pra casa.
Solto no final de linha do bairro e caminho em direção à minha casa. Tive a sensação estranha de que alguém estava me seguindo. Olhei para trás e não vi ninguém suspeito. Então resolvi andar depressa para a minha casa. Um pouco de pânico tomou conta de mim, pois eu sinto com mais intensidade que alguém estava me seguindo. Quando finalmente alcanço o portão, escuto uma voz familiar, mas arfante falar:
BIRA: HEY! ESPERA!
Quando eu olho para trás, era ele, a última pessoa que imaginaria ver perto de minha casa hoje: Ubirajara. Eu fico paralisado com as palavras dele. Nem precisou repetí-las. Ele se aproximou de mim e com os olhos vermelhos, ele pediu um pouco da minha atenção e disse:
BIRA: Por favor, preciso conversar com você.
E agora? Se ele conversar comigo vai perceber a surpresa e se eu não conversar com ele eu vou arrasá-lo mais do que já está. Vamos ver o que ele quer comigo. Baixei a cabeça e disse:
EU: Pode falar.
Não deixei que ele entrasse em casa. Resolvi deixá-lo falar do lado de fora mesmo.
BIRA: Paulo, por favor, estou completamente arrependido do que eu fiz naquela boate. Eu não estava em mim; eu estava bêbado demais e fiz aquela besteira. - Aí ele se ajoelha aos meus pés, na rua mesmo. As pessoas passaram a acompanhar o "reality show".
Ele abaixou a cabeça e senti suas lágrimas pingando nos meus tornozelos.
BIRA - Por favor Paulo, eu quero o seu perdão, só isso. Eu sei que você vai deixar de ser meu amigo. Eu mereço isso e muito mais, mas por tudo que você ama, me perdoa!
Eu estava novamente sem reação. Ali estava Bira, literalmente aos meus pés, se humilhando na frente de tantas pessoas e de mim. Eu não podia dizer que o perdoo, pois não queria estragar a minha surpresa pra ele. Sei que ele errou, mas não deixaria ele se humilhar assim.
EU: Bira. Levante-se agora - disse num tom autoritário e e ele simplesmente obedeceu - Você não tem noção de como aquelas palavras suas foram humilhantes. Eu poderia o perdoar, mas não estou pronto ainda. As feridas estão expostas e sangrando ainda. Por favor, vai embora!
BIRA: Mas Paulo...
EU: Por favor, não me faça repetir isso de novo.
Ele foi embora igual a criança que tomou uma repreensão severa. Eu conseguia escutar o choro e os fungados dele.
As pessoas fizeram um uníssono "oh" de tristeza e se dispersaram, cada uma para os afazeres delas. Mas eu me senti um lixo por ter sido tão rude. Pela primeira vez eu chorei pela dor que ele sentia.
sensação que tinha era que eu peguei uma espada e traspassei o coração dele e o meu juntos. Mas não podia entregar o prêmio antes da hora.