Paixão Inesperada XIX

Um conto erótico de Edu S.
Categoria: Homossexual
Contém 2175 palavras
Data: 29/09/2013 10:37:20
Assuntos: Gay, Homossexual

Acordei com a sensação de estar sendo observado, e estava. Vi meus dois amores em pé, velando meu sono. Fui abrindo os olhos com sono, como se a noite tivesse sido as das mais safadas de todas, mas não. Não senti meu leke me bolinando na tentativa de obter sexo. O Rico desmaiou em meus braços e em seguida adormeci. Mas queria saber o que aqueles dois estavam querendo.

– estão me olhando assim porque?

– tem uma pessoa querendo falar contigo. – disse o Rico.

– quem? Não to esperando ninguém.

– Ângelo. Ele disse que precisa conversar com você antes de ir embora.

– como assim ir embora? Ele não pode.

– seria demais se eu te pedisse uma explicação amor?

– não. Mas depois a gente conversa. Breno, diga a ele que estou indo.

O mano foi dar o recado e me levantei pra trocar de roupa. O Rico se sentou na cama abraçando os joelhos e me olhava suplicando explicacões.

– não me olha assim meu amor. O rapaz é um amigo, um amigo que um dia ajudei.

– como assim?

– ele é soro positivo. Fiquei com ele numa fase ruim. A família não o aceita. Ele vai fazer MBA nos Estados Unidos e vai viajar amanhã. Com tudo que a gente está vivendo, eu me esqueci.

– e como ele está agora?

– está bem. Amor, vou responder a pergunta que está aí, nessa cabecinha.

– rsrs. Então responda.

– não, nunca tivemos nada. Nunca transamos, nunca nos beijamos na boca. Sempre fomos amigos. Já dormimos juntos, mas ele estava muito doente e fiquei com medo de deixa-lo sozinho.

– nem sei o que te dizer. Mas vai lá amor.

– venha comigo, ele sabe sobre você. Sabe que eu te amo. Conversamos esses dias pelo celular. Contei a ele sobre nós.

Fomos pra sala, meu amigo se levantou e veio até mim, num abraço apertado de despedida.

Apresentei os meninos ao Ângelo e ficamos conversando. Pedi desculpas pelo esquecimento.

– rsrs, não peça desculpas, você fez tanto por mim e pela minha saúde. Agora está aí, cuidadando da sua vida, do seu amor. Eu vim agora porque estou embarcando hoje a noite pra São Paulo, sigo de lá até New York.

– está bem pra viajar?

– estou sim. Mas não vou sozinho, tem um grupo que vai também. Sozinho não fico, mas se bater saudade, te ligo e choro minhas mágoas rsrs.

– sabe que pode contar comigo, sabe que estou aqui sempre. Qualquer problema, me avise.

– posso te dar um abraço?

– claro que pode. Saiba que desejo toda sorte do mundo pra ti, e não faça besteiras. Se precisar, qualquer coisa, me liga. E seus pais?

– rsrs, eu só tenho um irmão de coração, você brother. Pelo menos liberaram a parte da herança que me é de direito. Se livraram de vez de mim, não é mesmo?

– você é guerreiro, é corajoso. Mas vive a tua vida e aproveita esse dinheiro, estude. Quando voltar, me avise.

– aviso sim, e se for casar, quero ser padrinho rsrs.

Nos abraçamos, nos beijamos as bochechas, choramos. Levei o Ângelo até o carro e nos despedimos.

– seu garoto é lindo, cuide dele. – ele disse no meu ouvido.

– vou cuidar, e cuide-se.

Ele deu a partida no carro e foi embora, deixando comigo as lembranças de dias difíceis e de superação. Pela primeira vez vi meu amigo com boa aparência, pois era sempre pálido e com olheiras. Ao mesmo tempo que sentia tristeza por ficar longe de meu amigo querido, sentia felicidade por ele estar bem e saudável, na medida do possível, é claro. Pra quem é soro positivo, basta uma gripezinha de nada e a imunidade trava uma batalha contro o corpo. Mas ele estava bem.

Subimos e o Rico ainda no elevador, me perguntou o que o amigo havia sussurrado em meu ouvido.

– disse que meu garoto é lindo, e que devo cuidar muito bem dele.

– seu amigo tem toda a razão rsrs.

– tem sim.

Voltamos pro Ap e o Breno já estava com mesa do café posta. Me fartei com café tão bem servido. O mano e suas habilidades culinárias, sempre nos mimando.

Quando era mais novo e vinha me visitar, sempre fazia questão de cozinhar. Nunca me importei, lógico hahah. Tomamos café e lembrei que havia me esquecido de reservar o hotel pra minha mãe. Passei a mão no telefone e liguei num hotel que ficava perto do meu prédio. Um hotel muito chique diga-se de passagem. Minha mãe sempre foi muito apegada a bens materias, infelizmente, diferente de mim e do Breno, pois o Sergio e o Flávio assim como ela dão mais importância ao dinheiro do que qualquer outra coisa.

Meu pai sempre nos ensinou a dar valor a tudo que temos e conseguimos. Em relação a status ele sempre foi muito exigente. Isso nos gerou discussões intermináveis.

Reservei a ela a melhor suite. Liguei avisando onde ficaria, ela disse que já estava de malas prontas e que sairia a noite. Como conheço bem minha mãe, seu ânimo em viajar de ônibus não era o dos melhores, mas infelizmente onde moro não tem aeroporto e ela não queria que nenhum dos meus irmãos a levasse.

Com a chegada da mamãe as coisas iam mudar um pouco.

O Ricardo disse que ia tomar banho e pediu que eu fosse junto. Tomamos banho e quando voltamos pra sala a Juli estava entrando.

– bom dia meninos.

– bom dia Juli. – disse e a ajudei com suas sacolas.

– Juli, sabia que minha sogra vai chegar amanhã?

A Juli me olhou meio sem entender.

– a bruxa te aceitou?

– não fale assim, ela é minha mãe, bem ou mal é minha mãe. Mas entendo a sua raiva.

– sua mãe ela é, mas se esqueceu quando jogou na sua cara que preferia um filho bandido?

– eu também disse coisas horríveis a ela, lembra?

– sim filho, mas o que você fez de errado?

– eu sei Juli, mas não posso ficar brigado com ela a vida toda. E além do mais, foi ela quem me procurou.

– só espero que ela não te faça sofrer ainda mais, senão encho a cara daquela velha de boutique de tapas.

– kkkkk, sua bravinha. Vem aqui com o seu filho postiço e me de um abraço.

Ela toda sem graça me abraçou e disse que estava feliz pela minha reconciliação com a "bruaca".

Não culpo a Juli, ela mais que ninguém, sabia o quanto minha mãe me humilhou em nossa última briga. Mas eu estava disposto a perdoar e seguir em frente sem essa mágoa.

A Juli foi lavar a roupa. Pedi o Rico que me acompanhasse até o quarto.

– rsrs, que cara é essa Eduardo?

– preciso te mostrar uma coisa.

– lá vem bomba.

– haha, tem bomba coisa nenhuma. Deixa de ser desconfiado, mas vou te mostrar uma pasta com coisas minhas. Minha mãe vai vim e muitas coisas serão ditas. Não quero que você seja pego de surpresa.

Ele se jogou na cama e disse que eu podia mostrar a tal pasta.

Fui até meu armário e abri um cofre.

– desde quando você tem isso?

– rsrs, desde sempre, mas olha direito, tem uma porta falsa.

– hahah, tem dinheiro aí?

– kkkk, tem dólar.

– não acredito. Deixa eu ver.

Ele pulou da cama e quando olhou deu risada.

– o que você anda fazendo?

– virei michê de ricasso. Que pergunta mais idiota. Eu trabalho, esqueceu? Separo um cadinho do salário e compro dólar. Nunca se sabe.

– to confuso, me mostra logo essa pasta bombástica.

Peguei a pasta e entreguei a ele. Ele abriu e começou a ver cada diploma que tinha dentro.

– você faz ideia o que você podia ter feito com tudo isso? Do executivo que você poderia ser?

– faço. Minha família sempre jogou isso na minha cara.

– você fez MBA, meu Deus. Tem cursos e mais cursos aqui. O que você está fazendo naquela boate? Não estou te desmerecendo amor, mas com um currículo desses?

– rsrs. Eu tenho saúde, tenho um teto sobre a minha cabeça. E convenhamos, esse apartamento é enorme. To pensando em alugar e me mudar pra um menor. E tenho também alguns imóveis que acabei comprando com dinheiro que eu tinha antes de sair da casa dos meus pais, era uma poupança que tinha desde criança. Depois disso nunca mais pedi nada a ele. Trabalhei no banco, fiz todos esses cursos, boa parte deles foi a pedido do meu ex-chefe, inclusive o MBA. Sempre guardei boa parte do meu salário. Investi uma parte do dinheiro da poupança em ações de uma Empresa. Sempre tive feeling pra investimentos, sei o quanto posso arriscar e quando.

– sabe, meu pai comentou que você é mais esperto do que parece ser. Você diz que o que você tem não chega nem perto do que meu pai comseguiu esses anos todos, mas amor, ta quase lá. Porque não me contou antes?

– hahaha, nem tanto, mas seu pai não é bobo. Sempre conversamos sobre negócios. Ele percebeu sim meu conhecimento nessa área se finanças, mas é sério, meus investimentos não são nada fora do normal. São rentavéis sim, mas nada exagerado. E não te falei nada porque, sei la, bobeira a minha. Mas ia te contar.

– o que mais tem nesse cofre que eu não sei?

– hahah, mais nada. Ah, o escritório de Advocacia, é do meu pai. Acho que não tenho mais nada a dizer.

– sobre o escritório eu já suspeitava. Mas não me importei, você nem fala com seu pai. Mas sabe, me orgulho de você, e nem é pelo dinheiro não. É por você ser simples assim e trabalhar em algo que goste.

– não me vejo numa multinacional. Não faço esse tipo. Eu sou feliz assim Rico, o Breno também é feliz sendo o que ele é. Não nos falta nada. Dinheiro demais cega as pessoas. Meu pai é assim. Ambicioso demais. Sempre querendo mais. O Breno e eu somos as ovelhas negras da família. Mas eu prefiro assim. Sou feliz assim

Chamei o Breno e disse que ele podia ficar despreocupado, que já tinha contado tudo ao Rico.

– olha amor, quando eu entrei aqui e olhei todos esses quadros, me veio a cabeça onde diabos você arrumava tanto dinheiro. Fiquei com um pouco de medo.

– credo. Devia ter me perguntado. E ficou nessa dúvida até hoje?

– eu sei. Mas você não tem cara de quem ganha a de modo errado e confiei em você. E poxa, te amo né.

– caramba, quase chorei agora rsrs. Te amo Ricardo.

– o Robson sabe desse potencial todo?

– rsrs, não. Quando enteguei meu currículo a ele, não tinha metado de tudo que você viu. Ele me questionou sobre as artes uma vez, disse que eram do Sergio. Que era um investimento que ele fazia escondido da esposa, e que não tinha onde guardar. Se ele acreditou, eu não sei rsrs, mas também nunca ficou questionando.

– obrigado pela confiança.

– rsrs, não por isso.

A Juli fez o almoço. O.Breno foi pro hospital e o Rico se jogou no puff do casal. Fiquei no quarto arrumando uns docunentos e quando terminei o Rico entrou no quarto se jogando na cama jâ tirando a roupa.

– vai querer dormir com o sol raiando lá fora?

– ah, eu queria rsrs.

– nem pensar garoto. Coloca uma roupa folgada e vamos pra Half Pipe praticar nos skates.

– kkkkk, olha velhinho, se você cair, como vou te levantar? Você é grande Edu.

– velhinho é o seu pai. Se eu cair, chame um guindaste. Mas vamos.

– poxa, ja estou todo pelado.

– kkkk, apaga esse foguinho.

– credo amor, nem queria sexo, to cheio disso kkkk.

O puxeo da cama lhe dei um beijo na boca, mas rápido, senão eu ia me empolgar vendo ele todo nu haha. Fomos para a pista e pra minha alegria não havia niguém, pelo menos não passaria vexame.

O Rico me surpreendeu, o garoto andava bem pra caralho me deixando com uma cara de bobo. Fui descer a rampa e quando levantei deixei minha coluna no chão, kkkk, me arrebentei todo.

– machucou Edu?

– não muito, só minha medula que rompeu kkkk.

– kkkk, bobo, você está andando, não rompeu nada não.

– eita, então foi pior, não sinto meu pau.

– kkkkk, nem brinque com isso grandão. Vai me deixar orfão de rola não.

– kkkkk, eu aqui todo estrupiado e você só liga pra minha rola? Também te amo ta.

– kkkkk, deixa de charme, quer ir embora? Faz tempo que estamos aqui, to com fome.

– quero ir sim. Edu já não tem mais idade pra molecagem não. Sou muito pesado, cada tombo é um estrago, olha meus joelhos.

– rsrs, vamos tiozinho, quero você inteirinho. Já sofreu demais e teu leke vai fazer uma vitamina caprixada.

Peguei meus cacos que estavam jogados na rampa e fomos pro AP. Meu corpo todo doia e eu rezei pra ele não querer transar, eu iria brochar, de tão cansado.

Ele preparou um lanche e fomos tomar um banho. Lanchamos e deitamos no puff do casalContinuaPessoal, muito obrigado pelo carinho e pelos comentários. Agradeço aos demais, que lêem e não comentam, mas que em toda publicação, batem o ponto aqui. Beijo grande a todos.

:)

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