Boa noite galera! voltei hehe E com um conto bem diferente do anterior e dessa vez não vim só. Este conto é em parceria com meu amigo lindo Ícaro albuquerque. Quem me tem no face já viu a sinopse do conto, quem não tem, se quiser depois eu passo. Como será a publicação? sera dia sim dia não, sempre a noite. Espero que gostem, é uma ideia bem ousada não vejo muitos contos nesse estilo então, seja o que Deus quiser hehe :
Seus passos marcavam fundo na neve enquanto corria entre as arvores, soltava o ar em lufadas, já estava cansado de correr mas sabia que se parasse estaria perdido e só por isso continuou a movimentar suas pernas, os gritos que vinha atrás de si o faziam ter pressa. Sempre fora assim toda sua vida desde que se conhecia por gente, sempre foi perseguido, ele sempre teve de fugir.
Era obvio sua diferença, ele não era como os outros camponeses que viviam próximo, tinha cabelos na altura do queixo e do branco mais puro apesar de sua pouca idade, a mulher que cuidava dele lhe contou que ele já nascera com aquela cor de cabelos, os olhos são de um azul cristalino e que as vezes chegavam a parecer-se com gelo.
Não era uma pessoa alta nem forte, mais podia fazer coisas que outras pessoas não podiam e por esse motivo o queriam morto e por esse motivo o perseguiam mais uma vez pela floresta. Ele podia se livrar facilmente de seus perseguidores, mais não queria ferir ninguém, ele não era mal, não era o monstro que pintavam no vilarejo, no entanto estava cansado de fugir também, a velha que o criou disse que tinham fugido porque lhe queria fazer mal. Ele não podia negar que estava começando a ficar com raiva daquelas pessoas, “lixos, um bando de lixos”, foi o que pensou. Parou olhando em volta, procurando um lugar para se esconder ou uma forma de tirá-los de se encalço, uma flecha passou a centímetros de seu ombro em um zumbido audível, olhou para trás e viu um garoto que deveria ter aproximadamente sua idade encaixar outra flecha em seu arco.
Voltou sua atenção para sua fuga usando as árvores para se proteger das outras tantas flechas que cortavam o ar, ele pulou um tronco apodrecido e correu ate chegar a beira de um lago congelado. Estava pensando para onde correr agora quando pelo canto do olho viu o brilho prateado vir ao seu encontro e abaixou-se a tempo da lamina cortar o ar acima da sua cabeça, cambaleou um passo para o lado e se preparou para a luta, ele não possuía uma espada, mas seu punhal era igualmente perigoso e afiado, desviou com destreza das investidas do homem e em um deslize do caçador o jovem cravou o punhal na lateral do seu corpo, entre duas costelas, o vermelho tingiu a lamina da pequena arma, assim como a mão que a empunhava e nas vestes do homem ferido escorria seu próprio sangue pingando e manchando a neve, pintando-a de vermelho. O homem caiu primeiro de joelhos depois foi com o rosto no chão, antes que pudesse pensar no que fez sentiu uma fisgada na coxa direita, o arqueiro tinha lhe atingido pelas costas, isso o enfureceu. “Covarde”, xingou-o mentalmente.
Levou a mão ate a fecha e tentou puxar-la, a dor foi grande e ele teve que reprimir um grito, desistiu de tirá-la, estava bem funda e aqueles homens já vinha para cima dele, largou a haste da fecha e segurou firme o punhal, o primeiro a atacar foi um homem grande com braços do tamanho do tronco de uma arvore pequena, ele avançou com um machado desferindo golpe atrás de golpe, outro caçador menor e tão magro que chegava a parecer doente tentou atingi-lo por trás, mas graças ao som do gelo sendo moído em baixo dos seus pés, o jovem se esquivou evitando um golpe em suas costas. Ele estava cercado, eram no total sete contra ele, com espadas, lanças, arcos e machados, ele não via saída, ele não tinha para onde correr, ouvia os pensamentos dos homens tão claros quanto seu próprio pensamento, eles iam matá-lo sem remorso. “Lixos”, pensou sentindo a ira correr por suas veias, ele não queria machucar inocentes, mas ali não havia inocente algum, eram todos maus e perversos, ele curvou-se já dando os primeiros sinais da sua transformação.
- vão em bora. - disse com os dentes cerrados, sua expressão estava retorcida de raiva, os dentes ficaram pontudos e afiados em sua boca chegando a machucar levemente seus lábios por dentro, seus olhos tinham um brilho diferente, ameaçador, predatório, no entanto assustado, um dos homens deu um passo e o garoto rugiu para ele tentando afastá-lo, mais isso não pareceu assustar aqueles homens, muito pelo contrario, estavam se divertindo com aquilo, achavam mesmo que conseguiriam pega-lo.
- olha o bichinho é perigoso. - debochou o homem que segurava uma lança longa.
- eu estou avisando. - rosnou sentindo as roupas ficarem apertadas em seu corpo, os seu pelos estavam eriçados, ninguém ligou para o aviso e atacaram juntos. - já chega. - gritou cansado daqueles idiotas, deixou a raiva tomar conta de si, um choque tomou seu corpo e ele se expandiu tomando formas felinas e ferozes, as garras expostas arranhavam o gelo que cobria toda a beira do lago e os lábios repuxados sobre os dentes eram um aviso de que a brincadeira tinha acabado, o pequeno garoto acabara de se tornar um imenso leão branco e estava furioso, seu olhar penetrava no fundo dos olhos de cada um enquanto os olhava individualmente, era possível sentir o cheiro do medo exalando daqueles homens, um rugido alto e assustador deixou a garganta do leão fazendo as arvores estremecerem, corvos levantarem voo grasnando e coro e os homens darem um passo a trás, agora não parecia mais uma boa ideia ter caçado o garoto, quem imaginaria que ele se transformaria nessa fera, os homens quiseram fugindo em disparada, só que não tiveram a oportunidade, o leão saltou sobre eles com velocidade, alguns tentaram contra-atacar mas ele estraçalhou com facilidade suas vitimas, era possível ouvir os gritos a distancia, o leão não perdoou ninguém, o garoto das flecha tentou correr para a segurança das arvoras, com uma pata o leão esmagou seu corpo contra o pinheiro sentindo o liquido quente escorrer por entre suas garras, apos o ultimo homem cair a fera rugiu vitoriosa, seu rugido anunciava seu poder e dominação, o que antes era branco agora estava salpicado de vermelho, o leão tinha as patas e o focinho cheios de sangue. “Esses homens nunca mais me perseguiram”, pensou voltando a sua forma normal, suas roupas haviam sido rasgadas, o vento frio cortava sua pele como varias agulhas, suas pernas cederam não aguentando seu peso, ele não costumava se transformar porque lhe deixava muito fraco. Caiu sobre a neve tremendo, sem forças para se levantar de novo, ouviu passos e olhou entre as arvores, um vulto apareceu entre elas, ele não pode ver o rosto da pessoa por ela estar usando um capuz, tentou se levantar sem sucesso, estava esgotado pelo esforço da transformação, a pessoa caminhou tranquilamente ate ele e se agachou ao seu lado, o garoto não podia mais lutar, estava fraco de mais, levantou os olhos tentando encontrar os da pessoa.
- calma, não ti farei mal. – ouviu a voz grossa, o homem tirou a capuz, ele tinha os cabelos negros e lisos, seus olhos eram de um verde claro e calmante, serenos, tinha o rosto fino e apesar de aparentar ser bem mais velho que o garoto ainda assim era um jovem e muito belo, ele tirou seu manto e jogou sobre o garoto caído cobrindo-o e protegendo do vento frio e da neve que começava a cair. – qual seu nome? – perguntou o olhando com curiosidade, o jovem não entendia a atitude daquele homem, olhou rapidamente para os lados tentando captar qualquer sinal de armadilha, nada encontrou, voltou seus olhos para os do homem que mantinha um sorriso sereno nos lábios e se sentiu seguro, na presença daquele estranho ele de alguma forma se sentia seguro, não sabia explicar o motivo mas era evidente que aquele homem acalmava o garoto.
- Jack. – disse em voz baixa sem tirar os olhos daquelas duas esferas verdes. – e você?
- me chamo Takeda. – Takeda o pegou no colo alinhando a cabeça do garoto em seu ombro. – eu vou cuidar de você agora JackSeus passos ecoavam pelo castelo quebrando o silencio enquanto corria as pressas para a sala de reunião, ao chegar à frente da enorme porta ele a empurra adentrando a sala sem cerimônias, havia uma grande mesa no meio da sala e em volta já se encontrava os outros seis paladinos que discutiam sobre o assunto.
- ele é um perigo ao reino. – dizia um deles exautado.
- é só uma criança, não tem coração. – exclamou o que estava a sua frente indignado.
- ele pode se viram contra o reino. – outro se levantou dizendo, se virou diretamente ao rei que estava pensativo em sua cadeira. – vossa alteza, o rei de safira já vem há muito tempo tentando tomar nossas terras, se por um acaso essa criança se unir a ele estaremos perdidos.
O rei levantou os olhos vendo o paladino que acaba de entrar, o mesmo cumprimenta o rei com uma reverência e toma seu lugar a mesa onde uns pedem pela morte do garoto, o rei da um longo suspiro calando os que discutiam, ele se vira para o que chegou agora e pergunta.
- por que esse garoto é tão perigoso? Será verdade as historias que ouso pelo castelo?
- vossa majestade, o garoto é especial, normalmente os poderes só aparecem na adolescência, mas com esse garoto foi diferente, aos três anos ele já havia desenvolvido seus dons.
- ele é um risco para a segurança do reino. – interrompeu um dos paladinos que estava pedindo pela morte do garoto. – devíamos mandar matá-lo antes que ele se vire contra nós.
- vossa graça o reino vem sendo ameaçado pelo reino de safira, se nós treinássemos este garoto ele seria muito útil na guerra, teríamos o guerreiro mais poderoso em nossas mãos.
- isso é loucura. – se exaltou outro dos paladinos. – não podemos usar-lo como uma arma.
- corrija-me se estiver errado. – disse o paladino que entrará por ultimo na sala. – vocês estão com medo de uma criança?
- aquilo não é uma criança. – falou o paladino a sua direita. – aquilo é um monstro.
- acha que teremos uma guerra? – perguntou o rei com a expressão calma sem dar importância ao que o paladino dizia, ele já sabia que teria sim uma guerra, os sinais já estavam ali, dizendo silenciosamente a ele que uma guerra teria de acontecer para não perder seu reino e estava pensando nas vantagens de ter o garoto sobre suas ordens.
- é possível vossa alteza e por isso eu já me adiantei e mandei o maior guerreiro que temos no reino cuidar do garoto e treiná-lo.
- e quem seria esse guerreiro? – o rei estava interessado, afinal não é sempre que se tem a oportunidade de possuir o bem mais poderoso, ele queria ter certeza de que não perderia isso pra ninguém.
- Takeda, vossa alteza. – disse o paladino com um sorriso orgulhoso no rostoComente, votem e opinem... digam o que acharam...