O Breno ia pro trabalho a tarse e decidiu pagar aluguel de um Ap. Por mais que eu fosse seu irmão, ele não queria abusar, como ele mesmo disse.
– você não precisa ir já.
– rsrs, não vou já, mas vou semana que vem. Achei um apartamento mobilhado no anúncio, vou ligar. Não é tão grande quanto o seu, mas é só pra mim mesmo.E tem o Ricardo também, eu não quero atrapalhar vocês.
– se for pelo Rico, não se preocupe, ele não se importa. Mas você é quem sabe.
– cadê ele?
– rsrs, dormindo ainda. Esse garoto ta me deixando desbotado já. A noite toda se esfregando em mim, não me deu sossego.
– ele é jovem, queria o que? Eu sou assim ainda, mas a diferença é que eu to sozinho, aí já viu né?
– você ainda se masturba todos os dias pela manhã?
– sim, todos os dias rsrs.
– eu também, todos os dias rsrs.
– como que é?
– o que?
– o sexo, entre homens?
– normal. Nunca transei com mulher, mas já dei uns amassos. Não curti muito o beijo não. Entre dois homens o beijo é mais intenso. O Rico por exemplo, tem um beijo forte, decidido. Ele mesmo passivo, se impõe na relação. Acho isso legal, ele me põe no bolso, eu gosto. Mas só acontece com ele.
– nunca foi passivo?
– não. Mas o engraçado é que não me importo em fazer oral no Ricardo, outra coisa que só fiz com ele. Porque a pergunta, ta vindo pro lado negro da força hahah?
– hahah, não. É mais pra te entender mesmo. Faz tempo que a gente não conversa. Eu sendo hétero, nunca tive uma relação como a de vocês, acho bonito teu carinho pelo teu leke.
– ele é novo Breno, mas só na idade mesmo. Na cama é um homem feito, não perde em nada para os outros, a diferença é que eu o amo. Pra mim, o sexo com o Rico, é mais especial.
– bom dia. Falando de mim?
– rsrs, de nós.
– hum, tem café? Da beijo.
– tem amor. Dou beijo, vem.
– beijo bom. Vou comer na sala, tudo bem?
– tudo.
O Ricardo acordou e foi tomar o café na sala.
– ele pede? rsrs. – disse o Breno rindo.
– pede. Ele sabe que eu não gosto que comam na sala, a Juli fica maluca também. Mas ele eu deixo e tem os desenhos na tv hahaha.
– kkkkk, posso comer lá também?
– misericordia, vai, seus pirralhos.
Enquanto eles comiam, fui fazer uma lista de compras. Sentei no sofá e perguntei ao Ricardo o que ele gostava de comer e seus gostos não eram muito diferente dos meus, o que iria facilitar eu não ter que ficar andando pelo mercado pra lá e pra cá. Avisei aos dois que ia fazer compras e se queriam ir.
– vou ficar amor, se eu fosse você, trocaria esse plano básico da Tv à Cabo pra um mais completo.
– eu nem assisto tv amor, mas quando chegar, ligo lá e troco.
O Breno não quis nada. Fui pro mercado, comprei o que faltava. Cheguei com as compras a Juli estava na área de serviço passando as roupas.
Quando eu voltei pra sala o celular do mano tava tocando.
– cadê o Breno?
– ta no banho.
Atendi o celular do mano.
– alô?
– Breno? – a voz da minha mãe.
– É o Edu mãe.
– seu irmão está?
– está no banho. Quer que ele ligue de volta?
– sim.
– tudo bem então ... – ela me interrompeu.
– espere Eduardo.
– diga mãe.
– como você está?
– (suspirei) estou bem, e a senhora e o pai?
– eu vou bem, seu pai está melhor. Já voltou pro escritório.
– que bom, fico feliz que estejam bem– silêncio.
– mais alguma coisa mãe?
– porque você é tão diferente dos seus irmãos meu filho?
Eu sentei, literalnente me sentei. Não esperava uma conversa que não durasse mais que um minuto com ela.
– não sei mãe. A senhora :ainda tem vergonha de mim?
– não sei filho. Faz tanto tempo que eu não sei se sinto vergonha ou pena.
– porque pena mãe? Eu não estou doente. Sou saudável.
– eu só não entendo o que te faz ser assim, é minha culpa?
– rsrs, claro que não. Por alguma razão sou assim. Não chore mãe....mãe?
– estou aqui, me desculpe. Eu sinto sua falta, todas as vezes que você liga pro Breno eu pergunto de você. Se você está bem.
– porque não me liga?
– medo de você não querer falar comigo, a gente disse muitas coisas ruins um pro outro. Seu pai está a cada dia pior, está mais ignorante do que nunca. Eu tento conversar com ele sobre você, mas ele prefere sair a me ouvir.
– porque a senhora não vem me ver? O Breno começa a trabalhar hoje a tarde, eu vou pegar duas semanas de folga no trabalho. Vem pra cá.
– quando posso ir?
– o dia que a senhora quiser, eu lhe busco na rodoviária.
– chego no sábado de manhã então.
– e o pai?
– seu pai já mandou demais na minha vida, nos meus pensamentos. Ele vai fazer uma guerra, mas quando eu voltar, resolvo. Você está com alguém? O Breno disse que estava namorando.
– estou mãe. Ele ta aqui. Se chama Ricardo, é um garoto incrível.
– tudo bem filho, quando eu chegar a gente conversa melhor, obrigada por me ouvir.
– mãe?
– sim.
– a senhora ainda me ama?
– sempre te amei. Você é meu filho.
– também te amo.
– vou ficar num hotel, faça a reserva, pode ser? Senti muita a sua falta filho, até breve.
– também senti a sua. Faço a reserva sim. Até.
Meu coração disparava. Não contive a emoção, comecei a chorar. O Ricardo me tomou em seus braços me confortando.
– o que ela disse amor?
– que chega no sábado.
– aqui?
– sim.
– ta feliz?
– muito. Sabe o que é sentir falta de alguém e não ter mais que um minuto de conversa decente?
– não faço ideia, mas imagino. Calma, ta tudo bem.
– esta sim, eu tenho vocé.
– você tem a mim e meu amor. Deite aqui no colo do Rico.
– rsrs, deito.
– será que ela vai gostar de mim?
– rsrs, e quem não gosta de você?
– ah, sei lá. E se ela me achar muito novo?
– sou eu quem você namora, não ela.
– verdade né?
– sim amor.
– como estou? – disse o Breno vestindo um terno
– um lorde cunhado.
– haha, ta gato mano.
Disse ao Breno a conversa que tive com a nossa mãe, ele vibrou de felicidade, pedi que ligasse de volta, assim o fez.
A Juli fez o almoço. Amoçamos e o Breno foi pro Hospital.
– amor?
– diga Rico.
– me empresta seu cartão de crédito?
– kkkkk, pra que?
– deixa eu trocar essas curtinas, são horríveis, e a roupa de cama e banho também?
– hahaha, deixo. Quer ir agora? Eu vou pra boate, só volto a noite.
– Sim, vou com meu carro. Depois passo lá pra te dar um beijo.
– então vai nessa loja aqui. É de uma amiga minha, nunca fui lá. Assim você não terá problemas com o cartão, qualquer coisa peça pra ela me ligar.
– quanto posso gastar?
– sei lá. É você quem vai comprar.
– como que é essa loja?
– chic, tudo caro.
– do jeito que eu gosto kkkk. Brincadeira. Mas passa logo esse cartão. E qualquer coisa, se eu gastar demais, pago com sexo.
– kkkkk, vou cobrar.
– nossa amor, você é o único gay com mal gosto pra decoração, hahah.
– kkkkk, vai logo senão desisto.
– já fui. Ah, não esquece de pedir canais na tv.
– rsrs, ta bom.
Fui pra boate, tinha umas pendências pra resolver. O Robson chegou e estava com uma cara melhor, sua esposa havia melhorado. Passei a ele tudo o que precisava saber. Ficamos conversando, até ele tocar no assunto putaria.
– teu amigo é um tesão.
– te falei que era.
– caramba Edu, o cara chupa um cu como ninguém. Tu nunca me chupou né?
– hahah, não.
– caramba, nem oral. Você só me usava porra.
– kkkkk, só. Você nunca reclamou.
– hahah, pior que não.
– então tiozinho, tá reclamanfo agora porque?
– só estou lembrando. Mas falando em sexo, e você com o garoto?
– rola quase tudo. A bunda eu não dou, mas de resto faço tudo.
– poxa, fiquei com ciúmes agora. Mas fico aqui imaginando você mamando uma rola.
– pior que ele me manda. Ele brinca dizendo que sou seu Ativão Submissão. Mas é sério, eu embarco nas fantasias dele, a gente se da bem.
– você anda muito frouxo isso sim kkkk. Mas deixa eu te falar, está liberado pras tuas férias.
– como assim?
– tira suas férias decentemente, eu te prendo muito aqui, e você aguentou as pontas sozinho enquanto minha esposa estava no hospital. Independente de qualquer coisa, você é meu melhor amigo. Você pode não me fuder mais, mas amigo é pra vida toda. Tire os trinta dias, o Jeferson, meu filho vai ficar comigo.
– olha, dessa vez eu vou aceitar os trinta dias porque o Ricardo está lá em casa. Você sabe como eu odéio ficar em casa sem fazer nada.
– vai pra casa, curte o teu garoto. Já vou acertar contigo.
– tudo bem. Tem certeza que não quer que eu fique?
– absoluta. Vai tranquilo.
Saí de la feliz da vida. Liguei pro Ricardo e ele estava em casa. Disse a ele que não precisava ir a boate, pois eu estava indo pra casa. Ele dizia sorrindo que meu Apartamento não era mais o mesmo. No caminho, fui rezando pra ele não ter jogado todas as minhas coisas pela janela e rezando mais ainda pra ele tão ter estourado o limite do cartão.
Assim que saí do elevador, ele estava na porta me esperando.
– fecha o olho.
– rsrs o que você aprontou?
– salvei o teu quarto também. Vem, segura minha mão.
– gastou muito?
– teu limite todo e ainda faltou duzentos reais que tirei do meu.
– ta, depois te dou. Posso abrir?
– a gente ta no nosso quarto. Pode abrir amor ....
E eu abriContinuaMuito obrigado pelos comentarios de todos e a todos que lêem. Grande abraço.