Minha história, minha luta, minha glória 8

Um conto erótico de Dr. Friction Fiction
Categoria: Homossexual
Contém 2716 palavras
Data: 01/09/2013 14:59:30
Última revisão: 01/09/2013 15:49:14

Acordei ainda zonzo e olhei para os lados, sem ter certeza de onde estava. Aos poucos fui reconhecendo um quarto de hospital. Olhei as cores e a logomarca no lençol que me cobria. Eu estava em um hospital do meu plano de saúde, provavelmente a unidade da Doca, a mais próxima da escola. Localizei o botão usado pra chamar uma enfermeira e me estiquei para pressionar. Meu abdômen parecia que estava sob um rolo-compressor! Que dor! Aqueles filhos de quenga tinham feito um estrago! Mas ainda assim consegui apertar o botão, com certo esforço.

Logo entrou uma enfermeira baixinha e cinquentona, com cara de poucos amigos. Atrás dela, vinham Évora e Brunno. Nesse momento eu tentei levantar e não consegui.

-Fique quieto aí, rapaz.- falou a enfermeira- você precisa de repouso!

-Ai, amigo, que bom que você acordou!- falou Évora- eu já estava ficando preocupada!

-Mas o que aconteceu?- falei com um pouco de dificuldade- quem me trouxe pra cá? Cadê os meus pais e o resto do pessoal?

-O senhor está com uma costela trincada, no lado direito- falou a enfermeira. Era onde o Michel me deu o chute- já fizemos um raio-X e um ultrassom, o médico já o examinou, mas ainda quer fazer uma ressonância pra verificar seus órgãos. E você vai ficar em observação por mais um tempo ainda.

-Tudo bem, mas o que aconteceu depois que eu desmaiei?- olhei pra Évora e Brunno- onde estão os meninos? Vocês avisaram meus pais?

-Vou deixar vocês conversarem um pouco- falou a enfermeira- Mas não demorem, que ele precisa descansar!

-Ai,amigo! Depois que você desmaiou, foi um fuzuê!- falou Brunno assim que a enfermeira saiu- primeiro que o PM não acreditou que você tinha desmaiado de verdade e ainda riu da nossa cara.

-Olha, eu só não mandei ele se fuder porque eu tava te segurando e tu é muito pesado!- Falou Évora- vê se faz um regiminho, viu?

-Ei, eu só tenho uma leve barriguinha sexy- falei- eu nem sou gordo!

-Não é e nem precisa ser, já viu o teu tamanho?- ela falou rindo- ainda bem que os meninos e o policial te seguraram, que eu e a Maria não estávamos dando conta!

-Sim, o policial chamou uma ambulância e nós dois viemos com você nela- disse Brunno- Maria e Neto foram pra escola falar com o Otávio e o diretor sobre o que houve, pra não pensarem que tu tinhas culpa.

- Falando nisso, onde estão os meus pais? Vocês avisaram pra eles que eu estou aqui?

-Avisamos, sim. Mas só lembramos de fazer isso depois do seu primeiro exame- falou Évora- te prepara, que tua mãe está uma fera! E teu pai, pelo que entendi, já estava querendo organizar uma caçada àqueles três. Eles conseguiram fugir da polícia.

- Gente, quase todo mundo da tua família é militar!- falou Brunno revirando os olhos e sorrindo. Ele ficava tão gay quando fazia isso- eu morro por um homem de farda!

-Nem chega perto do povo da minha família- falei rindo. Doeu tudo quando eu ri- tu sabes como eles são, já te disse!

-Tô brincando, amigo! Mas enfim, eles estão vindo pra cá, e devem estar chegando- ele falou- você não ficou desacordado tanto tempo assim, ainda não são quatro horas da tarde.

- Mas... E o Gehardt?- perguntei receoso. Eles não tinham falado dele.- onde ele está? Foi pra casa? Pra escola?

-Doni, ele veio de ônibus pra cá!- Évora falou- ele disse que não ia sair do teu lado. Mas a mãe dele pediu pro irmão dele vir buscá-lo aqui. Ele ficou aqui no quarto esse tempo todo e não ia embora... Mas ele ligou pra mãe dele e ela exigiu que ele fosse embora, pra não se meter em rolo com a polícia.

-Parece que ela é empresária, eles têm muito dinheiro- falou Brunno sério- queria que tu visses o carro que o irmão dele chegou aqui. Acho que ninguém sabia que ele é rico.

-Que bobagem, esse negócio de grana- eu falei. Sinceramente, não ligava pra isso.- mas eu queria perguntar uma coisa... Na hora em que eu estava apanhando, quando vocês chegaram, o Michel falou alguma coisa sobre "meu namoradinho", falando do Guê. E eu tive a impressão de que ele gritou "o namoradinho dele está aqui". Me diz, eu tava delirando, não tava?

Eles se entreolharam e depois Évora falou:

-Não, amigo ele falou aquilo sim!- ela sorriu de leve- mas eu não quero que você se precipite e tenha esperanças à toa. Fala pra ele, Brunno...

-Bom, amigo, eu acho que eu fiz merda. Vou te falar logo, tu vais ficar sabendo- ele não me olhava nos olhos- na hora da porrada, eu acabei soltando que tanto eu quanto você somos gays. E ele ouviu.

-Ele ouviu? Ai meu Deus, ele é um pouco homofóbico, cara- eu falei triste- ele ouviu? Não, né? Ele passou um tempo aqui comigo, segundo vocês...

-Todo mundo ouviu, Doni. Eu liguei pra Maria, ela disse que o Neto já desconfiava e levou numa boa- sim, tava escrito "viado" em neon rosa minha testa?- ele disse que não importava, desde que você é amigo dele e tudo mais.

-Que bom, pelo menos isso.- falei- mas e o Gehardt? Vocês não falaram dele ainda, égua do suspense!

-Ele chegou aqui e me perguntou se era verdade o que eu tinha dito- falou Brunno- nessa hora eles tinham te levado pra fazer uns exames e nós tínhamos acabado de ligar pros seus pais. Eu falei, que sim, que eu sou gay. Ele então me falou que de mim ele já sabia. Que o que ele queria saber era se você é.

-E o que vocês responderam?

-Eu falei que me enrrolei no nervoso da briga e soltei um segredo que não era meu. E que ele deveria falar diretamente com você.

-Aí ele disse que aquilo confirmava tudo- disse Évora- e que não gostava muito dessa ideia de gay, mas que sempre gostou de ti e do Brunno, então não iria se afastar.

Ai, meu coração estava querendo sair pela boca! Meu Pai Eterno, enquanto eles falaram eu faltei morrer de nervoso. Mas pelo menos fiquei sabendo que ele não iria se afastar de mim. Se isso ocorresse, eu estaria perdido. Ele era o ar que eu respirava. Me senti tão feliz com aquilo! Se eu não o teria como namorado, pelo menos nossa amizade ainda resistiria um pouco mais. Mas...

-Gente, se ele é tão homofóbico, porque falou aquilo, confirmando ser meu "namoradinho"?

-Doni, isso só ele pode te responder. Eu não sei, acho que foi de momento.- falou Évora- eu não teria esperança, se fosse tu.

Nisso a enfermeira entrou, e junto vieram meus pais. Olhei do lado de fora e tinha uma turba da minha família olhando pra dentro do quarto! Ai, Jesus, ter família grande é bom, mas às vezes só complica!

-Pai, mãe, que bom que vocês estão aqui!- nisso minha mãe me abraçou e começou a chorar- Ai, mãe, eu tô com uma costela trincada! Ai!

-Meu filho, meu bebê, me desculpa, você tá bem?- ela falou passando as mãos no meu rosto- o que esses malditos fizeram contigo?

- Foram vocês que ligaram pra nós- falou meu pai pros meus amigos. Eles simplesmente confirmaram com a cabeça- muito obrigado, aitude de vocês foi louvável, muito obrigado mesmo!

- Agora, assim não dá- falou a enfermeira- é melhor vocês meninos saírem do quarto, que isso já virou tumulto! E esse pessoal ai fora, vão ter que esperar e entrar dois de cada vez! Isso é um hos-pi-tal, minha gente!

Os meninos saíram e logo minha mãe me cobriu de beijos e meu pai ficou segurando minha mão. Falou que tinha acionado seus contatos e assim também fizeram meus tios e tias. Me prometeu que aquilo não ficaria impune, esbravejou, chamou Michel, Breno e Hudson de todos os palavrões que sabia. Logo meus tios, tias e alguns primos vieram me ver e depois me deixaram descansar. Todos prometeram que não iriam descansar enquanto os três não fossem localizados e presos. Pelo que entendi, dois tios meus deram carona pros meninos, também pra explicar melhor pra mãe do Brunno e pra vó da Évora o porquê deles terem ficado sem aula. Senti falta da visita da Vânia, que morava ao lado da casa da minha avó paterna, e cuja irmã era namorada do meu tio. Ela com certeza ficara sabendo do que aconteceu, mas provavelmente não estava pronta pra me ver ainda. E o que eu poderia fazer, a culpa não era dela. Se ela precisava daquele tempo, então teria.

Dormi no hospital, e meu pai, depois de passar em casa pra pegar uma muda de roupas pra ele e outra pra mim, voltou pra dormir comigo. Ele sentou numa daquelas poltronas pra acompanhantes que são super confortáveis pra sentar e passar uma hora lendo um livro, mas definitivamente não pra dormir. Logo ele estava roncando, devido ao cansaço. Mas eu fiquei com pena dele, provavelmente ia amanhecer todo doído. Eu ainda fiquei acordado um bom tempo. Afinal, apesar do que aconteceu, vi que minha família me amava muito. Mas será que esse amor resistiria ao saberem da minha orientação sexual? Eu não tinha certeza. Preferiria que eles não soubessem disso tão cedo, pelo menos não até eu ter minha independência financeira, morar só, ter condições de me manter por conta própria.

Dormi e no outro dia de manhã, pra minha surpresa, acordei com uma visita do Neto e da Maria, que tinham vindo cedo porque moravam longe e ainda teriam que voltar pra casa e depois pra escola. Agradeci muito a presença dos dois, assim como meu pai. Logo eles nos contaram sobre a conversa com o diretor e o Otávio, sobre a briga. Parece que, por incrível que pareça, Otávio me defendeu veementemente, alegando que provavelmente eu teria apenas me defendido. Os meninos nem precisaram brigar muito por mim, ele foi um excelente advogado. Sinceramente, achei isso estranho, mas meu pai fez questão de falar o quanto meu excelente comportamento e minhas notas brilhantes faziam com que os funcionários da escola soubessem que eu era de "boa procedência". Às vezes meu pai é tão antiquado!

Assim que meu pai saiu pra tomar café, decidi tocar no assunto da minha homossexualidade com Neto:

-Ahnnn, Neto, parece que o Brunno acabou falando uma coisa na hora da briga- eu falei meio sem jeito- sobre a minha sexualidade e a dele...

-Olha, cara, de boa, nem precisa me explicar nada- falou ele sério- cada um faz aquilo que bem entender com seu corpo, com sua vida. Se você é feliz assim, por mim tudo bem.

-Obrigado pela compreensão, Neto. Você é um amigo de verdade.

- Tamo junto, cara. Mas, ó, é até melhor que sobra mais gatinhas pra mim!

Maria deu um tapa no braço dele, de brincadeira, e nós rimos. Algo me dizia que aqueles dois ainda iam ficar juntos a sério... Depois eles foram embora e eu tomei café e almocei no hospital. Tive mais algumas visitas de parentes, e dormi um pouco a tarde.

Acordei sentindo uma mão na minha, macia e pequena. Ai, que bom, finalmente eu iria ver a Vânia! Quando abri os olhos, eu quase tive um troço, era o Gehardt que estava segurando minha mão! Putz, isso é um sonho, não é? Isso só pode ser brincadeira, eles me deram alguma coisa que me fez alucinar. Era só o que eu pensava!

-Oi, Guê- foi só o que eu consegui falar! Ai, que burro!- a quanto tempo você ta aqui?

-Oi. Faz pouco tempo- ele não tirou a mão da minha- porra, gigante, tu me deu um susto muito grande! Eu pensei que tu ia levar o farelo! (levar o farelo era uma gíria pra se dar mal, mas ele quis dizer morrer, mesmo).

-Não, graças a vocês eu estou bem.- eu apertei um pouco a mão dele. Achei que ele iria retirar a mão dele, mas ele não fez isso- muito obrigado por tudo.

-Amigo é pra isso, tenho certeza que você faria o mesmo por mim- o mesmo? Eu MATARIA E MORRERIA por ele- eu sou pequeno, mas sou bom de briga!

Aquele sorriso dele me encantava. Era como ver um fio de pérolas iluminado pela luz da lua. E seus olhos tinham a dose certa de malícia e pureza pra me deixar louco.

-Guê...-comecei. Precisa saber o que realmente ele achava daquilo tudo, e por que ele disse o que disse na rua.

-"Guê". Nem minha mãe me chama assim- ele olhou pra mim com ternura- eu sei o que você vai falar. Mas quero ouvir de você.

- O Brunno mencionou uma coisa lá na briga. Ele falou que eu sou gay.

-É verdade?

-Não sei. Eu tenho uma namorada, a Vânia- não mentiria pra ele.- e eu gosto dela. Então talvez eu seja bi. Mas sim, eu gosto de rapazes. Olhei para os lados e só então me toquei que meu pai não estava lá.

- Se está procurando seu pai, ele e sua mãe estão com meu irmão na cafeteria do hospital.- falou ele- Estão conversando. Parece que eles já se conheciam, acredita? Seu pai trabalhou com ele, eu acho.

-Onde?- meu pai é militar, o irmão dele administrador e trabalhava na empresa da família. Não consegui ver conexão- quer saber, deixa que depois pergunto. Você não falou o que achava do que eu te disse.

-Olha, sinceramente, eu não curto muito essas coisas- ele falou sério- mas eu te respeito e te considero pra caramba. Você sempre me ajuda na escola, sempre me apoia, aliás, literalmente, né? E sei que me respeita muito. Apesar de tudo o que os moleques falam, sei que você sente uma grande amizade por mim, e só. Então não me bato com isso. Não como se você estivesse apaixonado por mim ou coisa assim! Hahahahaha!

Ai, meu Deus! Ele achava que estava tudo bem porque pensava que o que eu sentia por ele era puramente fraternal! Ele não poderia saber nunca da verdade, nunca! Se eu o decepcionasse, jamais me perdoaria. Se fosse pra nunca ter o amor dele, teria pelo menos a amizade.

-C...claro..., claro que não!- eu segurei aa lágrimas naquele momento- você é como um irmãozinho pra mim, Guê!

Mas ainda tinha uma coisa que eu precisava saber:

-Porque você confirmo para o Michel que era meu namorado, na hora da briga?

-Eu quis provocar ele! Huhuahau! Bem, acho que deu certo!- ele ria- mas eu sei que um cara grande e boa pinta que nem tu jamais olharaia pra um tampinha que nem eu!

Ele piscou e me deu um soquinho no braço, rindo da própria brincadeira. Nesse momento a porta abriu e um homem alto e loiro entrou, aparentava uns 26, 27 anos e lembrava muito o Gehardt. Atrás dele vieram meus pais, conversando.

-Boa tarde, Donovan- ele estendeu a mão pra mim, eu apertei e desejei boa tarde também- eu me chamo Cristiano e sou o irmão mais velho dessa coisa intanguida aí! Né, baixinho?

-Sou baixinho, mas sou bonito e gostoso! Falou Gehardt sorrindo com o canto da boca- e olha só, acabei de ganhar mais um irmão mais velho, Cris!

-Que bom, Baixinho! Mas agora vamos que eu deixei você matar aula hoje e quando a mamãe souber mata você e eu.

-Já vão, Cristiano? Fiquem mais um pouco!- falou meu pai- depois eu falo com a dona Albertina!

Hum? Como assim? Meu pai conhecia a mãe deles (supus que fosse dela que ele falou)? Que coincidência estranha!

- Não posso mesmo, Marcos- Cristiano falou sorrindo- tenho um compromisso e ainda tenho que pegar minha esposa em casa. Vamos, baixinho!

-Vamos, Cris. Ah, quase esqueci de te falar, Donovan!- ele chegou mais perto de mim enquanto o irmão se despedia dos meus pais e falou baixinho- Adivinha só quem tá namorando com a gordinha gostosa mais gata da escola? Eu! A Paula me pediu em namoro ontem a noite e eu aceitei! Até mais, amigão!

-At... Até mais...

É, definitivamente aquela vadia ainda tinha muitos truques sujos na manga!

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Comentários

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vc ja pensou em matar a paula.. eu te ajudaria... ela é muito fogada e esta fazendo isso de proposito .. grande puta

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Que situação. Tomara que você tenha superado essa fase tensa da tua vida.

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Ahhhhhh tadinho de você. Mas torço pra que você tenha conseguido esquecer e superar o Gehardt (ou que tenham se acertado e vivendo felizes). Não sei, mas essas trairagens da Paula tem mais coisa do que apenas uma paixão perdida...

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Mata essa vaca e fique com seu amor. Serio, lute por ele, se declare e vê no que vai dar, tente pelo menos, e espero que de certo.

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Essa Paula é uma vaca. Demais teu conto.

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