Abri os olhos e pude contemplar sua beleza, seu rosto tinha a firmeza de um chefe de estado, mas seu sorriso acabava com toda seriedade, fazendo instantaneamente com que eu sorrisse também. Não podia mais continuar ignorando ou negando o efeito que sua presença me causava, estava apaixonado por aquele garoto nerd, que tinha um prazer insuportável em citar escritores.
***
Dias se passavam e eu nada mais fazia a não ser pensar em Leonardo, seu sorriso magnético que puxava o meu e seu ar imponente que me deixava seguro em estar por perto. Depois de tanto ensaiar, consegui ligar para ele.
_ Alô ? - atendeu sério
_ Bom dia - respondi animado
_ Oi cara, porque demorou tanto a me ligar ?
A verdade é que me sentia um adolescente novamente, sentia minhas forças perdidas e não sabia qual atitude tomar é em que hora tomar. Sentia-me inseguro em relação a tudo, era uma paixão adolescente me tomando, me tirando dos eixos e me fazendo ter de novo 17 anos.
_ Estive sem tempo e achei coerente te deixar estudar, o vestibular está às portas.
_ Estou mesmo estudando igual maluco, fiz minha inscrição ontem. Estou ansioso ! - me disse Léo.
_ Relaixe, ansiedade só atrapalha. Será que podemos nos ver ? - investi, tentando parecer o menos pretensioso possível.
_ Claro, pode ser na sexta ?!
_ Pode sim, passo aí pra te buscar às oito.
_ Certo.
_ Beijos, tchau ! - me despedi, satisfeito com o combinado e ansioso para vê-lo.
_ Tchau.
Desliguei o telefone e permaneci ali, parado, ainda sob o efeito da voz de Leonardo. Uma voz firme e decidida, aquele garoto do colégio nem parecia mesmo um garoto. Lembrei de mim na escola, de como eu era superficial e não pensava no futuro, fiquei feliz em constatar que ainda existiam garotos como o Léo e senti orgulho dele, por estar sendo bem melhor que eu. Com certeza ele teria um futuro melhor do que o meu, faria uma faculdade boa e ganharia bastante dinheiro.
Na sexta pela manhã, me levantei cedo e tomei meu café, a ansiedade era tanta que não havia dormido direito. Fui ao trabalho arrastando-me, não parava de pensar no Léo. Saí do trabalho e fui pra casa me arrumar e ir buscar Léo em sua casa.
***
Bati à porta e esperei, Leonardo abriu, estava bem vestido e emanava um perfume amadeirado.
_ Boa noite ! - comprimentei-o, com um aperto de mão e um abraço.
_ Oi ! Me espere um segundo, preciso pegar minha carteira.
_ Beleza.
Ele transparecia uma alegria e satisfação imensa, assim como eu, após vê-lo. Seu sorriso estava tão gravado em minha mente, que o via todas as vezes que fechava os meus olhos.
_ Bora !? - disse Léo, me despertando dos meus pensamentos
Fomos ao cinema e jatamos juntos. Conversamos muito, sobre vários assuntos, tanto que nem vimos o tempo passar.
_ Caramba Renato, a hora passou muito rápido !
_ Nossa, é mesmo. - disse eu, olhando o relógio
***
Depois de muita insistência minha, Leonardo cedeu ao meu convite e foi dormir na minha casa. Chegamos tarde, mas nunca é muito tarde para um vinho, tomamos algumas taças e rimos muito, lembrando de algumas situações de crianças que vivemos.
_ Crianças sempre dão dessas. - eu ri
_ Mas até depois de crescidos, sempre estamos sujeitos reviver isso.
_ Bom, uma vez, já beijei um garoto da escola, tinha uns 11 anos. Ele era meu melhor amigo, foi bem estranho.
_ Calma aí, seu primeiro beijo ?
_ Sim, o mais próximo de uma garota que já tínhamos chegado era na fila da cantina. - eu ri
_ Que doido - ele pensou por um instante e fitou o nada - sabe ... O primeiro cara que eu beijei, foi você.
Já estávamos meio altos, então, em dois segundos eu já havia me aproximado de Leonardo e tocava o seu pescoço.
_ E o que você achou disso ? - perguntei baixinho
_ Agora, eu acho que quero sentir mais uma vez ... - disse Léo, aproximando o rosto do meu e me beijando
Nos beijamos como da primeira vez, sua boca era quente e suave, eu podia sentir seus lábios macios tocando os meus. Meu coração palpitava e sentia meu sangue circular mais rápido, me aproximei mais de Léo e o envolvi com meus braços. Logo os beijos se estenderam até o pescoço e as carícias aumentaram.
Leonardo me deixava fora de mim, era impossível conter qualquer instinto quando estava o beijando, o tocando. Tiramos nossas camisetas e eu me coloquei por cima dele, beijando seu corpo, correndo minhas mãos por seus músculos semi-academia e sua pele quente. Em dois minutos já estávamos nus e Leonardo me chupava, enquanto nossos olhares se mantinham cruzados, seus movimentos ritmados me enlouqueciam.
Com cuidado penetrei-o, era tudo muito novo para Léo, mas com o tempo ele deixou sua expressão de desconforto e o prazer o tomou, ficamos ali ligados, por mais alguns minutos, os movimentos aceleraram e soltávamos gemidos e sussuros de prazer. Só em ver a satisfação no rosto de Leonardo, meu tesão aumentava e me fazia intensificar as estocadas. Já estávamos suados e emanando tesão, então eu gozei, com um gemido alto. Chupei Léo até que ele gozasse também, então dormimos lado a lado, exaustos.
***
Acordei no dia seguinte e Léo não estava mais lá, vi apenas um papel em minha escrivaninha, o peguei e li:
"Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas para um dia dar certo." Caio Fernando
Bom dia !
Ass: Leonardo.
