ENTRE HOMENS
CAPITULO XXV – INDIFERENÇA
Podemos ser felizes sozinhos. Por isso o outro nunca pode ser uma necessidade e sim uma escolha.
Na Fazenda Paraíso.
André vai ficando mais próximo de Taumaturgo.
“E quando eu vou ter a minha chance?”
“Eu não estou entendo o seu papo?”
“Claro que você está entendendo, o que eu estou dizendo. Estou falando de nós dois. Quando você vai ficar comigo.”
“Hei cara, é melhor parar com esse papo aqui. Estou muito bem obrigado com o meu amor.”
“Eu sou o melhor partido que ele. Eu sou melhor que ele. Eu tenho muito desejo por você.”
“Acho melhor eu ir embora. Não estou gostando do rumo que esse papo está tomando.”
André percebendo que Miguel se aproximava com Enzo. Repentinamente força um beijo na boca de Taumaturgo.
“O que está acontecendo aqui?” Disse o Miguel espantando com tudo que estava vendo. “Não acredito nisso que eu estou vendo!”
Taumaturgo num ímpeto de separar de André o joga bem longe e tenta tocar Miguel que reluta em ser tocado.
“Amor não é nada disso que você está pensando.”
“Claro que não é né Morr, estou tendo uma ilusão ou uma visão.” Falou retrucando Miguel.
“Eu não tive culpa. Foi o...”
“É verdade, o Taumaturgo não teve culpa. Ele não tem culpa de ser tão bonito. Não resisti e lhe deu um beijo.” Falou sinicamente André.
“Seu filho da puta. Eu te avisei pra nunca se aproximar do Taumaturgo.”
Miguel avança em direção de André e desfere um soco no rosto do peão, que cai com a bunda no chão. Com a raiva que era visível nos seus olhos tenta se aproximar de André ainda caído no chão. Mas é impedido por Humberto que chega no exato momento.
“O que está acontecendo aqui? Alguém pode me dizer?” Indagou Humberto espantado com toda a situação.
“Esse filho da puta encostou no meu Anjo... mas hoje ele vai me pagar.” Falou esbravejando mesmo sendo segurado por Humberto que o impedia de continuar com intenção de bater em André.
André com sua cara cínica tenta limpar o nariz que está escorrendo um pouco de sangue. Aos poucos se levanta, faz gesto de limpeza na sua camisa. Olha atentamente para o Miguel e diz:
“Não precisa ficar nervosinho peão, afinal foi apenas um beijo...”
“Seu filho da mãe, desparece daqui ou eu faço você se arrepender de sua gracinha. Você está me entendendo.”
“Desculpa Taumaturgo se eu te causei algum problema. Mas não consigo resistir aos seus encantos (risos).”
“Sai daqui cara, ou quebro a sua cara agora.” Esbravejou Miguel.
“Por favor, Miguel não faça nada. Ele não merece a sua raiva. Por favor, meu amor, deixa ele.” Suplicou Taumaturgo.
“Esse cara tem muita cara de pau mesmo. Vem aqui na minha casa e beija o meu namorado e ainda fica tirando piadinha da situação. Isso eu não aguento não, oh...”
Miguel não conta duas vezes consegue se desvencilhar de Humberto e parte com tudo pra cima do André batendo várias vezes nele. Humberto e Taumaturgo se junto para tirar Miguel de cima de André.
“Por favor, Miguel para com isso, deixa ele, meu amor...” Falou aflitamente Taumaturgo vendo a raiva que Miguel tinha de André. Mas sem percebe e com a raiva à flor da pele, sem querer, empurra Taumaturgo que cai próximo dos brigões.
Vendo que tinha atingido o seu Anjo, Miguel se dirige a Taumaturgo tentando se desculpar pelo seu ato.
“Mor, pelo amor de Deus, me desculpa, foi sem querer, nem percebi que esbarrei em você minha vida.”
“Sai Miguel, viu o que a tua raiva faz. Você não pensa nas pessoas. Você só pensa na sua insegurança. Outra coisa eu não tenho nada com o André. Já te falei que eu nunca te trocaria por ninguém. Mas você infelizmente não acreditou em mim.”
“Mas Morr, o que você queria que eu pensasse vendo vocês dois se beijando.”
“Eu já disse nunca beijei o André, foi ele que se aproximou de mim e forçou o beijo.”
“Morr você sabe que eu sou ciumento.”
“O teu ciúmes me sufoca às vezes Miguel. Ver o que ele fez agora. Você se tornou violento por causa do seu ciúme.”
André tenta se aproximar de Taumaturgo mais é interrompido por Humberto.
“Acho melhor você ir embora cara. Você já causou estrago demais aqui. Vai embora, por favor, pois se você não for embora eu mesmo dou um jeito de tirar a força daqui.” Insistiu Humberto para que André se retirasse do local.
André apenas se limpou um pouco, tirando a poeira que por ventura se encontrasse em suas vestes. Olhou para todos e saiu do espaço olhando com cinismo para Miguel como se dissesse com o olhar que voltaria e que ali ainda tinha chegado ao final. Dando as costas a confusão que provocou entre o nosso ex-seminarista e o peão.
Miguel se dirige para Taumaturgo com o intuito de pacificar a situação. Entretanto Taumaturgo se mantinha irredutível. O nosso peão tentava abraça-lo sem nenhuma resposta positiva.
“Morr, não me trata assim. Eu apenas reagi às provocações do André. Foi somente isso.”
“Entenda uma coisa Miguel, fiquei com medo de suas atitudes. Realmente desconheci a sua postura em resolver o assunto.”
“Mas Morr você esperava que eu não fizesse nada, você acha que eu tenho sangue de barata. Não aqui nas minhas veias corre sangue, sangue de um homem que nunca levou desaforo pra casa.”
“Não estou falando o contrário, apenas não concordo com a violência gratuita. Acredito que pessoas podem resolver suas quizilas com diálogo. Sei que o André passou do limite, mas nunca dei esperanças a ele. Não posso controlar os sentimentos de ninguém. Hoje percebi que nem os teus eu posso controlar. Realmente você se transformou. Onde está o peão que dias atrás me foi tão romântico, me proporcionou uma noite incrível de amor?”
“Esse cara está aqui minha vida... meu Anjo... eu havia te dito que nunca ninguém tocaria um dedo em você. Realmente o André passou dos limites.”
Seu Fernando chega um pouco atrasado mais percebe que o clima entre Taumaturgo e André não está muito bem.
“O que está acontecendo aqui? Alguém pode me dizer?”
“Foi o André que beijou o Taumaturgo e Miguel tomou satisfação.” Explicou resumidamente Humberto.
“Meu genro fez o certo, eu teria feito o mesmo.”
“Pai o que é isso ninguém resolve nada com brigas.” Retrucou Taumaturgo.
“Aprenda uma coisa meu filho de onde você veio pode até ser natural conversar. Mas no mundo real, quando os conselhos não são tomados a sério. É preciso recorrer a outros meios para se fazer entender. Miguel apenas defendeu o que é dele.”
“O senhor falando assim parece que eu sou propriedade do Miguel. Vocês homens são todos iguais, uns machistas. Tratando o companheiro ou a companheira como mero objeto. Digo logo a vocês que eu não sou objeto de ninguém. Afinal pode-se ser feliz sozinho. Ninguém deve ser uma necessidade para outro e sim uma escolha. Oras bolas agora que vou ter brigar com o senhor também meu pai.”
“O teu filho é cabeça dura seu Fernando.” Falou Miguel coçando a cabeça.
“Vou embora daqui, a minha cabeça está quente de tanta raiva que estou sentindo de tudo aqui me aconteceu hoje.” Taumaturgo se retira em direção à casa central da fazenda.
“Miguel tenha calma agora. Taumaturgo ainda age com a cabeça de seminarista. Achando que todos os homens são anjos. Que não existe em nosso meio demônios. Espero que com o tempo meu filho veja o mundo como ele é. Vai lá meu filho cuida dele por mim.”
“Com licença seu Fernando e Humberto, vou atrás do meu anjo.” Miguel se apressa em direção do seu Anjo.
“E você meu filho parabéns pela sua festa. Vai lá cuidar de sua namorada. Ele deve está cuidando da desarrumação do ambiente. Você tem sorte de ter encontrado no seu caminho a Rita.”
“Oxi pai, eu não sei disso, Rita depois de vocês na minha vida se tornou minha vida. Nem sei o que eu faria sem ela na minha vida.”
Humberto se aproxima de seu pai, dá-lhe um abraço bem forte e vai à direção de Rita. Seu Fernando apenas olha para o céu estrelado e agradece a Deus por toda a sua família, seus filhosEm Niterói. No restaurante O Melhor da Bossa.
Alan se aproxima de uma mesa onde já se encontrava um amigo. Um amigo de longa data que sempre quando Alan visitava sua cidade se encontrava com ele.
“Oi Roberto, tudo bem?” Falou dando-lhe a mão como cumprimento.
Roberto se levanta e dá-lhe um abraço apertado como um amigo de longa data. Os tempos que eles se viam eram quando o nosso modelo se deslocava para sua cidade natal.
“Como está a vida por lá no Rio de Janeiro?” Indagou Roberto sobre a vida do amigo.
“Estou bem fazendo muitos trabalhos como modelo. Conheci o dono da agencia de modelos, o Pablo Scobar.”
“Você está se envolvendo com ele?”
“Estou sim, sei o que você vai me dizer. Que eu não deveria me envolver com ninguém do meio da agencia. Afinal estou lá investigando o que aconteceu com o Ícaro.”
“Você sabe que sua finalidade é descobrir o que aconteceu com o Ícaro. Acredito que se envolver com alguém lá seria prejudicial.”
“Sei disso, vou procurar ser mais cauteloso. Não se preocupe com isso... Sei me virar.”
“Você confia no tal de Pablo?”
“Não sei se posso dizer que confio.”
Roberto toma uma garrafa de vinho que está no gelo, coloca vinho na taça de Alan e também na sua. Quando toma seu primeiro gole, degusta o vinho e exclama:
“Delicia... no ponto. Acredite numa coisa sempre temos que desconfiar de tudo e de todos, meu caro. Você tem dúvidas sobre o Pablo?”
“No inicio tinha certa confiança. Mas ultimamente comecei perceber um lado que nunca pensara que ele tivesse.”
“Tal como o quê?”
“Quando houve a comemoração do lançamento da grife da agencia. Um sujeito invadiu a festa e começou a falar coisas contra o Pablo. E logo depois esse mesmo cara me ligou pedindo para marcar um encontro comigo, dizendo que teria informações sobre o Pablo.”
“Você foi ao encontro?... O que aconteceu?”
“Não o encontrei simplesmente ele sofreu um acidente de carro. Agora está em coma num hospital do Rio.”
“Você contou algo para alguém sobre isso.”
“Claro que não, nem mesmo pro Pablo.”
“Ufa ainda bem, ele mesmo que não pode saber disso... Tenho minhas desconfianças quanto esse Pablo. Você sabe alguma coisa sobre o paradeiro do Félix Thomás?”
“Isso me deixa inculcado. Quando alguém toca nesse assunto ele fica nervoso, desconversa... apenas diz que o Félix está férias e que deixou tudo pra que ele tome conta.”
“Acho isso muito estranho. Como alguém sai assim do cenário sem deixar nenhuma pista? Além de que mesmo deixando alguma procuração para o Pablo seria interessante às vezes aparecer em público. Você não acha estranho isso?”
“Roberto, sinceramente, fico confuso quanto às coisas e as pessoas, quando penso que estou perto de descobrir alguma coisa... sempre esbarro em lacunas. A única pista que tenho até o presente momento são as cartas que Ícaro confidenciava comigo.”
“Tem alguma notícia sobre o Enzo?”
“O cara sumiu do mapa. Pensava que a minha ida para o Rio seria uma grande oportunidade para me aproximar do Enzo. Queria ter a certeza que fora ele que fizera o mal mortal ao Ícaro. Entretanto, dei com outra lacuna. Será que esse cara foi capaz de matar o Ícaro?”
“Todos são suspeitos meu caro. Acredito que mais cedo ou mais tarde você vai encontrar alguma pista. Porém, volto a ressaltar é bom ter bom senso e muita discrição. Ninguém sabe quem é quem ali naquele meio da vaidade humana.”
“Nem me fale nisso. Estou pra ganhar um Oscar como melhor ator (risos). Aquele mundo não tem nada haver comigo. Estou me desdobrando, fazendo-me de interesseiro e mesquinho para que ninguém suspeite de mim. Acredito que depois de tudo isso vou pra TV, todos lá me odeiam. Pensam que sou um cara egoísta, interesseiro e sem coração... não vejo a hora de acabar tudo isso.”
“I... por favor, Roberto não fale o meu nome verdadeiro.”
“Relaxa cara ninguém sabe que você está usando um nome falso (risos).”
“Lembre-se as paredes tem ouvidos e olhos. Prefiro que você continue me chamando pelo meu nome, Alan. Acredita que estou até me acostumando. Ainda bem que você me ajudou na falsificação dos documentos. Nunca poderia chegar com o meu nome real na agencia. Não seria possível investigar nada.”
“Ok! Alan (risos) como vai o coração?”
“Na verdade por causa da investigação está fechado para balanço. Até nisso tenho que me policiar, dizendo que amo o Pablo.”
“Mas você não o ama?” Indagou Roberto bebendo vinho.
“Claro que não. Pensei que poderia. Mas estou muito absorvido com tudo o que aconteceu. Sinceramente acho que tem mais raiva, ódio e rancor no meu coração do que amor. Quando mataram o Ícaro, levaram com ele um pedaço do meu coração.”
“Mas você tem que superar isso... Você tem que voltar a amar novamente. A ter a sua vida própria e não ficar obcecado nessa busca por quem matou o teu brother.”
“Não sei cara, dói muito aqui no meu coração. Parece que tem um buraco. Sei que se passou alguns anos da morte dele, mas ainda não consegui entender como alguém foi capaz de tirar a vida de um cara como ele.”
“O Ícaro realmente era um cara que curtia viver. Extremamente apaixonado pela vida. Sempre foi amante das coisas boas da vida. Também senti um impacto muito grande com a perda dele. Mas acredito que ele quer que sigamos a nossa vida.”
“Meu caro só vou seguir em paz quando eu vingar a morte do Ícaro.”No quarto do Taumaturgo.
Taumaturgo está deitado na cama do seu quarto. Refletindo sobre tudo o que acontecera naquela noite. Olhando para o teto com os olhos avermelhados. Quando escuta umas batidas na porta do quarto. Procura ignorar o barulho no primeiro momento. Vira-se para o lado aposto do barulho oriundo da porta. Mas as batidas continuam insistentes. Até que alguém interpela do outro lado:
“Morr abre a porta, por favor...”
“Miguel me deixa em paz. Não quero te ver hoje!”
“Morr abre a porta meu Anjo.”
Taumaturgo resolve então ir até a porta, abre-a e olha para Miguel que está ali parado a sua frente, tentando entrar.
“O que você quer Miguel?”
“Quero que você me perdoe meu Anjo!”
“Queria pensar um pouco... você poderia me deixar só esta noite?”
“Eu não tive culpa do que aconteceu. Aquele André me tirou do sério.”
“Você me assustou com o seu comportamento, Miguel. Nunca pensara que pudesse ser daquele jeito tão agressivo.”
“Ora bolas, fiz o que tinha que ter feito. Lavei a minha honra. O cara se aproxima de você e você não queria que eu fizesse nada? Não tenho sangue de barata.”
“Sei que pisei na bola. Deveria ter apenas dado um chega pra lá naquele filho da mãe. Mas me deixa ficar com você!” Falou Miguel coçando a cabeça.
Taumaturgo nesse momento olhou profundamente para Miguel, vendo o seu rostinho que parecia com um cãozinho que tinha se perdido o seu dono e que agora estava desabrigado precisando de um novo teto. Tal feição mexeu por dentro do coração do nosso ex-seminarista. Todavia, ele tinha valores que não acolhiam a violência por violência para resolver os problemas. Relutante disse ao seu amado:
“É melhor você não dormir comigo hoje. Preciso ainda ruminar o que aconteceu. Você pode fazer esse favor pra mim.”
“Posso te perguntar uma coisa?”
“Pode sim.”
“Você ainda me ama?”
Taumaturgo ficou em silencio apenas olhando para Miguel. Sem obter uma resposta positiva o peão simplesmente vai para o quarto de hóspede com o coração arrasado.
Miguel adentra o quarto. Joga-se na cama. E começa a chorar copiosamente pensando que o silencio de Taumaturgo denunciava que o seu amor era frágil e limitado.
“Eu te amo meu Anjo... nunca me abandone... sem você não sei viver.”
“Coração, diz pra mim
Porque é que eu fico sempre
Desse jeito
Coração não faz assim
Você se apaixona
E a dor é no meu peito...
Prá quê, que você foi
Se entregar
Se na verdade eu só queria
Uma aventura
Porque você não pára
De sonhar
É um desejo e nada mais...
E agora o que é que eu faço
Prá esquecer tanta doçura
Isso ainda vai virar loucura
Não é justo
Entrar na minha vida
Não é certo
Não deixar saída
Não é não...
Agora aguenta coração
Já que inventou essa paixão
Eu te falei que eu tinha medo
Amar não é nenhum brinquedo
Agora aguenta coração
Você não tem mais salvação
Você apronta
Esquece que você sou eu...
Coração, diz prá mim
Porque é que eu fico
Sempre desse jeito
Prá quê, que você foi
Se entregar
Se na verdade
Eu só queria uma aventura
Porque você não pára de sonhar
É um desejo e nada mais...
E agora o que é que eu faço
Prá esquecer tanta doçura
Isso ainda vai virar loucura
Não é justo entrar na minha vida
Não é certo não deixar saída
Não é não...
Agora aguenta coração
Já que inventou essa paixão
Eu te falei que eu tinha medo
Amar não é nenhum brinquedo
Agora aguenta coração
Você não tem mais salvação
Você apronta
Esquece que você sou eu...’
No outro quarto, entre pranto está Taumaturgo com saudades de Miguel do seu lado, se agarrando com afinco ao travesseiro, com lagrimas e soluçosNum bar no Rio de Janeiro.
Já era de madrugada quando Pablo adentra num bar destinado apenas um publico especifico que era dos ursos. O nome do bar é City Bears. Um ambiente bem rústico com pouca iluminação. Pode se notar alguns dançarinos fazendo estripe no palco central. Por sinal belíssimos homens com corpos talhados pela academia. Alguns garçons apenas transitam de sungas que deixam a mostra o volume de suas malas.
Pablo se apressa e procura um banco alto que fica próximo do bar. O barman se aproxima:
“Qual a pedida de hoje senhor Pablo?”
“O de sempre meu caro. Com gelo e limão.”
O barman prepara o drinque do seu cliente vip. Mas percebe que do outro ponto do balcão alguém olha indisfarçadamente para Pablo. Quando lhe entrega o drinque, fala ao empresário:
“Pelo visto você continua encantando os demais homens daqui.” Faz indicação com o olhar que o empresário tem um empresário. “Alguém ali não para de olhar para você.”
“Tem certeza disso.” Tomando o drinque olha para o seu admirador ao longe levanta seu drinque fazendo um gesto de brinde. Por sua vez, o seu observador apenas corresponde levantando o seu copo. Pablo continua retribuindo com um sorriso largo.
O rapaz percebendo que o empresário estava lhe dando mole resolve se aproximar.
“Posso pedir mais um drinque pra você?”
“Ok, aceito!”
“Eu me chamo Túlio e você?”
“Sou Pablo... você sempre vem aqui?”
“Estou recente na cidade, falaram-me deste bar e resolvi vim conhecer.”
“Você está gostando?”
“Melhorou quando você entrou aqui...”
“Pelo visto além de interessante você também é galanteador?”
“Sou apenas para quem me desperta desejo absurdo.”
O barman traz novos drinques. A dupla apenas faz um brinde pela noite prazerosa.
Continua...