- Mãe, cadê o Wanderson?
- Ele disse que chegaria mais tarde. Acho que tinha um jogo.
- Ah, ta. Respondo meio desanimado.
- Que cara é essa Celo? Nem parece que ta fazendo aniversario. Diz a Bia.
- Meu namorado me trocou por um jogo de futebol.
- Que bicha dramática. Diz o Biel.
- Biel, me deixa em paz pelo menos no meu aniversario.
Continuamos conversando, a festa acabou e nada do Wanderson, nem ligar para mim ele ligou.
Fui para casa com o Biel, Sarah, Carla e Jéssica (Ah! A Jéssica conversou com o Léo e com a mãe dela e resolveu ter o bebe. Adivinha quem é o padrinho. Eu.).
Quando chagamos no meu quarto, eu vejo em cima da minha cama um urso de pelúcia enorme (Não sei se comentei, mas tenho uma coleção imensa de ursos de pelúcia. Não posso ver um que compro, tenho tantos ursos quanto a Amora tem sapatos), segurando um coração que dizia: “Amor verdadeiro é aquele onde duas pessoas se amam independente das situações em que possam viver. O amor verdadeiro é aquele que nada abala, que resiste a qualquer dificuldade. O amor verdadeiro é o que eu sinto por você.”.
- Chorei agora. Sarah fala.
- Ai, que inveja. Meu namorado nunca fez uma declaração dessas pra mim. Diz Luiza.
E perto do urso, tinha uma caixa, mais ou menos do tamanho de duas caixas de sapato juntas, muito bem embrulhada. Eu abri, estava cheia das minhas trufas favoritas (Maracujá, limão, prestígio e brigadeiro) e tinha um cartão que dizia: “Espero que tenha gostado do presente, mas ainda não acabou. Parabéns e te amo!”.
- Eu quero. Diz o Biel se jogando na minha cama.
- Eu também. Dizem as meninas.
- Me deixa ler. Diz Gabriel pegando o cartão da minha mão.
Dou uma trufa pra cada um deles e todos leram o cartão. Ficamos conversando, comendo e assistindo televisão, como fazíamos quase todos os dias das férias. Quando acabou “O Profeta”, as meninas foram embora e o Biel ficou.
- Larga esse urso, bicha.
- Nem namorar meu presente eu posso mais?
- Você ta agarrado com isso desde que entrou nesse quarto.
- Já entendi. Você ta com inveja, porque eu tenho um namorado e ele é muito fofo.
- Você sabe que se eu quiser, o Carlos namora comigo, né?
- Você sempre fala isso, mas até hoje nada.
- Porque eu não quero. Ele grita.
- Biel da pra ver na sua cara que você ta gostando dele.
Ele pega o celular, digita um número e coloca no alto-falante.
- Fala amor. Diz a voz do Carlos pelo celular.
- Quer namorar comigo?
- Mas a gente já não ta namorando?
- Não.
- Ta bom, então eu aceito.
Era impressionante como o Gabriel sempre conseguia o que queria. Uma vez ele conseguiu convencer a professora a levar a nossa turma no zoológico ao invés do parque aquático.
Ficamos mais algumas horas conversando e ele foi embora.
Eu fico deitado, agarrado com meu urso, assistindo “Malhação” até que Wanderson entra no meu quarto.
- Gostou do presente?
- Amei, amei, amei. Digo beijando-o.
- Desculpa não ter vindo passar o dia com você.
- O chocolate compensou.
- Serio que você preferiu passar à tarde com o chocolate?
- Não que eu tenha preferido, mas o chocolate é muito gostoso.
- Mais que eu? Ele pergunta subindo em cima de mim.
- Não sei...
- Como assim não sabe? Olha. Ele diz levantando a camisa.
- Preciso provar. Digo passando a língua na barriga dele e fazendo o mesmo com o chocolate.
- Os dois são uma delicia, mas...
- Mas?
- Você é melhor. Digo rindo.
- Eu sei. Ele diz rindo e me beijando.
Ficamos assim por um tempo até que começa “Flor do Caribe” e eu vou assistir.
- O que tem pra comer?
- Não sei, acho que bolo.
- E que tal você?
- Então. Antes eu quero saber o resto da surpresa.
- Tira minha roupa que você vai ver.
- Como assim?
- Tira.
Eu começo a tirar a roupa dele, muito curioso. Quando finalmente chega a cueca ele pergunta:
- Gostou?
- Amei, amei, amei. Digo ao ver meu nome tatuado bem perto de seu pênis.
- Agora todo mundo vai saber que sou seu.
- Você vai mostrar isso ai pra todo mundo?
- Você entendeu. Ele diz me beijando.
Ele fica em cima de mim me beijando só de cueca por bastante tempo até a Bia entrar.
- Marcelo, a tia... Desculpa. Ela diz saindo do quarto.
- Vem cá, fala. Eu digo enquanto o Wanderson sai de cima de mim e coloca bermuda no colo, já que estava excitado.
- É... É que a tia Márcia (Minha tia que veio de São Paulo para a minha festa que será sábado) chegou e ta lá na casa da minha vó.
- Já vou. Deixa só eu terminar de ver “Flor do Caribe” que já desço.
- “Flor do Caribe”, sei. Ela diz rindo.
- Sai daqui Bia. Digo tacando uma almofada nela.
- Que vergonha. Imagina se fosse sua mãe. Diz o Wanderson rindo.
- Já aconteceu. O menino não estava de cueca, mas tava com a camisa aberta.
- E o que ela falou? Ele perguntou ainda rindo.
- Que, contanto que eu usasse camisinha o quarto era meu e eu podia fazer o que quisesse nele.
- Serio? Se fosse minha mãe tinha dado um show.
- Minha mãe é muito liberal, tão liberal que às vezes me irrita.
- Como assim? Ta doido?
- É que ela se mete demais na minha vida.
No momento em que termino a frase meu celular toca.
- Alo!
- Celo?!
- Fala Miguel.
- Eu liguei pra te contar que a gente vai ter um irmãozinho.
