VERSOS ÍNTIMOS - Parte 1

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1629 palavras
Data: 23/09/2013 21:06:33
Última revisão: 23/09/2013 22:15:16

Versos íntimos será um conto, no qual nos fará pensarmos, o quanto é difícil viver a vida. O quanto à sociedade nos cobra algo, que na verdade nunca tivemos. Que ser feliz, talvez não seja estar ao lado da pessoa que amamos, e que pequenos gestos, podem mudar um destino, uma história... Muito sexo, brigas, segredos e desencontros...

**********************

- Eu me chamo Sandro, popularmente conhecido por Sandrinho. Tenho 1,78 de altura, pele morena clara e um corpo normal. Olhos em tom caramelo, e cabelos levemente cacheados. Bom, assim eu defino o meu estereótipo. Sou órfã de pai e mãe e nunca tive uma vida fácil. Talvez por isso, eu tive de fazer uma escolha...

20h30min...

- Eu não acredito que este velho rabugento está subindo. Que filho da puta! Ainda não é dia cinco do mês.

Eu estava irritado com o Seu Juca. Sempre me atrapalhava na hora do trabalho. Aquilo são horas de ele me importunar? Ahhh... Mas vou despachá-lo já!

Ele me fez por uma roupa, e eu havia esquecido completamente do meu cliente, que estava sobre a minha cama.

- Eu volto já. Fica aí! Não apareça na sala em hipótese alguma. – eu ordenei aquele homem dois por dois, completamente peludo, a me obedecer.

A campainha tocou, e eu respirei fundo antes de atender. O velho nojento, não podia desconfiar que eu fosse garoto de programa, muito menos, que eu levava os clientes para a casa dele.

- Oi Seu Juca! – eu forcei um sorriso. – Que surpresa o senhor por aqui. Já veio me cobrar o aluguel?

- Oi Sandro. Bem, é...

- Não precisa ficar sem graça. O senhor sabe que eu pago antes, não é mesmo?

- É sim. – ele deu um sorriso amarelo. O Seu Juca foi o único que me conseguiu aquele pequeno apartamento, num sobrado, que praticamente estava caindo aos pedaços. Eu dividia o aluguel com o meu amigo, o Igor. Ele também fazia programa, e bem... A única coisa que posso dizer, é que o Igor é a minha família.

Eu voltei com o dinheiro, e entreguei nas mãos dele.

- Prontinho. Até o próximo mês, Seu Juca. – a minha voz soava, como um: “ Vá logo embora”!

- Sandro, eu queria te avisar que...

- O que foi Seu Juca? – a cara que ele fez, parecia ter visto uma assombração. E realmente viu. O cara que estava no meu quarto, apareceu de cueca na sala. O que eu ia dizer para aquele velho? Eu fiz um sinal, para que o idiota saísse dali e falei a primeira coisa que me ocorreu à cabeça.

- Aquele é o... Meu tio. Não liga não, é que ele adora se sentir a vontade quando está em casa. E eu esqueci completamente de avisar que o senhor estava aqui.

- Ele vai morar aqui com você.

- Não. Pode ficar tranquilo tá? Inclusive ele tá indo embora hoje mesmo. Só... Veio me visitar.

Eu não suportava mais, ouvir a voz dele.

- Seu Juca, se não se importa, eu queria tomar um banho...

- Ah, claro! Até mais. – ele pensa que me enganava, se fazendo de bonzinho. Na verdade aquele velho não passava de um fofoqueiro e ambicioso. Cobrava um absurdo de mim e dor Igor, para morarmos naquele antro que ele chamava de casa.

- Acabou o programa! Vasa da minha casa. – eu falei irritado, expulsando o tal homem da minha cama.

- Como pode me tratar assim? Eu to pagando esta porra!

- Baixe o seu tom de voz, porque você está dentro da minha casa! E tem mais, não pense que aqui é bagunça, pois não é! Anda, saia daqui. Você quase me prejudicou. – eu gritava com o imbecil.

- Pois eu não vou pagar NADA!

- Ah não? Pois eu sei onde você trabalha, e amanhã mesmo eu passo por lá. Digo para geral, que você me comeu, em minha casa, e não pagou.

Funcionou a chantagem, pois ele, mesmo fazendo uma cara de ódio, jogou 150 reais em cima da minha cama. Era aquele, o valor que eu cobrava.

*************

- Droga! Anda aí porra! – gritava o Alexandre, completamente exausto, de um dia cansativo de trabalho. A sua mulher, a Amanda, não parava de ligar. E o trânsito não colaborava.

As buzinas eram constantes. O único jeito que ele conseguiu, para baixar a tensão, foi acender um cigarro, reclinar o banco e relaxar. Pouco mais de duas horas, e finalmente chega em casa... Pôs as chaves sobre a mesinha de centro, e quando se preparava para se livrar daquela maldita gravata, eis que a sua mulher surge do nada.

- Qual será a desculpa agora? – ela o encarou, séria. – Que estava... Fechando um negócio?

- Amanda... – ele praguejou. – Hoje não, por favor! Eu to cansando, tive um dia turbulento, e ainda por cima, enfrento um trânsito do cacete. Crise de ciúmes agora não!

- Crise de ciúmes? Você ainda não me viu com crise. Escuta aqui Alexandre Nogueira, eu não vou suportar viver casada com um cara que não tá nem aí pra mim. Chega! Todos os dias você chega tarde em casa, e me diz que eu to com crise?

- Quer parar de gritar? Eu trabalho feito um louco nesta casa. Suporto você e a sua mãe buzinando no meu ouvido, sem um pouco de paz, e ainda tenho de ouvir histerismo de esposa? – ele gritou.

- Fala o nome da vagabunda. Por que eu tenho certeza de que tem outra na jogada. – ela passava as mãos nos cabelos, impaciente.

- Não existe ninguém Amanda. Vai dormir, vai. Eu quero tomar banho.

- Você vai me ouvir. Eu quero botar pra fora tudo que está entalado em minha garganta.

- Ok. Eu estou saindo. Vou para casa dos meus pais, e volto amanhã.

- Você não seja louco de sair desta casa. – antes mesmo de ela concluir a próxima frase, ele pegou as chaves novamente e seguiu para o carro. Amanda gritava da janela, furiosa, mas ele já estava longe.

Alexandre era o filho mais velho do Raul, um homem rico e morador de uma área nobre do Rio de Janeiro. Ele é dono de uma siderúrgica e possui ainda uma sociedade num restaurante famoso. Dinheiro nunca foi um problema para a família do Alexandre, apesar dele ser tão simples, e gostar das coisas mais irrelevantes da vida. É ele quem cuida junto ao pai, dos negócios da família. O seu irmão mais novo, o Mauro, faz faculdade fora do Brasil.

Alexandre é de uma beleza simples, sem exageros. Alto, corpo atlético, nada muito musculoso, de olhos verdes e cor clara. Seus cabelos lisos e de corte moderno, lhe dão um ar sexy e charmoso. Ele tem apenas 28 anos de idades, e casou-se cedo, com a desvairada Amanda.

Ele seguia pela pista, com uma raiva descontrolada. Não sabia ao certo para onde iria. Ficou vagando pela rua, olhando as calçadas. Via várias prostitutas fazendo gestos, e a única coisa que ele pensou, era em querer alguém naquele momento, para desabafar. Pensou na hipótese de pagar uma garota só para ouvi-lo, mais naquele dia, as mulheres não eram uma boa opção. Um pouco mais a frente, ele vê um rapaz, de pele morena clara, e cabelos cacheados... Ficou receoso em parar o carro, pois nunca havia feito aquilo na vida... Resolveu arriscar.

- Oi. – Sandrinho lançou um sorriso para ele, como o seu cartão de visitas. E era, pois ele tinha um sorriso lindo.

- Oi. – disse o Alexandre meio sem jeito.

- Para onde quer ir? – ele se debruçou sobre a porta do carro, e ficou cara a cara com o Alexandre.

- Eu na verdade... Bom, você sugere. – ele abriu a porta, e o outro entrou. Ficou com um pouco de medo. Poderia ser assaltado por aquele rapaz, mas já estava na chuva, e tinha que se molhar.

Eles pararam em frente a um hotel, indicado pelo Sandro, que percebendo pelas roupas do Alexandre, que este tinha dinheiro, escolheu um lugar de luxo.

- Como é o seu nome mesmo? – ele se jogou na cama, totalmente à vontade, e abrindo o frigobar, serviu-se de uma cerveja.

- Alexandre. – ele permanecia de pé.

- Ok. Alexandre... – ele se levantou. – Eu não beijo na boca, não faço sem camisinha, e nem engulo porra. O resto... Faço tudo!

Ele ficou espantando com tamanha expressão do outro. Só estava ali, para levar um papo, e nada mais, além disso. Até porque, ele não curtia homens.

- Sandro é o seu nome, não é? – ele acenou com a cabeça. – Pois bem Sandro, eu só estou aqui, porque eu queria conversar um pouco desabafar... A minha vida tá um inferno.

- O quê? Eu não sou padre. Se quiser desabafar, vá procurar uma igreja! Eu não acredito que me fez vir até aqui... Eu perdendo os meus clientes, para ouvir você?

- Calma, eu...

- Meu negócio é trepar, fuder!Será que preciso ser tão claro. Eu estou trabalhando, ou você ainda não percebeu? – ele perdeu a paciência e compostura.

Foi à vez do Alexandre de irritar.

- Eu sei que você tá trabalhando. Quer saber, eu fui idiota em achar que existe gente educada neste mundo. Quanto custa a porra do programa? É dinheiro que você quer não é? Toma! – ele tirou um maço de notas de cem reais, deixando o Sandro sem reação.

Devia ter mais ou menos, uns 300 reais. Ele se sentiu ofendido pelo jeito do Alexandre, e não pegou a grana.

- Escuta aqui cara. Eu não sou qualquer um não, ouviu? Sou disputado! E não vou ficar com teu dinheiro; engula!

- Beleza. Curte o quarto que eu estou indo embora.

Eu percebi que havia pegado pesado com ele. O cara na verdade, devia estar passando por um problema sério, e só queria conversar. Eu acabei me redimindo, e pedindo desculpas. Afinal, ele também não era o culpado, se naquele dia, eu não havia conseguido um puto sequer. Resolvi ouvi-lo, e parecia que ele era um cara bacana.

CONTINUA...

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Comentários

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Perfeito. Adoro contos com tematica "prostituição", pena que tem poucos aqui na CDC.

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mais um conto ótimo seu Ale! Parabéns, vindo de vc sei que será incrivel, aguardando continuação, beijos!!

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Conto novo, parece ser muito bom como todos os outros que você escreveu. Tu é bem versátil hein, consegue escrever histórias totalmente diferentes uma das outras e pelo visto vai rolar uma paixão entre eles. Se já é difícil com duas pessoas "normais" imagina com um garoto de programa e um cara casado. Abração.

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Bom... muito interessante, mas a meu ver o eu lírico deveria ser menos baixo....

continue....

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Já achei ótimo, nem deu tempo de sentir tua falta, bom demais isso, ansioso pelo próximo.

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