- Meu amor, você voltou a ter sensibilidade nas pernas. – dizia o Daniel eufórico e assustado.
Ele o ajudou a se levantar, e automaticamente as lágrimas caíram dos seus olhos. A fé que tanto ele teve. As suas orações... Ele sabia que um ser divino havia ouvido suas preces. Um ser chamado Deus, ao qual o Daniel implorou por todas as noites, pedindo que desse uma nova chance ao Ricardo.
- Foi só um tombo. Não crie falsas esperanças... – o Ricardo se consertava na cama, sem muito entusiasmo.
- Como você pode falar assim? Pois eu tenho certeza de que em poucos dias, você voltará a andar. Acredite meu amor!
- Você tem razão. Obrigado por tudo meu amor. Eu te amo. E vamos ser felizes juntos. Ele cobria o Daniel de beijos, e este sorria de tanta alegria.
- Eu disse a você que as fisioterapias dariam certo. É só uma questão de tempo...
- Assim que eu voltar a andar, eu prometo comprar uma moto, pra gente sair por aí, ao vento, sem rumo, sem horizonte.
- Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, sabia? Em nenhum momento, eu pensei em desistir de nós dois. Muitas pessoas pensam que ser gay, é ser promíscuo, ter vários casos... Mas eu sou homem de um único homem, e eu te escolhi Ricardo... Eu quero estar ao seu lado, na alegria e na dor, mas nunca vou te abandonar. – ele disse aquelas lindas palavras, olhando profundamente nos olhos do Ricardo, o fazendo ficar muito emocionado.
- Eu não conseguiria sem você Daniel. Eu sou completamente apaixonado por você, e irei enfrentar quem for para te proteger e cuidar de você.
Eles trocaram carinhos, e o verdadeiro amor pôde ser contemplado dentro daquele quarto. Dois jovens rapazes unidos por um belo sentimento, que muitas vezes foi julgado, maltratado, mais que no final, passou por todas as barreiras... “ O AMOR É O ARQUITETO DO UNIVERSO”.
O Ricardo voltou a sua rotina de fisioterapia e ele junto ao Dan, preferiu não alarmar nada, sobre ter voltado a sentir as pernas. Ele ainda não andava; mais aquilo seria por pouco tempo, pois ele aprendeu a ter força e lutar pela sua conquista.
Naquele dia de terça-feira, de muito sol e calor, o Daniel ia saindo da faculdade rumo ao trabalho, mais teve a infeliz coincidência de cruzar com a Denise.
- E aí bichinha? Imagino que você e o aleijadinho devam estar tendo noites maravilhosas de... – antes que ela continuasse, ele não suportou o deboche, ainda mias ter chamado o Ricardo de aleijadinho.
- Sua vagabunda! – ele deu um tapa na cara dela e a jogou no chão. – Toma sua vadia! Sua piranha. Você merece sofrer! Cadela.
Aos poucos, as pessoas se aglomeravam para olhar a briga.
- Ninguém se atreva a defender esta puta! E nem me segurar, pois vai sobrar para quem se meter. – o rosto dele ficou tão vermelho, que parecia que o seu sangue fosse explodir!
- Eu vou de denunciar seu viado!
- Denúncia cadela! VAI! Eu quero ver você me denunciar. Escuta aqui sua piriguete, respeite o estado do Ricardo.
- Vai defender o namoradinho é. – Muitos ficaram surpresos com a revelação dela. – Quem come quem, hein? – ela não parava de pirraçar, mesmo tendo apanhado dele.
- Eu vou acabar com a tua raça vadia. Eu não costumo bater em mulher, mais hoje eu abro uma exceção.
- Para! Para! Socorro!
- Toma! Toma vagabunda! Prostitua de quinta! Vadia.
Daniel estava possesso. Ninguém nunca o viu daquele jeito. Parecia que ele estava descarregando uma raiva acumulada de anos. Foi o jeito, um dos seus colegas, intervi na briga e separá-lo, pois ele estava disposto a matar a Denise.
- Desgraçado! Eu vou a policia. Você vai me pagar sua bicha! – um cara forte a segurava.
- Vai vadia! Me denuncia e você vai ver o que te acontece. Eu publico o nosso segredinho para todo mundo ver quem é a santinha...
- Eu te odeio! Seu covarde! – ela gritou.
- Covarde é você, que não tem compaixão de uma pessoa imobilizada. Eu tenho pena de você.
Ele se libertou dos braços fortes de um de seus colegas, e pegou seus pertences do chão. Daniel a ameaçou com os olhos e partiu, junto com o Leo, que apareceu somente depois da briga.
- Eu precisava ter dado esta surra naquela piranha. Lavei a minha alma. – ele riu.
- Amigo, você acabou com a Denise. Eu nunca imaginei que você fosse perder o controle.
- Eu não suportei a ouvir chamando o Ricardo de aleijado. Bom, agora vou ter de faltar ao trabalho. Olha só para minha roupa; toda suja.
- Quer uma carona? Eu tô no carro da minha mãe.
- Claro!
No caminho eles batiam altos papos e Daniel já voltava a sorrir.
- Eu nem acreditei quando o Ricardo confirmou que você e o Victor estão juntos. Pra você ver como são as coisas... Logo o Victor que sempre tirou onda de machão. Eu estou surpreso até agora.
- Eu mais ainda. Ah, amigo... Ele é tão quente, tão bom na cama. – o Leo suspirava.
- Você é rápido hein? Já transaram.
- Você acha mesmo que eu perderia tempo, com um gostoso daqueles ao meu lado? Nunca!
- Agora poderemos fazer programinhas de casal. – Daniel falou animado.
- Verdade!
O Leo se despediu do amigo e o deixou em casa. Marcaram um chop no fim de semana. Quando ele entrou, a sua mãe tomou um susto.
- Não foi trabalhar meu filho?
- Não mãe. Eu estava ocupado... – ele tomou uma água e contou tudo que acontecera.
- Meu filho, esta garota pode te processar! – ela ficou assustada.
- Calma. Ela não vai fazer nada. Eu tenho um podre dela, e a Denise morre de medo.
- Mas e o seu trabalho?
- Eu liguei para o meu chefe, e infelizmente tive que inventar uma dor de cabeça forte. Pelo menos eu poderei acompanhar o Ricardo na fisioterapia, durante a tarde.
- E ele? Como está?
- Aos poucos mãe, eu sinto que os anjos do céu me ouvirão. Ele vai voltar a andar!
- E este pai dele, hein? Eu fico preocupada, em este homem querer te fazer algo.
- O pai do Ricardo ladra, mais não morde. Ele não fala com o filho, tão pouco comigo, mais eu estou pouco me lixando pra ele... Mãe, eu quero almoçar. Estou faminto.
- Eu estava aguardando a sua irmã. Mas já que ela não chega, almoçamos apenas nós dois.
Ele comeu rápido, e conseguiu chegar a tempo na clínica. Fez uma surpresa para o seu amado. Daniel observava do vidro, a evolução dele. O Ricardo dava os primeiros passos, com a ajuda de muletas e mostrava muita perseverança.
- Oi.
- Oi amor! O que faz aqui? Não devia estar trabalhando?
- É uma longa história, mas só contarei depois... Ricardo, você está indo muito bem!
- Faço tudo isso, pensando em você.
- Que cara é essa de safado? – Daniel riu para ele.
- Eu já nasci assim. – Ricardo dizia com altivez e rindo. Dando mordiscadas no queixo do Daniel.
- Eu já te disse o quanto eu te amo?
- Um bilhão de vezes. – respondeu o Daniel.
- Então falta muito, pois quero chegar a um trilhão de vezes.
- Seu bobo. – eles se abraçaram, e nem se importaram com a presença das outras pessoas.
Em nenhum momento, durante os seis meses em que o Ricardo permanecia naquela cadeira de rodas, o Daniel sentiu falta de algo. As necessidades da carne, ele soube superar, com longos banhos frios e masturbações. Mas se manteve ali, firme e forte, o apoiando e o pondo pra cima.
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DOIS MESES DEPOIS...
- Mãe, a senhora está me deixando nervoso. Eu já liguei para a organização do bufê e eles prometeram que vão entregar tudo na hora marcada.
- É o sue aniversário filho! Eu quero tudo impecável!
- Fica tranquila mãe.
Daniel estava fazendo 23 anos e a sua casa estava no maior agito. Seus parentes que moravam em outras cidades, vieram para prestigiá-lo, pois ele era muito querido por todos.
- Maninho, se eu fosse você, usava esta calça, pois ela te deixa com a bunda grande. – dizia a Jéssica, segurando uma peça nas mãos.
- Essa destaca coisas até demais. – ele riu, e descartou a sugestão dela. – Que tal essa? É bem leve e moderna.
- Tá perfeita! Quando o Ricardo te vê, ele vai babar. E por falar nele, como está? O médico já deu algum laudo, sobre a recuperação dele?
- Ele pediu que ele continuasse com as sessões de fisioterapia e aguardar...
- Daniel, você está esses meses todos sem...?
- Isso não importa Jéssica! O meu amor pelo Ricardo vai muito além de sexo. – disse ele firme.
- Desculpa. Vamos descer? Os seus amigos já estão na sala, e a mamãe tá quase se descabelando com a sua demora.
- Dona Marli, sempre fica assim. – eles riram.
- Eu te amo meu irmão. Eu quero que você seja muito feliz! Parabéns pelo seu dia. Este é o meu presente. – ela estendeu um embrulho a ele, e Daniel ficou emocionado com as palavras dela. Ele também era louco pela irmã.
- Não precisava ter se incomodado. – Daniel abriu o pacote, e ficou encantado com o presente. Era um cordão de ouro branco, com um pingente escrito: Amor fraterno.
- Eu adorei! Te amo sua doidona. – ele deu um beijo na bochecha dela, e ambos foram para sala.
Daniel cumprimentou os convidados, e vários amigos dele, estavam presentes. Ele ficou inquieto, pois o Ricardo não havia chegado ainda. Olhou para o relógio, e resolveu ligar para ele, mas o celular dava caixa postal.
- Meu bem, tem um rapaz lá fora querendo te ver. – uma tia dele, lhe falou ao ouvido.
- É ele! – pensou Daniel. Mas quando passou pelo grande portão de madeira, deu de cara com o Kadu.
- Você?!
- Oi. Feliz aniversário! – ele estava com um olhar sereno e meigo.
Daniel não sabia o que falar. A surpresa foi tão grande. Ele apenas estendeu a mão, para pegar o presente do Kadu.
- Eu só voltei aqui, para te pedi perdão, em nome da grande amizade que nasceu entre a gente, desde o dia em que você pisou em Vitória.
- Kadu, eu... Estou surpreso. Não esperava a sua vinda até aqui. Inclusive achei que você tivesse se acertado com aquele cara de quem você gostava.
- Nós nos acertamos sim. Eu estou indo morar com ele na Argentina, mas antes eu tinha que lhe dizer que eu te amo. Mas um amor de irmão. – ele lacrimejou.
Vendo o estado dele, Daniel se desfez da armadura e deu um forte abraço no Kadu.
- Eu também te amo Kadu. Eu te devo muita coisa... Você faz parte da minha vida, e eu torço muito pela sua felicidade.
- Eu queria que você me perdoasse pelo acidente.
- Não há o que perdoar. Na vida eu aprendi que, certas coisas precisam acontecer, para entendermos a lógica da existência humana... Eu quero muito que você seja feliz, e que não se afaste de mim.
- Muito obrigado por tudo. Eu aprendi muita coisa com você, e consegui finalmente me livrar daquele vício maldito.
- Poxa Kadu! Eu fico tão feliz em ouvir isto. Venha, vamos entrar. Eu quero que você curta a minha festa.
- Será que os seus pais vão aceitar a minha presença?
- Deixa comigo!
Daniel explicou aos pais sobre Kadu, e eles foram compreensivos. A festa estava animada, ao som de um DJ contratado para agitar a galera. Era muita energia junta. E os pais do Daniel não se incomodavam em estar misturados com tantos jovens.
A demora do Ricardo estava deixando-o inquieto. O celular só dava caixa postal, e na casa dele, ninguém atendia.
- Ai Jéssica! Será que ele se esqueceu de mim? Poxa, já são mais de uma hora de atraso.
- Calma meu bem.
- É Dan. Fica tranquilo que ele vai aparecer. – o Leo tentava deixar ele mais calmo.
- Ô, não falei que ele ia aparecer?
Daniel se virou para porta e quase teve um treco. Arrepios inundavam o seu corpo, e uma descarga elétrica causava um frio em sua barriga. Ele não acreditava no que via... O Ricardo, ali, parado de pé, sem nenhuma ajuda.
- Feliz aniversário Daniel. – ele lançou o sorriso mais lindo e brilhante do mundo, e dava passos firmes, em direção ao home da sua vida.
- Meu Deus! Eu não acredito. – Daniel não esperou mais e se jogou nos braços dele.
- Gostou do meu presente? – o Ricardo alisava os cabelos do amado, enquanto era esmagado por ele.
- Meu amor. Você está andando! Eu sabia! Eu sempre soube que você conseguiria. – Daniel chorava e ria ao mesmo tempo, e todos os convidados começaram a gritar e assoviar. O DJ tocou : P!nk - Just Give Me A Reason ft Nate Ruess, e o clima foi de muito amor para todos os casais da festa.
- Fica comigo pra sempre? – pediu Ricardo, sussurrando no ouvido dele.
- Eu serei pra sempre seu. – Daniel chorou.
- Não chora meu amor. Deus, a lua, o sol, o universo está ao nosso lado, e o futuro nos espera lá fora. – Vem comigo.
O Ricardo arrastou ele para fora.
- O que é isso?
- Eu não disse que quando este milagre acontecesse, eu iria comprar uma moto e te levar para qualquer lugar? Sem rumo, sem horizonte... Lembra?
- Você é doido!
- Doido por você. Vem, sobe. – Ele pôs o capacete, esperando o Daniel.
- Mas eu vou sair assim? E a festa?
- Sua festa sou eu. Você vem ou não vem?
- Vou para qualquer lugar com você.
Ricardo acelerou, e eles andavam pelas ruas desertas de São Paulo, até se afastarem de vez da cidade.
- Para onde está me levando?
- Para um lugar onde só existamos nós dois e o céu.
Ele levou o Daniel para uma área litorânea, e parou a moto num morro alto. Eles desceram até uma praia pouco movimentada. Estava escuro e as estrelas brilhavam no céu.
- Ricardo segurou Daniel pela cintura e grudou na boca dele, sugando o mias puro sabor de sua alma.
- Você é louco. Mas eu amei tudo isso. Hoje é o dia mais feliz da minha vida. – era tanta felicidade, que mal cabia dentro de ambos.
- Eu quero compensar todos esses meses que você soube ter paciência e ter me esperado. Eu quero fazer amor com você, aqui nesta areia.
- Você já...? Nossa! Que bom meu amor.
- Se entrega todinho pra mim?
- A minha alma, o meu corpo, a minha vida... É tudo seu.
Eles deram um beijo apaixonante e molhado. Daniel sugava os lábios dele, e este apertava sua bunda. O calor e tesão guardados durante meses, explodia como um vulcão. Ricardo jogou Daniel na areia, e veio por cima dele, o dominando por completo. Chupava de forma louca e desesperada o corpo do outro, lhe arrancando gemidos altos.
- AHHHHH... Eu te amo! – Daniel forçava a cabeça dele contra o seu pau. Ricardo fez vários carinhos no Daniel, até ser retribuído. O Dan chupava o pau dele intensamente. Ele estava com saudades de sentir o gosto dele, e agora tinha tudo que precisava para ser feliz.
- Chupa gostoso. - Ricardo ia ao delírio.
Daniel fazia movimentos precisos e quase o fez gozar em sua garganta.
- Eu quero você dentro de mim. – ele implorou.
Ricardo o colocou de lado, e aos poucos, penetrava o seu pau, dentro do cú do Daniel, que já estava lubrificado com a língua do seu amado. Devido ao tempo, ele sentiu fortes dores no inicio, mas relaxou em seguida e se deixou inundar pelo tesão e desejo do homem da sua vida.
- Ai que delicia. Que buraquinho mais quente e gostoso. Eu quero te amar por toda vida.
Eles trocavam palavras de amor.
- Mete meu amor.
Ele estocava forte, e apertava o corpo do Daniel para si, o dominado por completo. Amaram-se por uma hora, até gozarem num misto de desejo e paixão.
- Ahhhh... – as forças do Ricardo ia caindo, e ele se jogou ao lado do seu amor. Ambos ficaram olhando o céu, de mãos dadas.
- Você se lembra o que estava escrito na última página do seu caderno vermelho? – Ricardo olhou para ele.
- Não. Você lembra? – Daniel ficou surpreso com a boa memória dele.
- Dizia assim: Senhor, por todos aqueles que me fizeram chorar, que me fizeram sofrer, que me fizeram cair, eu te peço que tenha misericórdia. Eu só peço a ti, que ponha em minha vida, um verdadeiro amor, para que eu possa me sentir amado e importante, dentro deste imenso universo.
Ele terminou de dizer aquelas palavras e o Daniel chorava.
- Olha pra mim. – Ricardo pediu. – Eu te fiz chorar, te fiz sofrer, te fiz cair, e de tanto você pedir ao cara lá de cima, ele me transformou e me fez um novo ser. E o melhor de tudo. Foi ter me mostrado que você é o meu verdadeiro e único amor. Agora Daniel... Se sinta amado e protegido, porque eu estou aqui para te amar e cuidar de você.
- Eu te amo pra sempre! – Daniel deu um beijo nele e correu para o mar. O Ricardo foi atrás dele e ambos ficaram brincando na água.
E assim é a vida: intensa, complexa e cheia de altos de baixos. Mas o mais importante de tudo, é que no final, todos nós somos movidos pelo amor e esperança, e que tudo dará certo.
FIM.
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Bom, meus queridos... Não tenho palavras para descrever o carinho e amizade que sinto por vocês. Termino aqui mais um conto e nunca esperava ir tão longe. E se pensam que vão se livra de mim... Vem aí... VERSOS ÍNTIMOS!
Amo vocês. Um beijo grande! Tchau, e até a próxima.
