Olá leitores do CDC! Peço desculpas pela demora das postagens. Infelizmente estou ficando sem tempo de postá-las, pois as obrigações acadêmicas e o TCC estão consumindo o meu tempo. Mas eu postarei esse conto até o fim e o conto seguinte, o que eu comentei nos posts anteriores.
Segue o capítulo 24 do conto:
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Eu não conseguia entender o que aconteceu ali. Eu transei com a minha inimiga, a ex do meu namorado, em um motel. Mas minha preocupação principal era Bira, pois ele acabara de me pegar no flagra.
EU: Bira, não é nada do que você está pensando!
Vixe! Essa frase é típica de quem fez coisa errada e tenta se justificar. O pior de tudo é que eu não lembro de nada do que aconteceu agora a pouco. Era como um borrão cobrisse essa parte da minha memória.
Quando olhei para o Bira, eu o vi nervoso, choroso e com certeza ferido pela traição. Ele chorava compulsivamente, até soluçava e seu corpo tremia de nervoso. O que foi que eu fiz?
BIRA: Não é o que estou pensando, Paulo? - as palavras dele saíam com faíscas de ódio - Então me diga o que você pensaria se visse o amor da sua vida dentro de um motel, pelado com a ex do seu namorado, e com uma camisinha recém gozada? O quê?? (disse alterando o tom de voz) Cara, eu te amo como nunca amei ninguém antes, mas NUNCA MAIS APAREÇA NA MINHA FRENTE NOVAMENTE!!! EU TE ODEIO, PAULO!!!
Bira sai correndo daquele quarto de motel. Eu fiquei ali, desolado e abandonado. 'Como foi que tudo aconteceu? Como é que eu vim parar ali, em um motel, com a pessoa que eu menos queria ao meu lado - e pelada - e sendo flagrado por Bira?'.
Sinto o rosto de alguém encostar no meu ouvido esquerdo - era a Érica - e me disse:
ÉRICA: Eu te falei que iria conseguir afastar vocês dois! O Bira é meu, só meu e de mais ninguém! Agora com licença, que eu vou tratar de reconquistar o que é meu... E quanto a você - disse isso alisando o meu queixo - trate de arranjar dinheiro pra pagar esse quarto, pois passamos a noite numa suíte de luxo! - ela pega um papel na bolsa e joga em mim, e se veste e sai do quarto com o sorriso cínico do rosto.
Ainda bem que tinha dinheiro guardado suficiente para pagar várias noites naquela suíte de luxo, apesar do valor alto daquela noite. O que me preocupava mais era como estava Bira, depois do que viu. Eu liguei insistentemente pro celular dele, pro fixo dele, deixei recado e pedidos de desculpas na rede social dele, mas ele não contestou nenhuma das minhas tentativas de diálogo. Fui pra casa e, no meu quarto, desabei em choro.
Eu tentei falar com ele no dia seguinte, mas eu ainda não sabia aonde ele morava. No dia seguinte eu fui para o final de linha do ônibus que ele roda, mas fui surpreendido ao saber que ele mudou de rota (virou cobrador em outro trajeto da empresa). Esse foi a última evidência de que eu o perdi para sempre.
O tempo foi cruel comigo. Já se passaram dois meses e nada do Bira. Ele nunca atendia as minhas ligações, nunca mais o vi na linha que pego para ir pra faculdade e de brinde, ainda perdi a amizade do Sávio. Eu sou um idiota.
Eu juro que eu não me lembro de nada do que aconteceu naquele dia, mas sei que me arrependo de ter acordado e feito essa burrada.
A minha vida só se resumia a faculdade, estudo e cama (e ajudar a minha vó, né?! Ela sempre foi o meu braço forte quando preciso e eu devo ser o braço forte dela na hora dos afazeres domésticos). Por diversas vezes eu rejeitei os convites da Hellen e do Michal para sair para algum lugar. Não tinha cabeça pra festas sabendo que minha vida amorosa era uma tragédia. Eu via a tristeza no olhar dela e um dor muito grande no rosto do Michal nas vezes que eu recusava sair pra algum lugar.
Eu estava na biblioteca, estudando um tema proposto em sala de aula quando vejo uma sombra impedir que lesse o livro. Eu olho pra cima e vejo alguém que vai mudar a história da minha vida amorosa!