- Que é isso Lipe? Tá falando sério?
- Seríssimo, você chupa meu pau e me deixa só na vontade de te comer. Fiquei loucão.
- Cara, era uma parada de amigo. Eu tava mesmo precisando mamar num cacete.
- E eu tava precisando fuder um rabo.
- Você tinha passado a tarde fudendo o rabo do Fábio.
- Mas foi só a noite que você veio com pedido para me chupar.
- Pensei que você ia encarar de boa. Você tá confundindo.
- Não to confundindo nada Dee. Confundindo era se eu estivesse todo meloso. Não tô. Eu to querendo fuder você e ocorre que você é garoto de programa, estou pagando seu programa. Qual o problema em dar pra mim? Você deve dar pra cliente bem pior.
- Isso é verdade. - Não pude deixar de rir. - Mas você tem noção de como essa situação é ridícula?
- Meninas, o que está acontecendo? - Era a Nic chegando na porta. - A tia precisa dormir.
- Nic, é o Lipe querendo comer meu cu. - Falei rindo.
- Lipinho, deixa o edi da colega em paz e vai dormir. - Falou rindo saindo rindo pelo corredor.
- Não precisava falar pra Nic, né?
- Precisava sim, pra ela dar uma gargalhada e notar como você está sendo ridículo. - Peguei a nota e joguei de volta para ele. - Pega tua grana, tô fechado pra balanço hoje. Te ajeita ai pra gente dormir.
Ele pegou o dinheiro e guardou na carteira, contrariado. Eu apenas me virei de lado e para dormir. O Lipe apagou a luz e ficou só de cueca, deitando na cama do meu lado.
- Dee? - Falou ele no escuro.
- Fala.
- Foi mal cara. Imagina o que o Thor não faria se visse essa cena.
- Ele quebrava a tua cara. - Falei rindo. - Mas o Thor não pode exigir nada de mim né? Ele me abandonou.
- Mas ele volta, sei que volta. Mas desculpa mesmo, eu fui otário.
- Foi demais, quer tanto assim me enrabar?
- Quero.
- É coisa de momento ou você tá noiado?
- Que noiado cara, é coisa de momento mesmo. Tesão do momento, igual você com minha rola ontem.
- Entendi, então porque não fez a mesma coisa que eu e pediu pra me comer na
camaradagem?
- Hã?
Me virei para ele e o puxei para um beijo.
- Quer me comer é só pedir, cara. Precisa pagar não.
Ele me agarrou com violência, sentindo me consentimento. Me beijou apenas uns segundos e já me virou de costas. Ajeitou-se de ladinho do meu lado e não sei de onde arranjou uma camisinha e encapou o pau. Não tinha gel à mão, foi na base da saliva mesmo, misturamos a minha com a dele até que o pau abriu caminho pelo meu rabo.
Ele me comeu com muito carinho, me abraçando por trás e beijando meu pescoço. Estava mesmo com bastante tesão nisso, pois gozou em menos de cinco minutos.
Fui dormir com receio de que o Lipe confundisse as coisas. Mas realmente ele não confundiu, só tinha sentido uma vontade repentina de me comer mesmo.
Passaram-se quase cinco meses e nossa vida se estruturou de forma bem regular na casa nova. Nunca mais vi nenhum sinal do Sam, evitava sair pela mesma entrada da faculdade sempre, para evitar encontros e sempre ficava atento para eventuais carros como o dele. Também o Thor continuou sumido. Havia acabado um semestre da faculdade e estava começando outro. De amigo lá só fiz mesmo o Fábio, mas nunca mais transamos, ele virou cliente do Lipe e fazia vários programas na semana, mas nunca fez ao Lipe a proposta que me fez naquela noite meses atrás.
Minhas notas foram ótimas no primeiro semestre e fiquei realmente satisfeito comigo mesmo, não era fácil estudar em meio a programas, ameaças de morte e a preocupação com minha família. Minha mãe se mudou para uma casa normal, mas na mesma favela próxima a minha tia. Era o que eu podia pagar para ela no momento. Ela ia toda semana na faculdade e quando entrei de férias ensinei ela a ir na minha casa.
Estava na segunda semana de agosto e minhas aulas já haviam retornado. Matérias novas, alguns colegas novos também e a universidade já era um ambiente mais familiar para mim. Eu conversando com o Fábio, tinha decidido me abrir mais para amizades, não ser tão bicho do mato como no primeiro semestre. Não tinha ido para calourada, não tinha ido para nenhuma festa da turma e só conhecia alguns colegas de dizer “olá” e “boa noite”.
Entrei na sala naquele dia preocupado com um trabalho que uma professora passou mal iniciaram as aulas. Era de dupla e eu não tinha dupla. Perguntei a algumas pessoas e todas já tinham par. Sentei emburrado em minha cadeira quando uma garota morena escura se aproxima.
- Você é o Diego?
- Sou sim.
- Quer fazer par comigo ? Soube que você estava sozinho.
- Claro? Qual seu nome?
- Samanta.
- Prazer Samanta. - Falei apertando sua mão.
- Vou entregar nosso nome para a professora tá?
- Tá.
Aquilo me aliviou muito, eu fiz todo trabalho do semestre anterior sozinho, mas aquilo me valeu fama de antipático, até trabalho de equipe eu fiz só. Queria dar uma aliviada na minha reputação. Saí da aula acompanhado com a Samanta, descobri que ela trabalhava em um grande jornal da cidade e entrou para a letras mas sonhava em fazer jornalismo. Trocamos celular e ela seguiu um rumo diferente na metade da saída do campus.
Me dirigi para a saída apressado porque estava bastante tarde. Quando passei por um garoto loiro sentado embaixo de uma mangueira, ele me abordou.
- Ei, Dee. Posso falar contigo?
Parei assustado de me chamarem com o nome de guerra ali.
- Quem é você? - Me virei encarando-o e fiquei impressionado dos olhos dele serem exatamente da cor dos meus.
- Eu me chamo Kauê. Acredito que temos coisas importantes para conversar.
Continua....
P.S: Até amanhã pessoal. E nos aproximamos do fim de mais um arco.