DUAS CARAS
Capítulo 15
A arma não disparou. E o Dominic riu da minha cara.
- Seu idiota, essa arma só tinha uma bala, e foi justamente aquela que atirei no vaso. – Ele continuava rindo. – Eu não sou um assassino.
- Mas é um monstro. – Gritei. – Olha o que você fez com o Arthur. – Falei me ajoelhando e tentando acordar o Arthur.
- O nome do que está sentindo é remorso. – Falou ele. – Seu orgulho em se dizer ativo, de não aceitar se quer que seu próprio namorado faça amor com você. – Ele era sereno em sua fala. – Não fui eu que fez isso com ele. – Disse apontando para o Arthur. – Foi você. – Apontou pra mim.
- Você não sabe o que diz. – Falei.
- Eu sei. – Se aproximou de mim e do Arthur. Pegou um copo de água que estava na mesa de centro e jogou no rosto do Arthur e deu leves batidas em seu rosto, que fez com que o Arthur desperta-se.
- Amor. – Abracei-o.
O Arthur me encarou.
- Me desculpa amor por ter permitido que ele fizesse isso com você. – Eu chorava. – Foi minha culpa. Me perdoa.
- Já passou. – Ele disse me encarando com um olhar vago.
- Olha Arthur, se quiser tomar um banho vai lá. – Disse Dominic. – Foi mal, peguei pesado.
- Não quero nada, quero é ir embora. – Falou se levantando, mas não conseguiu se firmar e eu o segurei.
- Vai precisar tomar um banho sim. Olha isso. – Falei apontando a quantidade de sangue em que havia escorrido por suas pernas. Ele me olhou, nada disse. Apoiei em sua cintura e ele envolveu seu braço em meu pescoço.
O Dominic mostrou o banheiro e pegou uma toalha.
- Eu não vou deixar quieto aquele quadro que você quebrou em minha cabeça. – Ele me encarou. – Só estou fazendo isso pelo Arthur, que é meu amigo. Por que se fosse por você... – Ele nada disse e saiu do banheiro.
O estrago foi feio no Arthur, suas lágrimas se misturavam com a água que caía do chuveiro a cada vez que a mesma escorria e lavava seu ânus. Ele não me deixava ajudar, parecia estar com vergonha de tudo aquilo. Ele fazia espuma com o sabonete e passava, sua cara de dor me cortava o coração, e comecei chorar sabendo que aquilo era culpa minha. Lavei meu rosto que sangrava com o golpe que levei, ardia muito. Ele terminou seu banho, nos enxugamos e ajudei ele vestir sua roupa, vesti a minha e fomos embora. O Arthur não quis um centavo do Dominic, e quando o mesmo insistiu em pagar o Arthur mandou ele enfiar o dinheiro no cu. Chamei um táxi e 20 minutos depois já estávamos de volta em casa. O Arthur evitava falar sobre o ocorrido, e eu não queria lembrar-me das coisas que havia acontecido. Ele não quis comer nada, e eu também não, deitamos, ele de lado apoiou sua cabeça em meu peito. Fiz cafunés em sua cabeça.
- Você também está machucado Bruno. – Falou notando meu rosto. – Olha sua testa cortada, seu olho está ficando roxo.
- Não se preocupe com isso amor. – Falei acariciando seu rosto. – Nada está mais machucado que aqui. – Peguei sua mão e coloquei sobre meu coração. – Aqui dói, e dói muito, por ter sido o culpado pelo que te aconteceu.
- Não fale isso...
- Falo. – Interrompi. –Esse meu orgulho e esse meu medo de doer quando for passivo pela primeira vez. Olha o que te fez. – Uma lágrima escorreu por meu olho. – Eu podia ter deixado você me comer aquela hora. – Já chorava. – Mas não. – Gritei. – Eu te fiz sofrer.
- Meu amor. Olha aqui. – Arthur segurou meu rosto. – Chega de falar nisso. Vamos esquecer.
- Não sei se vou esquecer. – Falei.
- Nos vamos esquecer. – Ele disse. – Eu não quero mais essa vida pra mim. Hoje eu senti o lixo que sou em fazer isso. Não quero mais ser humilhado como fui. Quero ter dignidade, eu quero ser alguém.
- Você é alguém. – Eu disse. – Alguém muito importante para mim. – Beijei sua testa.
Ficamos nos acariciando até pegar no sono, o Arthur dormiu primeiro e eu logo em seguida.
***
* 13 de fevereiro de 2012 *
- Oi Gabriel. – Falei atendendo o celular.
- Oi Bruno. Animado para o primeiro dia da faculdade? – Perguntou.
- Sei lá, um pouco nervoso e ansioso.
- Imagino. Que horas começa e termina as aulas?
- Às sete da noite e termina quinze para as onze. Por quê?
- Quer que eu te leve ou busque?
- Não precisa se incomodar. Eu me viro.
- Ok. Então boa aula. Amanhã precisamos conversar sobre seu estágio.
- Tudo bem.
- Então tá. Tchau Bruno.
- Tchau. – Desliguei.
Eu estava muito ansioso pelo primeiro dia de aula na faculdade, sei que iria conhecer pessoas novas, aprender coisas diferentes, e sei que isso me faria muito bem. Durante o dia, arrumei algumas coisas e esperei o tempo passar até chegar a hora de ir para a faculdade, o Arthur já estava trabalhando com o seu tio e chegou apenas no final da tarde, no horário em que eu já estava de saída para a aula.
Me despedi dele, e fui para a Faculdade a pé mesmo, já que era perto. Em poucos minutos já estava parado em frente criando coragem para entrar, estava no momento exato, procurei em um mural a turma de Direito e vi meu nome na lista, indicando uma das salas, rodei por alguns corredores que mais pareciam labirintos, de olho nas numerações das portas por qual passava não vi me aproximar de alguém e acabei esbarrando com alguém e caindo ao chão.
- Me desculpa. – Falei, quando olhei vi um cara de olhos claros e cabelos negros curto me encarando, com uma cara feia que aos poucos foi se desfazendo, dando lugar a um leve sorriso deixando a marca de duas covinhas em seu rosto.
ContinuaAGRADECIMENTOS:
Jota15: concordo, o que ele falou é verdade, obrigado :)
luquinhas: valeu
Edu19>Edu15: realmente o Arthur ama muito o Bruno.
HPD: o Bruno apesar do remorso ficou bem, ja o Arthur vai ficar dolorido um tempo haha. valeu :)
Docinho21: prova de amor mesmo :)
beel fernandes: verdade, é o Arthur deu uma baita prova de amor.
agatha1986: até teria matado se tivesse alguma bala na arma haha.
chicao02: o Arthur salvou mesmo o Bruno, valeu :)
Ru/Ruanito: tudo bem, fico contente que esta acompanhando. :)
Kelvin!: essa rosca dele é sagrada, ninguem toca kkkkkkk.
Geizinha: se não fosse pela falta de uma bala o Dominic já tava de baixo da terra kkkkk
MaiquinhoHell: concordo, o Bruno tem que mudar um pouco.
Thiiiputra: valeu :) eu estou tentando passar muita realidade nesse conto, e nos capitulos mais a frente vai poder ver isso, com coisas do nosso cotidiano e que estamos acostumados, sem contos de fada e historinhas da disney kkkk muito obrigado e fico contente que esta gostando.
Santis: ninguém morreu, o Dominic so assusta, ou melhor, só late mas não morde kkkk. valeu Hckzin! :)
Pessoal valeu pelos comentários de todos. O conto entrou exatamente em sua metade com essa parte 15. Pela frente terão mais 15 partes com muita coisa, e onde realmente vai acontecer a relação Gabriel-Bruno. Quando falo a relação entre eles, não digo romance ou outro envolvimento, mas sim onde o Arthur deixará de ser o personagem principal ao lado do Bruno, dando lugar ao deputado. Mas o Arthur não vai ser tirado do conto, lógico, mas as participações serão menores, até por que os ambientes que será envolvido nos próximos capítulos, será mais a Faculdade do Bruno e a Câmara dos Deputados, ou seja o ambiente profissional entre o Bruno e o Gabriel. Beijão a todos e até amanhã!!!
